Conversando sobre Mateus 5, 6 e 7 com George Knight

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Em Construção

Fonte:   Caminhando com Jesus no Monte das Bem Aventuranças – George Knight

Mateus 5

Primeiro Passo: O caráter do cristão

5:3 Bem aventurado os pobres de espírito = deles é o Reino dos Céus

O Reino Radical

Ele não estava preocupado com a admiração do mundo à Sua volta. Preocupava-Se em estar em sintonia com Deus.

Como resultado, Sua mensagem é o oposto daquela da cultura em geral. É uma mensagem contrária à sabedoria do mundo.

Orgulho do próprio espírito = centro do pecado
pecado é o amor mal dirigido = desviar o nosso amor de Deus e do nosso próximo para o nosso próprio EU e ter orgulho dele.

Orgulho e pecado permanecem no centro do problema do pecado

1º Passo : Reconhecer a infecção = diagnosticar o problema
O caráter do cristão – Mateus 5: 3 – 12 => Aprendemos com Jesus sobre o Seu ideal para o caráter do cristão

. Reconhecer-me infectado

. Discernir que preciso de um novo pensar: renovação e transformação da mente.

Deus precisa agir na minha vida. Tomar minha vida egoísta e centralizada no EU e transformá-la em uma vida de amor transbordante, tanto por Ele como por meus semelhantes. Não há nada mais perigoso para o cristianismo do que o orgulho espiritual.

“O reino de Jesus é um reino radical, e seus cidadãos também serão radicais. Essa é a mensagem surpreendente das Bem-aventuranças, do Sermão do Monte, e de todo o Novo Testamento.”

“Temos que escolher entre Jesus e o mundo – entre seus valores e os dEle.

Daniel 4: 30O Ataque de Jesus à “Humanidade”

Tinha orgulho – de quem ele era, de suas realizações, de sua dignidade. Ele era qualquer coisa, menos humilde de espírito. Tinha orgulho do seu espírito e gostava dele.

A atitude espiritual de Nabucodonosor está exatamente no centro do problema do pecado. O pecado é amor mal dirigido. A essência do pecado é desviar nosso amor de Deus e de nosso próximo para nosso próprio eu. É colocar nosso insignificante eu no centro de nosso universo e ter orgulho dele.

Esse foi o problema de Lúcifer. “Eu subirei ao céu”, ele cogitou; “acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, … subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” Isa. 14:13 e 14 – Em poucas palavras, Lúcifer se tornou o deus de sua própria vida. Ao fazer isso, se tornou Satanás, o adversário de Deus e de Cristo.

Adão e Eva seguiram um caminho semelhante quando escolheram sua própria vontade, acima da vontade e palavras de Deus em Gênesis 3. Esse pecado rebelde tem resultado em toda a miséria que desde então infectou o planeta Terra. O orgulho e a autossuficiência permanecem exatamente no centro do problema do pecado. 

A maior necessidade dos seres humanos é de um transplante de coração. Deus deseja tomar minha vida egoísta e centralizada no eu e transformá-la em uma vida de amor transbordante, tanto por Ele como por meus semelhantes.

O primeiro passo na cirurgia realizada por Deus no coração é diagnosticar o problema.

Lucas 18:11 e 12 O Orgulho da minha bondade

→ Não há nada mais perigoso para o verdadeiro cristianismo do que o orgulho espiritual. Como Ellen White apresenta: “Nada é tão ofensivo a Deus nem tão perigoso para o ser humano como o orgulho e a presunção. De todos os pecados é o que menos esperança incute, e o mais irremediável.” – Parábolas de Jesus, pág. 154.

João 16: 7 – 8 – A Obra do Consolador

“Uma das coisas mais maravilhosas sobre o cristianismo é que nunca estamos sozinhos. Por causa do amor infinito de Deus, cada um de nós tem o auxílio do Espírito Santo na vida pessoal.”

” … os cristãos são os mais abençoados porque têm um Membro da Divindade trabalhando ativamente com eles todos os dias. Precisamos louvar mais a Deus pelo Consolador.”

” … Sua obra é inicialmente a de incomodar. Até mesmo magoar. Porque, você sabe, é obra do Espírito nos convencer do pecado. É obra do Espírito nos dizer que algo está errado em nossa vida; que não somos o que devíamos ser; até mesmo que somos egoístas, mesquinhos ou orgulhosos. Ele sempre está esquadrinhando as áreas de nossa vida que gostaríamos de manter secretas.”

” … essa obra é unicamente de misericórdia.”

“Ouça o Espírito Santo. Ele tem uma mensagem que precisamos ouvir. E a mensagem de que somos indignos desde o nascimento. Ele nos convence de nossa pobreza espiritual. Mas Sua obra envolve mais do que isso. O Consolador também aponta a solução para todos os nossos problemas – Jesus Cristo, Seu sacrifício por nós na cruz, e a justiça ilimitada que Ele deseja nos imputar.”

Isaías 6:5 – Heróis da Pobreza

“A Bíblia é um livro estranho porque repetidas vezes caracteriza como heróis pessoas que admitem suas fraquezas e necessidades.”

“A Bíblia pinta um quadro totalmente diferente. Seus heróis são grandes porque eles reconhecem que suas fraquezas mais importantes estão longe de serem vencidas através do esforço humano. Admitem que eles necessitam da ajuda de Deus. São pobres de espírito.”

“A natureza de Pedro era a de um homem agressivo, arrogante, autoconfiante – um típico homem do mundo. Ele era qualquer coisa, menos pobre de espírito. Mas isso mudaria totalmente na cruz e depois, quando ele teve um vislumbre mais completo de sua fraqueza e necessidade de Deus.

A nova vida de Pedro começou ao pé da cruz, quando ele se tornou pobre de espírito. Assim é com cada um de nós.”

“É esse senso de nossa impotência espiritual que nos força a olhar para Jesus em busca das bênçãos inestimáveis que Ele deseja conceder a cada um de nós.”

Mateus 3: 1 – 2 – Cidadãos do Reino

“Jesus começou Sua pregação exatamente com a mesma mensagem de João (ver Mateus 4:17). O reino chegou com o início do ministério de Jesus. E na primeira bem-aventurança, os pobres de espírito são chamados abençoados porque “deles é o reino dos Céus” (Mat. 5:3).”

“O Novo Testamento tem dois pontos de vista do reino dos Céus. O reino chegou com o ministério público de Jesus, mas não será estabelecido em sua plenitude até que Jesus volte nas nuvens do céu. O primeiro desses aspectos do reino pode ser considerado como o reino da graça, enquanto o segundo pode ser visto como o reino da glória.

Dessa forma, os crentes são cidadãos do reino de Deus, e têm a vida eterna (João 5:24; 6:47). A posse é algo atual.”

“Louve a Deus hoje, porque se você é humilde de espírito, já é um membro do reino dos Céus. Louve a Deus hoje por Suas bênçãos infinitas em Jesus.”

Lucas 6:20 – Bem aventurado ou Feliz?

“Cada uma das bem-aventuranças de Jesus, em Mateus e Lucas, começam com a palavra grega makarios. Essa palavra pode ser traduzida de várias maneiras, incluindo “Bem-aventurados” (ARA, ARC, NVI) e “felizes” (BLH, BV

Existe a ideia de que crentes em Jesus são felizes e têm direito à felicidade. Afinal de contas, … , eles já são membros do reino de Deus.

Mas no conjunto, “felizes” é uma tradução inadequada para makarios, porque a maioria de nós vê a felicidade como um estado subjetivo. Isto é, felicidade é como nos sentimos. Sentimo-nos tristes ou felizes.

Mas a vida do cristão não é baseada em um sentimento subjetivo.”

“Nossa aceitação de Deus não está baseada em sentimentos subjetivos de felicidade ou tristeza, mas no fato objetivo de que Jesus morreu pelos nossos pecados e que todos os que aceitam o Seu sacrifício pela fé, foram perdoados e adotados na família do concerto, e se tornaram cidadãos do reino.

Em outras palavras”, somos bem-aventurados não importa como nos sintamos. “As boas novas são que nossa salvação é um fato consumado. Assim, embora eu possa não me sentir feliz por ser “perseguido por causa da justiça” (Mat. 5:10), posso ainda ter paz porque tenho sido abençoado por Jesus. Essa é a realidade. E enquanto existe a consciência de que posso ser feliz por causa dessa paz de coração, a bem-aventurança é mais do que felicidade. “Bem-aventurados”, disse Jesus, “os pobres de espírito, porque deles é o reino dos Céus.”

5: 4

“À semelhança da primeira bem-aventurança, esta contraria a sabedoria e métodos do mundo. Os não cristãos “normais” consideram tal declaração como absolutamente ridícula.

O lema do mundo não é “Bem-aventurados ou felizes os que choram”, mas “Bem-aventurados e felizes são aqueles que estão livres da necessidade de chorar”. […] A filosofia do mundo é: “Esqueça seus problemas”; “Faça o seu melhor para fugir de problemas”.

A vasta indústria do entretenimento tem como alvo ajudar as pessoas a evitar a necessidade de chorar, de gastar muito tempo pensando nos problemas que enfrentamos como mundo em geral e como indivíduos.

A obsessão pelos prazeres é de muitas formas uma válvula de escape para graves aflições. […] O entretenimento em massa é com frequência uma fuga da vida real, e não a realidade. As pessoas desejam desesperadamente ser felizes.

Mas tal “sabedoria” não é a de Jesus. “Bem-aventurados [ou felizes] os que choram.” Lucas, em sua passagem paralela da segunda bem-aventurança, mostra Jesus tornando esse ponto mais claro: “Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar.” Luc. 6:25.”

“[…] Jesus desafia as convenções do mundo. Ele apresenta o ideal cristão como o oposto daquele do mundo não convertido. A pessoa cristã é diferente do mundo no nível mais profundo. Ao mesmo tempo que os cristãos têm uma profunda alegria em sua salvação, não são daqueles que buscam felicidade vazia e sem sentido. Na verdade, de acordo com Jesus, o percurso do pranto é o único caminho para a felicidade duradoura.”

Romanos 7: 24 – O Negativo antes do Positivo

“A expressão “choram”, em Mateus 5:4, é a palavra mais forte para pranto na língua grega. É a palavra usada para prantear os mortos. Como tal, é um ardente lamento por alguém amado. No Antigo Testamento grego é a palavra escolhida para expressar a dor de Jacó quando acreditou que seu filho José estava morto (Gên. 37:34). Ela reflete dor profunda. Por isso, William Barclay amplia a segunda bem-aventurança assim: “Bem-aventurado é o homem que chora como alguém que chora pelos mortos.

Contudo, apesar do choro pelos mortos reproduzir a intensidade da experiência de Mateus 5:4, não reflete seu significado. A profunda experiência da segunda bem-aventurança é reproduzida no texto bíblico de hoje: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Rom. 7:24 – Esse clamor nos diz algo sobre o significado do choro. Reflete alguém tão aflito pela dor que ele ou ela chora em agonia de espírito. Os cristãos conhecem a experiência de sentir-se totalmente sem esperança por causa de suas falhas.’

“Os cristãos choram por causa de seu profundo senso de indignidade. Não é por acaso que a primeira palavra de Jesus em Mateus é “arrependei-vos”. Arrepender-me é reconhecer minha pecaminosidade e renunciá-la. É lamentar que eu seja pecador e voltar-me para Deus em busca de perdão.

Essa não é uma experiência superficial. É sincera e profunda. É como a tristeza que se sente quando alguém morre. Mas com o pranto vem a esperança. Afinal, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. I João 1:9.

Assim, o choro traz vitória. O negativo vem antes do positivo. Estou convencido do pecado, de modo que posso experimentar a alegria da salvação.”

1 Coríntios 15:3 – O Pranto da Cruz

“Você já feriu outra pessoa por causa de um descuido de sua parte?”

“Como cristãos, experimentamos um sentimento semelhante em nosso relacionamento com Jesus. Nosso pecado, nossa rebelião, nossa imprudência, colocaram Jesus na cruz do Calvário. Ele morreu por causa de nossos pecados. Não! Não! Não! E mais pessoal do que isso. Ele morreu por causa dos meus pecados.

Quando olhamos para a cruz precisamos ter a percepção total do que o pecado pode fazer. Ele tomou a vida mais amada da história e despedaçou-a sobre uma cruz.

Uma das funções mais importantes da cruz é abrir nossos olhos para a imensidão e horror do pecado. Quando vemos o que o pecado fez a Cristo, não podemos evitar sentir profunda tristeza pelo nosso pecado. Por isso, nosso lamento não é apenas por nossos pecados pessoais, mas também pelo que esses pecados fizeram a Jesus.

O cristianismo começa com a percepção do pecado. Mas não pára aí. Afinal de contas, os que choram serão consolados. Deus toma as coisas essencialmente ruins e salienta o que há de bom nelas.”

Isaías 53: 3 _ Jesus também Chorou

Jesus nunca teve qualquer pecado próprio para lamentar, mas mesmo assim Ele lamentou o pecado e seus efeitos. No sepulcro de Lázaro, lemos que “Jesus chorou” (João 11:35). Novamente perto do fim de Sua jornada terrena, lemos de Seus sentimentos pelos judeus: “Jerusalém, Jerusalém! Você mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes Eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta seus pintinhos debaixo das suas asas, mas você não quis! Agora a sua casa ficará completamente abandonada.” Mat. 23:37 e 38, BLH. O verso seguinte continua a discutir a destruição de Jerusalém.

Alguns cristãos parecem imaginar que se estão bem com Deus, estarão perpetuamente sorridentes e continuamente radiantes. Essa perspectiva não é bíblica. De acordo com Jesus, a vida do cristão não é feita só de alegria e sorrisos.

Os cristãos não apenas choram porque seus pecados colocaram Jesus na cruz, mas eles, como seu Senhor, choram por um mundo perdido e dilacerado pela violência.

Jesus chorou pelos pecados do mundo e da igreja, e assim devemos fazer, como fizeram os profetas bíblicos. “Torrentes de água nascem dos meus olhos”, lamentou o salmista, “porque os homens não guardam Tua lei.” Sal. 119:136. Ezequiel ouviu o povo fiel de Deus ser descrito como aqueles “que suspiram e gemem por causa de todas as abomina- ções” que se cometiam em Jerusalém (Ezeq. 9:4). E Paulo escreveu de sua tristeza pelos falsos mestres que causavam problemas nas igrejas de seus dias. “Pois muitos andam entre nós, dos quais… vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.” Filip. 3:18.

Os cristãos choram. Eles lamentam tanto pela morte de um ser amado quanto por seus pecados que crucificaram Jesus. E eles lamentam por um mundo condenado por causa do pecado, que precisa do amor e salvação de Deus. Mas o paradoxo do evangelho é que esse choro é o caminho para a alegria.”

2 Coríntios 1: 3 – 4 – Consolo Presente

“[…] pessoas de todas as idades parecem ser confortadas por um toque carinhoso de alguém amado ou por palavras de bondade.

Os consolos humanos são bons, mas os confortos de Deus são melhores. Alguns de seus confortos para nós estão no presente, enquanto outros ainda estão no futuro.

Entre os confortos presentes disponíveis ao cristão estão o perdão de Deus e a certeza da salvação.

Os que se entristecem por seus pecados e espontaneamente admitem sua necessidade, são total e completamente perdoados por Deus. O perdão de Deus é tanto imediato como gratuito. Não nos custa nada. Através de Sua morte, Cristo o tomou acessível a todos os que nEle creem.

[…] Deus […] não nos concede Seu perdão por intermédio da vida em um convento. Ele não sugere que nos ajoelhemos sobre grãos para orar ou façamos qualquer outro tipo de penitência.

Não, Ele nos ama. E por causa de Seu amor, Ele está mais do que ansioso para nos perdoar. Tudo o que Ele pede de nós é que verdadeiramente nos arrependamos de nossos pecados e aceitemos o sacrifício de Jesus. O resultado é instantâneo. Somos perdoados.

È aí que entra o choro. A tristeza pelo pecado nos conduz a Deus, em busca de purificação. “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” Mat. 5:4.”

1 Tessalonicenses 4:13 – Consolo Futuro

“Bem-aventurados os que choram”, diz a segunda bem-aventurança, “porque serão consolados.” Note que enquanto a promessa da primeira bem-aventurança está no presente, esta outra está no futuro. Os crentes já têm o reino dos Céus, mas eles serão consolados.

Conforme percebemos no devocional de ontem, a promessa da segunda bem-aventurança tem sido de alguma forma cumprida no sentido de que os que choram pelos seus pecados são perdoados. Mas o tempo futuro do verso sugere mais do que isso.

O verdadeiro consolo do cristão tem lugar na segunda vinda de Jesus – aquele evento descrito por Paulo como a “bendita esperança” (Tito 2:13). A fim de alcançar os tessalonicenses desolados, o apóstolo escreveu: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” I Tess. 4:16 e 17.

1 Coríntios 15: 51 – 52 – Mais Consolo Ainda

Graças a Deus que esta vida não é tudo. Graças a Deus que a sepultura não é o fim para os que creem em Jesus.

Paulo coloca isso de forma precisa quando escreveu que “se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”. I Cor. 15:19. A grande verdade é que Jesus obteve vitória sobre a morte e a sepultura – os pontos de apoio de Satanás e seu reino de morte.

Essa vitória é o que dá sentido ao fato de Cristo ter ressuscitado Lázaro, em João 11. Jesus tem poder sobre a morte. Ele demonstrou esse poder quando tirou Seu amigo da sepultura.

Dwight L. Moody costumava dizer que Jesus fora cuidadoso ao mencionar o nome de Lázaro antes das palavras “vem para fora”, porque se não o fizesse, todas as tumbas seriam abertas ao Seu comando. Mas um dia acontecerá exatamente isso para todos os que aceitaram o sacrifício de Jesus em seu favor.

[…] Foi a ressurreição do próprio Jesus que anunciou a vitória sobre a morte e pavimentou o caminho para a ressurreição de todos os Seus seguidores.

A sepultura não pôde detê-Lo, e por isso ela não será capaz de nos prender. A ressurreição dEle assegura a nossa. Paulo chama Jesus de “as primícias dos que dormem. … Assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo”. I Cor. 15:20-22.

Parte do consolo glorioso do evangelho é que algum dia o “último inimigo”, a morte, será completa e finalmente destruído (verso 26).

Apocalipse 7:17 – Consolo Eterno

Aqueles que amam a Jesus e os que sentem tristeza por seus pecados, os pecados da igreja e do mundo, recebem consolo em vários níveis. Há conforto presente no perdão dos pecados e adoção na família de Deus. Há consolo futuro na segunda vinda e na ressurreição. E há consolo eterno nas promessas que se encontram na Bíblia acerca do Céu e da Nova Terra.

“Nós, porém, segundo a Sua promessa”, escreveu Pedro, “esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.” II Ped. 3:13. Essa experiência da Nova Terra é a suprema esperança e o supremo consolo para os que choram por causa do pecado e suas consequências nesta época em que vivemos.

O consolo de todos os consolos será o estabelecimento do lar eterno dos santos na Terra renovada. […] Deus “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. Apoc. 21:4-

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” Mat. 5:4.

Não sei como você se sente, mas tais promessas me fazem desejar estar bem com Deus; me fazem desejar tornar o reino de Deus a prioridade em minha mente e coração.

Deus não nos deixou à nossa mercê. E isso é bom, porque somos indefesos, sem esperança e pobres de espírito. Perceber nossa verdadeira condição nos leva a chorar por causa de nossos pecados e nosso mundo pecaminoso. Mas chorar não é o fim. Esse é o lado negativo. De uma natureza mais positiva será a fome e sede pelas coisas divinas.

5: 5 O Homem não Natural

O mundo julga em termos de poder, autoconfiança, agressividade e conquista. Mas Jesus exaltou traços impopulares de caráter, tais como humildade de espírito, pesar e agora mansidão.

Jesus é verdadeiramente o Revolucionário dos revolucionários. Ele verdadeiramente inverteu o sistema de valores da cultura dominante. A radicalidade dos ensinos de Cristo implica um estilo de vida totalmente diferente para Seus seguidores. Não é por acaso que Jesus Se refere ao fato de alguém tomar-se cristão como sendo um novo nascimento (João 3:3 e 5). Como Paulo coloca: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” II Cor. 5:17.

O cristão renascido pertence a um reino inteiramente diferente do da cultura em geral, e até mesmo, infelizmente, da cultura de muitas igrejas. Como resultado, ele tem um novo conjunto de valores.

O ensino de Cristo na terceira bem-aventurança mais uma vez se coloca contra a sabedoria aceitável de nosso mundo. De acordo com Ele, não são os desordeiros, violentos, agressivos, ou egoístas que herdarão a Terra. E sim, os mansos. São os que perceberam sua debilidade (e por isso possuem humildade de espírito), os que choraram por suas deficiências, e se comprometeram com o estilo de vida dos mansos, que posteriormente acabarão herdando a Terra. Esse ensinamento não pode ser obtido de lições de história ou da leitura do jornal diário.

As palavras da terceira bem-aventurança não devem ser lidas superficialmente. São palavras profundas, repletas de sabedoria. São palavras impossíveis de serem vividas por nós através de nossas próprias forças. À medida que avançarmos nas Bem-aventuranças, teremos uma maior compreensão de nossa necessidade do poder transformador do Espírito Santo em nossa vida.

[…] a que Deus não apenas nos conceda discernimento para percebermos o caminho de Jesus, mas que Ele nos dê poder para caminharmos nele.

1 Coríntios 13: 4 – 7 – Mansidão não é Fraqueza

“A palavra grega traduzida como manso significa “gentil”, “ponderado” e “cortês”, e implica o exercício do domínio próprio que toma essas qualidades possíveis. Por isso, a New English Bible está perfeitamente em harmonia com os pensamentos de Jesus, quando traduz Mateus 5:5 como: “Bem-aventurados os de espírito gentil.” O significado de mansidão engloba muitos dos traços característicos da magistral definição do amor, que Paulo dá na leitura do texto bíblico de hoje.

A mansidão bíblica não deve ser confundida com indolência. Alguns que aparentam ser mansos podem ser simplesmente negligentes. Nem deve ser confundida com fraqueza de personalidade ou caráter.

os personagens que a Bíblia chama de mansos tiveram grande firmeza de caráter. A pessoa mansa pode permanecer tão firme ao lado da verdade, que estaria disposta a morrer por ela se fosse necessário. Os mártires foram mansos, mas não fracos. A mansidão bíblica é compatível com grande força e autoridade.

A mansidão interior nos leva a uma visão do próprio eu. Quando finalmente reconhecer que sou um pecador sem esperança e sentir tristeza por isso, estarei pronto para a mansidão. Estarei preparado para colocar todo o orgulho de lado. Porque têm uma visão realística de si mesmos, os mansos não são escravizados por atitudes defensivas ou de retaliação.”

Zacarias 4: 6 – O Tratamento de Choque Continua

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra”. Mat. 5:5. Essa declaração deve ter causado um grande choque para os judeus dos dias de Jesus. Afinal de contas, eles estavam aguardando um Messias que os libertaria do poder de Roma através da força armada.

O Messias, eles acreditavam, seria como Davi, o rei guerreiro. Afinal, os Salmos de Salomão (livro pseudoepígrafo escrito durante o período entre o Antigo e o Novo Testamentos) não anunciavam que o ungido Filho de Davi seria um rei que se levantaria dentre o povo para libertar Israel de seus inimigos? Ele “aniquilaria todos os seus bens com vara de ferro, para destruir as nações ímpias com a palavra de Sua boca”. Salmos de Salomão 17:26 e 27.

A última coisa que os judeus do primeiro século desejavam era um Messias manso. Eles queriam um líder que pudesse e desse a Roma o que ela merecia. Jesus era o oposto do modelo que eles desejavam e aguardavam.

[…] é fácil para nós cristãos percebermos que os judeus estavam errados. Mas não somos culpados de apresentar o mesmo tipo de pensamento às vezes? Também não temos a tendência de prestar honras aos bem-sucedidos e glorificar as realizações dos “grandes” pregadores e líderes da igreja, como se a batalha fosse ganha pelas palavras e esforços humanos? E não somos também tentados, como Davi, a confiar em organização e números em busca de força? Boas como essas coisas possam parecer, elas não são a fonte do sucesso do cristão.

Deus tem inúmeras maneiras de levar a cabo a comissão do evangelho e introduzir a plenitude do reino, das quais nada sabemos. De vez em quando precisamos reler a história de Gideão. No caso dele, Deus continuou reduzindo os números em vez de acrescentar, antes de conceder a vitória.

No reino de Cristo, é a mansidão que está na base do sucesso, e não o poder humano. Precisamos nos lembrar de que a vitória, tanto em nossa vida pessoal como na igreja em geral, não vem “por força, nem por poder, mas pelo Espírito de Deus”.

Números 12: 3 – Mansos Apesar de Tudo

A mansidão não veio naturalmente para Moisés. Ele havia sido treinado como um príncipe egípcio, e indubitavelmente tinha uma excelente autoestima como jovem governante. Num momento de descontrole, matou um egípcio que ele vira maltratando um israelita (Êxodo 2:12). Ele pensou que sabia como cuidar do povo de Deus e resolver as batalhas dEle.

Esse homicídio levou o jovem príncipe a fugir para o deserto a fim de salvar sua vida. Foi lá que sua educação se tornou completa. Moisés teve que desaprender muitas das lições que lhe foram ensinadas na elite da Universidade do Egito. Foi naquele intervalo de 40 anos, longe do poder, que ele aprendeu a mansidão como pastor de ovelhas.

Foi essa mansidão que o qualificou para se tornar o primeiro líder da nova nação de Deus, Israel. Foi essa mansidão que fez de Moisés o representante de Cristo para o povo de Deus (ver Deuteronômio 18:18).

O novo Moisés estava longe de ser fraco ou vacilante, mas ele foi manso. Em grande parte, havia perdido seu orgulho e ira descontrolada, mas não foi fraco. Ao contrário, foi um líder poderoso e destemido sob a orientação divina. Mas sua força, poder e autoridade foram agora temperados pela mansidão. Porque havia sido transformado, ele foi escolhido para liderar o povo de Deus.

A Bíblia está repleta de heróis mansos. Tome como exemplo Davi em seu relacionamento com Saul. Davi sabia que devia ser rei, no entanto, como ele sofreu sob o tratamento injusto e cruel de Saul! Ele exemplificou a mansidão num grau extraordinário.

E no Novo Testamento temos o exemplo de Paulo, que foi convertido a Jesus enquanto estava numa missão para perseguir os cristãos. Paulo também se educou no deserto, entre sua função como líder do judaísmo e como líder do cristianismo. Ele se tornou um exemplo de mansidão para com aqueles que o maltrataram, tanto dentro como fora da igreja. Na base de sua força estava a mansidão gentil que não fazia parte do seu eu natural.

E há você e eu. Também precisamos ser transformados; também precisamos aprender as lições de mansidão, para que possamos ser usados por Deus.

Mateus 11: 29 – A Mansidão Suprema

“A vida de Cristo foi o exemplo por excelência de mansidão. […] Percebemos isso em Sua reação com as pessoas, especialmente quando Ele sofreu perseguição, desprezo e escárnio. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, Ele foi capaz de dizer aos que O crucificaram. Sendo Deus, Jesus tinha poder para vingar- Se daqueles que zombavam dEle enquanto morria. Mas Ele preferiu não fazê-lo. Ele preferiu morrer até mesmo por aqueles que estavam maldosamente usando e abusando dEle.

[…] ela é até mais evidente em Sua submissão ao Pai. Contemple-O no Getsêmani, onde Ele teve finalmente que ficar face a face com a crise da cruz. Três vezes ele orou para permanecer submisso à vontade de Seu Pai. Embora fosse um Homem destemido e de grande firmeza de caráter, Jesus foi submisso a Deus. Sua mansidão estava evidente em tudo que fazia e dizia.

Filipenses 2:5-8 é especialmente útil na compreensão da mansidão de Jesus, quando Paulo nos diz para seguir o exemplo de “Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz”.

[…] Jesus era Deus, contudo consentiu em viver a vida terrena, não como um rei que merecia respeito, mas como Alguém que tinha a missão de servir os outros.

Isto, meus amigos, é a essência do cristianismo. Deus deseja libertar-nos do orgulho e autossuficiência, para que possamos nos tornar Seus servos e servos de nossos semelhantes.

Romanos 12: 19 – 21 – Uma Ordem Impossível

“Como seria o mundo se as pessoas levassem em consideração os conselhos de Paulo sobre a vingança? Como seria se as pessoas escolhessem viver pelos princípios da mansidão, em vez dos princípios do orgulho e autodefesa?

[…]. Não seria o nosso mundo. Seria o Céu. E sendo que nunca veremos o mundo nesse estado perfeito antes da segunda vinda de Jesus, cada um de nós pode começar a experimentar isto aqui e agora. O ponto de partida sou eu.

Como cristãos, por muito tempo temos esperado que uma nova reforma comece em outro lugar. […]

Esse modo de pensar está totalmente equivocado. A reforma bíblica […]. Começa com indivíduos que entregam o coração a Deus e se dedicam a viver os princípios do reino de Deus em sua vida diária, aqui e agora. A reforma começa comigo.

“Bem”, você deve estar pensando, “isto é impossível. Não posso alimentar e cuidar de meus inimigos. Tal ordem está além de minhas forças.”

Você está certo. Você não pode fazer isto. Mas Deus pode, se você estiver disposto a permitir que Ele viva em sua vida, através do poder do Espírito Santo.

Salmo 149:4 – Herdeiros da Terra

“A economia política terrena está baseada em segurança e poder. […] Como resultado, homens e mulheres, em todos os lugares, lutam para obter sua parte – ou, falando honestamente, mais do que a sua parte.

Os resultados da agressão e egoísmo humanos são vistos em todo lugar. […]

Isaías diz:

“Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo. A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de águas.” Isa. 35:5-7.

Não apenas as características físicas da Terra serão diferentes, mas também seus cidadãos. A mansidão será uma característica de todos. Apenas os que têm como característica a mansidão herdarão a Terra.”

5:6 – Uma Profunda Experiência Cristã

A ordem das Bem-aventuranças não é impensada ou acidental. Longe disso. E uma sequência bem planejada que representa “uma progressão na experiência cristã”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 13.

Um exame das primeiras quatro bem-aventuranças comprova esse ponto. O ponto de partida da vida cristã é sentir nossa necessidade de Jesus. Sem a consciência dessa necessidade, não há desejo de mudança ou preenchimento. Dessa forma, o primeiro passo no caminho de uma pessoa cristã é ser humilde de espírito, para perceber a extrema desesperança das pessoas e de si mesma.[…] O segundo passo é entristecer-se por causa de nossa inutilidade e desesperança. Nesse ponto, começamos a reconhecer nosso estado lamentável, mas ainda não estamos certos quanto à solução.[…]

A quarta bem-aventurança representa o maior avanço em nossa progressão da experiência. Ao passo que as primeiras duas bem-aventuranças exemplificaram o reconhecimento de nossa fraqueza humana e pecado, e a terceira expressou nossa humildade à luz dessa fraqueza, a quarta é o direcionamento ao aspecto positivo do cristianismo. É a fome e sede de justiça e semelhança de Deus.

Por isso, a quarta bem-aventurança desvia o foco do problema para a solução. Na lista das bem-aventuranças, a quarta cria uma ponte que liga as três primeiras às quatro últimas.

Ao passo que as duas primeiras bem-aventuranças representam as necessidades humanas que conduzem à salvação, as quatro últimas resultam de um relacionamento salvador com Jesus e têm uma natureza mais ativa do que as três primeiras. Ser misericordioso, puro de coração, e assim por diante, são os frutos de ter encontrado justiça em Jesus.

Precisamos nos lembrar de que a vida cristã é equilibrada e aceita integralmente a mensagem do evangelho com todas as suas partes.”

Isaías 55:1 – O Evangelho Desvendado

“A quarta bem-aventurança é uma das promessas mais importantes da Bíblia. Os que têm fome e sede de justiça serão fartos. […]

Justiça é uma palavra com muitos significados. Nesse contexto, implica o clímax sublime de estar bem com Deus em relacionamento e de ser como Ele em caráter.

Os seres humanos têm tristemente falhado nesses aspectos. Paulo coloca isso de forma sucinta, quando menciona que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Rom. 3:23. O reconhecimento desse fato em nossa experiência pessoal é o que significam humildade de espírito e lamentação. Os que são guiados pelo Espírito têm um profundo senso de indignidade acerca de sua impotência para fazer qualquer coisa.

E, no entanto, a última coisa que desejamos fazer é admitir abertamente nossa pobreza espiritual. Desejamos ser dignos e justos aos nossos próprios olhos. Esse desejo induziu os judeus dos dias de Jesus a se gabarem das obras de justiça. Se tivessem se esforçado e se dedicado o suficiente, eles creriam, e poderiam se tornar não apenas justos com Deus, mas como Ele. A mesma linha de pensamento levou os monges da Idade Média a um frenesi de atividades. A mesma noção equivocada ainda existe atualmente. “Como podemos ser bons o suficiente?” A resposta é que não conseguimos ser bons por nós mesmos.

Deus sabia disso. Por isso, Ele enviou Jesus para morrer em nosso lugar. A justiça é uma dádiva gratuita para aqueles que reconhecem sua desesperança (as duas primeiras bem-aventuranças) e a fome e sede dela (a quarta).

Ellen White é precisa quando escreve: “A justiça de Deus se acha concretizada em Cristo. Recebemos a justiça recebendo-O a Ele. Não é por meio de penosas lutas ou fatigante lida, nem de dádivas ou sacrifícios, que alcançamos a justiça; ela é, porém, gratuitamente dada a toda alma que dela tem fome e sede.” – O Maior Discurso de Cristo, pág. 18.

Salmo 119: 172 – Mais sobre Justiça

No Evangelho de Mateus, justiça representa mais do que estar bem com Deus. Também implica ser como Deus em caráter. Portanto, embora na quarta bem-aventurança a justiça seja principalmente algo a ser recebido pela fé na graça de Deus, em vez de algo a ser alcançado pelos próprios esforços, esse aspecto não está totalmente ausente. Afinal de contas, os justos devem ser misericordiosos (a quinta bem-aventurança) e puros de coração (a sexta).

Em resumo, a justiça com a qual os que têm fome e sede devem estar repletos é tanto ativa como passiva. Em outras palavras, a justiça está relacionada com a santificação tanto quanto com a justificação.

O evangelho de Cristo não apenas me salva da penalidade do pecado, mas também do poder reinante do pecado em minha vida diária. Em vez de um disseminador de contendas, Deus deseja tornar-me um pacificador. Em vez da concupiscência, Ele deseja impregnar-me com pureza de coração. Em vez de egoísta e imperceptivelmente mesquinho (e às vezes não tão imperceptivelmente), Ele deseja me transformar em um cristão misericordioso. Em resumo, Deus deseja que cada um de nós se torne como Ele em caráter.

Por isso, a palavra “justiça” na quarta bem-aventurança abrange as duas partes das Bem-aventuranças. Jesus promete tanto nos perdoar de nossos pecados e imperfeições como nos transformar à Sua imagem.

Mas essa transformação – isto deve ser constantemente enfatizado – não é a transformação do nosso próprio eu. Ao contrário, é Deus nos enchendo com Seu Santo Espírito, para que tenhamos condições de viver a vida cristã.

Tanto a graça perdoadora de Deus como Sua graça habilitadora estão refletidas na palavra “justiça”, da quarta bem-aventurança. Ambas vêm através da fé no Deus que amou tanto o mundo, que deu Seu único Filho para salvar seres humanos inúteis e sem esperança.”

Salmo 63: 1 – Uma Lição em Meio ao Desespero

“Bem poucos de nós já enfrentaram fome e sede que ameaçassem a vida. Pensamos em sede como ter que esperar uma hora num dia quente para beber algo, e em fome como ficar sem comer duas refeições. Esse não é o tipo de fome e sede das quais Jesus está falando em Mateus 5:6. Ele está Se referindo à fome que não pode ser saciada com uma refeição no meio da manhã, à sede desesperada de pessoas que sentem que morrerão, a menos que bebam água.

[…] Se essa fosse a nossa sede por Deus, por justiça, e por Sua vontade em nossa vida, se fosse um desejo ardente e prioritário, quão ricos no fruto do Espírito seríamos.”

João 4:14

João 6: 35

Lucas 15: 16 – 18 – Uma questão de Prioridades

“Quão ruins as coisas têm que se tornar? A que ponto elas têm que chegar antes que eu reconheça minha necessidade? Quão miserável tenho que me tornar antes de voltar-me para as riquezas de meu Pai celeste?

John Darby escreveu: “Sentir fome não é suficiente; preciso estar realmente morrendo de fome para chegar a reconhecer o que está no coração de Deus para mim. Quando o filho pródigo estava com fome, ele foi se alimentar das alfarrobas, mas quando ele ficou morrendo de fome, voltou-se para seu pai.” Essa é a fome à qual se refere a quarta bem-aventurança.

[…] pessoas […] vinham a algumas de minhas reuniões ou estudos bíblicos e então desistiam. Algumas dessas pessoas desejavam ser religiosas, mas não muito. Tinham uma pequena fome das coisas de Deus, mas não um tipo de fome insaciável. Muitas pessoas desejam escolher a dedo o que lhes convém, para mordiscar as beiradas da religião. Sentem-se basicamente felizes da maneira que são. Não reconhecem uma profunda necessidade de humildade de espírito. Contudo, não caem em si, como fez o filho pródigo. Isso as priva da bênção que Deus tem para elas.

Lucas 1: 53

apenas os que desesperadamente, com todo o coração, têm fome e sede da justiça de Deus é que serão fartos.”

Gênesis 3: 8 – 10 – As Muitas faces do desejo

“Todos os problemas no mundo atual resultam do fato de que a humanidade não está bem com Deus. Todos os nossos anseios e frustrações se originam nesse conceito.

Ter fome e sede de justiça basicamente significa desejar estar livre do pecado em todas as suas formas. Consequentemente, essa fome e sede é um desejo de estar bem com Deus.

D. Martyn Lloyd-Jones nos ajuda a entender a questão quando escreve: ‘O homem que tem fome e sede de justiça é aquele que vê que o pecado e a rebelião o separam da presença de Deus, e anseia restaurar o antigo relacionamento, o relacionamento original de justiça na presença de Deus. Nossos primeiros pais foram criados justos na presença de Deus. Eles habitaram e caminharam com Ele. Esse é o relacionamento que tal homem deseja.’

Ter fome e sede de justiça também significa desejar estar livre do poder do pecado em nossa vida diária, um poder que nos induz à sujeição aos maus hábitos e a relacionamentos deficientes.

Mas ter fome e sede de justiça é mais do que isso. É o desejo de ficar livre do próprio desejo de pecar. Mesmo os cristãos devem lidar com o horrível fato de que ainda desejam pecar, embora depois reconheçam seu poder de destruição.

No fim das contas, ter fome e sede é o desejo de ficar livre do eu e da centralização no eu com todas as suas variações. É o amor ao próprio eu que torna, a nós e aos que estão à nossa volta, infelizes.”

Isaías 26 10 – Testes da Fome espiritual

“Os cristãos não devem ter dúvida quanto às suas prioridades. […]

O teste de máxima importância é o do coração. Seguindo essa linha, descobri uma declaração em Caminho a Cristo, especialmente penetrante: “Se somos de Cristo, nossos pensamentos com Ele estarão, e nEle se concentrarão as nossas mais doces meditações. Tudo que temos e somos a Ele será consagrado. Almejaremos trazer a Sua imagem, possuir Seu Espírito, cumprir Sua vontade e agradar-Lhe em todas as coisas.” – Pág. 58.

Essa citação suscita um segundo teste de nossas prioridades – o de fazer a vontade de Deus. Afinal, ações exteriores honestas são uma extensão dos valores do coração. […]

Balaão, o falso profeta, disse: “A minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o seu.” Núm. 23:10. Mas ao mesmo tempo que Balaão desejava morrer a morte dos justos, ele não queria viver a vida dos justos. Ele tinha fome e sede das coisas erradas.

Isso nos leva a um terceiro teste. Se tenho verdadeiramente fome e sede das coisas de Deus, não gastarei todo o meu tempo na escravidão das coisas terrenas. Na verdade, estarei livre da dependência das coisas terrenas que promovem minha própria satisfação.

Por último, se tivermos verdadeiramente fome e sede de Deus, estaremos livres dos falsos pontos de vista e atitudes direcionados ao próprio eu. “A vista de nossa pecaminosidade impele-nos para Ele, que é capaz de perdoar; e quando a alma, reconhecendo o seu desamparo, anseia por Cristo, Ele Se revelará em poder. Quanto mais a sensação de nossa necessidade nos impelir para Ele e para a Palavra de Deus, tanto mais exaltada visão teremos de Seu caráter, e tanto mais plenamente refletiremos a Sua imagem.” – Caminho a Cristo, pág. 65.”

Salmo 42: 1 – 2 – Fartos mas não Saciados

” […] Podemos comer e beber até ficarmos fartos, mas no dia seguinte sempre precisamos de mais. Ficamos fartos, mas nunca saciados num sentido permanente.

O mesmo é verdade em nossa experiência com Deus. Podemos estar cheios, mas sempre desejamos mais. E assim será através dos séculos sem-fim da eternidade. Sempre desejaremos mais do Seu amor e companheirismo, e sempre desejaremos nos tornar mais semelhantes a Ele. […] O Céu já começou para os cristãos no sentido de que a alegria da fartura de Deus já começou em nossa vida.

[…] Quando lemos que os que têm fome e sede de justiça “serão fartos”, estamos lendo o evangelho na íntegra.

[…] É Deus quem proporciona a abundância para aqueles que O desejam. Aqui está o evangelho da graça. A abundância é um dom gratuito de Deus para todo aquele que vem a Ele. “O que vem a Mim”, disse Jesus, “de modo nenhum o lançarei fora.” João 6:37. Essa é uma promessa absoluta. Todos os que têm fome e sede de justiça serão fartos.

Hoje eles serão fartos com a justiça perdoadora de Deus, enquanto são resgatados da penalidade do pecado. Diariamente eles serão fartos com a justiça santificadora de Deus, enquanto lhes é concedida a vitória sobre o poder do pecado em sua vida. E na segunda vinda serão fartos com a justiça glorificadora, enquanto são resgatados da presença do pecado.”

Mateus 5: 7 – Desviando o Foco

“[…] As quatro primeiras tratam de nossa relação com Deus. A quinta começa a tratar de nosso relacionamento com outras pessoas. O mesmo é verdade com respeito às últimas três. Assim, a maneira mais simples de dividir as Bem-aventuranças é como a das tábuas dos Dez Mandamentos.

Há uma verdade profunda na base dessa disposição. O cristianismo não é simplesmente uma questão de amar e ter afeição por Deus. Longe disso. Os dois Testamentos ilustram o cristianismo como amor tanto a Deus como às outras pessoas. Não estamos tratando de “um ou outro”, mas de “um e outro”.

[…] é impossível amar a Deus sem amar os outros. De igual forma, se realmente refletirmos nisso, é impossível amar genuinamente as outras pessoas, sem amar a Deus. O máximo que você transmita de amor a um irmão ou irmã, desvinculado do amor divino, é meramente uma forma mais sutil de egoísmo humano. Isto é, eu o amo por causa do que você pode fazer por mim.

Nosso Senhor escolheu cuidadosamente a ordem das Bem-aventuranças para representar a ordem de nossa salvação. Cada bem-aventurança segue a sequência lógica da anterior. Assim, quando percebo que não tenho justiça em mim mesmo e sou verdadeiramente humilde de espírito, reconheço minha extrema debilidade. Clamo por livramento, e a percepção de meu verdadeiro estado me torna genuinamente manso em vez de altivo e imponente. Percebendo minha condição desesperada, naturalmente sinto fome e sede do perdão e da capacitadora justiça de Deus.

Nesse ponto, o Deus de todas as misericórdias entra em cena e aceita meu arrependimento, me declara perdoado, e implanta em mim um novo coração. Sou redimido, salvo por Sua misericórdia para comigo. Essa é a promessa das quatro primeiras bem-aventuranças.

[…] Serei misericordioso, puro de coração, pacificador e paciente quando tratado injustamente. Em resumo, através do poder de Deus me tomarei mais e mais semelhante a Jesus.”

Lucas 19: 10 – Invertendo uma das Bem-aventuranças

“Muitos a leem como se dissesse: “Se eu tiver misericórdia e perdoar meus semelhantes, Deus terá misericórdia e me perdoará.” Em outras palavras, se eu sou misericordioso para com os outros, então Deus, e só então, terá misericórdia de mim.

O problema dessa interpretação é que ela contraria totalmente as Escrituras.

A Bíblia retrata Deus como Aquele que, em Sua misericórdia, sempre toma a iniciativa de estender a mão e ajudar os perdidos em sua condição, mesmo antes de eles saberem que estão perdidos.

[…] é Deus quem busca Adão e Eva em sua nudez após a queda. É Deus quem toma a iniciativa de buscar a ovelha perdida e a moeda perdida conforme Lucas 15, e é o Pai que vai conversar com o filho mais velho na história do filho pródigo, nesse mesmo capítulo.

Deus tanto amou o mundo que tomou a iniciativa de dar Seu Filho Unigênito, e esse Filho veio “para buscar e salvar” os que estavam sob a sentença de morte.

[…] “É o próprio Deus a fonte de toda a misericórdia. Seu nome é ‘misericordioso e piedoso’. Êxodo 34:6. Ele não nos trata segundo os nossos merecimentos. Não indaga se somos dignos de Seu amor, mas derrama sobre nós as riquezas desse amor, a fim de fazer-nos dignos.” – O Maior Discurso de Cristo, pág. 22.

Portanto, eu não sou misericordioso porque quero ser salvo. Não! Como cristão, sou misericordioso porque já fui salvo. Fui resgatado do abismo do pecado e da morte pelo Deus de toda a misericórdia.

Qual é o resultado? Tenho um desejo ardente de ser misericordioso em minha vida diária. Quero passar adiante o dom de Deus.”

Êxodo 34: 6 – 7 – O Significado de Misericórdia

” […] a pessoa misericordiosa não é aquela que sorri diante da transgressão e do pecado. Nosso texto de hoje retrata um cuidadoso equilíbrio no caráter de Deus, entre a terna compaixão e a firmeza que se recusa a tolerar a pecaminosidade rebelde. Estamos aqui lidando com o Deus que é tanto amoroso quanto justo, o Deus que permanece firme pelos princípios, e que, todavia, está disposto a demonstrar misericórdia para com aqueles que têm fome e sede de uma vida melhor.

“Eu”, diz Jesus, “repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” Apoc. 3:19. Deus nos ama demais para nos deixar levar uma vida destrutiva, que não só afeta nossa própria felicidade, como perturba a comunidade em geral.

Ele deseja o que há de melhor para nós. Ele nos considera o suficiente para nos repreender quando erramos. Mas essa repreensão faz parte da Sua misericórdia. As pessoas que não se importam é que deixam seus filhos agirem de maneira selvagem. As pessoas sem consideração para com os outros é que deixam de advertir seus amigos acerca das infelizes consequências de sua conduta.

Esse descaso não deve ser confundido com misericórdia. Misericórdia significa fazer caso das pessoas, preocupar-se com o bem-estar dos que nos rodeiam. Desse modo, em nossa misericórdia estendemos a mão aos outros, demonstrando interesse cristão.

Em certo sentido, misericórdia é um estado mental, um estado de interesse pelo bem-estar de outros; é uma atitude de consideração suficiente para ser tanto amável como disposto a perdoar, mesmo que isso signifique ter de enfrentar problemas e atos errôneos com a disposição de Cristo.”

Mateus 10: 42 – Misericórdia é Mais do que uma Atitude

“[…] Ser misericordioso é mais do que uma atitude. É uma ação. Misericórdia é amor em ação.

Mas antes do amor se tornar ação, é necessário olhar para os outros. Nas palavras de William Barclay: “Misericórdia é o oposto de egocentrismo. … E a antítese de egoísmo”.

Certo teólogo sugeriu que “a igreja é companheirismo entre pessoas ‘mortas para si mesmas’ e vivas para Cristo”. A misericórdia entra em cena quando o amor ao eu é substituído pelo amor a Deus e aos semelhantes.

Misericórdia é uma atitude do coração que gera atitudes específicas para com pessoas específicas. Assim, Ellen White pode verdadeiramente dizer que “palavras bondosas, olhares de simpatia, expressões de apreciação, seriam para muitas almas lutadoras e solitárias como um copo de água fria a uma alma sedenta. Uma palavra compassiva, um ato de bondade, ergueriam fardos que pesam duramente sobre fatigados ombros. E toda palavra ou ato de abnegada bondade é uma expressão do amor de Cristo pela humanidade perdida”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 23.

[…] Hoje é o dia de demonstrar a outros a misericórdia de Deus. Não ao meio-dia ou depois do trabalho, mas agora — e depois também.”

Mateus 23: 23 – 24 – Religião que Embrutece

Nem toda religião é piedosa. Nem toda religião é cristã. Nem toda religião é prestativa. Para algumas pessoas, seria melhor não ter religião, ou pelo menos, não o tipo de religião que têm.

Isso se aplica de modo particular àqueles cuja religião os torna mais rudes. Alguém pode pensar nos reformadores de saúde que se indispõem contra membros da família ou amigos que não são tão rigorosos quanto eles. Ou nas pessoas que explodem quando seus “momentos de meditação” sobre a vida de Cristo são interrompidos. Pode-se ainda imaginar a cena do purista doutrinário que se torna menos amável quando alguém discorda dele num ponto de sua crença ou interpretação bíblica.

Tais pessoas se embruteceram pela assim chamada religião. Elas estão caminhando na direção errada. Estão se afastando de Jesus.

Não me entenda mal. Reforma de saúde, uma vida de fiel devoção e doutrinas corretas são importantes.

“Por quê?”, pareço ouvir alguém perguntar.

Porque as pessoas doentes se tornam resmungonas e acham difícil demonstrar misericórdia total aos demais. O verdadeiro propósito da reforma de saúde é preparar-nos para viver melhor uma vida de misericórdia. O mesmo pode ser dito acerca do estudo devocional. Aqueles que andam com Jesus devem ser os que agem da maneira mais semelhante a Ele. E a exatidão das doutrinas deve ajudar-nos a compreender melhor o amor de Deus, para que o experimentemos ao máximo.

Mas quando qualquer dessas assim chamadas experiências religiosas em nosso estilo de vida nos endurecem tanto que nos tomamos menos misericordiosos e mais rudes, perdemos de vista o que é cristianismo – não parcialmente, mas totalmente.

A religião de Jesus nos tornará mais misericordiosos e não mais rudes. Se não tiver esse efeito, estamos conectados na experiência errada – seja o que for que tenhamos, não é a religião de Jesus.”

João 13: 35 – Religião que Abranda

“Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se guardardes o sábado.” “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se devolverdes o dízimo.” “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se comerdes as coisas certas.”

Alguns anos atrás li João 13:35 desta maneira numa reunião de consultoria de leigos da Associação, em Ohio.

[…] Alguns seriam tentados a pensar que seria absolutamente maravilhoso se tivéssemos um verso de Jesus reivindicando que poderíamos identificar Seus verdadeiros seguidores, sem qualquer sombra de dúvida, pelo simples averiguar se guardam o sétimo dia, o sábado.

E Jesus poderia ter-nos dado tal texto. Mas não o fez.

Ele, porém, nos deu um modo, o único, de identificar Seus legítimos seguidores. Eles verdadeiramente se preocuparão com sinceridade uns pelos outros e amarão uns aos outros.

Nunca será demais afirmarmos que os verdadeiros cristãos demonstram amor — amor a Deus e uns aos outros.

O cristianismo fará de você uma pessoa mais bondosa. O cristianismo fará com que você tenha mais consideração pelos outros. Ele transformará sua vida.

É impossível que um cristão seja mesquinho e rude; seria uma evidente contradição. Temos de ser uma coisa ou outra: cristãos ou levianos, cristãos ou cruéis. Não podemos ser ambas as coisas. O cristianismo abranda tanto nossas atitudes como nossas ações. Ele as orienta com amor.”

2 Timóteo 1: 16 – 18 – Misericórdia Naquele Dia

“[…] Com Deus, a vida se torna cada vez melhor e continuará assim pela eternidade. […]

aqueles que são misericordiosos aqui na Terra, frequentemente recebem misericórdia de outras pessoas na vida diária. É geralmente verdade que somos mais bondosos para com os que são misericordiosos e cometeram um erro do que para com os que são cabeça-dura. Aqueles que são cruéis têm maior probabilidade de receber crueldade de volta. Mas nem sempre é assim. O triste fato é que pessoas bondosas são muitas vezes tratadas mal aqui neste mundo.

E isso nos leva à segunda etapa da promessa de misericórdia. Essa etapa terá lugar por ocasião da segunda vinda de Jesus. Todos os que foram misericordiosos durante a vida, desfrutarão misericórdia sem-fim “naquele dia”.

Naquela ocasião, todas as injustiças da Terra serão corrigidas. Os misericordiosos alcançarão a misericórdia divina no mais amplo sentido da palavra.

Como cristãos, aguardamos ansiosos “aquele dia”, mais do que todos os demais. E uma das grandes verdades da Bíblia é que a maneira como vivemos agora determinará a maneira como viveremos então.”

Thiago 2: 13 – O Lado Escuro das Bem-Aventuranças

“Nem tudo é cor-de-rosa no tocante às bem-aventuranças. Elas têm um lado escuro, assim como o evangelho tem um lado escuro para aqueles que o rejeitam.

Deus pode apenas nos convidar à mesa do evangelho; Ele não pode nos forçar a participar. E embora Jesus convide cada pessoa para aceitar Sua salvação, Ele não compelirá ninguém a aceitá-la.

Semelhantemente, Jesus apresentou as maravilhosas promessas das bem-aventuranças, mas cabe a nós individualmente escolher aceitá-las ou rejeitá-las. Para aqueles que aceitam, as promessas são claramente definidas.

Para aqueles que recusam as boas novas e as bênçãos, o resultado será de igual modo certo. Por exemplo: Aqueles que se recusam a ser misericordiosos, frequentemente deixam de alcançar misericórdia neste mundo e certamente não a alcançarão no juízo final.

Esse último ponto não é simplesmente uma decisão arbitrária da parte de Deus. Ele quer que todos em Seu reino eterno sejam felizes, sintam-se bem ali. Mas se eu não assimilei as características de Deus, não me sentirei à vontade no Seu reino eterno.

[…] a pior coisa que poderia acontecer a uma pessoa não convertida seria ela ter de passar a eternidade na presença do Deus de amor, que conhece não só todos os nossos atos, mas até nossos pensamentos. Tal existência seria pior do que o inferno. Seria preferível não existir.

As bênçãos das bem-aventuranças são para aqueles que interiorizam as características estabelecidas. Todos os outros ficarão do lado de fora do reino.”

5:8 – Todo Bom Sermão tem um Plano

“[…] cada uma das bem-aventuranças conduz à seguinte. Assim, todos os que compreendem sua pobreza espiritual, choram por causa de suas faltas, e verdadeiramente chegam ao ponto em que, com sinceridade, se sentem humildes e mansos.

Essa compreensão os levou a ter fome e sede de algo melhor – da justiça de Deus como graça perdoadora, bem como graça transformadora e fortalecedora.

Essa quarta bem=aventurança (ter fome e sede) estabelece o centro das Bem-aventuranças. As três que a antecederam tratam da pessoa em relação a Deus. As que se seguem tratam do relacionamento de cada indivíduo com outras pessoas.

A recompensa dos que têm fome e sede é que eles serão fartos. “Mas fartos de quê?” pode alguém perguntar. Da justiça que buscam! Eles são perdoados e transformados em pessoas que possuem nova perspectiva da vida.

Parte dessa fartura está explícita na “segunda parte” das bem-aventuranças. Eles se tomarão misericordiosos, puros e pacificadores. Que bênção! Que transformação! Que dom precioso! Glórias a Deus, por meio de quem todas as bênçãos nos advêm!

Há outra coisa importante a respeito do plano das bem-aventuranças. A quinta, sexta e sétima bem-aventuranças correspondem à primeira, segunda e terceira, tendo a quarta como o ponto central. É como subir de um lado da montanha nas primeiras três, chegando ao topo na quarta, e então descer do outro lado nas últimas três.

De igual modo, os puros de coração são aqueles que anteriormente choraram por causa de sua impureza de coração. Em sequência semelhante, os pacificadores são aqueles que se tornaram mansos.

A grande verdade é que Jesus não tem um plano só nas bem-aventuranças; Ele tem um plano definido para a minha vida.

Provérbios 4: 23

“Sem um coração sadio, a melhor perna do mundo de nada me serve.

No campo físico, o coração é o centro da vida. E o pulsar daquele músculo que espalha vida ao restante do corpo.

O mesmo acontece no campo espiritual. Daí a ênfase bíblica sobre a importância de um coração reto para com Deus.

Doutrina correta é importante, não é, porém, a essência do assunto. Você pode ter uma compreensão correta das doutrinas e ser mais mesquinho do que o diabo. Uma pessoa pode ser “direita” no que se refere às doutrinas, e contudo ser uma maldição para a igreja e um falso representante de seu Senhor.

[…] O coração que está bem, tanto com Deus como com outras pessoas, estabelece o cenário para a compreensão correta da doutrina e a correta expressão da fé na vida diária da pessoa. Sem um coração espiritual sadio, você está espiritualmente morto, não importa quão bem você entenda teologia ou quanto da Bíblia conseguiu memorizar.

[…] Ajuda-me hoje a entregar meu coração a Ti.”

Mateus 15:  10 – 19 – O Centro de Controle

O mundo da Palestina do primeiro século, pensava-se que o coração era muito mais do que um órgão do corpo humano que bombeava sangue. A palavra grega kardia, é traduzida para o inglês como “heart” e para o português como coração. E o que deu origem à palavra cardíaco e outros termos semelhantes.

Do começo ao fim da Bíblia, kardia é o centro dos motivos e atitudes das pessoas, bem como o centro da personalidade. Inclui ainda a mente e a vontade. Por isso, Jesus podia dizer: “Por que cogitais o mal no vosso coração?” (Mat. 9:4), e o sábio podia afirmar que “como imagina em sua alma [coração], assim ele é”. Prov. 23:7.

A Bíblia estabelece que o coração é o centro de controle da mente e da vontade, bem como das emoções. O coração é o manancial de onde fluem todas as demais coisas na vida de uma pessoa.

Como resultado, é de suma importância que o coração seja puro.

Um coração impuro pode levar a uma vida impura; um coração puro, porém, resulta em uma vida em harmonia com os princípios divinos. O centro de controle é extremamente importante. “Bem-aventurados os puros de coração.

Jesus transmitiu “Seus ensinos a respeito do coração num mundo em que a espiritualidade das pessoas era julgada pelo seu exterior. A maneira como lavavam as mãos, como se vestiam e com quem comiam, se tornaram pontos pelos quais eram julgados. A religião se tornara exterior no entendimento dos judeus.

Não é muito diferente hoje. Inúmeros cristãos professos ainda avaliam outras pessoas pelas ações exteriores. E a sua vara de medir é com frequência a vara da tradição e da perspectiva humana usada pelos antigos fariseus. E isso acontece até entre os adventistas do sétimo dia.

Os ensinos de Jesus colocam um fim a todas essas formas de avaliação. Sua preocupação é o centro de controle. Se as coisas estiverem certas no centro, elas também estarão certas na periferia da minha vida.”

Apocalipse 21:27 – Pureza é Importante

O significado básico de puro é “sem impurezas, limpo, sem contaminação”. O termo grego é com frequência usado para referir-se a metais que foram refinados até que toda a impureza tenha sido removida, restando só o metal puro.

Assim, nesse sentido, pureza significa sem mistura, não adulterado, genuíno. Quando esse pensamento é aplicado ao coração, pensamos em motivos puros, ou, melhor ainda, em sinceridade, devoção individual, uma pessoa que é totalmente dedicada a Deus, de acordo com os Seus princípios.

O oposto de pureza no campo espiritual é ser inconstante. A pessoa inconstante procura seguir ao Senhor e ao mundo ao mesmo tempo. O coração impuro é um coração dividido. E um coração que busca alcançar dois alvos incompatíveis ao mesmo tempo.

Jesus disse que isso é impossível. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro.” Mat. 6:24- Tiago enfatiza a mesma coisa quando escreve que “ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Quem quiser ser amigo do mundo se toma inimigo de Deus”. Tiago 4:4, BLH.

Deus deseja que dominemos nossos atos. Quer que decidamos quem é na verdade o Deus de nossa vida – as coisas da Terra ou o Senhor Jesus. Essas duas áreas representam dois reinos estabelecidos sobre duas diferentes séries de princípios.

Quando Jesus nos diz que Seus seguidores devem ser puros de coração, Ele quer dizer mais do que meramente limpeza das coisas exteriores que contaminam nossa vida. Ele quer dizer também que precisamos compreender que vivemos em um campo de batalha espiritual, e que é necessário que escolhamos com cuidado a quem nos sujeitamos. Ser puro de coração é entregar totalmente nossa vida, mente e vontade a Deus e aos Seus princípios. Tais pessoas terão seus nomes escritos no livro da vida e verão a Deus.”

1 João 4:12 – Vendo Deus Aqui e Agora

O que a Bíblia quer dizer quando afirma que os puros de coração verão a Deus? É essa uma experiência presente ou algo que terá lugar no futuro? A resposta inclui as duas coisas.

Moisés é um bom exemplo dessa questão. Depois da trágica experiência do bezerro de ouro, e pouco antes de Deus dar a Moisés os Dez Mandamentos pela segunda vez, o profeta pediu para ver a glória de Deus. Em Sua bondade, Deus colocou Moisés na fenda de uma rocha e prometeu deixá-lo ver Suas costas: “Tu Me verás pelas costas; mas a Minha face não se verá.” Êxodo. 33:23.

Assim acontece conosco. Embora vá chegar a ocasião em que “haveremos de vê-Lo como Ele é” (I João 3:2), atualmente, por assim dizer, só O vemos pelas costas – nós O vemos parcialmente.

Mas esse vislumbre parcial é uma realidade presente. Afinal, Jesus disse que aquele que O vê, vê o Pai (João 14:9). Jesus veio para revelar o Pai ao mundo. Como resultado, quando estudamos a história do evangelho, captamos o melhor vislumbre do Pai que está disponível agora. Logicamente, aquilo que é verdade a respeito dos quatro Evangelhos, é também verdade acerca do restante da Bíblia em menor sentido. Todas as Escrituras são apenas um reflexo parcial de Deus.

Os cristãos não só captam vislumbres de Deus na Bíblia, mas, através dos compreensíveis olhos da fé, podem perceber o toque de Deus na natureza, nos eventos da História e na maneira como Ele os trata diariamente. Conquanto apreciemos os vislumbres de Deus, aguardamos com ansiosa antecipação aquele dia em que O veremos face a face na Terra renovada. Os vislumbres de Sua glória e amor, que nos são permitidos agora, nos dão apenas uma pálida noção do que virá para aqueles que com toda sinceridade dedicaram a vida a Deus.”

1 João 3: 2 – 3 – Vendo a Deus Então e no Além

Ontem observamos que no mundo atual podemos captar vislumbres de Deus de vez em quando, mas que nunca O vemos na plenitude prometida aos puros de coração. Isso mudará. Como Paulo descreve: “Agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” 1 Cor. 13:12.

Nesta vida, vemos apenas o início do cumprimento da promessa de Deus aos puros de coração.

Pense por um momento sobre o que significará permanecer na presença do Rei do Universo. Você e eu estamos sendo preparados para entrar na presença absoluta do Rei dos reis e Senhor dos senhores. A compreensão dessa ideia revolucionará nossa vida.

Agora O vemos como que através de um vidro escuro, mas então O veremos face a face. Pense nisso. Medite sobre isso. Leia a respeito do trono de Deus em passagens como Apocalipse 4 e 5, e Ezequiel 1.

Depois leia alguns dos grandes cânticos de louvor em Apocalipse. “Vi”, registra João em Apocalipse 5:11-14, “e ouvi uma voz de muitos anjos…, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então ouvi que toda criatura que há no Céu e na Terra, … estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém; também os anciãos prostraram-se e adoraram.”

Um dia você estará diante desse trono! “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Mat. 5:8.”

Salmo 51:10I João 1:9

“Como pode nosso coração se tomar puro? Homens e mulheres têm resposta está em isolar-se do mundo como os eremitas, monges, freiras, ou em alguma outra forma de comunidade “pura”.

[…] Tais homens e mulheres estavam desesperados para estar bem com Deus. Procuraram a pureza de coração com todas as suas forças.

Infelizmente estavam seguindo o caminho errado. Não compreenderam o poder do pecado em sua vida. Jeremias identifica com precisão a condição do ser humano, quando diz: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.” Jeremias 13:23. A resposta é óbvia. De nós e por nós mesmos, somos verdadeiramente um caso perdido. Não importa o que façamos, ainda temos o mesmo coração impuro.

Os textos de hoje colocam a situação sob a perspectiva correta, quando salientam que é Deus quem limpa nosso coração e o toma puro.”

Filipenses 2: 12 – 13 – Não Há Nada que Possamos Fazer?

Falando com franqueza, nada há que possamos fazer para purificar nosso coração. Esse é um trabalho de Deus. Ele é quem pode limpar, é o grande purificador. E o Seu poder que nos dá um novo coração, novo entendimento e uma nova perspectiva da vida. Tudo que podemos fazer é aceitar a dádiva divina. Mas essa aceitação é importantíssima. Deus não força a Sua salvação sobre ninguém.

Entretanto, uma vez que Deus nos transformou em novas criaturas, com novos valores, existe algo que podemos fazer à medida que Ele progressivamente procura purificar nossa vida. Podemos cooperar com Ele. Como Paulo colocou tão bem no texto para a leitura de hoje, Deus opera em nosso interior, através do poder do Espírito Santo, para de maneira progressiva purificar nossa vida diária, a fim de que nossos atos combinem com nosso novo coração. Nós “operamos” nossa salvação através do poder dinâmico de Deus.

Algumas pessoas parecem ter a ideia de que todas as obras são erradas. Isso é verdade se estamos tentando nos tornar salvos. A Bíblia é contra qualquer tentativa de obter a salvação – ela é dádiva de Deus.

Mas, uma vez que a pessoa é salva em Jesus, ela vai de maneira natural e alegre desejar viver sua nova vida em harmonia com os princípios de Deus. A pureza de coração levará a pessoa a desejar pureza em tudo o que fizer.

Por isso, Paulo pôde falar da “fé que atua pelo amor”. Gálatas 5:6. Ele elogia “a operosidade da… fé, [e a] abnegação do… amor” dos tessalonicenses. I Tess. 1:3. E parte da sua tarefa era chamar os gentios à “obediência por fé”. Rom. 1:5; 16:26.

Talvez a ilustração mais clara de Paulo quanto à sequência da salvação, se encontra em Efésios 2:8-10: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. … Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”

A pureza de coração leva naturalmente à pureza de vida.

Mateus 5:9 – Novamente Surpreendidos

Como as outras bem-aventuranças, esta vai contra a maneira de pensar dos judeus.

Desde seu primeiro capítulo, Mateus apresenta Jesus como o Messias e o Filho de Davi. Na mente dos judeus, os títulos dados às pessoas tinham implicações políticas. Os dois títulos vêm juntos na imagem de um rei terreno. Davi fora um ilustre guerreiro vencedor, e os judeus do primeiro século esperavam que o seu Rei Messias seguisse o mesmo programa. O Messias (ou Cristo) devia ser um libertador nacional.

Por exemplo, nos Salmos de Salomão (um livro judeu escrito no período entre o Antigo e o Novo Testamentos), o ungido Filho de Davi é um rei que se levantaria dentre o povo para libertar Israel dos seus inimigos. Esse rei davidiano seria dotado de dons sobrenaturais. De igual modo, em IV Esdras (um apocalipse do primeiro século d.C.) o Messias reina sobre um reino messiânico temporário durante aproximadamente 400 anos.

Houve três grandes períodos de escravidão na história de Israel: o egípcio, o babilônico e agora o romano. Os primeiros dois encontraram solução política, e o mesmo se esperava do terceiro.

Para os judeus do primeiro século, um Messias que nem sequer libertasse politicamente a nação, dificilmente podia ser considerado um Messias genuíno.

E à luz dessa expectativa que vemos a proclamação radical de Jesus de que os pacificadores seriam abençoados, em vez do Zelote que cravava seu punhal no lado de um soldado romano.

Como de costume, Jesus inverteu as coisas. Seu reino é de uma ordem diferente dos reinos do mundo. E de uma ordem diferente daquela esperada pelos judeus.

Naturalmente, Jesus viera como vencedor. Ele viera para derrotar as forças do mal. Viera para subjugar os princípios do reino de Satanás e “salvar o Seu povo dos pecados deles”. Mat. 1:21.

Isaías 9:6 – Os Mansos Serão Pacificadores

Essas características indicam o radicalismo da explicação que Jesus deu acerca do caráter cristão. Normalmente não somos mansos nem pacificadores por natureza. Isso é evidente no mundo turbulento ao nosso redor e nas famílias e lares conturbados. Estamos aqui tratando dos princípios de um reino específico, em oposição aos princípios dos reinos deste mundo. Todos os cidadãos desse novo reino hão de ter uma nova natureza.

Não porque sejamos totalmente maus. Afinal, como Ellen White coloca: “Existe em cada coração não somente poder intelectual, mas espiritual – percepção do que é reto, anelo de bondade.” – Educação, pág. 29. Esse desejo, porém, luta em nosso coração contra a tendência, herdada de Adão, de escolher o mal.

Em vários sentidos, a vida seria bem mais simples se individualmente fôssemos todos bons ou todos maus. Da maneira como somos, nossa vida é um quadro da controvérsia em escala microcósmica, pois diariamente permanecemos em conflito entre os princípios do reino de Cristo e os princípios do reino do mal.

Studdart Kennedy detectou a essência do problema quando mencionou que há um pouquinho de santo e algo de pecador em cada um de nós; aquela parte de nós é do Céu e a outra parte da Terra. Kennedy também escreveu bem, ao observar que cada pessoa é nada mais do que um “grande começo”.

Esse é o centro do problema. Um grande começo não é o suficiente. Deus quer entrar em nossa vida e completar a obra. Parte dela será tornar-nos pacificadores, para que sejamos mais e mais semelhantes ao Príncipe da Paz.”

Provérbios 28:25 – A Razão do conflito no Mundo

” […] Por que precisamos viver em um mundo de guerra e crime?

A resposta é simples – por causa do pecado. Por trás de todos os problemas humanos, quer entre indivíduos ou entre nações, está a característica pecaminosa da cobiça, ganância, egoísmo e egocentrismo.

Não podemos nem começar a entender os problemas de nosso mundo senão quando conhecermos a doutrina bíblica do pecado. É o pecado e seu sórdido resultado que tornam tão difícil manter a paz no mundo. Foi o pecado que levou ao fracasso todos os importantes planos de paz que ocuparam as galerias da história diplomática.

Os problemas básicos de nosso mundo não são políticos, econômicos ou sociais. Não! O verdadeiro problema é a atitude das nações e dos indivíduos, de colocarem a vontade e os desejos pessoais acima de tudo.

Como resultado, se eu sou grande e forte o suficiente, levarei o que quiser, imediatamente, pela força. É lógico que se eu não for forte o suficiente para tanto, eu o farei quando você não estiver olhando.

Para a paz algum dia reger o mundo, serão necessários novos corações, e novas mentes e atitudes. […]

Filipenses 2:3 – A Razão do Conflito na Igreja

“[…] por que temos tais problemas na igreja?, você poderia perguntar. Não deixamos o mundo para nos unir à igreja?

A resposta, uma vez mais, é simples – por causa do pecado! Mas os cristãos não desistiram do pecado para seguir a Cristo? Sim, os cristãos desistiram, mas ser um membro de igreja não é o mesmo que ser um cristão. E ser um cristão não quer dizer que o eu não apareça furtivamente de vez em quando, e cheio de orgulho exija que a sua vontade seja feita na igreja e no lar cristão.

Seria maravilhoso se todo membro de igreja alcançasse plena e perfeita santidade no momento em que assinasse o livro da mesma. Mas esse não é o caso. Não só há alguns membros não convertidos, mas até os verdadeiros conversos têm de encarar a realidade de que a santificação é obra de uma vida inteira.

Essa verdade, no entanto, não é razão para não se tomar humilde, cheio de consideração e amável hoje mesmo. Deus quer tomá-lo hoje e fazer de você um pacificador para Seu reino. […]

Deus chama você hoje para tornar a igreja um lugar diferente do mundo. Ele o chama individualmente para tornar-se um pacificador à semelhança de Jesus.”

Mateus 10:  34 – 39 – O Caminho para a Paz Suprema

“Um dos grandes paradoxos da vida de Cristo é que mesmo sendo Ele o “Príncipe da Paz” (Isa. 9:6), o fato de aceitá-Lo traz uma espada tão cortante que os conversos frequentemente descobrem que seus mais íntimos relacionamentos são rompidos.

Esse paradoxo está baseado no fato de que os princípios do reino de Cristo são diametralmente opostos aos dos reinos deste mundo.

Por isso, quando alguns membros de uma família ou comunidade trabalham de acordo com uma série de princípios, enquanto os outros de acordo com outra série, a hostilidade é o resultado inevitável. Jesus argumenta que, em tais casos, a maior lealdade do cristão deve ser prestada a Ele e Seus princípios, mesmo que essa posição cause problema.

Conquanto os cristãos frequentemente desfrutem paz de espírito nesta vida, para eles a plenitude da paz exterior não será alcançada senão na segunda vinda de Cristo. Até então os filhos de Deus são obrigados a existir nos reinos deste mundo, enquanto procuram viver de acordo com os princípios do reino do Céu.

Sua dupla cidadania tem suas próprias ansiedades. Mas na força de Jesus, os cristãos não desistem de seus princípios. Afinal, a bênção é para os pacificadores, não para os que amam a paz.

O caminho para a paz suprema está em firmar-se nos princípios de Deus. Se a pessoa ama a paz da maneira errada, ela pode causar problemas em vez de paz. Tal pessoa, por exemplo, pode permitir que se desenvolva uma situação ameaçadora ou perigosa sem dizer coisa alguma. […]”

Mateus 16:  24 – 25 – Promover a Paz Requer Nova Atitude

“Promover a paz, como mencionamos poucos dias atrás, não é uma atitude normal para o ser humano. A pessoa “normal” neste mundo se preocupa principalmente, e em primeiro lugar, com seu próprio orgulho e privilégios.

Como as pessoas estão me tratando? Estou recebendo minha justa porção? As pessoas demonstram o devido respeito por mim? Essas são as perguntas mais importantes. Essas são também as perguntas que destroem a paz e geram contenda.

Como resposta a essa linha de pensamento, Jesus aponta para a cruz.

A maioria de nós jamais terá de suportar uma cruz de verdade, mas todo cristão deve crucificar a natureza obstinada que, acima de tudo, deseja colocar o eu em primeiro lugar e fazer a própria vontade.

Para compreender o que Jesus queria dizer no texto de hoje, precisamos nos lembrar de que pecado, em seu sentido mais básico, é colocar no centro de nossa vida o próprio eu e a própria vontade, em vez de Deus e Sua vontade. Pecado é rebelião contra Deus por fazermos do eu o controle e foco central.

É o princípio de vida centralizado no eu, tão natural ao ser humano, que precisa morrer. Por isso, Dietrich Bonhoeffer falou ao coração quando escreveu sobre o que significa ser cristão, dizendo: “Quando Cristo chama alguém, Ele o convida a vir e morrer.”

Quando enfrento as reivindicações de Cristo face a face, ou preciso crucificá-Lo ou deixar que Ele me crucifique. Não há meio-termo. Felizmente, depois da cruz na vida da pessoa, vem o novo nascimento em Cristo. O processo de tornar-se pacificador começa com essa crucifixão e novo nascimento. Sem essa experiência, seremos meramente membros de igreja teimosos, contenciosos ou egoístas – uma verdadeira catástrofe nos bancos da igreja. Passando por essa experiência, porém, nos tornamos servos do Deus Vivo e pessoas que amam seus semelhantes.”

Tiago 1:19 – A Prática de Promover a Paz – I

“Talvez uma das mais importantes habilidades do pacificador seja saber como ficar quieto. Se as pessoas soubessem controlar a língua, haveria bem menos discórdia no mundo.

A passagem bíblica para hoje sugere que devemos ser prontos para ouvir, mas tardios para falar. Temo, porém, que muitos de nós sejamos ágeis para falar e lentos para ouvir.

Um mundo de tristeza e discórdia poderia ser evitado, se tão-somente nos recusássemos a repetir as coisas, quando sabemos que elas causarão dano. Uma função importante de promover a paz é permanecer silente, mesmo quando somos tremendamente tentados a passar adiante essa ou aquela fofoquinha. O “homem natural” dentro de nós é forte, mas por amor à paz, os cristãos controlam a língua. Lembre-se de que nunca é bom dizer coisas pouco amáveis ou desagradáveis.

Tiago compara a língua a uma pequena fagulha que pode dar início ao incêndio de uma grande floresta. Uma vez que as palavras saem da nossa boca, não podem ser recolhidas. Elas passam de uma pessoa para outra; geralmente com grande parte de exagero e distorção.

O temperamento está intimamente relacionado com o controle da língua. Quando somos atacados, como é fácil perder a esportiva e dar às pessoas o que achamos que elas merecem. Isso resulta em falta de paz para elas e para nós.”

Gálatas 5:22 e 23 – A Prática de Promover a Paz – II

“Controlar meu temperamento e minha língua pode ser considerado como promover a paz passivamente. Mas passividade não é tudo na questão. Igualmente importante é promover a paz ativamente.

[…]

O processo de promover a paz é uma atividade que possui muitas facetas. Para ser um pacificador é preciso avaliar cada situação à luz do evangelho. Deve-se perguntar: Quais sãos as implicações disso? Afinal, outros estão envolvidos além de mim. Que influência terão sobre eles as minhas ações? Que influência terão elas sobre o nome de Cristo? Ou sobre a igreja? Ou sobre a comunidade? Um pacificador anda de acordo com a luz da mensagem do evangelho.

O pacificador é também um evangelista. A pessoa pacificadora se envolve em ajudar as pessoas a desenvolverem com Deus, através de Jesus Cristo, um relacionamento que resulte em salvação. O pacificador é um ministro de reconciliação.

Ser pacificador é ser uma bênção ao mundo. Que nunca nos esqueçamos de que neste mundo ou somos parte da solução ou parte do problema.”

Filipenses 2: 5 – Filhos de Deus

“A recompensa dos pacificadores é que “serão chamados filhos de Deus”. Mat. 5:9. Não é apenas um privilégio; é também uma responsabilidade. Ser filho de Deus significa ser semelhante a Ele. […]

De modo semelhante, os cristãos são chamados a se assemelharem a Deus. Devemos, como menciona o texto de hoje, ter o sentimento [mente] de Cristo. E como era Cristo? Se continuarmos lendo a passagem, veremos que Ele Se humilhou e Se tornou obediente até à morte. Ele Se tornou para nós um servo.

[…] Devemos nos tornar servos, não só de Deus, mas de nossos semelhantes. Devemos dar de nós mesmos como Cristo deu a nós. Devemos ser semelhantes a Deus porque somos Seus filhos.

Os pacificadores não serão apenas semelhantes a Deus ao promover Sua paz. Eles experimentarão também a paz de Deus em sua vida diária.

Lemos no livro O Maior Discurso de Cristo que “não há outra base de paz” (pág. 27), senão estar em paz com Deus na própria vida, renunciando ao pecado e abrindo nosso coração ao amor de Cristo.

A passagem continua a afirmar que “a graça de Cristo, recebida no coração, subjuga a inimizade; afasta a contenda, e enche o coração de amor. Aquele que se acha em paz com Deus e seus semelhantes, não se pode tornar infeliz. Em seu coração não se achará a inveja; ruins suspeitas aí não encontrarão guarida; o ódio não pode existir. O coração que se encontra em harmonia com Deus partilha da paz do Céu, e difundirá ao redor de si sua bendita influência. O espírito de paz repousará qual orvalho sobre os corações desgostosos e turbados pelos conflitos mundanos”. – Págs. 27 e 28.

Essa é a bênção de ser um filho de Deus.’

Mateus 5: 3, 10 – A Última Benção

“Com o verso 10, chegamos à última bem-aventurança. A promessa dessa bem-aventurança é idêntica à da primeira – “deles é o reino do Céu”. Mat. 5:3 e 10.

Assim, Jesus começou e terminou com a mesma promessa. A promessa da primeira bem-aventurança e da última formam um pacote verbal bastante abrangente, com Mateus 5:11 e 12 provendo um comentário sobre o verso 10.

Nesse pacote, Jesus colocou alguns dos mais importantes conselhos de Seu ministério. Nele, Ele descreveu a essência do caráter de cada cristão.

[…] O centro, tanto da Sua mensagem (Mat. 4:17) como da mensagem de João Batista (Mat. 3:2), era que o reino de Deus era chegado.

A importância do Sermão do Monte, é que ele apresenta os princípios do reino de Jesus no início do Seu ministério. E esses princípios, […] são extremamente diferentes dos princípios do mundo, e até mesmo dos princípios do mundo religioso dos dias de Jesus (e dos nossos).

Os judeus esperavam um reino de poder e glória, mas Jesus disse que antes daquele reino chegar, Seus seguidores viveriam em um reino de humildade de espírito, lamento pelo pecado, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza, promoção da paz, e perseguição.

[…] o reino de Jesus não era o que os judeus esperavam. Aquele reino virá em sua plenitude por ocasião da segunda vinda de Cristo. No reino de poder e glória, os caminhos do mundo e do mundo religioso não terão lugar. Muito pelo contrário, seus caminhos serão de mansidão, paz, misericórdia e assim por diante.

[…] a época presente é o tempo de começar a viver os princípios do Céu. Meu caráter não será transformado por ocasião do segundo advento. Continuarei sendo o que tenho sido. Agora é o tempo de permitir que Deus mude meu coração e minha vida para que eu possa estar preparado para a plenitude do reino.”

João 15 : 18 -19 – Jesus Nunca nos Prometeu um Mar de Rosas

O cristianismo, conforme Jesus apresentou, não é como um piquenique pacífico. Entre todos os importantes educadores do mundo, talvez Ele seja o mais honesto. Vez após outra, Jesus salientava o fato de que Seus seguidores seriam perseguidos porque eram semelhantes a Ele, porque andariam de acordo com princípios totalmente opostos aos da cultura em geral.

O cristianismo tem resultado em perseguição em todas as áreas da vida cristã; no trabalho, por causa das questões de observância do sábado; na família, por causa das responsabilidades e prioridades; e na vida social, por causa de novos estilos de vida.

A realidade é que o verdadeiro cristianismo muda as pessoas. Ele os deixa fora de sintonia com a cultura humana “normal” (isto é, “pecaminoso”). E o resultado é perseguição.

E essa perseguição nem sempre tem sido suave. O imperador Nero, por exemplo, cobriu os cristãos de piche e os incendiou, para que servissem de tochas vivas para iluminar seu jardim. Ele também os costurou dentro de peles frescas de animais e colocou os próprios cães de caça atrás deles para os atacarem e estraçalharem. Outros cristãos foram costurados dentro de peles frescas de animais e colocados ao sol para secar e morrer, enquanto as peles se encolhiam e lentamente os sufocavam e esmagavam seu corpo indefeso. Ainda outros tiveram partes do seu corpo decepadas e assadas diante de seus olhos, ou receberam uma chuva de chumbo derretido fervendo.

A lista de atrocidades seria infinda. O próprio Jesus não ficou isento. Ele morreu a terrível e humilhante morte de cruz.

A perseguição e discriminação ainda não estão no fim. A Bíblia nos diz que elas continuarão até o fim dos tempos.

Tais coisas, porém, não quebrantam o espírito dos seguidores de Cristo, porque eles sabem que este mundo não é seu lar. Eles sabem que aqueles que são “perseguidos por causa da justiça” herdarão o reino de Deus.”

2 Timóteo 3: 12 – Perseguidos, Por Quê?

Todos os tipos de pessoas que alegam ser cristãs são perseguidas. Será que a perseguição delas significa que são cristãs?

A resposta bíblica a essa pergunta é um categórico “não”! Jesus não disse: “Bem-aventurados aqueles que são perseguidos”, mas “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça”.

Existe uma grande diferença entre essas duas ideias. Tenho um amigo que pertence a certo grupo religioso, que acredita que a perseguição que sofrem é sinal de que suas doutrinas e estilo de vida estão corretos.

[…] nossa Bíblia […] não diz: “Bem-aventurados os que são perseguidos por serem censuráveis ou difíceis.” Nem tampouco promete bênçãos aos que são perseguidos, por serem tolos ou insensatos na maneira de darem seu testemunho.

[…] Algumas pessoas testemunham de maneira que verdadeiramente ofende as pessoas sensíveis. É noção ridícula de testemunhar que provoca sua perseguição. Essa perseguição pode ter pouco ou nada a ver com o que Jesus está dizendo.

O mesmo pode ser dito acerca daqueles que são extremamente zelosos ou fanáticos. O fanatismo e o extremismo nunca são elogiados no Novo Testamento.

A passagem final das bem-aventuranças é bastante específica. Ela diz: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça.” Mat. 5:10. Eles são considerados abençoados porque vivem de acordo com os princípios de Jesus, os princípios das bem-aventuranças. Como resultado, são encontrados fora de sintonia com a cultura geral e até mesmo com grupos religiosos que assimilam os princípios da cultura geral.

[…] a perseguição sobrevirá, de uma forma ou outra, a toda pessoa que procura viver piedosamente em Cristo Jesus. O mundo não tem capacidade nem disposição para aceitar os princípios radicais do evangelho. O verdadeiro cristianismo está fora de sintonia com a cultura, porque ele se baseia em um conjunto radical de princípios.”

Lucas 6: 26 – As Pessoas Boas e os Cristãos

Por que Jesus pronuncia um “ai” em vez de urna bênção sobre aqueles a quem todos louvam?

[…] bem-aventurados não são aqueles que são perseguidos por serem bons ou por serem nobres ou altruístas. Esses traços são geralmente apreciados pela cultura pagã. Corno D. Martin Lloyd-Jones coloca: “Você provavelmente não será perseguido por ser bom… [ou] nobre. O mundo… geralmente louva, admira e ama os bons e os nobres.”

[…] os bons e os nobres raramente são perseguidos, porque até os pagãos acham que essas pessoas são exatamente como eles mesmos. Não são, os bons que são perseguidos, mas os justos, aqueles que estão vivendo a vida de Jesus como é apresentada nas bem-aventuranças, A verdadeira justiça cristã faz com que a mera bondade e nobreza humanas tenham a aparência egocêntrica e esfarrapada.

Uma coisa é ser bom; e outra bem diferente é ser humilde e manso. Uma coisa é ter orgulho de nossas nobres realizações; mas outra bem diferente é ser humilde de espírito e ter fome e sede de justiça e bondade que unicamente Deus pode suprir.

[…] As Bem-aventuranças definem a linha de batalha entre os princípios do reino de Satanás e os do reino de Cristo. E cada conversão aos princípios de Cristo, é um ato no drama do grande conflito entre as forças do bem e do mal.

Opróbrio e perseguições atingirão a todos os que estão cheios do Espírito de Cristo.” — O Maior Discurso de Cristo, pág. 29. Portanto, precisamos avaliar bem a nossa situação quando “todos” nos “louvam”.”

5: 11 – 12 – Galeria de Honra dos Perseguidos

” […] esses dois versos não formam uma nova bem-aventurança. São, porém, complemento e comentário sobre a oitava bem-aventurança. Como tal, há várias coisas que devemos observar nos versos 11 e 12.

A primeira delas é que através do curso da história, os profetas de Deus têm sido perseguidos. Na verdade, no Antigo Testamento eram os falsos profetas, e não os verdadeiros, que eram geralmente bem aceitos pelo povo, pelas autoridades políticas e frequentemente pelos líderes religiosos também. Isso acontecia porque eles traziam mensagens suaves e agradáveis. Como Deus disse a Ezequiel: “[Eles] andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz.” Ezequiel 13:10, ARC.

As pessoas preferem ouvir coisas suaves do que o chamado de Deus para o arrependimento e reforma. Foi esse chamado direto que trouxe rejeição e perseguição aos mensageiros de Deus através dos tempos.

A galeria de honra dos perseguidos está repleta de nomes de pessoas que seguiram a Deus através dos séculos. Abel foi perseguido por Caim porque ofereceu “uma oferta mais agradável”. Noé foi ridicularizado como sendo fanático e alarmista. Davi foi perseguido por Saul, e Elias por Acabe. Daniel passou algum tempo na cova dos leões, e Paulo foi perseguido em todos os seus empreendimentos pelas pessoas de fora e até de dentro da igreja.

O “status quo” não gosta de ser desafiado pela verdade divina quando ela é realmente a verdade de Deus. Aqueles que são rejeitados por causa de Cristo têm uma herança sem paralelo. Precisamos estar sempre alerta “quando todos” nos “louvam”. Luc. 6:26. Não foi coisa tão boa no caso dos profetas de Deus. Nem foi bom para o mais importante dentre o povo de Deus – Jesus. Ele morreu na cruz por causa daquilo que ensinou e viveu.

Pai, ajuda-nos hoje a nos revestirmos de coragem, considerando a história do Teu povo quando os problemas atravessarem nosso caminho. Ajuda-nos a viver nos Teus princípios, a despeito das dificuldades.”

2 Timóteo 4:8 – Cristãos se Preocupam com Recompensas?

“Algumas pessoas parecem pensar que os cristãos não devem se preocupar com a recompensa final. Isso quer dizer que eles deveriam viver acima do pensamento da promessa eterna ou do temor do inferno. O verdadeiro cristão, conforme pensam, vive a vida cristã pelo simples prazer de ser cristão.

Bem, parece haver um pouco de verdade nessa linha de pensamento. Afinal, ninguém será salvo por temer o inferno. Nem tampouco as pessoas estarão no reino eterno de Deus meramente porque o consideram a melhor coisa que existe. Além disso, as pessoas não recebem uma bênção intrínseca simplesmente porque a vida cristã é melhor do que as outras alternativas.

Essas verdades, porém, não constituem a verdade total. A Bíblia não deixa dúvidas ao falar acerca de recompensas e castigos por ocasião do segundo advento. Mateus 5:12, com suas palavras a respeito da grande recompensa no Céu para os fiéis, é simplesmente um dos muitos textos sobre o assunto. Tiago fala acerca da “coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que O amam”. Tiago 1:12. E Paulo não deixou dúvidas na passagem de hoje de que ele aguardava o recebimento de sua “coroa da justiça” por ocasião da volta de Cristo.

Deus ama Seus filhos. Ele deseja abençoá-los mais abundantemente do que eles podem imaginar. Parte de Sua bênção é a recompensa futura na Terra renovada.

Esse pensamento nos transporta de Mateus a Apocalipse: “Eis que venho sem demora”, lemos no último capítulo de Apocalipse, “e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.” Apocalipse 22:12.

Conquanto nossa motivação principal não seja a esperança de recompensa e o temor do castigo, precisamos ir além da ideia não-bíblica de que esses não devem ser os motivadores. Deus quer que desejemos as melhores coisas. E Seu desejo que almejemos o Céu ao peregrinarmos neste mundo, que não é o ideal.”

Salmo 27:1 – Diante do ideal de Deus

” […] Cristão é uma pessoa humilde de espírito, mansa, que tem fome da justiça de Deus, é misericordiosa, e outras coisas mais.

Sem todas as oito características, não estamos vivendo vida cristã. O ideal de Deus para cada um de nós é que vivamos as bem-aventuranças todos os dias, através do poder do Espírito Santo. Elas são os princípios do Seu reino aqui na Terra e na Terra por vir. Elas definem o caráter cristão.

Mas você pode estar pensando: Minha vida não é tudo que devia ser; diariamente falho diante do ideal de Deus.

Você tem razão! Você e eu falhamos. Isaías, em sua visão de Deus, clamou: “Ai de mim!” Quando nos deparamos face a face com Deus e Seus princípios, nos sentimos “perdidos” (Isa. 6:5).

As boas novas são que Jesus conhece nossas falhas e provê uma solução para o nosso dilema no Sermão do Monte.

Primeiramente, o reconhecimento de nossa fraqueza de caráter está no centro das Bem-aventuranças. Esse reconhecimento é que nos torna humildes de espírito, nos leva a chorar pelos nossos erros, nos ajuda a trocar a arrogância espiritual pela mansidão e nos conduz a Jesus, ao sentirmos fome e sede de justiça.

A segunda e terceira provisões de Jesus para nossas faltas na vida cristã são encontradas na Sua importante oração. Ele nos aconselha a orarmos para que Deus “perdoe as nossas dívidas” e “livre-nos do mal”. A primeira dessas recomendações tem a ver com a graça perdoadora de Deus; a segunda, em parte, tem a ver com a graça habilitadora.

Exaltado seja Deus por ter feito provisões para nossas fraquezas. Louvado seja Jesus pelos ideais que nos ajudam a reconhecer quando falhamos e que nos conduzem a Ele para obter perdão e forças.”

2º Passo: O Testemunho do Cristão – Sua influência – Mateus 5: 13 – 16. Aprendemos com Jesus sobre a responsabilidade que temos de testemunhar do Seu amor.

5: 13 – O Segundo Passo

” […] Nas Bem-aventuranças de Mateus 5:3-12, Jesus define os elementos essenciais do caráter do cristão. Entretanto, na metáfora do sal e da luz, nos versos 13 a 16, Ele considera a influência do cristão.

Na verdade, essas duas seções do Sermão do Monte estão intimamente relacionadas. Afinal, a influência do cristão depende do seu caráter. Sem um caráter cristão, não pode haver influência cristã.

Esta última sentença pode parecer muito trivial para a maioria de nós, para ter algum significado. O que queremos dizer quando falamos que sem um caráter cristão, não há influência cristã?

Simplesmente isto: que os assim chamados cristãos, que não são misericordiosos, mansos, nem puros de coração e outras coisas mais, não são realmente cristãos, embora pertençam à igreja. Essa pessoa exercerá alguma influência, mas sua influência não será cristã.

E aí está um problema para a igreja. Porque como a pessoa é chamada de cristã e pertence à igreja, suas ações são vistas pela comunidade em geral como representando aquilo que significa cristianismo. Mas isso é um falso testemunho. A maneira trapaceira de alguns fazerem negócios e o orgulho ou difamação de outros apresentam um falso testemunho à comunidade. Isso não é testemunho cristão. A pessoa precisa ser cristã conforme as Bem-aventuranças, se ela quer exercer uma influência cristã.

Devemos observar também que Mateus 5:13 diz que os cristãos são o sal da Terra. Se eles são cristãos, não há outra escolha. Essa é a nona declaração de Jesus sobre os cristãos em Seu sermão. Assim sendo, como são mansos e pacificadores, também serão o sal do mundo. E porque somos o sal do mundo, precisamos estudar cuidadosamente a utilidade do sal.’

Gênesis 6: 5 – 6 – O Problema do Mundo

“Um ponto importante para se compreender nas palavras de Jesus, ao dizer que os cristãos são o sal da terra, ou do mundo, é que elas não só descrevem o cristão, mas inferem uma descrição do mundo onde o cristão deve atuar como sal. Jesus coloca o sal contra o mundo; Ele quer dizer que os cristãos são diferentes e distintos do mundo. Unicamente por serem diferentes e distintos, podem eles ser reconhecidos como sal e ter o efeito do sal.

Esse capítulo já descreveu o cristão, mas não descreve o mundo. Essa descrição é encontrada na Bíblia inteira.

A primeira descrição da Terra ou do mundo na Bíblia é: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gên. 1:31. Mas essa qualidade de “bom” não perdurou. Gênesis 3 relata a entrada do pecado e da corrupção no mundo e na raça humana.

Gênesis 4 assimila essa descrição de corrupção e apresenta a situação do mundo através da história de Caim e Abel. No capítulo 6 encontramos Deus declarando que a Terra e seus habitantes haviam verdadeiramente se corrompido ao máximo.

Mais tarde, a Bíblia descreve o Dilúvio e Deus começando tudo de novo com Noé. O novo começo, porém, falhou. A corrupção continuou a se alastrar.

A Bíblia é a história de um mundo enfermo e de um Deus que procura resgatá-lo. E à luz desses fatos que precisamos ler as palavras de Jesus. G. Campbell Morgan disse com muita propriedade que: “Ao contemplar Jesus a multidão de Seus dias, via a corrupção, a desintegração da vida em todos os sentidos, seu colapso, sua ruína; e por causa do Seu amor às multidões, Ele sabia que a coisa que mais precisavam era o sal, a fim de que a corrupção fosse detida.”

Os cristãos têm uma função no mundo. Eles são o sal da Terra.”

João 17: 15 – 16 – A Natureza do Sal

“Uma das grandes tensões da vida diária é que nós, cristãos, somos cidadãos de dois reinos ao mesmo tempo. Somos cidadãos do reino do Céu, mas nossa existência diária tem lugar em um dos reinos deste mundo. Jesus disse isso de maneira um pouco diferente quando observou que os cristãos vivem no mundo, mas não são do mundo.

Quer dizer, eles não vivem isolados do mundo. Aos cristãos é dito que sua mente e perspectivas devem se concentrar em outro mundo, mas nunca que devem sair desse mundo ou deixar de se importar com o mundo. Esse foi o erro do monasticismo. De acordo com esse conceito, para viver a vida cristã suprema, a pessoa devia se afastar da sociedade e desfrutar uma vida de contemplação.

[…] Os cristãos devem ser o sal da Terra. Isso quer dizer, como Dietrich Bonhoeffer descreve, que eles “não devem somente pensar no Céu; eles têm uma tarefa a cumprir na Terra também”.

[…] O sal tem muitas funções. Nas sociedades que não possuem refrigeração, ele é usado como preservativo. E friccionado na carne para evitar sua deterioração. Uma função positiva do sal é dar sabor. […] Para ter efeito, porém, o sal precisa estar em contato com o alimento. Se deixarmos o sal a uns poucos centímetros de distância do alimento, ele não pode preservá-lo, nem lhe dar sabor.

Os cristãos funcionam como o sal ao misturar-se com a cultura ao seu redor. […] A vida deles “dá sabor” à sociedade através de pequenos atos de bondade praticados, da humildade que demonstram e assim por diante. Até mesmo pessoas orgulhosas e de coração endurecido geralmente acham difícil não respeitar verdadeiros cristãos, embora possam preferir não imitá-los.”

1 Coríntios 5: 6 – Vida de Sal

O sal é como o fermento no que se refere à sua capacidade de permear o alimento com o qual entra em contato. Assim como o fermento transforma toda a massa feita de farinha e água na qual foi acrescentado, também o sal dá sabor a uma grande panela cheia de feijão. O sal muda as coisas.

[…] O sal da influência cristã será positivo, não negativo. Será edificante e promissor. A vida cotidiana do cristão deixará em seu despertar um vestígio e uma atmosfera de paz, mesmo em tempos turbulentos. Ela dará sabor a tudo que tocar, porque pela fé está em contato com o Deus que tem cuidado de Seus filhos. O cristão demonstra as características divinas porque “o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. Gálatas 5:22 e 23. […]

Talvez o principal ingrediente de uma influência cristã seja o amor transbordante e genuíno. “Quando o amor enche o coração”, lemos em O Maior Discurso de Cristo, “fluirá para os outros, não por causa de favores recebidos deles, mas porque é o amor o princípio da ação. O amor modifica o caráter, rege os impulsos, subjuga a inimizade e enobrece as afeições. Este amor é vasto como o Universo, e está em harmonia com o dos anjos ministradores. Nutrido no coração, adoça a vida inteira e derrama seus benefícios sobre todos ao redor. E isto, e isto unicamente, que nos pode tomar o sal da Terra.” – Pág. 38″

I Coríntios 15:1 – 4 – O Lado Social do Sal

“As boas novas do evangelho são que Jesus morreu por nossos pecados; além disso, Sua ressurreição é a garantia da nossa ressurreição futura. Alguns gostariam que crêssemos que as boas novas são o fato de que a igreja cristã efetuará uma reforma social na economia e nos governos humanos. Eles veem a função de sal da igreja como aquela na qual seu papel é fazer pronunciamentos acerca da situação geral do mundo no tocante a coisas como política, economia e relações exteriores.

O problema com essa abordagem da analogia do sal é que ela não é encontrada no Novo Testamento. Em lugar nenhum vamos encontrar Jesus ou Paulo trabalhando em prol da reforma do governo romano ou emitindo decisões à corte imperial para fazer isso ou aquilo.

Aqueles que têm considerado a função de sal do cristão como essencialmente social, basearam sua compreensão nos profetas do Antigo Testamento. Mas há um problema com essa maneira de ver, pois em Israel não havia distinção entre Igreja e Estado. Por isso, os profetas do Antigo Testamento tinham de considerar a vida inteira da nação.

No Novo Testamento é diferente. A igreja não é identificada com nação nenhuma, nem grupo de interesses específicos. Pelo contrário, a principal função é pregar o evangelho da salvação em Jesus a todas as nações. Mas uma vez que a igreja começa a interferir num ou noutro assunto econômico ou social, ela deixa de alcançar aqueles que estão do outro lado da questão.

Aqui, no entanto, precisamos ser cuidadosos para não ir de um extremo ao outro. Conquanto a igreja deva estar alerta para não tomar partido, os cristãos individualmente têm a responsabilidade de votar e fazer com que sua voz seja ouvida na comunidade, bem como testemunhar dos princípios bíblicos em sua vida diária. […]”

Lucas 15: 34 – 35 – Sal Insípido

“[…] Os cristãos não têm outra escolha quanto a ser ou não o sal. Jesus declarou: “Vós sois o sal da terra.” A única escolha que temos como cristãos é rejeitar nossa função de sal dada por Deus.

E como podemos fazer isso? Não sendo como Jesus, que viveu e morreu pelo bem dos outros.

Recusamos a função de sal quando deixamos de nos misturar com o mundo, quando os cristãos se separam daqueles que necessitam de sua preservadora influência. Rejeitamos a função de sal quando não somos amáveis e bondosos. Contrariamos a função de sal quando colocamos nossos desejos e vontades acima das necessidades dos demais. Recusamos a função de sal quando deixamos de viver as bem-aventuranças.

Quando fazemos essas coisas, perdemos o sabor, pois não somos sal. Tornamo-nos parte do mundo e vivemos de acordo com os seus princípios. Já não somos mais o sal. Isso nos toma parte do problema e não da solução. Recusar a função de sal é negar os princípios do reino. Negar esses princípios é rejeitar o Senhor que os estabeleceu.”

5:14 – Vocês são Luz

“Vós sois a luz do mundo”. […] Ele não estava se dirigindo a líderes religiosos. Não estava encorajando pregadores ou teólogos. Estava falando com pessoas comuns – pessoas totalmente sem importância do ponto de vista do mundo daquela época.

[…] Ser cristão é uma coisa notável. Jesus não disse que os filósofos eruditos ou estrategistas políticos eram a luz do mundo, mas você, o senhor, a senhora ou a senhorita, um cristão comum. Podemos dizer que é uma declaração excepcional, sem exagerarmos.

[…] Os cristãos são a luz do mundo pelo próprio fato de serem cristãos.

[…] você é um cristão que conhece a Jesus. Você sabe que Ele morreu pelos seus pecados e foi ressuscitado ao terceiro dia para dar-lhe vida. Essa é a mensagem da salvação.

[…] “o mundo não conheceu a Deus pela Sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação”. I Cor. 1:21. A cruz de Cristo é loucura para o mundo em geral, mas é o coração da mensagem cristã. É o elemento decisivo em nossa salvação.

Todo cristão é uma luz que ajuda outros a encontrarem a salvação em Jesus. Todo cristão é um missionário para falar a outros a respeito do amor de Deus e de Seu perdão em Jesus.

[…] Todos os dias Deus lhe dá a oportunidade de testemunhar em favor dEle. Que privilégio! […]”

João 8: 12 – A Verdadeira Luz

Você não é a verdadeira luz do mundo. Jesus é. Você é luz porque está ligado a Ele, porque O segue.

Você não tem luz em si mesmo, […] devemos ser humildes em nossa alegria. Não somos a verdadeira luz, mas um reflexo ou extensão da luz refletida por Jesus.

[…] Precisamos ter Cristo em nós através do Espírito Santo a cada dia. Não podemos funcionar como luzes sem ter Cristo em nosso interior diariamente, sem um relacionamento íntimo com o Senhor da luz.

Esse suprimento de luz não é algo que acontece uma vez, por ocasião da conversão, e dura para sempre. Não, precisamos ir a Jesus diariamente por meio da oração e do estudo da Sua Palavra. À medida que recebemos o óleo diariamente, temos luz para levar a outros.

O pavio é outro elemento essencial nas lamparinas. Quando o pavio se toma desgastado e começa a fumegar, deixa de dar luz adequadamente. Precisa então ser aparado para que sua luz possa brilhar novamente.

Assim é em nossa vida espiritual. Precisamos dia a dia avaliar a nós mesmos à luz do amor de Deus e das bem-aventuranças, e “aparar” nossa vida a fim de mantermos o pavio queimando, de modo a emitir luz e não fumaça.”

Mateus 28: 19 – 20 – A Comissão Missionária

‘Vamos dar mais uma olhada na declaração que Jesus fez em Mateus 5:14, dizendo que os cristãos “são a luz do mundo”. Quando consideramos as duas últimas palavras da frase, ficamos ainda mais admirados do que quando consideramos a primeira parte. As pessoas comuns às quais Jesus estava falando não só eram a luz; elas eram a luz “do mundo”.

[…] Jesus não disse que eram a luz da Palestina, do Império Romano ou de qualquer outra parte do mundo. Não! Ele disse que Seus seguidores são a luz do mundo inteiro.

[…] Como discípulos de Cristo, devemos transmitir Seus ensinos a todas as nações.

A ideia se toma ainda mais notável quando compreendemos que Jesus falava aos judeus, e que naquela época a nação judaica havia se tornado exclusiva. Ela havia erigido uma muralha ou separação entre si e todas as outras nações.

A despeito do exclusivismo deles, Jesus disse aos Seus ouvintes judeus que eles eram (bem como nós) a luz do mundo. Assim, como lemos em O Maior Discurso de Cristo, “Cristo derriba a parede de separação, o amor-próprio, o separatista preconceito de nacionalidade, e ensina amor a toda a família humana. Ergue os homens do estreito círculo que lhes prescreve o egoísmo; elimina todos os limites territoriais e as convencionais distinções da sociedade. Não faz diferença entre vizinhos e estrangeiros, amigos e inimigos. Ele nos ensina a considerar todo ser humano necessitado como nosso semelhante, e o mundo como nosso campo”. – Pág. 42.

“Vós sois a luz do mundo.”

Gálatas 3:29 O Novo Israel de Deus

Quando Jesus expôs aos Seus seguidores a Sua missão para o mundo, fazendo deles o sal da terra e a luz do mundo, Ele na realidade lhes deu a missão que pertencera a Israel anteriormente.

No Antigo Testamento, Israel era o povo do Concerto de Deus, era “a luz aos outros povos”. Isa. 42:6. Israel era o povo, nação escolhida, preciosa e santa de Deus. Ele dera a Israel uma missão para o mundo inteiro. Oportunamente, “chamarão a Jerusalém o trono do Senhor; nela se reunirão todas as nações em nome do Senhor e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno”. Jer. 3:17. “Todos os que… se volvessem da idolatria ao culto do verdadeiro Deus, deveriam unir-se ao povo escolhido. Quando o número de Israel aumentasse, deveriam ampliar os limites até que seu reino abarcasse o mundo.” – Parábolas de Jesus, pág. 290.

Mas Israel não cumpriu o propósito de Deus para ele. Como resultado, Jesus deu a missão aos Seus seguidores. Talvez esse fato tenha ficado bem claro na parábola dos lavradores arrendatários (Mat. 21:33-46).

Nessa parábola, o proprietário plantou uma vinha e a arrendou aos lavradores. Quando envia servos para receber sua renda eles são maltratados. Finalmente ele envia o próprio filho, a quem eles matam. Como resultado, “[Ele] fará perecer horrivelmente a estes malvados e arrendará a vinha a outros lavradores”. Então Jesus acrescenta Sua lição: “O reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos.” Versos 41-43.

Aquela “nação”, logicamente, é a igreja cristã. Ela foi chamada de “nação santa” e “povo peculiar” para dar testemunho de Cristo ao mundo inteiro. Por isso, “os da fé [em Jesus] é que são filhos de Abraão” e “o Israel de Deus”. Gálatas 3:7 e 6:16.

Ê sobre a igreja que todas as bênçãos do Antigo Testamento recaem. Mas não só as bênçãos. A igreja, você e eu, temos a responsabilidade de cumprir a missão dada a Israel como luzes do mundo.”

Apocalipse 2:5 – Castiçais Removidos

Os primeiros três capítulos de Apocalipse retratam Cristo andando no meio de sete castiçais de ouro, que representam Sua igreja. Nesses últimos dois dias estudamos a importante verdade de que nós, como igreja de Deus, somos a luz do mundo. Por isso, os castiçais do templo são uma representação adequada da igreja de Deus. Eram os castiçais ou candelabros que proviam luz para o templo na Terra, nos tempos do Antigo Testamento.

Mas o que acontece quando os castiçais não funcionam fielmente como deviam? São removidos. Por isso, como vimos ontem, Israel foi removido de sua posição como povo do concerto de Deus por ocasião da primeira vinda de Jesus ao mundo, e Sua comissão de ser luz de Deus ao mundo foi dada à igreja cristã. Desde então, a história tem testemunhado uma sucessão de organizações cristãs que difundiram brilhantemente a luz de Deus nos primeiros anos, mas perdeu seu claro testemunho bíblico em anos posteriores. Como resultado, os castiçais foram removidos, por assim dizer, à medida que surgem movimentos de reforma na tentativa de conseguir de volta uma visão mais clara da palavra de Deus na Bíblia.

O adventismo é um dos inúmeros movimentos de reforma. Deus tem uma missão para o adventismo – pregar a mensagem dos três anjos de Apocalipse 14:6-12 “a cada nação, e tribo, e língua, e povo”, antes da grande ceifa da Terra.

Como adventistas do sétimo dia, precisamos orar nesta manhã e cada manhã para que Deus nos ajude a ser castiçais fiéis para Ele, fiéis luzes ao mundo, para que nosso castiçal não seja removido.

Que bênção Deus nos tem concedido, de viver Sua vida e compartilhar Sua Palavra com outras pessoas. Que privilégio ser luz e não trevas, ser uma bênção aos que nos rodeiam, até os confins da Terra!

Senhor, ajuda-nos a conservar nosso castiçal.

Filipenses 2: 15 – A Função da Luz

“[…] os cristãos, por definição, são diferentes de seus vizinhos não cristãos. Por isso, a luz é significativa, pois é diferente do meio em que se encontra, assim como o sal é diferente daquilo a que ele dá sabor ou preserva.

A força das ilustrações de Jesus está nessas diferenças. Se o sal não tiver sabor e a luz não tiver claridade, eles não têm função nem utilidade. Como cristãos nascidos de novo, somos luz do mundo e sal da Terra só quando somos diferentes da cultura que nos rodeia, da mesma maneira que Jesus foi diferente do mundo. Exercemos influência no mundo porque nos mostramos, porque permanecemos em pé, porque vivemos as bem-aventuranças e porque nossos valores são radicalmente diferentes dos daqueles que nos rodeiam.

“Bem”, você pode perguntar, “como pode o cristão mostrar que é verdadeiramente ‘a luz do mundo’?” A resposta está em considerarmos as funções da luz.

A luz tem muitas funções. Uma delas é expor as trevas e as coisas que pertencem às trevas. Há lógica no fato de as pessoas não se conscientizarem das trevas até que se acenda a luz. Precisamos imaginar as luzes de um carro repentinamente atravessando a escuridão de uma estrada isolada. A luz muda todas as coisas, tanto para o motorista como para os que andam às apalpadelas na estrada escura.

Há lógica no fato de Jesus ter exercido essa função quando aqui veio. Mateus nos diz que “o povo que jazia em trevas viu grande luz”. Mat. 4:16. A luz da vida de Jesus, as trevas ficavam expostas, as coisas se tornavam diferentes.

Como acontece com a minha vida? Será que eu simplesmente me misturo com a cultura em geral, ou me destaco como alguém especial e diferente? Será que a minha vida ajuda outras pessoas a verem o “melhor caminho” com mais nitidez?”

Salmo 119: 105 Outra Função da Luz

“[…] como “luz do mundo”, a vida do cristão expõe as trevas pelos próprios princípios e pela maneira de viver. Mas expor a escuridão não é a única função da luz.

[…] A luz é um guia que nos ajuda a saber a direção que devemos seguir. Quando seguimos a orientação da luz, estamos seguros. […]

Jesus veio a este mundo para ser esse guia. E embora Ele tenha voltado para o Céu, não nos deixou em trevas. Ele nos deu a Sua Palavra como uma lâmpada para guiar nossos pés através das complexidades da vida.

Os cristãos se tornam luzes àqueles que os rodeiam quando compartilham a Palavra de Deus com outros, não só através de sua vida diária, mas através de estudos bíblicos e outras maneiras de partilhar os conselhos da Bíblia. A luz não tem apenas a função de guiar; tem também a função de advertir.

É muito importante que, como cristãos, não só reconheçamos as advertências e orientações da Palavra de Deus, mas que as ponhamos em prática em nossa caminhada com Jesus.

E ao prestarmos atenção à luz por nós mesmos, uma coisa maravilhosa ocorre-nos tornamos luzes para Deus no mundo em trevas.”

Mateus 5:15 – A Luz deve ser Vista

O cristianismo é algo que deve ser visto. Não existe discipulado secreto. Ou o sigilo destrói o discipulado ou este destrói o sigilo.

O verdadeiro cristianismo é visível a todos. Não é visível apenas na igreja. Um cristão, cuja influência termine na porta da igreja ou onde termina a comunidade religiosa, não é de grande utilidade.

A visibilidade do cristianismo deve ser evidente em todas as atividades da vida cotidiana. É visível na maneira como encomendo uma refeição no restaurante, no modo como trato aqueles com quem moro, na maneira como me relaciono com os colegas de trabalho, na forma como uso minha língua, como participo de jogos ou dirijo meu carro, enfim, em tudo que faço (ou deixo de fazer). O cristianismo desconhece dias de folga ou lugares isentos. E um modo visível de viver para todos verem. […]

Simplesmente seja uma luz o tempo todo, onde quer que estiver. Tão-somente viva a vida descrita nas bem-aventuranças de Jesus, e o povo verá a luz. O êxito do programa missionário não depende de nós. Nossa tarefa é deixar que Cristo brilhe através de nós.”

João 3: 19 – 21 – Nem Todos Gostam de Luz

“A luz é um grande separador. Ela separa a luz das trevas. Quando expostos à luz, temos duas opções – saudá-la e aceitá-la ou fechar nossos olhos e virar em direção oposta. […]

O mesmo acontece com o cristianismo. Nosso verso de hoje diz que alguns buscam a luz de Jesus, enquanto outros fazem tudo que podem para evitá-la.

A diferença entre as duas reações reside na natureza humana. A natureza humana caída ama as trevas ao invés da luz. Ela não gosta de ter seus atos e motivos expostos. Muitos dos que pertencem à igreja e a frequentam todos os sábados não gostam da luz.

Por quê? Por que razão preferiria alguém as trevas à luz? A Bíblia nos dá a resposta dizendo que as obras dessas pessoas são más.

Mas como sabem elas que são más? Porque todas as pessoas têm uma consciência que as impressiona com noções do que é certo e do que é errado.

O problema é que fazemos coisas que sabemos serem erradas. Por quê? Porque gostamos de fazer essas coisas.

O problema das pessoas não está tanto no seu intelecto como em sua natureza. É por isso que a Bíblia nos recomenda vez após outra que precisamos de uma nova natureza, que precisamos ser convertidos e precisamos colocar Deus no centro de nossa vida e não prazeres próprios.

Resumindo, precisamos vir para a luz e ser transformados por ela. E isso que quer dizer cristianismo. Aqueles que não nasceram de novo odeiam a luz, mas os que são verdadeiramente retos para com Deus, não só amam a luz, como querem compartilhar a alegria da luz com outros.”

5: 17

“Nos versos 17 a 20, Ele não só informa que Seu ensino não é discordante da lei e dos profetas (o Antigo Testamento), como também indica que é bem diferente do ensino dos escribas e fariseus.”

5: 20

“Com o texto de Mateus 5:20, Jesus monta o palco para o que vem em seguida.”

Apocalipse 19: 7 – 8 – Nossa Justiça: Ponto de Salvação

“Em Mateus 5:20, Ele afirmou categoricamente que a menos que a justiça de uma pessoa excedesse a dos escribas e fariseus, ela não entraria no reino dos Céus.

“Frederick D. Bruner, teólogo presbiteriano, apresenta de maneira apropriada o intento de Jesus: “Vemos que entre os versos 17 e 20, a ordem passa gradativamente da teoria para a prática. E finalmente Jesus nos deixa com a suprema advertência:   Se a Escritura não nos torna justos, justos além da justiça das pessoas mais sérias da comunidade do antigo povo de Deus – os instrutores da Bíblia e os membros do farisaísmo separatista – não entraremos no reino. O propósito da Escritura, afinal, não é tanto a doutrina correta que ela encerra, mas a obediência pessoal a ela. O alvo da Escritura é a piedade da obediência. O assunto do pingo nos is e o corte nos tês, é o comportamento daqueles que os leem. O verso final na doutrina da Escritura de Jesus [Mat. 5:20] é completamente moral e até mesmo salvífico. Jesus nos adverte de que se a Escritura não atingir sua finalidade em nós – a justiça – ela dará fim a nós. A vida ou morte depende da nossa resposta a este Livro.”

“Agora estamos prontos para examinar tanto a coerência como as diferenças, enquanto Jesus, o legislador, pessoalmente nos mostra e expõe a profundidade e a amplitude do significado da lei.”

5: 21- 22 – “Eu, porém, vos Digo

“… os escribas e fariseus, que tomaram a lei de Deus no Antigo Testamento e criaram uma tradição verbal para proteger essa lei e aplicá-la à vida do povo. Esses líderes judeus eram geralmente sinceros em seu esforço por tomar a lei significativa. Mas a sua sinceridade não os protegeu do erro.”

“Ouvistes que foi dito” e “Eu, porém, vos digo”. Estas palavras são de importância crucial na compreensão de Mateus 5:21 a 48, e de todo o Sermão do Monte.

[…] Jesus não hesita em apresentar-Se como uma autoridade. Ele não está agindo como um rabino comum que começaria dizendo: “Há um ensino que diz… “ ou “O rabino fulano de tal disse que…” Jesus não baseia Seu ensino na autoridade de outros. Não, Ele era a autoridade no que se referia à lei.

Jesus Cristo não era mero homem, mero expositor da lei, ou simplesmente um outro profeta. Ele era infinitamente mais do que isso, e não Se envergonha de reivindicar Sua autoridade como Senhor da lei. Afinal, Ele é Deus o Filho. Embora tenha vindo em semelhança da carne do pecado, ainda fala com autoridade divina. Por isso, cada uma de Suas palavras é de capital importância para nós.”

2 Coríntios 3: 6 – Dois Pontos de Vista

“Os fariseus eram excelentes na letra da lei, mas fracos no espírito da mesma. Eles eram perfeccionistas por excelência, e todos os perfeccionistas precisam de uma lista do que fazer e do que não fazer. Os perfeccionistas precisam tornar a lei controlável, se quiserem guar- dá-la com perfeição.”

[…] O grupo dos fariseus não só restringia o significado dos mandamentos para tornar a perfeição possível, como também ampliava a per- missividade da lei a fim de que, por exemplo, um homem pudesse divorciar-se de sua esposa pelas razões mais triviais, sem ser considerado um transgressor da lei.

Jesus inverteu a tendência judaica de restringir o significado da lei e ampliar a sua permissividade. Recusou seguir as regras do jogo deles. Ele foi além da letra exterior da lei e até o seu íntimo propósito espiritual. Assim mostrou que a raiz do problema não é o ato, mas o pensamento que antecede o ato. Como resultado, até o desejo sensual por outra pessoa é pecado; até ficar irado contra outra pessoa é pecado.

“Dessa maneira, Jesus destruiu o perfeccionismo fácil dos fariseus.”

[…] Jesus não apenas preencheu a profundeza espiritual do significado da lei; Ele também removeu a permissividade legalista que os fariseus erigiram para proteger a própria imagem.”

Gálatas 5: 14 – A Segunda Tábua

“[…] todas elas se originam na segunda tábua da lei. Isto é, todas elas têm a ver com o nosso amor para com outras pessoas. Nenhuma das seis se concentra principalmente em nosso amor a Deus, conforme é apresentado na primeira tábua da lei.

[…] Jesus considerava a lei como uma unidade no sentido de que é impossível amar a Deus sem amar ao próximo.

[…] a entrada do pecado significou ruptura no relacionamento tanto entre o ser humano e Deus, como entre as pessoas. Quando não estamos bem com Deus, estamos também em desigualdade uns com os outros. Isto é assim porque quando me coloco no centro da vida, vivo conforme os princípios do egoísmo.

“[…] Quando sou curado por Deus, o princípio básico de minha vida muda. Nasço de novo, com novo coração e novamente. Não mais vivo conforme os princípios do egoísmo, mas conforme os princípios do amor divino.

Esse novo princípio me leva a ter consideração por você como pessoa. Você não é mais como um objeto ou coisa para mim. Assim como eu, você é alguém por quem Cristo morreu.

É-me impossível estar bem com Deus, sem estar bem com as outras pessoas. Essa é uma das grandes verdades centrais do Sermão do Monte.

[…] É no relacionamento humano que vivemos nosso cristianismo diário. As relações humanas são o teste rigoroso que determina se realmente nos tornamos cristãos. Esse é o ponto que Jesus está enfatizando em Mateus 5:21 – 48.

Êxodo 20:13 – Fonte de Homicídio

“O propósito de Jesus não é fazer-me sentir bem. E ajudar-me a compreender a natureza do pecado e minha grande necessidade de Sua graça perdoadora e habilitadora.

O que Jesus quis dizer ao mencionar que o fato de irar-se contra outra pessoa está incluído no verdadeiro significado do sexto mandamento?’

No grego existem duas palavras para ira. A primeira é thumos, e se refere àquela ira momentânea, que se inflama como a labareda em um monte de palha. E a ira que rapidamente arde e com a mesma rapidez morre. Essa não é a ira a que Jesus se refere em Mateus 5:21.’

Jesus usa a palavra orge. Orge é a ira duradoura, a ira da pessoa que nutre seu sentimento contra a outra, a ira que a pessoa acaricia e recusa deixá-la morrer. É a ira que busca vingança.’

‘Essa ira, sugere Jesus, é a mesma coisa que o homicídio. E a raiz do forte sentimento do coração e da mente que leva ao homicídio. E mesmo que não leve a cabo o ato, a pessoa que nutre a ira orge está em desarmonia com Deus e debaixo de juízo.’

Efésios 4: 26 – Irar-se é sempre Mau

“[…] Deus odeia o pecado. Jesus odeia o pecado. Seu coração amoroso fica sobrecarregado ao ver destruídas a felicidade e a vida de Seus filhos. Eles estão irados com o pecado e seus resultados.’

“[…] Por causa do grande amor dos membros da Divindade pelo ser humano, Eles Se iram contra as coisas que destroem as pessoas. A ira de Deus é uma santa indignação.”

“Os seguidores de Cristo não só podem como devem possuir essa mesma ira contra o pecado.”

[…] “Como cristãos, devemos odiar o pecado, mas amar o pecador. In- felizmente, com muita freqüência, tomamos o rumo exatamente oposto. Como resultado, geralmente nos iramos contra aqueles que nos menosprezam ou ferem nosso orgulho pecaminoso.”

“Jesus quer que entendamos isso. Devemos ter o tipo certo de ira, a ira que Ele tem, aquele tipo de ira que odeia o pecado, mas que deseja o melhor para os pecadores e se recusa a abrigar qualquer ressentimento.”

Romanos 7: 7 – 9 – O Espírito da Lei

“Paulo fora um homem orgulhoso. Era um fariseu entre os fariseus, um dos mais zelosos da sua seita. Se qualquer deles pudesse ter guardado a lei perfeitamente, esse teria sido Paulo.

Ele estava muito bem. Adorava a Deus de maneira suprema, não se inclinava aos ídolos nem tomava o nome de Deus em vão, e era cuidadoso em guardar as inúmeras regras a respeito da observância do sábado. Tampouco cometera adultério, roubara, ou dissera falso testemunho. Afinal, concluíra, ele era uma pessoa bastante boa. Paulo tinha boas razões para ter certa presunção religiosa.

“No entanto, ele viu a luz. […] De repente o pecado tomou uma nova forma. Afinal, esse pecado implica uma atitude mental e não um ato físico.

“[…] Paulo podia ficar feliz com suas realizações enquanto estava lidando com a letra da lei, mas sua ilusão de conduta perfeita foi esmagada de uma vez por todas quando ele compreendeu a verdadeira profundidade da lei.

A experiência de Paulo deve ser também a nossa. A profundidade do problema do pecado é revelado no espírito da lei e somos conduzidos até a cruz, onde também morremos para toda esperança em nós mesmos ou nas realizações próprias.”

Mateus 18: 10 – 11 – Desprezo é Homicídio

“Em Mateus 5:22 (ARC) somos advertidos a não chamar ninguém de “Raca”. Bem, eu imagino que você não deve ter chamado ninguém de Raca nesta última semana, nem, talvez, em toda a sua vida.”

[…] precisamos considerar o significado mais profundo sugerido pelas palavras de Jesus. Raca é uma dessas palavras difíceis de traduzir. Mas não há dúvida alguma de que seja uma palavra abusiva, um insulto. As traduções para o português são muitas. “Idiota”, “tolo”, “louco”, “você não vale nada”, são as que pude encontrar em algumas versões da Bíblia. A ideia básica é que qualquer pessoa que demonstrar desprezo por outra está errada.

Mateus 5:22 também menciona que “todo aquele… que proferir um insulto a seu irmão… estará sujeito ao fogo do inferno”. Aqui outra vez estamos tratando de uma atitude abusiva, de desprezo por uma pessoa.

Quem é você para desprezar quem quer que seja? Quem sou eu para menosprezar outra pessoa por qualquer motivo que seja? Aqueles que são tão prontos a espalhar insultos espirituais ou tão inclinados a fazer fofocas a respeito de defeitos alheios se acham debaixo da condenação desse verso.

Todos nós pecamos e não atingimos os ideais de Deus. Para dizer com franqueza, por causa do pecado nós todos somos verdadeiros tolos e sem valor. Mas Deus, em Sua graça, nos alcançou e nos transformou em filhos Seus novamente. Ele enviou Jesus para morrer em nosso lugar. Nosso valor e verdadeira inteligência estão nEle. Sem Ele, nada somos.

E Jesus morreu não só por mim; morreu por outros também. Por isso, preciso tratá-los com respeito.

De acordo com Mateus 5:22, o mexeriqueiro ou difamador é homicida de reputação. Desprezo para com as pessoas é a raiz do homicídio. Faremos bem em seguir a ordem de Jesus: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” João 8:7.

Mateus 25: 41 – Conhecendo Geena

Onde é Geena? Esse lugar está localizado ao sudoeste de Jerusalém e é conhecido como o Vale de Hinom.

O Vale de Hinom teve uma história bem intrigante. Era o lugar em que o rei Acaz levou o povo de Israel à adoração de Moloque, a quem criancinhas eram sacrificadas no fogo (II Crôn. 28:3.) O rei Josias eliminou a adoração de Moloque e ordenou que o vale fosse para sempre um lugar amaldiçoado.

Jeremias predisse que por causa desse pecado, o Senhor faria do Vale de Hinom o “Vale da Matança”, onde os cadáveres dos israelitas seriam enterrados, até que se não achasse mais lugar para eles, e o restante dos corpos serviriam de alimento para as aves dos céus (Jer. 7:32 e 33.) No tempo de Jesus, o Vale de Hinom se transformara no lugar onde o refugo de Jerusalém era jogado e destruído. Era um tipo de incinerador, onde ocorria uma contínua combustão lenta e de onde saía uma cortina de densa fumaça perpetuamente.

Em outras palavras, o Vale de Hinom ou Geena não era um lugar interessante. Nos tempos do Novo Testamento chegara a ser considerado como um lugar de punição dos ímpios. Por isso, a maioria das versões da Bíblia traduzem Geena, em Mateus 5:22, por “inferno”.

Isso nos mostra um aspecto interessante nos ensinos de Jesus no Sermão do Monte. Os escribas e fariseus não apenas haviam reduzido as exigências da lei, mas também as punições associadas com a transgressão da mesma. Eles diziam que qualquer que cometesse homicídio fisicamente correria o perigo de juízo nos tribunais civis, mas Jesus afirmou que até mesmo aqueles que desprezassem seu semelhante correriam risco de sofrer o fogo do inferno.

Jesus nos leva a sério. E Ele sabe que a vida pode ser destruída por aqueles que fazem fofocas a respeito de outros, aqueles que tratam os outros indiferentemente, e aqueles que são espiritualmente arrogantes.

Jesus não está brincando conosco. Sua mensagem é que precisamos ser tão bondosos, compreensivos e amáveis como é Deus, o Pai. Nós também precisamos evitar o homicídio em todas as suas formas.”

3º Passo: A Justiça do Cristão – Mateus 5: 17 – 48. Passeamos com Jesus pela extensão e profundidade da Lei e aprendemos que nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus.

Romanos 7: 7- 9 – O Espírito da Lei

“Que diremos, então? Que a lei é pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, a não ser por meio da lei. Porque eu não teria conhecido a cobiça, se a lei não tivesse dito: “Não cobice.” Mas o pecado, aproveitando a ocasião dada pelo mandamento, despertou em mim todo tipo de cobiça. Porque, sem lei, o pecado está morto. Houve um tempo em que, sem a lei, eu vivia. Mas, quando veio o mandamento, o pecado reviveu, e eu morri.”

Paulo fora um homem orgulhoso. Era um fariseu entre os fariseus, um dos mais zelosos da sua seita. Se qualquer deles pudesse ter guardado a lei perfeitamente, esse teria sido Paulo.

Ele estava muito bem. Adorava a Deus de maneira suprema, não se inclinava aos ídolos nem tomava o nome de Deus em vão, e era cuidadoso em guardar as inúmeras regras a respeito da observância do sábado. Tampouco cometera adultério, roubara, ou dissera falso testemunho. Afinal, concluíra, ele era uma pessoa bastante boa. Paulo tinha boas razões para ter certa presunção religiosa.

No entanto, ele viu a luz. […] De repente o pecado tomou uma nova forma. Afinal, esse pecado implica uma atitude mental e não um ato físico.

[…]

Paulo podia ficar feliz com suas realizações enquanto estava lidando com a letra da lei, mas sua ilusão de conduta perfeita foi esmagada de uma vez por todas quando ele compreendeu a verdadeira profundidade da lei.

A experiência de Paulo deve ser também a nossa. A profundidade do problema do pecado é revelado no espírito da lei e somos conduzidos até a cruz, onde também morremos para toda esperança em nós mesmos ou nas realizações próprias.”

5:23 – 24 – Ofertas inaceitáveis

‘Uma das importantes contribuições desses versos é que eles no levam além do negativo, para o lado positivo da religião. Em Mateus 5:21 e 22, Jesus nos diz para evitar a ira centralizada no eu e evitar tratar outras pessoas com desprezo. Mas a pessoa pode evitar todas as coisas negativas e ainda assim não estar bem com Deus. “

“O cristianismo vai além de meramente evitar o negativo e alcançar o positivo. Se você, meu amigo, pensa que é cristão por aquilo que evita, está totalmente errado. O cristianismo é basicamente algo positivo; é alcançar outras pessoas, mesmo quando elas não merecem. Ninguém jamais chegará ao Céu por causa das coisas que evitou. Jesus nos diz que precisamos colocar nosso cristianismo em prática na vida diária. “

“Para que o sacrifício seja aceito, ele precisa primeiro ir e acertar as coisas com a outra pessoa.

“Como de costume, Jesus aborda o centro da questão. Se você quer estar bem com Deus, precisa estar bem com as outras pessoas.

5: 25- 26 – Reconcilie-se Depressa

“Nessa passagem Jesus dá a cada um de nós um excelente conselho que, se for atendido, tornará nossa vida mais prazerosa. Há várias lições no texto.”

“A primeira delas é não deixar as coisas se inflamarem.”

“Muitas discussões que poderiam ser facilmente resolvidas logo de início, são deixadas a inflamar e deteriorar o relacionamento. Amargura gera amargura. É melhor buscar “sem demora” a restauração de um relacionamento prejudicado, mesmo que não estejamos em falta. Esse é um bom conselho tanto para famílias como para igrejas e comunidades. Acreditem ou não, as coisas podem ficar piores.”

“Logicamente, Jesus pode também estar sugerindo que devemos nos reconciliar e viver em paz com as pessoas, porque nunca sabemos quando será o fim da nossa vida terrena, ocasião em que será muito tarde para acertar qualquer questão.”

“Jesus nos aconselha a demonstrar consideração uns pelos outros, mesmo por aqueles que pensamos ser nossos adversários. Isso nem sempre é fácil, mas é cristianismo. Que Deus nos ajude para que cada um hoje possa acertar situações em que tenha ofendido a alguém ou em que outros o tenham ofendido.”

Gálatas 3:24 – Voltando às Bem = Aventuranças

“é uma coisa dizer que não devo matar, mas é outra bem diferente dizer que não devo abrigar ressentimento ou olhar a outros com desprezo, tanto no aspecto social como espiritual; ou pior ainda, que não devo sequer falar injuriosamente ou fazer fofocas a respeito de outros. Será que Ele realmente quis dizer que destruir (assassinar) a reputação de uma pessoa se enquadra no sexto mandamento? “

“Quem pode viver por esses padrões?”

“A verdade é que ninguém pode quando compreendemos a profundidade e a amplitude da lei. Diante do ideal de Deus, somos levados de volta à primeira parte das bem-aventuranças. Mais uma vez compreendemos nossa pobreza de espírito e o peso de nossas falhas em comparação com o que devíamos ser. Ao nos afligirmos e prantearmos essas faltas e nossa necessidade de ser mais semelhantes a Jesus, nosso orgulho é transformado em mansidão.”

“Como resultado, sentimos fome e sede da justiça, que vêm unicamente por meio da graça perdoadora de Deus. A lei nos conduz de volta a Cristo, para que sejamos justificados. Conquanto a passagem de Gálatas em seu contexto se relacione com a experiência de Israel, ao ser historicamente conduzido por Cristo à lei, ela pode também relacionar-se com a nossa experiência pessoal. Diante da exposição de Jesus quanto à profundidade da lei, somos literalmente levados ao pé da cruz para obter a graça purificadora de Deus.”

“Temos fome e sede da graça habilitadora de Deus, que nos torna verdadeiramente misericordiosos, puros de coração e pacificadores.”

“O grande sermão de Cristo é uma unidade. Não é um grupo isolado de declarações sem rima ou motivo. As várias partes se encaixam, e todas elas refletem os ideais de Deus e Seu plano de salvação.”

5: 27 – 28 – Mais que Adultério

“A tentação pode se tornar pecado no momento em que me conscientizo dela, quando reconheço que meus pensamentos vaguearam em terreno proibido. A essa altura, tenho duas escolhas. Posso rejeitar a tentação através do poder de Deus, ou posso escolher me demorar mais na tentação e acariciá-la um pouco. Em outras palavras, posso pedir que Deus tome conta de minha vida para que eu consiga vencer, ou posso pedir- Lhe que “suma” a fim de que eu possa desfrutar a lascívia pessoal. ‘

J’á descobri que o desejo pelo pecado voluntário me abandona quando me entrego à oração. É o Espírito de Deus que vem em meu socorro quando oro, não só para me causar repugnância pelo desejo pecaminoso, como também para estimular em meu coração o amor cristão aos semelhantes, a mim mesmo e a Deus. A partir de então, não desejarei praticar atos que venham prejudicar nem destruir pessoas e relacionamentos. “

Lucas 16: 15 – Considerando a Leitura da Bíblia

“O verdadeiro problema dos escribas e fariseus era que eles nunca leram os Dez Mandamentos da maneira adequada. Se o tivessem feito, teriam visto sua profundidade e compreendido que eles não podem ser lidos isoladamente um do outro. ”

‘”os Dez Mandamentos abrangem muito mais do que as ações; eles falam dos pensamentos que cercam as ações. Só quando Paulo compreendeu a natureza mental de “Não cobiçarás” foi que entendeu o significado da lascívia. O problema com a leitura legalística da Bíblia é que ela deixa de alcançar a intenção e a extensão das recomendações e advertências bíblicas. Como resultado, os fariseus dos dias de Cristo sentiam que estariam fora de perigo se evitassem o ato físico do adultério.”

“Esse tipo de leitura das palavras de Jesus, em Mateus 5:28, deixava a mulher praticamente livre para desejar um homem. Afinal, não tinha Jesus falado só a respeito do homem desejando uma mulher?”

“No Sermão do Monte, Jesus coloca um ponto final a toda essa leitura legalística de meras palavras. De ponto em ponto, Ele leva à compreensão do significado mais profundo que as palavras encerram. Ele conduz a mente para além da letra até o significado espiritual que dá vida às palavras. Ele deseja que leiamos com maior entendimento.”

Gênesis 3:6 – Mais do que os olhos veem

“… o maligno sugeriu a Eva que não se podia confiar em Deus (Gên. 3:1-5). Em resultado, Gênesis 3:6 relata que Eva tomou o fruto e comeu.”

“Ela tomou. Mas observe que algo aconteceu na mente e no coração de Eva antes dela tomar o fruto. Quando tomou o fruto, já havia pecado. Em outras palavras, ela dissera a Deus que Se afastasse, que ela sabia melhor do que Ele o que era bom para si mesma. Ela rejeitou a palavra e a vontade dEle, substituindo-as pela própria sabedoria e vontade. Antes de alcançar o fruto, ela já colocara a sua vontade acima da vontade de Deus. Colocara o eu no trono da sua vida, no centro do seu universo, destronando desse modo o próprio Deus. Na realidade, concentrara seu amor em si mesma, em vez de concentrá-lo em Deus. Essa é a essência do pecado.”

“Eva cometeu pecado no momento em que amou a si mesma e ao desejo próprio mais do que a Deus e a Sua vontade. Ela cometeu pecado em seu coração. E o pecado do coração a levou a tomar o fruto e comer. Pecados íntimos do coração conduzem a pecados por meio de atos.”

“Essa é a perspectiva que Jesus está desenvolvendo no Sermão do Monte. Pecado é muito mais do que os olhos podem ver. Pecado envolve muito mais do que atos. Só porque evito cometer o ato, não quer dizer que sou reto diante de Deus.”

Romanos 7:14 – 15 -A Profundidade do Pecado

“Platão comparou o eu interior das pessoas a alguém cuja tarefa era conduzir dois cavalos. Um cavalo era manso e obediente às rédeas e às palavras de ordem, mas o outro era selvagem, indomável e rebelde. O primeiro cavalo se chamava razão, enquanto o segundo se chamava obsessão.”

“… sua análise do problema humano está bem próxima da de Paulo, e ilustra muito bem a luta que enfrentamos dentro de nós mesmos na vida diária. Até mesmo cristãos convertidos têm de lidar com os resíduos do pecado em sua vida. Podemos ter novo coração e nova mente, mas os velhos modos de pensar e agir estão escondidos abaixo da superfície, prontos a saltar para fora e assumir o controle. Por isso, como diz Paulo, precisamos morrer dia após dia (I Cor. 15:31). […] A santificação progressiva é verdadeiramente uma obra da vida inteira.”

“A raiz do problema humano é a obstinação da natureza pecaminosa. “

“E importante que, como cristãos, compreendamos a profundidade do problema do pecado em nossa vida. Só então entenderemos nossa necessidade da generosa graça de Deus para perdão e para verdadeiramente guardarmos Sua lei.”

Jeremias 17:9 O poder de Deus e o poder do Pecado

“Através dos séculos, os fariseus e outros semelhantes a eles quiseram definir pecado unicamente como transgressão da lei, apenas como um ato. Mas Jesus deu fim a tal definição entre os cristãos. O pecado é primeiramente algo interior. Depois torna-se exterior.”

“O aspecto interior do pecado pode ser muitas coisas. Primeiro, é a força que escraviza a pessoa. Isso fica claro em Romanos 6:16, quando Paulo diz que os que praticam o pecado são na verdade seus escravos. ”

“Os pecados exteriores não são senão os sintomas de uma enfermidade chamada pecado. Contudo, os sintomas não têm importância, mas a doença.

Em segundo lugar, ele é sutil. Ele nos ilude e engana, sugerindo ao nosso coração a ideia de que não seremos tão maus, se tão-somente evitarmos atos pecaminosos. Muitos homens e mulheres altamente respeitados, que jamais cometeriam adultério, levam uma vida mental de adultério ou de impureza. […] E muitos são adúlteros vicários.”

“Em terceiro lugar, o pecado exerce um efeito perverso sobre a natureza humana. Desse modo, as dádivas divinas do sexo e outros desejos ficam desfiguradas de seu propósito legal. E como resultado, excelentes e preciosas dádivas são usadas de maneira incorreta.”

“Jesus veio para nos libertar da escravidão, do efeito sutil e perverso do pecado. O evangelho de Sua graça pode dar-nos força para nos libertar do poder do pecado.”

“Hoje é o dia da nossa salvação. Vamos convidá-Lo a entrar em nosso coração e vida agora mesmo, para que possamos neste dia estabelecer uma comunhão mais íntima com Ele. Uma comunhão mais íntima com Deus pode também significar um melhor relacionamento com nosso cônjuge, nossos pais, filhos e demais pessoas.”

5: 29 – A cura cirúrgica

“O sentido que Jesus dá é muito mais radical, muito mais tempestuoso. Ele quer que compreendamos a seriedade da natureza de nossos problemas. E mais que isso, Ele quer que sujeitemos nossa vida e todos os membros do nosso corpo a Ele, de modo que não mais sejamos instrumentos do pecado. Além disso, Ele deseja transformar esses próprios instrumentos importunos de pecado em instrumentos de justiça. As mãos e os olhos da pessoa salva devem ser colocados ao serviço de Deus.”

5: 30 – Entrar mancando no Céu

“decepar a mão ou arrancar o olho de alguém não é uma solução suficiente. O problema do pecado é muito mais profundo do que os atos executados pelos membros do nosso corpo. Jesus está dizendo que o problema tem suas raízes no coração e na mente.”

“[…] não há nada mais importante em nossa vida do que nosso destino final.”

“o que Ele quer dizer é que qualquer coisa que se interponha entre nós e Deus nos é prejudicial. Qualquer coisa que se oponha à pessoa e sua salvação é considerada um inimigo e deve ser combatida. Não devemos permitir que nada se interponha entre nós e nosso destino eterno.”

“Jesus não está dizendo que há algo de errado com as partes do nosso corpo nem com nossos familiares, mas que eles precisam ser colocados no devido lugar em nossa lista de prioridades. E melhor entrar mancando no Céu do que saltando no inferno.”

Romanos 8: 13 – Levando o pecado á funerária

“Jesus está dizendo em Mateus 5 que precisamos levar a sério a questão do pecado. Isso quer dizer, em parte, que os cristãos precisam parar de brincar com a tentação e o pecado. Se não o fizermos, ele acabará nos matando. A sutileza do pecado faz com que pensamentos ilícitos e prazeres carnais pareçam o modo normal de vida.

“O caminho que a Bíblia aponta é não deixar que o pecado nos seduza e leve à destruição, mas mortificá-lo, levá-lo à funerária. De acordo com o texto de hoje, Deus dá Seu Santo Espírito para ajudar-nos nessa guerra. Não somos deixados a lutar em nossa própria força. Pelo contrário, devemos “mortificar os feitos do corpo” através do Espírito. Precisamos implorar o poder do Espírito a cada passo do caminho.”

“Devemos arrancar e cortar certas coisas de nossa vida.”

“É necessário estar em constante oração durante o dia todo, para que não procuremos lutar contra o inimigo em nossa própria força. Fazer isso seria garantir a derrota. Unicamente através do poder de Deus é que podemos mortificar o pecado em nossa vida.”

Filipenses 3: 4 – 8 – Como Lidar com o problema do pecado

“Algumas pessoas, como Paulo antes de sua conversão, acham que o esforço humano é o caminho para a salvação. O que se pode dizer dos fariseus do tempo de Paulo e de todas as outras gerações é que eles são tremendamente sinceros em procurar corrigir o seu problema com o pecado, a fim de estar bem com Deus.”

“Paulo, o rígido e austero fariseu, finalmente conseguiu vitória e paz por meio da aceitação do sacrifício de Jesus no Calvário. Não é de admirar que Paulo considerasse sem valor tudo o que anteriormente entesourava, uma vez que aceitou a Cristo como seu Salvador pessoal.”

Lucas 15: 10 – O Melhor Caminho

“O orgulho humano sussurra em nossos ouvidos que somos capazes de solucionar nossos próprios problemas, se tão-somente nos esforçarmos o suficiente.”

“À semelhança de Martinho Lutero e outros monges medievais, me propus a derrotar o dragão do pecado por meio de minha conduta e de esforços próprios. E tentei, com todo o coração.”

“Menos de uma década depois, porém, desisti sentindo-me totalmente fracassado. Seguiram-se anos de desânimo e apostasia de tudo o que eu sabia ser a verdade.”

“Só mais tarde é que encontrei o Jesus do Calvário. […] Por isso, tive que me arrepender de minha autossuficiência; tive que me arrepender de procurar a salvação pelo método dos fariseus.”

“A essa altura, compreendi que o único caminho para a vitória sobre o pecado é sujeitar minha vontade a Deus e aceitar a vontade dEle e Seus caminhos em minha vida. Esse caminho é o caminho da cruz.”

“A cruz é a resposta de Deus para o problema do pecado. Se os seres humanos pudessem vencer o pecado pelas próprias forças, não haveria razão para Jesus vir a este mundo; não haveria razão alguma para a Sua morte na cruz.”

“Aqueles que não reconhecem a profundidade e a magnitude do problema do pecado ainda procuram salvar-se por meio de esforços pessoais. Como Paulo, Martinho Lutero e uma multidão de outras pessoas, porém, mais cedo ou mais tarde se depararão face a face com o fracasso. Só então serão capazes de verdadeiramente se arrepender (abandonar sua autossuficiência) e voltar-se a/Deus de modo submisso.”

Romanos 1: 16 – 17 – A solução do evangelho

“Deus quer usar dinamite para mudar nossa vida. ”

“A solução que Deus oferece é muito mais radical do que uma cirurgia. É poder sobrenatural.”

“O texto de hoje nos diz que o evangelho (boas novas) “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”. Essa palavra “poder” me fascina porque, em grego, ela tem a mesma raiz da palavra dinamite.”

“Paulo está dizendo que o evangelho funciona como dinamite em nossa vida quando permitimos a entrada de Deus, quando Lhe damos autorização para reformar nossa vida, tomando-a semelhante à de Jesus.”

“Deus não entra e simplesmente poda este ou aquele problema. Não, Ele está interessado em chegar à raiz do problema, destruí-lo com uma explosão e então recriar nossa vida, tornando-a muito mais bela.”

“Essa é realmente uma boa nova. A verdade é que a solução de Deus para o problema do pecado não só oferece perdão, mas também a possibilidade de uma nova vida nEle.”

2 Coríntios 5: 17 – A Vida Nova

“As promessas de Deus são muito maiores e mais abrangentes do que a maioria de nós percebe.

A Bíblia descreve o processo de tornar-se cristão como a morte e um novo nascimento. Ser salvo em Cristo não é uma experiência parcial. E uma experiência total, que afeta todos os aspectos da minha vida, inclusive a maneira como penso a respeito do sexo oposto e até como me visto para estimular pensamentos impróprios.”

[…] temos responsabilidade para com os outros.”

“Quando Deus diz que todas as coisas em nossa vida podem se tornar novas, Ele está falando sério.

[…] não fazemos de nós mesmos novas criaturas. Isso é obra do Deus Criador em nossa vida. Tornar-se cristão significa uma transformação total de coração e mente, de modo que aquelas coisas que uma vez odiamos, agora amamos, e as coisas que antes amávamos, passamos a detestar.

[…] isso afeta a maneira como consideramos o sexo. Muitos de nós fomos criados com ideais egoístas a respeito do sexo. Era a lei da rua (selva).

[…] O fato de tornar-se cristão muda tudo isso.”

5: 31- 32 – Um alto conceito de casamento

“Deus não só criou nossos primeiros pais, como também abençoou o casamento e disse que os dois tornam-se uma só carne. Jesus defendeu a santidade do matrimônio, tanto em Mateus 5 como no texto com ele relacionado em Mateus 19:1-9.

“o casamento foi planejado por Deus. E uma ordenança estabelecida por Deus e não um mero contrato social.

“A intenção de Deus não era criar um mundo unissex. Conforme Green comenta: “Há diferenças e funções complementares entre os sexos que são estabelecidas por Deus. Isso é tão óbvio que só precisa ser declarado neste fim de século, quando o homossexualismo chegou a ser considerado uma alternativa igualmente válida para o casamento.”

“Em terceiro lugar, o plano é que o casamento seja permanente. Nunca houve a intenção de que o relacionamento conjugal fosse quebrado. Qualquer desvio da perpetuidade do casamento é um declínio do ideal.

“Esse ideal descarta os romances convenientes de tantos povos modernos e a poligamia dos antigos.

Mateus 19: 7 – 9 – Divórcio é assunto sério

As palavras de Jesus não deixam dúvida de que o divórcio é um ato que não corresponde ao ideal de Deus. Por isso, Jesus concorda com o Antigo Testamento, onde Deus disse: “Eu odeio o divórcio.” Mal. 2:16, BLH. Todo cristão deve odiá-lo. Divórcio significa fracasso no cumprimento do ideal de Deus para duas pessoas.

[…] Muitos de nós necessitamos oferecer um coração amorável e um ouvido atento àqueles que lutam para manter seu casamento.

[…] Assim como os mexeriqueiros e aqueles que se orgulham de sua espiritualidade, os que sofrem por causa de casamentos desfeitos são conduzidos de volta às bem-aventuranças da pobreza de espírito, do choro, da humildade e da fome e sede de justiça. Esses serão fartos.”

5: 33 – a Importância de nossas palavras

“Nos últimos poucos versos de Mateus 5, Jesus vem explicando sobre a profundidade e extensão dos Dez Mandamentos. Nos versos 21 a 26, Ele destaca o sexto mandamento (“Não matarás”), e nos versos 27 a 32 discute as implicações do sétimo mandamento (“Não adulterarás”). Agora, nos versos 33 a 37, Jesus Se concentra no nono mandamento (“Não dirás falso testemunho”) e no terceiro (“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”).

[…] Nossas palavras estão no centro de tudo o que fazemos como seres humanos. São a base dos negócios, das relações familiares, do governo e das relações internacionais. Quando as palavras não são honestas, tudo o mais começa a desmoronar. Quando um esposo não pode confiar na esposa, quando a mãe não pode confiar em seus filhos, como pode a família funcionar de maneira eficiente?

[…] Sem dúvida, um dos maiores problemas de nosso mundo é que falar a verdade se tornou uma virtude muito rara. E os efeitos dessa raridade são evidentes demais em famílias desfeitas, na abundância de tribunais e na desconfiança internacional. Vivemos em um mundo de pecado, e a raiz de muitos deles é fruto da desonestidade. O pai da mentira teve muito êxito.

Mas, como cristãos, queremos fazer parte da solução e não do problema. Ajuda-nos neste dia, querido Pai, a renovarmos nosso compromisso com a importância da palavra verdadeira.

Mateus 5: 34 – 36 – A Questão do Juramento

“[…] a ordem de jurar pelo nome de Deus tinha a intenção de refrear a tendência de não ser totalmente verdadeiro, especialmente em questões sérias.

O pecado, porém, perverte todas as coisas. Conseqüentemente, quando algumas pessoas descobriram que podiam conseguir que a própria vontade prevalecesse ao jurar falsamente usando o nome de Deus, elas começaram a utilizar isso como instrumento de chantagem. Por isso a condenação levítica dessa prática.”

Levítico 19: 12 – Juramento Farisaico I

“Os escribas e fariseus eram excelentes pesquisadores da Bíblia. Eles conheciam todos os jotas e os tis da lei, e empenhavam-se em não transgredi-la publicamente. Naturalmente, eles não pensavam dessa maneira. Mas como não tivessem discernimento do íntimo significado da lei, sua interpretação legalista da letra da lei permitia-lhes apenas uma compreensão superficial da mesma. É essa falta de compreensão mais profunda do pecado e da lei que Jesus aborda no capítulo 5 de Mateus.

Os judeus, porém, conheciam o que a lei dizia acerca do juramento. Eles sabiam que não deviam jurar falsamente usando o nome de Deus. Mas sabiam também que podiam usar o nome de Deus em juramento. Essas eram as regras legais. Essas regras nada diziam a respeito de jurar falsamente em nome de qualquer outra coisa. Vejam só! Eles haviam descoberto uma evasiva.

[…] Qualquer juramento contendo o nome de Deus era absolutamente comprometedor; mas o juramento que evitava o nome de Deus não era considerado comprometedor. Esse raciocínio servia de alicerce para a prática evasiva de fazer juramento e pervertia o próprio princípio de falar sempre a verdade.

Nos dias de Jesus os escribas e fariseus consideravam que um juramento pelo templo não era comprometedor, mas um juramento pelo ouro do templo era. Igualmente, um juramento pelo altar não era considerado comprometedor, mas um juramento pela oferta que estava no altar era absolutamente comprometedor. Por tais esquemas e detalhes técnicos eles podiam se esquivar da honestidade e contudo ser “religiosos”.

Não é de admirar que Jesus tenha condenado tais práticas, tanto no capítulo 5 como no 23 de Mateus. Sendo que Deus é o Criador de todas as coisas, nada existe que não seja sagrado. Tudo pertence a Deus. Tudo está relacionado com o Seu nome.

Como cristãos, devemos ser transparentemente honestos. Precisamos evitar todas as maneiras sutis e não tão sutis de nos esquivarmos da verdade, pois servimos ao Deus da verdade.

1 João 3:4 – Juramento Farisaico II

“Para Jesus (ver Mat. 22:35-40) e para Paulo (ver Rom. 13:8- 10 e Gál. 5:14), a essência da lei não é tanto a exposição específica dos Dez Mandamentos, mas o imperativo moral para amar a Deus e aos nossos semelhantes.

Isso significa que tudo que é destituído de amor é pecado. Quer dizer que esquivar-se da verdade por meio de um juramento é pecado. A segunda parte da divina lei de amor abrange muito mais do que os legalistas antigos ou modernos são capazes de compreender. Ela abrange nossa vida inteira.”

→ a leitura absolutamente literal não concorda com o desígnio de Jesus.

→ Nos últimos poucos versos de Mateus 5, Jesus vem explicando sobre a profundidade e extensão dos Dez Mandamentos. Nos versos 21 a 26, Ele destaca o sexto mandamento (“Não matarás”), e nos versos 27 a 32 discute as implicações do sétimo mandamento (“Não adulterarás”). Agora, nos versos 33 a 37, Jesus Se concentra no nono mandamento (“Não dirás falso testemunho”) e no terceiro (“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”).

→ Nossas palavras estão no centro de tudo o que fazemos como seres humanos. São a base dos negócios, das relações familiares, do governo e das relações internacionais. Quando as palavras não são honestas, tudo o mais começa a desmoronar. Quando um esposo não pode confiar na esposa, quando a mãe não pode confiar em seus filhos, como pode a família funcionar de maneira eficiente?

→ Sem dúvida, um dos maiores problemas de nosso mundo é que falar a verdade se tornou uma virtude muito rara. E os efeitos dessa raridade são evidentes demais em famílias desfeitas, na abundância de tribunais e na desconfiança internacional. Vivemos em um mundo de pecado, e a raiz de muitos deles é fruto da desonestidade. O pai da mentira teve muito êxito.

→ Mas, como cristãos, queremos fazer parte da solução e não do problema. Ajuda-nos neste dia, querido Pai, a renovarmos nosso compromisso com a importância da palavra verdadeira.

Mateus 5: 37

5: 21- 48 (Gálatas 5: 14)

→ Uma coisa que se deve notar acerca das seis ilustrações de Jesus quanto ao verdadeiro significado da lei em Mateus 5:21-48, é que todas elas se originam na segunda tábua da lei. Isto é, todas elas têm a ver com o nosso amor para com outras pessoas. Nenhuma das seis se concentra principalmente em nosso amor a Deus, conforme é apresentado na primeira tábua da lei.

→ “Jesus considerava a lei como uma unidade no sentido de que é impossível amar a Deus sem amar ao próximo.”

→ “a entrada do pecado significou ruptura no relacionamento tanto entre o ser humano e Deus, como entre as pessoas. Quando não estamos bem com Deus, estamos também em desigualdade uns com os outros. Isto é assim porque quando me coloco no centro da vida, vivo conforme os princípios do egoísmo.”

→ “Quando sou curado por Deus, o princípio básico de minha vida muda Nasço de novo, com novo coração e nova mente. Não mais vivo conforme os princípios do egoísmo, mas conforme os princípios do amor divino.”

→ “Esse novo princípio me leva a ter consideração por você como pessoa. Você não é mais como um objeto ou coisa para mim. Assim como eu, você é alguém por quem Cristo morreu.”

→ “É-me impossível estar bem com Deus, sem estar bem com as outras pessoas. Essa é uma das grandes verdades centrais do Sermão do Monte.”

→ “É no relacionamento humano que vivemos nosso cristianismo diário. As relações humanas são o teste rigoroso que determina se realmente nos tornamos cristãos. Esse é o ponto que Jesus está enfatizando em Mateus 5:21-48.’

Mateus 19. 7 – 9

→ As palavras de Jesus não deixam dúvida de que o divórcio é um ato que não corresponde ao ideal de Deus. Por isso, Jesus concorda com o Antigo Testamento, onde Deus disse: “Eu odeio o divórcio.” Mal. 2:16, BLH. Todo cristão deve odiá-lo. Divórcio significa fracasso no cumprimento do ideal de Deus para duas pessoas.

→ As palavras de Jesus não deixam dúvida de que o divórcio é um ato que não corresponde ao ideal de Deus. Por isso, Jesus concorda com o Antigo Testamento, onde Deus disse: “Eu odeio o divórcio.” Mal. 2:16, BLH. Todo cristão deve odiá-lo. Divórcio significa fracasso no cumprimento do ideal de Deus para duas pessoas.

→ Muitos de nós necessitamos oferecer um coração amorável e um ouvido atento àqueles que lutam para manter seu casamento.

Mateus 6

4º Passo : Alvos e Prioridades do cristãoMateus 6: 1 – 18 A piedade (justiça) religiosa do cristão. Aprendemos com Jesus que a nossa piedade também deve exceder a dos escribas e fariseus. O foco dele era os fariseus.

6:1

João 15: 8 – Está Jesus Se contradizendo?

6:2

Marcos 16: 26 – 27 A Questão das Recompensas

1 Corintios 2: 9 – A Recompensa do cristão

João 5: 41 – 44 – Honrar a quem?

Hebreus 4 13 – Não se pode Enganar a Deus

6: 3 – 4

Deuteronômio 15: 11

2 Coríntios 9: 6 – 7

6:5

João 3 3 – 5

Deuteronômio 6: 4 – 6

Mateus 23: 5 – 12

6:7

6:8

6:9

Lucas 11: 1 – 2O Formato da oração

“A Oração do Senhor representa a oração ideal de Jesus. “

A oração, conforme registrada em Mateus 6:9-13, é composta de sete petições:

“Santificado seja Teu nome.” “Venha o Teu reino.” “Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu.” “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.” “Perdoa-nos as nossas dívidas.” “Não nos deixes cair em tentação.” “Livra-nos do mal.”

Examine a oração por um minuto. Que palavra você encontra em cada uma das três primeiras petições, mas que não se acha nas quatro últimas? Da mesma forma, que palavra você encontra nas quatro últimas, mas que se acha ausente nas três primeiras?’

As respostas para essas perguntas são “Teu ou Tua” e “nos”, respectivamente. Esses pequenos pronomes nos dizem muita coisa sobre o formato da oração. A oração tem uma ordem.

A verdadeira oração sempre começa com Deus e a adoração de Sua Pessoa. Temos aqui uma lição. Jamais devemos começar a orar preocupados com nós mesmos.

Somente depois de nos dirigir a Deus e a Seus interesses é que a oração passa para as petições referentes às necessidades humanas. Jesus volta a pôr o foco da oração em Deus, onde ela deveria estar, já que Ele é a fonte de tudo quanto existe.

” …. é fácil demais deixar que nossas orações se distanciem de Deus e dos interesses mais amplos do reino, para se centralizarem nos seres humanos.”

“Jesus passava noites inteiras em oração.”

Salmo 20 7O Significado do Nome

“o nome de uma pessoa era mais representativo do que nas culturas modernas. O nome era símbolo de todo o caráter da pessoa.”

“A primeira petição da Oração do Senhor diz que o nome de Deus deve ser santificado. Qual é Seu nome? Qual é Seu caráter?

Os nomes de Deus na Bíblia são muitos. Entre os mais comuns se encontram El ou Elohim, que enfatiza Sua “força” ou Seu “poder”. Um segundo nome comum para Deus é Yahweh (ou Jeová), que significa “Aquele que existe por Si mesmo”.

“D. Martyn Lloyd-Jones menciona diversos nomes: ‘“O Senhor proverá (Jeová-jireh), ‘o Senhor que sara’ (Jeová-rafa), ‘o Senhor nossa bandeira (Jeovámissi), ‘o Senhor nossa paz’ (]eová’Shalom), ‘o Senhor nosso pastor’ (Jeová^rdah), ‘o Senhor nossa justiça’ (Jeová-tsidkenu.) e … ‘o Senhor está presente’ (Jeovâ-shammah).”

“O nome de Deus simboliza a natureza, o caráter e a personalidade dEle, conforme têm se revelado à humanidade. Pelo fato de Deus ser quem é, podemos repousar seguros em nossa fé. Foi por isso que o sal-mista pôde escrever: “Em Ti, pois, confiam os que conhecem o Teu nome, porque Tu, Senhor, não desamparas os que Te buscam.” Sal. 9:10. 

“Jesus veio nos ajudar a compreender mais plenamente o nome de Deus e seu significado. Veio nos ajudar a ver o caráter de Deus. “O nome” de Deus é rico em significado. E um nome no qual podemos depositar fé. Mas é também um nome que merece respeito.”

Êxodo 20: 7Tratando o Nome descuidadamente

“O nome de Deus é um belo nome. Deus é um Deus maravilhoso. Por que deveria alguém usar o Seu nome de maneira descuidada e profana?”

“O modo como usamos o nome de Deus representa o modo como O consideramos.”

” … a maneira como eu me relaciono com o nome de Deus é a maneira como eu me relaciono com o próprio Deus. O nome divino representa minha salvação, minha esperança, meu tudo. Quero louvar o nome de Deus pelo que Ele tem feito por nós.”

Salmo 34 :3Santificando o Nome –

“O que significa “santificar” o nome de Deus?” […] Santificar o nome de Deus é reverenciá-lo, tratá-lo com respeito, honrá-lo. E tratá-lo como algo santo em contraste com algo ordinário ou comum.

“Encontramos a mesma palavra no mandamento do sábado na tradução grega de Êxodo 20:8. O mandamento é lembrar- se do sábado para o santificar. O sábado é um dia diferente dos outros; deve receber tratamento diferente dos outros dias. Deve ser santificado. Outro exemplo extraído do Antigo Testamento vem da instrução para consagrar os sacerdotes. Os sacerdotes deviam ser diferentes dos outros homens porque eram separados para uso santo.”

“Os cristãos devem santificar o nome de Deus pelo fato de Deus ser quem Ele é. Ellen White sugere que “para santificarmos o nome de Deus é necessário que as palavras em que falamos do Ser Supremo sejam pronunciadas com reverência. ‘Santo e tremendo é o Seu nome.’ Salmo 111:9.

“Ao orar, penetramos na sala de audiência do Altíssimo, e devemos ir à Sua presença possuídos de santa reverência. Os anjos velam o rosto em Sua presença. … Quanto mais deveríamos nós, seres finitos e pecadores, apresentar-nos de modo reverente perante o Senhor, nosso Criador”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 106. Mas santificar o nome de Deus não se restringe apenas à hora da oração. Inclui também nossa linguagem durante todo o dia.

salmo 111: 10Temendo a Deus

” O que significa dizer que devemos “temer” a Deus?”

” … temer a Deus não significa ficar com medo dEle, mas ter por Ele temor reverente por causa do que Ele é. Significa profundo respeito por Deus. Essa é a espécie de temor relacionada à santificação do Seu nome. Naturalmente, segundo a Bíblia, os que desprezam a Deus terão finalmente de experimentar o temor do tipo menos desejável.

Podemos aprender aqui algo dos antigos judeus. Eles jamais empregavam o nome de Deus de modo familiar. Na verdade, o nome de Deus era tão sagrado que eles jamais o pronunciavam, para não correrem o risco de tratá-lo de maneira leviana ou irreverente. Eles tinham temor sagrado pelo nome de Deus.

E conquanto reconhecessem a Deus como Pai, nunca em suas orações usavam somente o conceito de “Pai”. Ao contrário, ligavam o conceito de Pai com as ideias de Rei e Senhor. Essa prática é útil para aqueles que têm a tendência exagerada de sentimentalizar a figura de Deus como um Pai amoroso. Ele é isso, mas é também Rei e Senhor de toda a Terra. Como cristãos, precisamos manter o equilíbrio. Nosso sentimentalismo jamais deve superar nossa reverência a Deus. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.”

Êxodo 3: 5Reverenciando a Deus –

“Reverência. E algo sobre o qual não pensamos muito, a menos que alguém seja irreverente conosco pessoalmente ou nos trate de maneira desrespeitosa. Mas até que ponto somos sensíveis em nossa reverência para com Deus?

“Ainda que não tenhamos o costume de retirar os calçados quando entramos na igreja ou de prostrar-nos ou de ainda curvar-nos em oração, devemos reconhecer constantemente, por palavra e ação, que ao entrarmos na igreja entramos na presença de Deus de maneira especial.

Mas não é somente na igreja que a reverência é importante. Durante todo o dia preciso reconhecer a santidade do meu Deus em tudo que eu fizer ou disser. Assim, sou cuidadoso na maneira como trato minha Bíblia, como uso o nome de Deus, como brinco e assim por diante. Meu respeito por Deus me leva a tratar os outros respeitosamente; ajuda-me a apreciar um pôr-do-sol.”

6:10

” … há na Oração do Senhor uma ordem lógica. As petições seguem-se umas às outras numa sequência necessária. […] começa pedindo que o nome de Deus seja santificado entre os homens.

” […] existe outro reino estabelecido na Terra em conflito com o reino de Deus.

Esse reino é o reino das trevas, o reino de Satanás. A Bíblia não faz rodeios ao falar sobre o reino de Satanás. O Evangelho de João chama Satanás de “o príncipe deste mundo” (João 12:31), enquanto Paulo o chama de “o príncipe das potestades do ar” (Efésios 2:2). Novamente, Paulo escreve aos efésios que os cristãos precisam se revestir de toda a armadura de Deus, porque “nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. Efésios 6:11 e 12.

Em contraste, Jesus é chamado de o “Soberano dos reis da Terra” (Apocalipse 1:5). E Sua pregação centraliza-se com certeza na vitória de Seu reino sobre o reino das trevas. Na verdade, Jesus veio abrir caminho para a vitória final do reino de Deus no conflito cósmico do Universo.

“Venha o Teu reino” permanece como o centro do grande conflito entre Cristo e Satanás. E cada ser humano (você e eu) é um soldado em um desses reinos. Estamos ativamente empenhados ou do lado do Rei Jesus ou do lado de Satanás.

Daniel 7:27 – Um Reino em Andamento

“Falar sobre o reino de Deus pode ser uma coisa um tanto confusa, mesmo quando provém dos lábios de Jesus. A razão por que isso acontece é que Ele fala do reino às vezes como estando no passado, outras vezes como estando no presente e ainda outras vezes como estando no futuro.

Jesus deu a entender que o reino estava no passado quando sugeriu que Abraão, Isaque, Jacó e os profetas haviam ingressado no reino em seu tempo de vida (Luc. 13:28). Jesus falou do reino como estando no presente quando observou que “o reino de Deus está dentro de vós” (Luc. 17:21). Também ensinou repetidas vezes que o reino de Deus estava no futuro, quando mencionou a segunda vinda, e mesmo quando ordenou aos discípulos que orassem pela vinda do reino, enquanto viveu aqui.

Como, perguntamos nós, pode o reino ser passado, presente e futuro? Como pode o reino ser um só, e ao mesmo tempo algo que existiu, que existe e pelo qual é nosso dever orar?

A resposta encontra-se no fato de que a vinda do reino é progressiva. A luta entre o Príncipe de Deus (Cristo) e o príncipe deste mundo (Satanás) começou no Céu (Apoc. 12:7 e 8), e continuou na Terra durante todo o Antigo Testamento. Mesmo naquela época, alguns ficavam ao lado do Senhor, enquanto outros a Ele se opunham. Mas com a vinda de Jesus, a batalha pelo coração das pessoas e pelo governo de Deus entrou em marcha acelerada. Com Jesus, o reino da graça chegara em poder. O reino da graça se estenderá até a segunda vinda, quando Jesus voltará para restabelecer a soberania física de Deus sobre a Terra.

Mas conquanto se possa pensar na chegada do reino como progressiva, ela não é evolucionária. A segunda vinda trará uma drástica descontinuidade a toda a história passada. Será Deus intervindo, de maneira inequívoca, na história para reivindicar a Terra como Seu reino. Os cristãos esperam e oram por esse acontecimento como por nenhum outro.”

Mateus 24: 30-31 – A Esperança cristã

O grande acontecimento dos séculos é a segunda vinda de Jesus. Devemos orar de maneira mais fervorosa por esse acontecimento, trabalhar mais diligentemente em favor dele e pensar nele com maior frequência.

“Nenhuma pena humana pode descrever esta cena, mente alguma mortal é apta para conceber seu esplendor. …

“O Rei dos reis desce sobre a nuvem, envolto em fogo chamejante. Os céus enrolam-se como um pergaminho, e a Terra treme diante dEle, e todas as montanhas e ilhas se movem de seu lugar. …

“Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: ‘Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!’ Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que ouvirem viverão. … Do cárcere da morte vêm eles, revestidos de glória imortal. … E os vivos justos e os santos ressuscitados unem as vozes em prolongada e jubilosa aclamação de vitória. …

“Ele mudará nosso corpo vil, modelando-o conforme Seu corpo glorioso. … Os últimos traços da maldição do pecado serão removidos. …

“Os justos vivos são transformados ‘num momento’. … Agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares…. Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus.” – Págs. 641-645.

Mateus 24: 14 – Trabalhar e Orar

Jesus nos diz no Sermão do Monte para orarmos pela vinda do reino. Mas em outros lugares nos diz que devemos fazer mais do que orar. Os cristãos devem ser ativos em preparar o caminho para o reino. E disso que tratam parábolas como a dos talentos.

Ora, é verdade que o reino de Deus encontra suas raízes no coração humano convertido. Mas também é verdade que o que está no coração flui para a vida. Isso acontece tanto no reino de Deus quanto no reino de Satanás.

Em consequência disso, os cristãos farão mais do que apenas orar pelo reino. Eles trabalharão ativamente, no poder do Espírito Santo, para disseminar o reino aqui na Terra e preparar o caminho para a vinda da plenitude do reino nas nuvens do céu.

É razoável que o reino se difunda através de cada ato de bondade humana e compartilhamento do amor de Deus. Quando vivemos os princípios cristãos, estamos expandindo as fronteiras do reino e fazendo recuar as fronteiras do reino das trevas.”

[…] quando nos entregamos a Deus, e ganhamos outras almas para Ele, apressamos a vinda de Seu reino. Unicamente aqueles que se consagram a Seu serviço, dizendo: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim’ (Isaías 6:8), para abrir os olhos cegos, para desviar homens ‘das trevas’ ‘à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte entre os santificados’ (Atos 26:18) – unicamente eles oram com sinceridade: ‘Venha o Teu reino”’. – O Maior Discurso de Cristo, págs. 108 e 109.”

‘faça-se a Tua vontade‘ significa “ponha- se em prática o Teu Sermão do Monte”. E a vontade do Sermão do Monte, em Mateus 5 e 6, é que os cristãos (1) vivam as bem-aventuranças (5:2-12 – por exemplo, sendo humildes de espírito, mansos, misericordiosos, pacificadores e assim por diante); (2) sejam testemunhas de Deus como sal e luz, tanto na vida diária como em sua consciente esfera de ação evangelística (versos 13 a 16); (3) vivam a largura e a profundidade plenas da lei, chegando mesmo ao ponto de, como o Pai, ter maduro (ou perfeito amor) por seus inimigos (versos 17 a 48); e (4) sejam inteiramente sinceros em seus atos de devoção ao servir a Deus com um só propósito e se relacionem com Ele como “Pai” (6:1-10).

Fazer a vontade Deus é seguir os ensinamentos de Jesus – todos eles. Os que podem orar “venha o Teu reino”, devem certamente desejar viver a vida do reino aqui na Terra. [… ] Fazer a vontade de Deus é a principal ocupação dos cidadãos do reino, tanto em sua existência presente como no reino ainda por vir.

Fazer a vontade de Deus “na Terra como [é feita] no Céu” nos ajuda a compreender a natureza cósmica da Oração do Senhor. […] As questões em jogo transcendem a existência terrena. Elas representam princípios de importância eterna e universal. A expressão “como no Céu” nos ensina que Deus tem um ativo empreendimento em andamento com os anjos nessa esfera espiritual, além das fronteiras de nosso planeta lesionado pelo pecado.

[…]

Como cristãos, estamos comprometidos em fazer a vontade de Deus em todos os aspectos de nossa vida: na escola, na família, no trabalho, na recreação, em tudo.”

6:11 – Uma Surpresa no Formato da Oração

“[…] a primeira parte da Oração do Senhor contém as petições dirigidas especificamente a Deus e a Seu nome. Essas eram as petições “Teu/Tua” de Mateus 6:9 e 10.

Mas no versículo 11, chegamos a uma mudança radical. O foco se move de Deus para nós, conforme podemos perceber pelo uso dos pronomes “nós”, “nosso” e “nos”. Com o verso 11 chegamos, pois, à segunda parte da Oração do Senhor, aquela cujas petições giram em torno das necessidades humanas. Primeiro vem Deus; depois, a humanidade. Ambos são importantes, mas em sua devida ordem. Sem Deus, não existiríamos. Sem Deus, não teríamos necessidades, nem como supri-las. Essa verdade é expressa tanto nos Dez Mandamentos como na Oração do Senhor. A primazia de Deus é uma verdade que sempre deve ser mantida diante de nossos olhos e coração.

Choca e surpreende, portanto, ver como começa a segunda parte da oração. Alguém poderia supor que começasse com as necessidades humanas que se acham mais próximas de Deus: nossas necessidades espirituais. Mas não é isso que ocorre. Jesus começa a segunda parte com nossas necessidades físicas. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.”

Existe aqui uma lição para nós. Quando Jesus considera nossas necessidades, começa pelo lugar certo. Começa com o físico. Sem a saúde física, não subsistiríamos nem teríamos necessidades espirituais. Essa ordem aparece muitas vezes no ministério de Jesus. Primeiro Ele curava as pessoas, depois pregava para elas. Primeiro cuidava das necessidades físicas delas, e somente depois podia atender plenamente às suas fraquezas espirituais.

[…] Primeiro precisamos do pão diário. Depois que nossa necessidade é satisfeita, ficamos cônscios de nossa culpa e necessidade espiritual de perdão.

Êxodo 16:4 – “De cada Dia” – uma lição

“[…] os filhos de Israel estavam famintos no deserto, e Deus lhes enviou o maná, o pão do Céu. Havia, porém, uma condição importante. Eles deviam recolher o suficiente apenas para cada dia. Quando recolhiam em excesso, o alimento apodrecia antes de ser usado. Eles tinham que se contentar com a porção suficiente para cada dia.

Mas havia uma exceção à regra. Na sexta-feira eles precisavam recolher o suficiente para dois dias, porque no sábado não havia coleta. Foi assim que os israelitas receberam uma dupla lição do maná quase diário. Primeiro, sua dependência diária de Deus para todas as suas necessidades. E segundo, a excepcionalidade do sábado, o dia que lhes foi dado como lembrete dAquele que criara o pão (e tudo o mais).

A palavra usada para “diário” em Mateus 6:11 (epiousios) trouxe para os tradutores um mar de problemas porque até recentemente essa era a única ocorrência da palavra em toda a literatura grega. Mas alguns anos atrás surgiu um fragmento de papiro com essa palavra usada numa lista de compras. Ao lado de um único item da lista estava epiousios. Era uma nota para lembrar ao comprador de comprar um determinado alimento para o dia seguinte.

Assim, a quarta petição da Oração do Senhor pede-nos de maneira muito singela que supliquemos a Deus que nos dê as coisas que precisamos comer no dia seguinte. É uma oração que nos ajuda a ser capazes de obter o que é necessário em nossa lista de compras para o dia seguinte, a fim de que nós e nossa família sejamos saciados.”

João 6:51 = Diferente espécies de ão Dário

Embora o significado primário de Mateus 6:11 pareça ser “pão diário” físico, não é incorreto expandir o conceito para a esfera espiritual. Assim, Ellen White pode dizer que “a oração pelo pão de cada dia inclui, não somente o alimento para sustentar o corpo, mas aquele pão espiritual que nos nutrirá para a vida eterna. Jesus nos ordena: ‘Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna.’ João 6:27. Ele diz: ‘Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre.’ Verso 51. Nosso Salvador é o pão da vida, e é mediante a contemplação de Seu amor, e recebendo esse amor no coração, que nos nutrimos do pão que desceu do Céu”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 112.

nosso ser espiritual não se sustenta por si mesmo. Ambos precisam abastecer-se constantemente pela ingestão dos nutrientes físicos e espirituais apropriados. Lembramo- nos dos profetas Ezequiel e João, que comeram o livrinho das palavras de Deus.

Precisamos “comer” diariamente a Palavra da Vida. Precisamos ver a beleza de Seu amor, precisamos imbuir-nos de Seus caminhos, precisamos de força para viver Sua vida.

Assim, quando oramos pelo pão nosso de cada dia, estamos reconhecendo nossa constante e contínua dependência de Deus em tudo quanto somos, quer na esfera física, quer na mental e espiritual.

Precisamos ter fome e sede diárias de justiça. Precisamos participar diariamente do pão divino.

Provérbios 30: 8 – 9 A amplitude das Necessidades Diárias

De modo geral, ensinamos as pessoas a orarem por riqueza como sinal da bênção de Deus. Pedimos ao Senhor que nossos filhos e nós mesmos sejamos abençoados materialmente.

[…] Deus quer que conservemos em mente a necessidade diária que temos dEle. Quer que conservemos em mente nossa própria mortalidade e fraqueza. Quando somos forçados diariamente a lembrar-nos de que dependemos dEle para o pão de cada dia, isso tende a manter-nos no caminho estreito e reto. Precisamos lembrar que estamos orando pelo pão de cada dia, […]

[…] Jesus prometeu que cuidaria de nossas necessidades. Ele não está falando de luxo.

[…] o pão de cada dia significa mais que o mero alimento. Abrange toda uma esfera de coisas que tornam o pão regularmente disponível. Assim, pão custa dinheiro; dinheiro requer trabalho estável, e trabalho estável requer bom governo, bons negócios e bom emprego. Em consequência disso, observa E D. Bruner, “quando oramos pelo pão nosso de cada dia, estamos também orando por dinheiro, emprego, negócio, trabalho, boas colheitas, bom tempo, boas estradas, justiça e por tudo no âmbito econômico, político e social”.”

. Salmo 1: 12 e Isaías 12:2 – Lições do Pão de Cada Dia

“Talvez a lição central contida na petição do pão de cada dia seja nossa inteira e absoluta dependência de Deus, mesmo entre os que jamais reconheceriam essa dependência. “

Pense nisto. Sem Deus não há pão – nem diário nem de qualquer outro jeito. Sem Deus não há pão, ponto final. Estamos completamente nas mãos de Deus.

[…] A verdade é que não podemos viver sem Ele sequer um dia. Sem Seu Sol, Sua chuva e a influência dela, não teríamos o pão de cada dia. E que dizer das sementes? Embora os seres humanos as plantem e sejam inteiramente impotentes sem elas, não podem fabricá-las. Os cientistas podem analisar as sementes e identificar seus elementos constituintes, mas nenhuma semente sintética germina. Todas as coisas vivas vêm de Deus. Nosso alimento é um dom direto. […]

Além disso, esse reconhecimento da dependência é uma ocupação diária. […]

Deus, em Sua sabedoria, não despeja sobre cada um de nós as provisões de alimento e riqueza de toda uma vida por ocasião do nascimento ou em nosso vigésimo primeiro aniversário. Em nossa pecaminosidade, não somente desperdiçaríamos a fortuna, mas também nos esqueceríamos do Doador. As bênçãos diárias de Deus e a necessidade que temos delas nos fazem lembrar do Pai.

. Mateus 25: 34 – 36 – Mais Lições do Pão de Cada Dia

“[…]

Há um lado social em nosso andar diário com Deus. Precisamos orar em favor do pão de cada dia dos outros, assim como oramos pelo nosso. Milhões de pessoas morrem de fome a cada ano, enquanto outros morrem de doenças relacionadas com o comer demais. O problema não consiste na inexistência de alimento, mas na má distribuição dele.

[…] a quarta petição é, em certo sentido, uma oração por justiça social. Além disso, pode ser significativo o fato de essa petição preceder a que suplica por perdão.

[…] Deus pode dar condições favoráveis para a obtenção do pão de cada dia, mas os seres humanos precisam fazer sua parte. […]

[…] a quarta petição é, em certo sentido, uma oração por justiça social. Além disso, pode ser significativo o fato de essa petição preceder a que suplica por perdão.

[…] Deus pode dar condições favoráveis para a obtenção do pão de cada dia, mas os seres humanos precisam fazer sua parte. […]

A fidelidade no trabalho faz parte da oração pelo pão de cada dia.

6:12 – O Pecado é abrangente

“Antes de poder fazer essa oração, as pessoas devem reconhecer a necessidade de fazê-la. Elas precisam admitir com franqueza que são pecadoras. “Perdoa-nos as nossas dívidas”.”

” […] As cinco primeiras palavras para pecado no Novo Testamento mostram que ele infecta e afeta todos os aspectos de nossa vida. A primeira palavra é harmartia, que significa literalmente “errar o alvo”. O pecado como harmartia é deixar de ser o que poderíamos ter sido.

[…]

O pecado como harmartia é abrangente. É não ser tudo quanto poderíamos ter sido. E quem não poderia ser um melhor esposo, esposa, empregado, filho, filha e assim por diante?

A segunda palavra para pecado é parahasis, que traz consigo a ideia de ultrapassar a linha que separa o certo do errado. Mais uma vez, o pecado como parabasis abrange vários aspectos em nossa vida. Será que nunca ultrapassamos a linha numa atitude indelicada ou numa palavra ou pensamento descortês?

A terceira palavra para pecado é paraptoma, que quer dizer “escorregar”, igual ao que acontece quando uma pessoa escorrega numa estrada coberta de gelo. Essa espécie de pecado pode ser ilustrada pelo escorregar no temperamento ou nas paixões.

A quarta palavra para pecado é anomia, ou ilegalidade. Esse é o pecado da pessoa que sabe o certo, mas faz o errado. Isto é o que a maioria de nós considera pecado.

A última palavra para pecado é opheilema, que é a palavra usada em Mateus 6:12. Opheilema significa débito, deixar de pagar o que se deve. E ninguém pode alegar que pagou todas as suas dívidas para com Deus.

O pecado é mais abrangente do que imaginamos. Todos precisamos orar diariamente baseados nos conceitos da Oração do Senhor.”

Romanos 4: 6 – 8 – Devedores Audaciosos

“Segundo o pensamento rabínico, todo pecado criava uma dívida para com Deus, ao passo que toda obra de justiça contribuía para o acúmulo de créditos do crente perante Deus. Enquanto o acúmulo de boas obras formava uma espécie de ponte para Deus, o acúmulo de dívidas morais separava as pessoas dEle.

O conceito de dívida moral era, portanto, bastante familiar para os judeus. Jesus emprega o bem conhecido conceito de dívida moral e as ideias a ele relacionadas para nos dizer que devemos ir ao Pai e pedir- Lhe que anule nossas dívidas.

[…] A ideia em si é bastante insolente. É uma atitude audaciosa para um devedor aproximar-se de um credor e pedir que lhe perdoe um débito. Contudo, Jesus nos ensina a nos aproximarmos de Deus dessa maneira “insolente”.

[…] Deus está mais do que disposto a cancelar nossa dívida, porque nos ama e porque aceitamos Seu amor no sacrifício de Jesus. Deus é um cancelador de dívidas para os que buscam o Seu perdão. Esse é um milagre da graça. Deus não nos dá o que merecemos. Ele nos dá o que precisamos.

[…] a versão de Lucas da Oração do Senhor emprega a palavra “pecado” (Luc. 11:4) em vez de dívida, conforme encontramos em Mateus. Os. pecados, obviamente, representam atos de comissão, enquanto as dívidas incluem os atos de omissão. O perdão de Deus abrange, portanto, todos os nossos pecados. Tanto as coisas que fazemos conscientemente contra Deus e contra o nosso próximo, como as coisas que deveríamos ter feito por eles, acham-se incluídas nas duas versões da Oração do Senhor.

Em resumo, todos os nossos pecados podem ser levados ao pé da cruz.”

Lucas 11:4 Adeus à Graça Barata

” […] O perdão divino e o humano estão relacionados. Devemos perdoar, assim como somos perdoados.

[…] A maior parte de nós gosta de receber perdão, mas não vamos além do nosso caminho a fim de buscar oportunidades para concedê-lo.

Jesus aqui está falando aos cristãos. E os cristãos são pessoas que experimentaram a grandeza das misericórdias de Deus. Na verdade, os cristãos são tão agradecidos que desejam transmitir a outros essas misericórdias.

Uma atitude como essa não surge naturalmente. Nascemos com o desejo de retaliar e pagar na mesma moeda o que fazem conosco. Nascemos com um coração que não perdoa facilmente.

Isso nos leva a um importante pormenor em Mateus 6:12. Os cristãos são pessoas transformadas. Eles não somente tomam parte no banquete da graça de Deus; também se tornam dispensadores dessa graça. Os cristãos são pessoas que chegaram a compreender que não podem amar a Deus sem amar os filhos dEle.

A graça barata denota que as pessoas recebem de Deus o perdão, mas depois voltam a viver a mesma “vidinha” de antes. Jesus, porém, põe um fim na graça barata. A graça de Deus por intermédio de Jesus não apenas perdoa nossas dívidas, mas também muda nossa vida pelo novo nascimento. Jesus não diz: “Aceite Meu perdão e continue a viver como antes.” Não. Ele diz: “Agora que você foi perdoado, vai agir como Eu. Vai cumprir as bem-aventuranças para ser misericordioso [Mat. 5:7]. Vai procurar ser perfeito como é perfeito o Pai que está no Céu, porque você amará – e vai perdoar – até mesmo seus inimigos [versículos 43 a 48].”

A salvação é um tecido sem costura. Você não pode ser perdoado ou justificado, sem ao mesmo tempo ser santificado e transformado. Os cristãos perdoarão como Deus perdoa; perdoarão da mesma maneira.”

Lucas 10:36 – 37 Chaves para Perdoar

” […] A maioria de nós luta para perdoar e esquecer. A maioria de nós se esforça para compreender o fato de que devemos ser como Jesus, que podia orar: “Perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”, enquanto eles O pregavam na cruz.

[…] Devemos ter espírito perdoador assim como Deus.

[…] Há certas coisas que nos ajudarão a aprender a perdoar.

A primeira é a compreensão. Existem razões muito boas por que as pessoas fazem as coisas. Quando dedicamos tempo para descobrir as razões delas, muitas vezes fica mais fácil perdoá-las.

A segunda é o esquecimento. Precisamos aprender a esquecer. Muita gente continua nutrindo sentimentos de ira e ressentimento. 

[…] Temos uma escolha. Podemos permanecer no negativo, ou podemos deixar que Ele nos encha de pensamentos novos e limpos.

A terceira é o amor. Temos visto repetidas vezes em nosso estudo do Sermão do Monte que o amor (agape) de Deus é essa boa vontade para com os outros, que quer apenas o melhor para eles, não importa como nos tratem.

A quarta é a visão da cruz. Os verdadeiros perdoadores precisam de uma imagem diária da cruz. Precisamos reconhecer que Jesus morreu em nosso lugar. Em consequência disso, reconhecemos a necessidade de ser misericordiosos e perdoadores, assim como nosso Salvador.

6: 13: A Utilidade da Tentação

” […] cima a Bíblia diz que Satanás está trabalhando ativamente para criar situações que nos façam cair. Nunca devemos esquecer que vivemos diariamente no meio de um grande conflito entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás.

Deus, diz-nos a Bíblia, a ninguém tenta (Tia. 1:13). Por outro lado, Ele usa a tentação para desenvolver nosso caráter. Assim, lemos em Tiago 1:2 e 3 que devemos ter “por motivo de toda alegria o (passarmos] por várias provações, sabendo que a provação da [nossa] fé… produz perseverança”.

Há algo maravilhoso sobre nosso Deus, sobre o Ser que pode essencialmente transformar experiências más em bons resultados. Não há nada que Deus não possa usar para fazer o bem.

Embora seja verdade que Deus usa as provações da vida para desenvolver nosso caráter e fé, também é verdade que Ele utiliza nosso esforço durante o processo. Precisamos ser como o garoto da fazenda que disse: “Quando passo por um canteiro de melancias, não posso deixar de encher a boca de água, mas posso correr.”

Precisamos muitas vezes “correr” dos lugares vulneráveis de nossa vida. Precisamos orar cada dia para que Deus não apenas nos ajude a reconhecer nossas fraquezas específicas, mas também para que nos dê determinação para vencê-las pelo poder do Espírito. A Deus não falta poder. Mas muitas vezes nos falta determinação e persistência em pedir esse poder.

Salmo 23: 1 – 3 – A Estrada do Passado ao Futuro

“Deus está guiando Seu povo. […] Deus é o líder, e nós somos Seus seguidores.

Essa verdade aparece também no Sermão do Monte. Podemos caminhar com Jesus no Monte das Bem-aventuranças, mas Ele Se acha definitivamente diante dessa grandiosa excursão de princípios cristãos. Ele é o líder; nós somos os liderados.

[…] A petição pelo pão, por exemplo, é uma oração pelo presente; a petição pelo perdão é em favor da remoção de um passado ruim; e a petição pela guia de Deus é uma oração por um bom futuro. Deus está sempre preocupado com a direção que estamos tomando. Como um bom pastor, Ele procura guiar Suas ovelhas a pastos saudáveis.

As petições com respeito a não cair em tentação e ser livrado do mal seguem-se naturalmente à petição por perdão. […] O verdadeiro arrependimento leva a um afastamento da velha vida e dos hábitos destrutivos. Consiste numa volta para as coisas de Deus. Assim sendo, não oramos apenas por perdão, mas também para sermos livrados do mal.

Existe um ponto conclusivo no desenvolvimento progressivo na Oração do Senhor. Ela começa com o Pai e acaba com uma advertência contra o maligno. Isto fica mais evidente nas versões bíblicas que traduzem “mal” por “maligno”. A oração fornece uma excursão do Céu ao inferno, de Deus a Satanás. E entre essas duas posições opostas, con- cede-nos as sete breves petições que abrangem tudo que tem importância na vida.”

6: 14 – 15 – Ponto Enfatizado

“A grande oração acabou, mas não o comentário sobre a oração. E significativo que a única petição da oração sobre a qual Jesus faz comentário é a quinta. Ele sabia, sem dúvida, como é difícil para a maioria de nós perdoar de verdade os outros. E por isso que Ele volta a esse ponto para enfatizar de modo especial a sua importância.

Mateus 6:12, 14 e 15 não são os únicos lugares no primeiro Evangelho onde se enfatiza a lição de passarmos adiante a outros o perdão que recebemos de Deus. Uma abordagem ainda mais vivida e completa do assunto encontra-se em Mateus 18:21-35.

A passagem começa com Pedro fazendo uma interessante pergunta. Ele quer saber quantas vezes deve perdoar aos outros.

[…] Pedro também fornece uma resposta para a pergunta. Ele sugere sete perdões.

[…] Pedro também achava que estava sendo generoso. Afinal de contas, os rabinos do seu tempo sugeriam que era errado perdoar mais de três vezes, pois haviam deduzido do livro de Amós que Deus só perdoa três vezes. E certamente ninguém deve ser mais misericordioso que Deus.

[…] Pedro deve ter sentido seu corpo estremecer quando Jesus lhe disse que devemos perdoar setenta vezes sete.”

Mateus 18:21 e 22 – O que Pedro Realmente Queria Saber 

“Jesus não poupou esforços para fazer da reciprocidade do perdão um ponto de ênfase em Seu ensino do Sermão do Monte. […] Jesus ministra a mesma lição em Mateus 18.

Pedro não está tão interessado na extensão do perdão como nos seus limites.

Pedro está, na verdade, indagando sobre os limites do amor e da tolerância cristã. Afinal de contas, é tranquilizador saber até que ponto posso, com boa consciência, parar de amar meu irmão. Quero saber o momento em que cumpri minha cota moral de amor e perdão, para que eu possa, com a consciência limpa, dar às pessoas aquilo que elas merecem. […]

A resposta de Jesus […] não é perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete ou 490 vezes. Para falar a verdade, o cristão não tem limite para o perdão. As boas novas são que o perdão que Deus me concede é ilimitado. Por outro lado, espera-se que eu seja tão propenso a perdoar você, como Deus é comigo. Essa é uma lição dura, mas importante.”

Mateus 18:32-35 – Mais Uma Ilustração da Lição

A parábola de Mateus 18:21-35 foi elaborada com base na quinta petição da Oração do Senhor (que devemos perdoar os outros na mesma proporção que Deus nos perdoa) […].

A semelhança da maioria das parábolas de Jesus, essa é um modelo de simplicidade. Estrutura-se em torno de três personagens principais: o rei (Deus), um servo a quem se perdoa uma quantia altíssima (você e eu) e um servo (nosso próximo) que deve ao primeiro servo (você e eu) uma soma relativamente insignificante.

A parábola também apresenta três cenas rápidas. Na cena 1, o primeiro servo encontra-se na sala de audiência do rei, onde recebe o perdão pela grande dívida. Observe como suas súplicas por perdão são lastimosas e sinceras. Note como ele está desesperado. Tenho estado nessa posição. Você também. Que onda de alegria nos inunda quando somos finalmente perdoados! Como é grande nossa vontade de louvar a Deus!

A cena 2 mostra o servo recentemente perdoado saindo para a rua, onde encontra um vizinho que lhe deve uma quantia comparativamente pequena. A parábola nos dá uma representação exata dos apelos lastimosos, sinceros e desesperados do primeiro servo. Mas a misericórdia não é passada adiante. […].

[…]. Na cena 3, o servo incompassivo é lançado na prisão (inferno) até que pague sua dívida impossível.

Moral da história: Precisamos demonstrar tanto espírito de perdão aos outros quanto Deus tem demonstrado por nós (verso 33). Precisamos aprender como perdoar os outros de coração.

Isso exige graça, graça transformadora e graça capacitadora.

Lucas 7:47 e 48 -O Grande Contraste

“Uma das coisas mais importantes a salientar nessa parábola é o tremendo contraste entre as duas dívidas.

A dívida de 10.000 talentos (verso 24) era colossal. Um talento equivalia a 6.000 denários ou 6.000 dias de trabalho (ver Mat. 20:2). […]

[…] os 100 denários poderiam ser pagos com 100 dias de trabalho, ao passo que os 10.000 talentos exigiriam 164.384 anos (sete dias por semana).

[…] Jesus Se esforçou para nos apresentar um tremendo contraste. Por quê?

William Barclay sintetiza belamente o sentido do contraste quando escreve estas palavras:—O ponto que se quer destacar é o de que nada que o homem possa fazer contra nós pode, de modo algum, comparar-se com o que fizemos a Deus; e se Deus nos perdoou o que lhe devíamos, também devemos perdoar a nossos semelhantes as dívidas que contraíram para conosco.”

Jesus fez um grande esforço para enfatizar a lição da reciprocidade do perdão porque sabia que essa é uma das lições mais difíceis de praticarmos na vida diária.”

6: 16 – Jejum Equivocado

“[…] Dos versículos 2 até o 4, Jesus adverte contra a esmola ostentosa, e nos versículos 5 e 6 faz o mesmo com relação à oração. Nos versículos 7 e 8, ministra instruções importantes, e do verso 9 até o 13 apresenta um exemplo de oração. […]. Dessa vez Sua instrução tem que ver com o jejum.

Os versículos 16-18 são a única instrução de Jesus a respeito desse assunto, e o propósito dEle é mais advertir contra os abusos do que nos dizer como e quando deve ser praticado.

Jejuar era algo importante para os santos, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. O único jejum ordenado no Antigo Testamento ocorria no anual Dia da Expiação, embora no tempo de Jesus os fariseus jejuassem dois dias por semana: nas segundas e nas quintas-feiras. […]

Por coincidência, esses também eram os dias de feira. Assim sendo, chegava muita gente nas cidades e vilas nos dias semanais de jejum.

Isto acabava sendo uma tentação para alguns judeus que gostavam de auditórios maiores para suas exibições de santidade. Havia muitos que tomavam medidas deliberadas para que os outros não deixassem de perceber que eles estavam jejuando. Alguns caminhavam pelas ruas com o cabelo propositadamente despenteado e com roupas intencionalmente sujas e descompostas.

Embora essas exibições pudessem enganar o povo comum, certamente não iludiam os rabinos mais sábios nem Jesus. Jesus afirmou a esses exibicionistas que seu jejum era mais um ato propositado de orgulho espiritual do que um ato de humildade.

6: 17 – 18 – O Jejum Apropriado

“Talvez a coisa mais notável dessa passagem para a maioria dos cristãos evangélicos seja o fato de que Jesus não está recomendando o jejum. Afinal de contas, ele é uma das coisas mais fáceis de serem pervertidas. Repare na maneira mecânica como muitos judeus o praticavam. E esses problemas foram “reinventados” na igreja medieval.

Note que Jesus não diz para não jejuar, mas “quando jejuares”. Ele espera que Seus discípulos jejuem, assim como dão esmolas e oram. O jejum certamente era algo praticado pela igreja primitiva, muitas vezes em ligação com a oração ou com a tomada de decisões importantes. A maneira correta de lidar com uma prática que foi usada impropriamente na igreja não é aboli-la e ir para o outro extremo, mas modificar a prática e efetuá-la de maneira que conduza a resultados espirituais.

Considerando os tempos em que vivemos, talvez os adventistas devam reconsiderar a prática do jejum. Os que procuram reavivamento e despertamento talvez devessem reexaminar a questão do jejum.

Jejuar não deve ser um acontecimento rotineiro e mecânico a ser realizado periodicamente. Ao contrário, sua principal utilidade é durante situações excepcionais em que precisamos ter mente clara e coração limpo ao buscarmos a Deus com toda a nossa alma.

Jejuar não deve ser visto como um meio de colocar “moeda no cofre” das recompensas divinas. Também não é um fim em si mesmo. Antes, jejuar é um meio físico para atingir fins espirituais, enquanto a alma luta consigo mesma e com Deus. Jejuar, de um modo geral, tem que ver com a abstenção de alimento ou de certos tipos de alimento por um dia, mas o verdadeiro jejum também pode consistir na renúncia de outras coisas ou atividades, tendo em vista propósitos espirituais. Parte do propósito do jejum é limpar os condutos de nossa vida para que possamos encontrar a Deus mais eficientemente na oração e na meditação. Deus quer que partamos ao Seu encontro nos pontos decisivos e críticos de nossa, vida.”

Isaías 58: 5- 7 – Apenas Pareça Normal

É mais fácil parecer piedoso do que ser piedoso. É mais fácil apresentar uma aparência exterior do que ser um cristão autêntico na vida diária. E mais fácil jejuar do que amar o próximo de maneira concreta.

Deus não é contra o jejum, mas se alguém tiver de escolher entre jejuar e amar o próximo, o jejum deve ser preterido. Essa é a mensagem de Isaías 58 (nosso texto de hoje) e do Sermão do Monte. A religião do coração é o elemento decisivo, e não a exibição externa.

Na verdade, em Mateus 6:16-18 Jesus é contra todas as formas de exibição exterior durante o jejum. Ele não apenas diz para não nos mostrarmos melancólicos, mas que devemos lavar o rosto e pentear o cabelo e parecer normais, para que ninguém saiba nem mesmo que estamos tendo um dia especial com Deus.

[…] Procure apenas ser normal quando estiver com Jesus. O jejum é entre vocês dois.

Êxodo 3:6 – Outro Passeio Pelas Bem-Aventuranças 

“Ao ver o ideal de Deus para mim, reconheço novamente minhas fraquezas e defeitos; reconheço como estou longe do ideal de Deus.

[…] Quando reconheço que as palavras de Jesus não foram dirigidas apenas para os fariseus do passado, sou subitamente levado de volta para o pé da cruz. Elas foram dirigidas para mim também.

Repentinamente tomo a ser levado para as bem-aventuranças. Reconheço mais uma vez minha pobreza de espírito (Mat. 5:3) ao me ver como realmente sou. Mais uma vez tenho fome e sede de justiça (verso 6) porque reconheço que minha justiça não excede a dos escribas e fariseus (verso 20), porque ainda não sou tão semelhante ao Pai (versos 43 e 48) como deveria e poderia ser.

[…] a vida de Jesus permite que eu vá confiantemente diante do trono de Deus e novamente encontre graça. Subitamente compreendo como é maravilhoso o Deus a quem eu sirvo.”

5º Passo : Alvos e Prioridades do cristãoMateus 6: 19 – 34Aprendemos com Jesus que os alvos e prioridades nas coisas deste mundo, precisam ser diferentes da cultura em geral. O foco de Jesus eram os gentios. Precisamos renunciar o sistema de valores dos gentios

6: 19 – O Quinto Passo

” […] Com Mateus 6:19, o grande sermão de Jesus faz outra radical mudança de foco. E veremos no novo enfoque, de uma nova maneira, a extensão do interesse de Deus por Seus filhos terrenos. Ele está interessado não só em nossa atitude para com as coisas celestiais, mas também para com as coisas terrenas. O Sermão do Monte abrange realmente todas as áreas da vida. É verdadeiramente o ideal de Deus para Seu povo.

[…] Caminhamos primeiro com Ele pelas Bem- aventuranças, Seu ideal para o caráter cristão (Mat. 5:3-12). A seguir, caminhamos com Ele pela responsabilidade que os cristãos têm de testemunhar de Seu amor (versículos 13-16). Depois, Jesus fez conosco um magnífico passeio pela extensão e profundidade da lei, ensinando- nos que a justiça do cristão deve exceder a dos escribas e fariseus (versículos 17-48).

Isso nos levou ao capítulo 6. Aprendemos, nos primeiros 18 versículos, que não somente as ações justas do cristão devem exceder as dos escribas e fariseus (Mat. 5:21-48), mas também a sua piedade (Mat. 6:1-18). Agora, com os versículos 19-34, vamos descobrir que até mesmo os alvos e prioridades do cristão nas coisas deste mundo precisam ser diferentes dos valores da cultura em geral. Jesus iniciou o capítulo 6 focalizando os fariseus; Ele termina o capítulo dizendo que precisamos renunciar ao sistema de valores dos gentios.

A mensagem é que ser um discípulo de Jesus é ser radical. Podemos ser membros da igreja sem ser radicais, mas não discípulos. Eis a diferença crucial.

Jesus hoje está me convidando a ser mais semelhante a Ele, não apenas na maneira como vivo e adoro, mas mesmo na forma como encaro minhas posses materiais.

6: 20 – O Céu versus o Mundo

“Em Mateus 6:19-24 Jesus nos apresenta três conjuntos de antíteses: a Terra versus o Céu (versículos 19-21), as trevas versus a luz (versículos 22 e 23) e o dinheiro versus Deus (versículo 24). A primeira antítese nos apresenta dois tesouros; a segunda, dois olhos; e a terceira, dois senhores. Todas as três tratam de alvos e prioridades. Todas as três tratam da “matéria-prima” da vida cotidiana. Todas as três tratam do Céu e do mundo.

O mundo, no Novo Testamento, não é o Universo físico. Ao contrário, o mundo é um ponto de vista, uma mentalidade, uma maneira de ver as coisas, uma forma de avaliar toda a vida, um modo de hierarquizar metas e prioridades.

Um dos problemas mais críticos que os cristãos têm que enfrentar é seu relacionamento com o mundo. A estratégia de Satanás consiste em fazer com que nos rendamos ao mundo, essa orientação contrária a Deus.

A fim de alcançar seus fins, o adversário apresenta-nos tentações tanto internas como externas, seduções tanto particulares como públicas.

Em Mateus 6, Jesus está nos preparando para o combate contra o diabo. Na primeira parte do capítulo, Ele sugere que nos preparemos mediante jejum e oração. E agora na segunda metade, Ele nos fornece estratégias para fazer guerra contra o maligno no campo de batalha dos afazeres diários.

E nas ocupações da vida diária, Ele nos prepara para dois tipos de tentações, ambas igualmente destrutivas. A primeira é o decidido amor pelo mundo e pelas coisas do mundo (Mat. 6:19-24), enquanto a segunda é a ansiedade pelo mundo (versos 20-34).

A solução de Jesus não é reagirmos com o erro monástico de nos isolarmos do mundo, com o fim de viver vida santa, mas viver como cristãos na sociedade em geral, como Ele fez. Assim sendo, Ele nos mostra como vencer o mundo enquanto vivemos no meio dele.

Nosso Deus é o Deus da Terra, mas é também o Deus do Céu. Ele quer que cada um de nós viva na Terra de acordo com os princípios do Céu.

 Mateus 13:44

” […] Algumas pessoas, como no caso da parábola citada acima, enterravam seu ouro no solo, apenas para morrerem sem ninguém saber a localização.

Jesus destaca em Mateus 6:19 e 20 a transitoriedade da vida. Ao fazê-lo, tece comentários sobre as três grandes fontes de riqueza da Palestina.

Primeiro, Ele nos diz para não colocarmos nossa confiança em coisas que a traça pode destruir. Na antiga Palestina, a riqueza de uma pessoa consistia muitas vezes em roupas caras. Assim, quando Geazi, servo de Eliseu, quis tirar proveito de Naamã, depois que este ficou curado da lepra, pediu-lhe um talento de prata e duas mudas de roupa (II Reis 5:22). E uma das coisas que tentou Acã foi “um belo manto babilônico” (Josué 7:21, NIV). Jesus, porém, nos adverte de que essas coisas não possuem segurança em si mesmas, pois a traça as devora ainda que estejam bem guardadas.

Segundo, Ele nos adverte a evitar as coisas capazes de ser destruídas pela ferrugem ou pelos vermes (Mat. 6:19). A riqueza pode ser corroída pela ferrugem e pelos vermes, ou mesmo pelos ratos e ratazanas. As pestes destes últimos, no mundo antigo, tomavam o alimento armazenado uma fonte duvidosa de riqueza a longo prazo. Terceiro, Jesus sugere que, se a traça, a ferrugem e outras coisas não se apoderam de sua riqueza, os ladrões o fazem. O roubo era um problema constante na Palestina, onde as paredes da maioria das casas eram feitas de barro cozido. O arrombador tinha apenas

I João 2:15 -17 – A Vida é uma Sentença de Morte

“[…] o futuro trará algum dia invalidez, acidente fatal ou doença para um dos habitantes desse paraíso terrestre. O Céu na Terra mais cedo ou mais tarde desmorona. Nenhum de nós é imortal. A vida é uma sentença de morte. Desde o dia em que nascemos cada um de nós está sujeito à morte. A questão não é se morreremos, mas quando.

Essa é a verdade que Jesus está tentando nos ensinar em Mateus 6:19-21. Portanto, Ele nos adverte contra os prazeres que se desgastam com o tempo, […] Todos os prazeres terrenos acabam se esgotando. […] Tolas são as pessoas que põem sua esperança em coisas destinadas a oferecer retornos cada vez menores.

[…] Existem certos prazeres que perdem sua atração à medida que as pessoas envelhecem. Jesus sugere que devemos depositar nossa confiança em coisas que o tempo é incapaz de desgastar.

[…] A verdadeira felicidade é resultado de depositarmos nossa confiança no que é eterno. Em que tenho depositado minha confiança?”

I Timóteo 6:10 – Está em sua cabeça

“[…] o problema está no coração e na mente humana, e não no dinheiro em si mesmo.

[…] estamos de volta ao velho problema do pecado como amor mal-direcionado, do pecado como um problema mais do coração e da mente do que um mero problema desse ou daquele comportamento.

Jesus faz a mesma observação essencial em Mateus 6:19-21. Metermo-nos em problemas quando amamos as coisas erradas.

[…] Não devemos limitar os “tesouros”, sobre os quais Jesus está falando, a dinheiro ou riqueza financeira. Tesouro é um termo bastante amplo que inclui o dinheiro, mas que abrange muito mais. Os tesouros transitórios nos quais Jesus está pensando incluem tudo aquilo que amamos mais do que a Deus e às coisas que pertencem a Seu reino eterno.”

Lucas 12 32 – 33 – O Verdadeiro tesouro

“Qual é o verdadeiro tesouro sobre o qual Jesus está falando?

[…]

Em Lucas, fica claro que Jesus fala do reino como um dom. Na continuação, Ele dá a entender que os tesouros são as características e as ações de valor eterno.

Os judeus conheciam muito bem a expressão “tesouro nos Céus”. Eles associavam esse tesouro especificamente a duas coisas. A primeira era a bondade. Diziam que os atos de bondade feitos por uma pessoa na Terra convertiam-se em tesouro no Céu. Esses atos tinham valor eterno e consequências eternas.

O princípio da bondade também encontra raízes na igreja cristã primitiva. Cuidar dos pobres e doentes era uma característica da igreja primitiva. Os cristãos cuidavam daqueles por quem ninguém mais se importava.

[…]

A bondade tem resultados eternos. A igreja, na sua melhor forma, sempre acreditou que “o que conservamos perdemos, e o que doamos conservamos”.

Os resultados da bondade jamais acabam. Esses são os tesouros eternos do reino de Deus, o tipo de tesouro no qual Jesus está pedindo que invistamos.

I Timóteo 6:6 e 7 – Outro verdadeiro Tesouro

“Um provérbio espanhol diz que mortalha não tem bolsos. […] Não há realmente nada que levemos conosco ao partirmos desta vida? […]

Eu gostaria de sugerir que existe uma coisa que levamos conosco desta vida para a próxima. Obviamente, não se trata de ouro, prata ou posses. Paulo e o provérbio espanhol são bastante corretos sobre esse ponto. Mas o que podemos e devemos levar é o tesouro do caráter – algo que não pode ser levado num bolso, mas que toda pessoa desenvolve numa ou noutra direção.

Na Terra estamos formando caracteres. Esses caracteres são o que nós somos. São nossa identidade. E possuem consequências eternas. Somente os que tiverem caráter semelhante ao de Jesus serão felizes no reino de Deus; somente esses participarão da primeira ressurreição.

Depois de aceitar Jesus, a edificação do caráter é a tarefa mais importante da vida. O caráter é a única coisa que levaremos para o Céu. O caráter tem consequências eternas. É por isso que Ellen White escreveu que “a formação do caráter é a obra mais importante que já foi confiada. a seres humanos”. – Educação, pág. 225. Desenvolver um caráter semelhante ao de Cristo é ajuntar “tesouros no Céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam”. Mat. 6:20.

O tesouro celestial, naturalmente, tem valor terreno. Todos os dias, homens e mulheres de bom (ou de mau) caráter influenciam os filhos e outras pessoas com as quais entram em contato.

Hoje minha vida pode fazer diferença. E o que eu sou hoje é um seguro prenúncio do que serei amanhã.”

Filipenses 4:1 – Ainda Outro Verdadeiro Tesouro

Um terceiro tipo de tesouro que não pode ser destruído pelas traças nem roubado pelos ladrões são as almas salvas para o reino de Deus. No texto de hoje, Paulo as chama de “recompensa”. Na versão Almeida Atualizada, a tradução é “coroa”. As pessoas ganhas para Jesus são um tesouro eterno.

“No dia final”, lemos em O Maior Discurso de Cristo, “quando a riqueza da Terra vier a perecer, o que acumulou tesouro no Céu contemplará aquilo que foi ganho pela sua vida. Se demos ouvidos às palavras de Cristo, então, ao reunir-nos em torno do grande trono branco, veremos almas que foram salvas por nosso intermédio, e saberemos que uma salvou a outros, e estas ainda outras – um grande grupo levado ao porto de descanso em resultado de nossos labores, para aí depositar suas coroas aos pés de Jesus, e louvá-Lo através dos intérminos séculos da eternidade. Com que alegria há de o obreiro de Cristo contemplar esses remidos, que partilham da glória do Redentor! Quão precioso será o Céu para aqueles que houverem sido fiéis na obra de salvar almas!” – Págs. 90 e 91.

[…] Que privilégio ser capaz de participar no processo de ajudar outros a conhecer Jesus melhor.

Esse pensamento nos leva de volta a Mateus 5:13-16 e à função evangelística de cada cristão. Lembre-se de que cada um de nós é sal e luz. Cada um de nós tem um ministério diário de permitir que nosso amor cristão permeie os que se encontram ao nosso redor (a função do sal) e também de conscientemente testemunhar do evangelho (a função da luz). Precisamos aproveitar as oportunidades que Deus coloca diante de nós cada dia.

O ser sal e luz para os outros causa impacto em nossa própria vida, à medida que nosso caráter continua a desenvolver-se para ser cada vez mais semelhante ao caráter de Jesus.”

Provérbios 22:6 – Uma Última Olhada no Tesouro

Filhos. Todos somos filhos, e a maioria de nós tem pelo menos um filho. Como eles são preciosos, embora algumas vezes também sejam desanimadores e frustrantes.

Como pai e professor, encontro no livro Educação grande encorajamento. Nesse livro, a Sra. White nos diz que nosso anjo da guarda será o primeiro a saudar-nos na manhã da ressurreição. Nosso anjo nos colocará a par da obra de nossa vida. Lemos depois que “rodas as perplexidades da vida serão… explicadas. Onde para nós apareciam apenas confusão e decepção, propósitos frustrados e planos subvertidos, ver-se-á um propósito grandioso, predominante, vitorioso, uma harmonia divina.”

Naquele tempo, continua ela, “todos os que trabalharam com um espírito desinteressado contemplarão os frutos dos seus labores. Ver-se-á o resultado de todo princípio correto e nobre ação. Alguma coisa disto aqui vemos. Mas quão pouco dos resultados dos mais nobres trabalho que se manifesta nesta vida aos que os fazem! […] apenas, pela fé veem as crianças que educaram tomarem-se uma bênção e inspiração a seus semelhantes, e essa influência repetir-se mil vezes mais. … Os homens [e mulheres] lançam a semente, da qual, sobre as suas sepulturas, outros recolhem a abençoada messe. Plantam árvores para que outros comam o fruto. Aqui estão contentes por saberem que puseram em atividade forças para promover o bem. No além serão vistas a ação e reação de todas estas forças”. – Págs. 305 e 306.

As crianças são tesouros. Mais do que isso, são tesouros dinâmicos que concedem bênçãos a outras pessoas.

Precisamos levar a sério nossa mordomia em favor dos jovens, ainda que eles não sejam nossa descendência pessoal. Todos somos pais em Israel para todos os pequeninos de Deus.

6: 21 – Uma Olhada no Primeiro Mandamento

O primeiro mandamento diz: “Não terás outros deuses diante de Mim.” Exo. 20:3. Essa ordem é básica para o Antigo Testamento. Ela modela a teologia, a história e a ética do Antigo Testamento.

Também modela o Novo Testamento. Em Mateus 6:19-24, por exemplo, encontramos o primeiro mandamento ilustrado diversas vezes. Talvez possamos captar a intenção de Jesus um pouco mais claramente se parafrasearmos o mandamento para “não terás outros objetivos diante de Mim”. Depois, sugere F. D. Bruner, parafraseamos a intenção de Mateus 6:21 assim: “Onde está teu objetivo, aí estará também teu coração.”

Esse é um vislumbre crucial, porque nossos objetivos determinam nossas ações. Nossos objetivos determinam tudo o mais em nossa vida. Assim sendo, onde está nosso coração, ou aquilo que nosso coração tem em vista, é de suma importância. Seja o que for, isto há de determinar tanto a maneira como vivemos como o lugar onde passaremos a eternidade.

O que eu amo? O que verdadeiramente cativa minha imaginação, meu tempo livre, minha elevada lealdade? Essas perguntas podem me ajudar a descobrir tanto a localização do meu coração como a forma dos meus objetivos. […]

Lemos em João 3:19: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.”

Eles “amaram” as trevas. O amor é um assunto do coração. Todos nós escolheremos amar alguma coisa. Felizmente, é-nos oferecida uma escolha na questão. Não somos predestinados.

[…] Ele está apelando a mim no próprio contexto de Mateus 6:21, para que eu ame as coisas de valor eterno, em vez de as coisas e os costumes transitórios. Ele deseja que eu ame o tesouro “verdadeiro”.

6:22 e 23 – A Lição do ‘Olho’

“Nesses versos o olho é comparado a uma janela que permite a entrada de luz para todo o corpo. A cor ou estado dessa janela determina qual o tipo de luz e quanta luz entra no compartimento.

Se a janela estiver limpa e clara, a luz poderá inundar o quarto, iluminando cada canto. Por outro lado, se o vidro da janela estiver sujo ou coberto de gelo, a luz não conseguirá entrar. Assim, a quantidade e a qualidade da luz que entra no quarto dependem do estado da janela por meio da qual ela penetra.

Jesus aplica esse conceito ao olho humano. A quantidade de luz que entra no coração ou na mente de uma pessoa depende do estado espiritual dos seus olhos, já que os olhos são uma janela para todo o corpo.

No contexto de Mateus 6:19-24, esse ensino sobre o olho tem que ver com nossos alvos e prioridades. Se nossas percepções espirituais estiverem corretas, teremos uma visão correta, tanto dos tesouros terrenos como dos celestiais; teremos uma visão correta de qual mestre devemos servir (verso 24). Mas, se nosso olho estiver em más condições, assim estarão nossas prioridades.

[…] Alguns andam de um lado para outro completamente cegos, embora insistam em dizer o tempo todo que enxergam perfeitamente. Outros veem as coisas através de lentes distorcidas. Toda a vida deles é afetada por essas distorções.

Deus quer que tenhamos boa visão espiritual. O Sermão do Monte é uma lente de correção para olhos deficientes.

Filipenses 3:13 e 14 – Evitando a Esquizofrenia Espiritual

[… ] Os cristãos também devem manter sua atenção e prioridades focalizadas em seu único e incomparável objetivo.

Jesus expressou a mesma ideia em Mateus 6:22 e 23, quando falou sobre os olhos do cristão serem “bons”. Conforme Ellen White declara: “Sinceridade despropósito, inteira devoção a Deus, eis a condição indicada pelas palavras de nosso Salvador. Seja o desígnio de descobrir a verdade e obedecer-lhe custe o que custar, sincero e inabalável, e haveis de receber divina iluminação. A verdadeira piedade começa quando termina toda transigência com o pecado” – O Maior Discurso de Cristo, pág. 91.

Paulo tinha essa espécie de devoção em mente quando disse: “Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nEle, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé.” Filipenses 3:8 e 9.

Paulo é o oposto do homem inconstante e indeciso descrito por Tiago. O tal é “semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento”. Tiago 1:6.

Lucas 21:34 e 2 Timóteo 4:10 – Visão Distorcida

Trata-se de uma doença que geralmente aparece com a idade. O problema gira em torno do embaçamento do cristalino do olho. Quando as estruturas oculares se tornam opacas, o resultado é cegueira parcial ou total. Essa é uma doença comum conhecida como catarata.

Embora saibamos que catarata é uma doença física, há no mundo espiritual uma dinâmica paralela que também embaça nossa visão e nos leva à cegueira progressiva. A visão espiritual distorcida tem muitas causas. Uma delas é a arrogância ou amor-próprio. As pessoas que não possuem uma visão equilibrada nem correta do próprio eu são incapazes de autocrítica. E os incapazes de autocrítica também são incapazes de auto- aperfeiçoamento. Tampouco essas pessoas conseguem ver os outros como realmente são. Assim sendo, a luz em que vivem se toma trevas.

O preconceito também distorce nossa visão espiritual. Nada destrói mais eficazmente nossa capacidade de julgamento do que o preconceito. Ele impede a formação de juízos claros e lógicos. Cega-nos para os fatos e o significado dos fatos. Assim, nossa luz se torna trevas.

Um terceiro fator de distorção é o ciúme. A pessoa ciumenta perde a capacidade de pesar friamente os fatos. Os ciumentos são incapazes de fazer avaliações corretas porque sua visão está enfraquecida. Vêem muitas vezes vermelho onde deviam ver branco. Vivem numa luz desbotada.

E os cuidados deste mundo, conforme vimos em nossa leitura bíblica de hoje, também transformam nossa luz em trevas. Assim aconteceu com Demas, um homem que fizera parte da equipe evangelística de Paulo. Ele começou a amar as coisas erradas; perdeu a visão e finalmente a própria fé.

O Grande Médico convida a todos quantos sofrem de catarata espiritual a dirigirem-se a Ele para uma cirurgia corretiva.”

II Coríntios 4:4 e 1 João 1: 5 – Luz Sombria

“Deus é luz! O pecado cega! O deus desta era (Satanás) é um agente de cegueira! Esses fatos básicos são localizados no centro do grande conflito entre o bem e o mal.

O alvo de Satanás é cegar-nos em determinados aspectos vitais intimamente relacionados com Mateus 6:19-24. […]

Um segundo ponto em que Satanás tenta cegar-nos é com respeito ao valor relativo do tempo. E seu intento fazer-nos viver para o tempo presente e esquecermos a eternidade. A sabedoria do mundo diz que é tolice viver em função do reino por vir. Pelo contrário, as pessoas devem fazer tudo quanto podem para gozar o máximo do presente mundo.

[…] No Sermão do Monte, Jesus nos coloca’ face a face com essas verdades. Ele procede assim porque sabe que cada um de nós precisa fazer uma escolha a respeito da finalidade da vida.

Lucas 16:27-31 – O Caso de Lázaro

“Eis aqui a inestimável parábola de Jesus sobre um homem cuja luz se convertera em trevas. O homem rico, tradicionalmente conhecido como Dives (em inglês), havia engolido não somente o anzol da filosofia do mundo, mas também a linha e a chumbada. Ele havia engolido de uma só vez todos os oito metros de engano de Satanás.

Dives viveu para este mundo e fez isso com bastante dedicação. Dê uma olhada nele: luxuosamente vestido em púrpura e linho finíssimo. Também comia bem. E sua casa era algo de encher os olhos. Ele a havia feito para este mundo. Era uma figura invejada em seu círculo social.

Depois havia o pobre e velho Lázaro, um homem evidentemente fiel a Deus, mas que vivia em extrema penúria e com o corpo coberto de chagas. Ele era tão pobre que ficaria feliz em comer o lixo de Dives. Mesmo os animais mais desprezados do mundo antigo, os cães, levavam vantagem sobre Lázaro: lambiam as feridas dele.

Que contraste! Mas a história não termina aí. Aproveitando uma imagem popular, Jesus apresenta Lázaro como indo para o Céu e Dives para o inferno.

Agora a cortina com que o diabo mascara as prioridades, alvos e valores mais importantes é removida. A luz resplandece, e mesmo Dives finalmente percebe a verdade.

Ele pede que Lázaro seja enviado para advertir seus irmãos para que não sejam enganados. Mas lhe é dito que eles já dispõem da fonte de luz e verdade. Eles já têm a Bíblia, o Livro que conta a verdadeira história dos valores e alvos.

O problema é que eles não leem a Bíblia; eles não querem a verdade que ela apresenta. Mas essa luz, meus amigos, é a única luz. Ignorá-la significa risco eterno. Ela é a palavra de Deus a nós.”

6:24 – A Natureza da Escravidão

“Esse versículo soava, sem dúvida, mais vigoroso para o mundo antigo do que para nós. O verbo traduzido como “servir” vem de doulos, que é nossa palavra para “escravo”. A palavra traduzida como “senhor” é /curios, um termo que denota posse absoluta e é quase sempre vertida como “senhor” no Novo Testamento. Portanto, a ideia contida em Mateus 6:24 é a de que ninguém pode ser escravizado por dois donos ou dois senhores ao mesmo tempo.

[…] no mundo antigo um escravo não era considerado uma pessoa, mas uma ferramenta viva. Os escravos não tinham direitos pessoais. Achavam-se completamente sob o domínio de seus senhores, que podiam fazer com eles o que bem entendessem. Os senhores podiam vender os escravos, bater neles, expulsá-los de casa e até matá-los.

[…] no mundo antigo os escravos não tinham tempo para si próprios. Todo o seu tempo pertencia a seu senhor. […]

Jesus está dizendo que os cristãos devem permitir que Deus seja o senhor incontestável da vida deles. Paulo trata do mesmo assunto em Romanos 6, onde afirma que somos servos do pecado ou da justiça, de Cristo ou de Satanás.

Se os cristãos, pois, forem servos de Jesus, sempre levarão a vontade de Deus em consideração em tudo quanto fizerem. Diariamente perguntarão a si mesmos: “O que Deus quer que eu faça?” Todas as horas, todos os dias, eles vivem para Deus. Deus não tem devotos de tempo parcial, que O servem durante o expediente, mas que fazem um bico para algum outro senhor em seu tempo livre. Quando Jesus disse que ninguém podia servir a dois senhores, quis dizer isto mesmo.”

Romanos 6:16-18 – Escravidão Revertida

“[…] não podemos servir a dois senhores ao mesmo tempo. Porém, dois senhores podem ser servidos em sequência, um depois do outro.

[…] Toda pessoa, de acordo com a Bíblia, nasce com inclinação para o mal. […] Muitos “bons” membros de igreja pensam no pecado somente em suas formas mais externas. Pensam no pecado em termos de coisas como adultério, assassínio, roubo, desonestidade clamorosa e assim por diante.

[…] Esses “bons” membros de igreja também se esquecem muitas vezes de pecados “vegetarianos” como o orgulho, a autossuficiência e a bondade não santificada. Esquecem os pecados que se encontram mais próximos do cerne do real problema do pecado. Pessoas “boas” (até mesmo pessoas de dentro da igreja) são muitíssimas vezes mais difíceis de serem alcançadas pela mensagem convertedora e salvadora de Jesus, porque pessoas boas não sentem necessidade de perdão.

De acordo com a Bíblia, porém, todos precisam se converter. Toda pessoa precisa encontrar Jesus e descobrir a triste verdade de que precisamos nos arrepender até mesmo do orgulho que temos de nossa bondade. Os conceitos de arrependimento e conversão transmitem a ideia de uma mudança total de atitude, uma inversão de sentido. Isto é o que acontece às pessoas quando elas encontram Jesus. Elas podem estar indo por uma direção, mas depois tomam outro rumo. Descobrem que estavam servindo ao senhor errado. Essa descoberta as leva a escolher Jesus como o Senhor da vida delas.”

Mateus 19:21 – 22 – ” Não Podeis’

“Talvez a expressão mais vigorosa de Mateus 6:24 seja “não podeis”. Ninguém pode servir a dois senhores. Nem ele, nem ela podem.

O verso não diz “talvez não possais”, nem “não podereis”, mas “não podeis”. E impossível. E Jesus está tão preocupado em fazer-Se entendido que afirma isso duas vezes no mesmo versículo. Crisóstomo, o grande pregador da igreja primitiva, comentando o texto, observou que quando Deus disse que isso é impossível, não diz que é possível. E não é.

[…] “Pessoa algum pode ocupar uma posição neutra; não há classe neutra que nem ama a Deus nem serve ao inimigo da justiça. Cristo deve viver em Seus instrumentos humanos, e operar mediante suas faculdades, e agir por meio de suas aptidões. … Aquele que não se entregou inteiramente a Deus, acha-se sob o controle de outro poder, escutando outra voz, cujas sugestões são de caráter inteiramente diverso. Um serviço pela metade coloca o agente humano do lado do inimigo, como bem-sucedido aliado das hostes das trevas.” – O Maior Discurso de Cristo, pág. 94-

Pense um pouco sobre a Segunda Guerra Mundial. Um soldado não podia ficar “um pouquinho” do lado dos aliados e “um pouquinho” do lado de Hitler. Ou permanecia de um lado ou do outro. Assim também acontece na grande guerra galáctica entre Cristo e Satanás. Os que alegam servir a Cristo, mas são agentes “de tempo parcial” de Satanás equivalem a espiões.

[…] “o mais poderoso baluarte do vício em nosso mundo, não é a vida iníqua do abandonado pecador ou do degradado; é a vida que, ao contrário, parece virtuosa, respeitável e nobre, mas na qual é nutrido um pecado” (Ibidem). A presença de espiões é embaraçosa para qualquer exército. Vale o mesmo para o exército de Cristo. A única maneira de servi-Lo, é fazer isso de todo o coração. Você não pode servir a Deus e às riquezas.

Mateus 19:21 – 22 – Jesus, o Totalitário

” […] é uma ordem muito contundente, uma afirmação muito exigente.

[…] se começarmos a pensar no assunto, veremos que isso não era uma novidade que estava sendo introduzida por Jesus. Os Dez Mandamentos determinam: “Não terás outros deuses diante de Mim.” Exo. 20:3. Deus exigia tudo de Seu povo no Antigo Testamento. Ele era um “Deus zeloso” que não admitia concorrência.

O conceito da adoração a Deus e a nenhum outro é apresentado também no Novo Testamento, onde recebemos ordem para amar a Deus de todo o coração, alma e mente.

O cristianismo não é uma religião concessória. É uma religião de dedicação total. Essa é uma das coisas que torna o cristianismo diferente da maioria das outras grandes religiões do mundo.

[…] isso é o que Jesus exige. Ou pertencemos inteiramente a Cristo ou não pertencemos. Essa é uma escolha séria. E uma escolha que não admite concessão. O cristianismo é uma fé radical.”

Daniel 3:17 e 18 – Os Cristãos são Ateus

“Os cristãos têm morrido pelas razões mais estranhas. Na primeira perseguição movida pelo Império Romano, por exemplo, eles foram mortos porque se presumia que fossem canibais, imorais ou ateus.

Eram vistos como canibais pelo grande público, pelo fato de comerem a carne e beberem o sangue de alguém chamado Jesus. Eram vistos como imorais porque suas “festas de amor” aconteciam em segredo. E considerando-se o que acontecia nas festas gregas e romanas, bastava apenas um devaneio da imaginação para deduzirem a imoralidade, especialmente quando se levava em conta o fato de que já comiam carne humana e bebiam sangue humano em suas “orgias” secretas.

Curiosamente, pensava-se que os cristãos primitivos também eram ateus. Você pode ficar pensando como podia ser isto. Não tinham essas pessoas dado tudo por suas crenças religiosas?

Isso é verdade, mas eles não honravam as divindades greco-roma- nas, inclusive o imperador. Assim sendo, eram ateus do ponto de vista das culturas em que viviam. Não apenas eram ateus, mas considerados inimigos da humanidade, pois o fato de não adorarem os deuses civis significava que a comunidade não podia ser plenamente abençoada pelas divindades.

Os cristãos de hoje também devem parecer ateus. Os deuses da cultura moderna são riquezas materiais e posições de prestígio e poder. São esses os valores supremos para a maioria das pessoas. Muitos farão qualquer coisa para obtê-los, e poucas são as pessoas que não se curvam perante seus altares, nem mostram deferência para com os seus sumos sacerdotes.

Os verdadeiros cristãos se recusam a entrar nesse jogo. Como os amigos de Daniel no passado e como os primitivos cristãos, eles adoram um Deus estranho; adoram Yahweh, o Deus invisível que exige lealdade total.

Os cristãos são diferentes da cultura em geral. Servem a um senhor diferente.”

Deuteronômio 28:1 – O Lugar das Posses Materiais

“Jesus não está nos dizendo em Mateus 6 que é errado ter posses materiais ou riquezas. O que Ele está nos dizendo é que essas bênçãos precisam ter o lugar apropriado em nossa vida. Em vez de ter importância suprema, elas devem ser vistas sob a perspectiva do Deus que no-las deu. Elas não devem ser nosso senhor. Ao contrário, devemos ser senhores das bênçãos materiais para o serviço de Deus. Há várias coisas que precisamos lembrar […]

A primeira é que elas pertencem a Deus. “Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”, diz o salmista (Sal. 24:1). “Pois são Meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. … Se Eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é Meu e quanto nele se contém.” Sal. 50:10-12.

Uma segunda coisa que nós, como cristãos, devemos observar é que somos mordomos de Deus. Ele nos confia bens materiais para que os compartilhemos com outros. Em parte, somos mordomos espirituais, mas de vez em quando somos convidados a compartilhar com os desamparados e famintos as bênçãos materiais que Deus nos concedeu. O princípio da mordomia envolve não somente dinheiro, mas também nossos dons e talentos.

Na parábola de Jesus, foi o senhor quem distribuiu os talentos para serem utilizados até que ele voltasse. Assim acontece na vida real. Somos os mordomos da riqueza, não os seus proprietários. Somos gerentes de Deus.”

Lucas 16:10-11 – O Bezerro do Senhor

“[…] Quando as coisas ficam difíceis, um dos primeiros setores que escolhemos para fazer economia são as nossas contribuições para a obra do Senhor. O bezerro do Senhor é sempre o primeiro.

[…] ainda lutamos contra o deus mamom [riquezas]. Ainda contendemos com o direcionamento de nossa lealdade. Nossos padrões de contribuição falam alto sobre o que é importante em nossa vida.

Precisamos lembrar-nos constantemente de que não podemos servir a Deus e a mamom. Precisamos reajustar nossas prioridades financeiras. Isso não é tão difícil, uma vez que o coração esteja voltado para a divindade correta.”

1 Tessalonicenses 5:23 e 24 – Um Argumento Progressivo

“[…] O Deus de nossa salvação está ansioso para nos salvar completamente. Ele quer, tanto quanto possível, que estejamos em Seu reino. Quando Paulo fala que Deus quer salvar corpo, alma e espírito, está nos dizendo que Deus quer salvar a pessoa toda, não apenas o corpo, não apenas a mente, nem apenas nosso lado espiritual. No reino não haverá espíritos destituídos de corpo, nem corpos destituídos de espíritos.

[…] nosso coração, a sede de nossas atitudes. […]

Os frutos finais de nossas atitudes e perspectiva mental são uma vida que será a favor de Deus ou contra Ele.

Esses três ensinamentos não nos levam a nenhum meio-termo. Nosso tesouro está nos Céus ou está na Terra. Nossos olhos estão nos abastecendo com luz ou com trevas. Estamos servindo a Deus ou às riquezas.

Jesus não poderia ter dito isto de maneira mais clara. Ele deixa, porém, a decisão com você e comigo? A que senhor eu servirei hoje?.

João 3:36 – Uma Questão de Prioridades

“[…] essa escolha não é insignificante. Escolher Jesus significa escolher a vida eterna. Rejeitar Jesus significa permanecer sob a ira de Deus, a santa e amorosa ira contra os resultados destrutivos do pecado.

O coração de Deus apela para que hoje eu venha ter com Ele, que eu dê a Ele meu coração e que faça dEle o verdadeiro Senhor da minha vida. Os que assim o fizerem já têm a vida eterna. Já fazem parte do reino.”

6:25 – Gostamos de nos Preocupar

” […] quando não temos algo importante com que nos preocupar, passamos a ficar ansiosos com insignificâncias. […]

[…] a ansiedade cobra um preço muito alto dos ansiosos.

[…] O gotejar constante da preocupação enfraquece as energias vitais de homens e mulheres, provocando neles consequências como úlceras, doenças cardíacas, insanidade e suicídio. Os hospitais estão cheios de pessoas que sucumbiram sob o peso esmagador da preocupação e da ansiedade. A preocupação é um assassino, tanto direta quanto indiretamente. O Sermão do Monte enfrenta o problema da preocupação de frente, e aquilo que ele recomenda ainda forma o fundamento de alguns dos mais úteis conselhos sobre o assunto na área médica, psicológica e espiritual. Jesus trata desse problema em Mateus 6:25-34. […]

Ao examinarmos esse conselho, precisamos ter em mente o fato de que Deus está interessado em nossa vida diária. Está interessado na qualidade de nossa vida. Ele quer que ela seja mais abundante por causa de nossa fé.”

Filipenses 4:6 e 7 “Não vos Inquieteis”

“[…] O que significa não andar ansioso de coisa alguma?

Essa frase é tão confusa quanto a de Mateus 6:25, conforme a tradução da King James Version [Versão do Rei Tiago], onde lemos: “Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem com o que haveis de beber, nem quanto ao vosso corpo.” A frase “não vos inquieteis” repete-se novamente nos versos 31 e 34- O que quer que Jesus estivesse tentando nos dizer, deveria ser muito importante para Ele, pois diz isso três vezes em nove versículos.

Diversas traduções inglesas da Bíblia, publicadas antes da King James Version, traduzem a frase como “não andeis cuidadosos quanto à vossa vida”. Elas empregam a palavra “cuidadoso” no sentido literal de cheio de cuidado. Essa é uma tradução mais útil do que a da KJV. Não é a previdência comum e prudente que Jesus está condenando; é a preocupação.

[…] Jesus está nos dizendo repetidas vezes que os cristãos não devem preocupar-se com a vida, nem ficar ansiosos sobre o que devem vestir ou comer.

[…] Os grandes rabis ensinavam que uma pessoa devia enfrentar a vida com uma combinação de sensibilidade em assuntos práticos por um lado e serenidade por outro. Ensinavam, portanto, que se devia fazer planos cuidadosos, mas também confiar em Deus. Para eles, as duas coisas deviam caminhar juntas.

[…] Não se inquietar e não andar ansioso de coisa alguma deve ser entendido como: “Não fique ansioso nem preocupado o tempo todo.” Por que deveríamos? Deus não é nosso Pai? Não cuida Ele de nós?

Lucas 10:41 e 42 – Um Pouco Mais sobre Não ser ‘Cuidadoso’

“[…] [Marta] era uma pessoa cheia de cuidados. Em termos modernos, ela era ansiosa e preocupada.

Depois vinha Maria. Conforme imagino mentalmente, Maria era como uma borboleta voando de flor em flor. Passava um bocado de tempo cheirando as rosas da vida. Interessava-lhe mais a beleza das coisas e os relacionamentos do que fazer as coisas na hora.

[…] A colérica Marta estava operando em alta rotação.

Marta estava preocupada; estava cheia de cuidados. Cheia demais. Cheia demais até mesmo para ficar algum tempo com Jesus.

[…] Jesus lhe passa uma repreensão suave e lhe diz francamente que Maria havia tomado a decisão mais importante. Ele não disse para Marta que era errado limpar e cozer, mas que ela devia reajustar as suas prioridades.

As características de Marta e Maria são necessárias. E preciso que haja trabalhadores, mas, melhor ainda, os trabalhadores precisam estar com Jesus primeiro.”

Gênesis 3: 19 – O Lugar do Trabalho

Algumas pessoas interpretam as palavras de Jesus em Mateus 6:25, sobre não se inquietar sobre a vida, o alimento e o vestuário, como significando que elas não devem pensar nessas coisas. Essas pessoas zelosas, mas equivocadas, se esquecem da necessária lição de reconhecer tudo quanto a Bíblia diz sobre um assunto e de não regular nossa vida por passagens isoladas, retiradas do seu contexto.

A ordem bíblica não é apenas “viver pela fé”, com a negligência de nossas necessidades temporais. Longe disso. No momento da queda no Éden, Deus estabeleceu um programa de trabalho para Adão e Eva. Era ordem divina que os seres humanos, após a queda, devessem trabalhar através do suor do seu rosto. Em Mateus, Jesus não está condenando os fazendeiros por lavrarem e gradarem a terra, e semearem, colherem e armazenarem em celeiros.

O apóstolo Paulo diz isso de maneira bastante explícita em sua segunda carta aos tessalonicenses, quando afirma que, “se alguém não quer trabalhar, também não coma”. Mesmo nos dias de Paulo, surgiram na igreja indivíduos fanáticos com o argumento de que, visto que o Senhor iria voltar brevemente, eles não precisavam trabalhar, mas viver pela fé e passar o tempo em estudo da Bíblia, preparando-se assim para a segunda vinda. Pensando assim, pararam de trabalhar e imaginavam-se excepcionalmente espirituais. Daí a repreensão de Paulo.

Em Mateus 6, Jesus está procurando fazer com que corrijamos nossas prioridades. Embora devam trabalhar com diligência, os cristãos não devem trabalhar compulsivamente. Nem devem ficar tão materialistas que se encham de cuidado e ansiedade. O lado material da vida é importante, mas não é sumamente importante. O trabalho é importante, mas não é tudo na vida.

Temos, como cristãos, um Pai celestial que cuida de nós. Não precisamos andar inquietos, nem cheios de apreensão. Pelo fato de confiarmos em Deus, temos liberdade para viver vida mais abundante em todos os aspectos.”

1 Pedro 5:7 e 8 – Um Diabo Sorrateiro

“O diabo não tem escrúpulos. Não lhe importa qual a maneira como ele vai enganá-lo. O que lhe interessa é que você tropece e caia. Com alguns de nós, ele utiliza um tipo de tentação; com outros, outra tática. Pode até mesmo empregar táticas opostas para alcançar os mesmos objetivos.

Assim, talvez pensemos que vencemos a batalha contra Satanás porque o enfrentamos quando ele chegou na porta da frente de nossa vida. Mas, antes que nos demos conta, percebemos que ele se introduziu sorrateiramente pela porta dos fundos. São infinitos os seus métodos. Ele pode aparecer até como um anjo de luz.

Esses pensamentos nos reportam diretamente aos ensinos de Jesus na última metade de Mateus 6. Separe tempo para ler novamente os versos 19-34- Que verso divide esses versículos em duas partes? Qual é o fio comum que liga as duas partes? Em que diferem essas duas partes?

O ponto decisivo desses versos é o versículo 25. Até esse ponto da passagem, Jesus vem dizendo a Seus ouvintes para não fazerem dos bens materiais e do sucesso seu objetivo na vida ou a coisa mais importante. Mas no versículo 25 ocorre uma mudança. O assunto agora é não preocupar-se com os bens, nem mesmo com as necessidades da vida.

O fio comum que atravessa o versículo 19 ao 34 são as posses materiais. Os versículos diferem no seguinte: a primeira parte trata da aquisição de posses, enquanto a última parte focaliza a preocupação sobre elas.

Mas a estratégia do diabo é a mesma por todo o caminho. Ele quer que o lado material da vida seja o ponto focal de nossos pensamentos. Quer que o material domine o espiritual. E alcança seus objetivos, tão logo consegue desordenar nossas prioridades.

Em Mateus 6, Jesus fala sobre ambos os lados da tentação comum do materialismo. Ele apresenta uma mensagem profundamente necessária para o tempo em que vivemos. Uma mensagem especialmente necessária para mim.”

Romanos 8: 32 – Primeiro Argumento Contra a Preocupação 

O que o versículo bíblico para hoje tem em comum com Mateus 6:25: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” Pense em sua resposta antes de prosseguir com a leitura.

A resposta é que ambas as passagens apresentam os argumentos do maior para o menor. Romanos 8:32 argumenta que, visto que Deus deu Seu Filho (o maior), Ele com certeza vai nos dar tudo aquilo de que carecemos. Encontramos a mesma coisa em Mateus 6:25.

Assim, a primeira razão para não se preocupar, apresentada em Mateus 6:25-34, é que a vida, em suas propriedades mais essenciais, tem como base a confiança em Deus e a dependência dEle. Toda pessoa tem vida e corpo. Jamais recebemos essas coisas por meio de ansiedade. Elas vêm como dons de nosso amorável Criador. Portanto, Jesus nos diz que, se Deus nos concedeu atributos tão maravilhosos, por que estarmos preocupados com coisas tão medíocres como alimento, roupa e abrigo?

Aquele que nos deu coisas maiores (a própria vida), certamente pode e está disposto a nos dar as menores (bens materiais) independentemente de nossa constante impaciência. Precisamos aprender a confiar no Deus que tem cuidado de nós.

[…] devemos observar que as coisas com as quais Jesus nos diz para não nos preocuparmos são as necessidades mais elementares da vida. Comida, bebida e vestuário acham-se no centro da existência. São confortos necessários. Sem comida e bebida (e até mesmo sem roupa, dependendo do clima) deixaríamos de existir. Essas coisas são básicas para a sobrevivência. Ora, se somos instruídos a não nos preocuparmos com esses itens mais importantes, parece muito mais lógico que não devamos nos preocuparmos com as coisas secundárias.”

6:26 – A Lição dos Pássaros

Alguns anos atrás o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos publicou uma declaração relacionando o predomínio de doenças nervosas e a tendência de preocupar-se com o enfraquecimento e encurtamento da vida. Nessa declaração, estava a seguinte observação (sem dúvida alguma, inspirada nas palavras de Jesus): “Tanto quanto se saiba, nenhum pássaro tentou construir mais ninhos do que seu vizinho. Nenhuma raposa se afligiu porque tinha apenas uma toca na qual se esconder. Nenhum esquilo morreu de ansiedade, temendo não ter suprimentos para dois invernos em vez de um, e nenhum cachorro perdeu o sono pelo fato de não ter ossos reservados para sua velhice.”

O ponto que Jesus apresentou em referência ao cuidado de Deus dispensado aos pássaros não era de que eles não trabalham. Ninguém trabalha mais arduamente para sobreviver do que os pardais. Certamente eles não se sentam nos mourões da cerca, esperando que alguém coloque comida em seu bico. O que. Jesus salientou é que eles não ficam ansiosos. Não se esforçam para enxergar um futuro que eles não podem ver, nem buscam segurança em coisas armazenadas e acumuladas.

Obviamente, afirmou Jesus, as pessoas têm mais valor do que os pássaros. Se o Criador cuida deles, você pode confiar que Ele cuidará de você.

A bela, delicada, mas curta vida das flores é usada no verso 28 para ilustrar um vislumbre semelhante.

Hoje, meu Pai, quero agradecer-Te as lições da natureza, que nos são apresentadas a cada dia. Ajuda-me, Senhor, a estar sintonizado com o que desejas me dizer. Ajuda-me a aprender a não me afligir, e sim confiar em Teu cuidado. Ajuda-me a encontrar paz em Teu amor.”

Efésios 1:18 e 19 – Contemplando

Deus quer que olhemos para as coisas que nos fazem entender melhor a Sua Pessoa e o Seu amorável cuidado por nós. As primeiras palavras que a versão Almeida Corrigida usa para traduzir Mateus 6:26 são “olhai para”. Na Almeida Atualizada lemos “observai”. Deus quer que retiremos os olhos de nós mesmos e de nossos problemas. Ele quer que enxerguemos além de nossas necessidades e desejos.

Ele pede, portanto, que “olhemos para” as aves do céu. Elas têm uma lição para nós. Paulo diz isso de maneira magistral em nossa passagem bíblica de hoje, quando afirma que os olhos do nosso coração precisam ser iluminados com respeito à grandeza do amor de Deus e ao plano que Ele tem para nós. Seus planos para nós são mais elevados do que aqueles que fazemos para nós mesmos.

A fim de contemplar a extensão e a profundidade do amor de Deus por nós, precisamos “olhar para” Ele, tanto em Sua Palavra como no livro da natureza.

Nossa passagem nos leva um passo adiante na compreensão de Mateus 6:28, onde recebemos ordens para “considerar” a lição dos lírios. A palavra “considerar” é um termo mais forte e enérgico do que a expressão “olhar para”. Pressupõe meditação e consideração das coisas divinas num nível mais profundo.

Deus quer que nós O compreendamos melhor. Quer que compreendamos mais plenamente Seu grande amor e cuidado por nós. Deseja que nos volvamos, para além da ansiedade e da preocupação, em direção à fé. É por isso que nos ordena “olhar” e “considerar” Suas lições na natureza e na Bíblia.

“Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus”, diz o Senhor por intermédio do salmista (Sal. 46:10). Quão quieto você tem andado ultimamente? Você passa a maior parte do tempo olhando para o quê?

A resposta a essas perguntas revelará muita coisa sobre seus objetivos e prioridades; a resposta dirá muito sobre a qualidade da sua fé.”

 Salmo 42:6 – A Preocupação é Cega

“[…] Jesus nos disse para “olhar para” as aves e “considerar” os lírios. Ele nos afirmou que, se olhássemos para essas coisas e as considerássemos, aprenderíamos lições inestimáveis de confiança na solicitude de Deus.

Mas a preocupação é cega. Não tem olhos para as aves, nas quais poderia encontrar paz; não tem mente para as flores, nas quais poderia descobrir a verdade. A preocupação recusa-se a aprender as lições da natureza.

A preocupação também se recusa a aprender as lições da história. E aqui que entra nosso texto bíblico de hoje. O salmista se sente animado com a lembrança da história, com a lembrança da terra do Jordão e do monte Hermom. Esses lugares lhe trazem à mente o concerto e as promessas divinas. Sua alma talvez estivesse abatida, mas ele conseguia lembrar-se da promessa de Deus a respeito de um futuro melhor; conseguia lembrar-se da orientação de Deus na história passada. Podia ter esperança no futuro porque se lembrava do que Deus havia feito no passado.

Esse pensamento nos faz relembrar da lição ensinada por Ellen White sobre a direção divina no passado. “Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.” – Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 162.

A preocupação não é cega somente às lições da natureza e da história, mas também às lições da vida. Vamos combatê-la, pois ainda estamos aqui; conseguimos fazer isso até aqui na vida, vencendo obstáculos que pareciam insuperáveis. Com a ajuda de Deus, suportamos o insuportável e realizamos o irrealizável. O Deus que nos ajudou ontem, nos ajudará amanhã.

A principal diferença entre a fé e a preocupação é que a primeira tem olhos, enquanto a segunda não os tem.”

Romanos 8: 15 – 17 – Vosso Pai

“Mateus 6:26 nos diz que Deus é Pai, “vosso Pai Celestial”. Isto é emocionante. A realidade de Deus ser Pai de cada cristão é um dos grandes e recorrentes temas do Sermão do Monte. Todos quantos nasceram de novo foram adotados na família de Deus. […]

Deus não tem apenas a proximidade de um papai; Ele também possui o poder de um Criador. Foi Ele quem trouxe os mundos à existência. […]

Essa é a razão por que não devo me preocupar. Ele tem a proximidade de um papai e o poder de um Deus galáctico. Que Senhor!

Mas isso não é tudo. Nosso Aba Criador também tem o coração de um redentor. Ele nos amou tanto que deu Seu Filho para morrer em nosso lugar, a fim de que tivéssemos vida eterna.

Este é o Deus a quem servimos. Ele é Papai, Criador e Redentor, tudo de uma vez. Seu cuidado por nós não se limita apenas à esfera espiritual; abrange também nosso vestuário e sustento de cada dia. Quem pode ficar ansioso tendo tal Senhor como amigo?”

Mateus 10:29 – 31 – O Ápice da Criação

“[…] É na Bíblia, porém, que encontramos uma perspectiva mais ampla da dignidade humana. Lemos no Salmo 8 que Deus nos fez um “pouco menor do que os anjos” e nos coroou “de glória e de honra”. Fomos feitos para exercer domínio sobre todas as criaturas de Deus (ver versos 5-8). E Gênesis 1:26 e 27 nos diz que fomos feitos à imagem e semelhança da Divindade. Os seres humanos são o ápice da criação, as mais preciosas de todas as criaturas de Deus.

Talvez o maior presente já dado à natureza humana foi a encarnação da segunda pessoa da Trindade como Jesus de Nazaré. Pare para pensar um pouco sobre isto. Deus Se tornou um ser humano. Deus Se tornou um de nós, um conosco.

Todos os outros conceitos de dignidade humana perdem o brilho e se tornam insignificantes em face da luz que a Bíblia derrama sobre esse assunto. São falsas e mesquinhas as visões mundanas de grandeza humana.

É a partir da perspectiva do conceito bíblico de dignidade e valor humano que precisamos compreender a extensão e a profundidade do cuidado de Deus por nós. Jesus está nos dizendo na leitura bíblica de hoje que, se Deus cuida até mesmo de humildes pardais, certamente haverá de tratar com maior solicitude a parte mais importante de Sua criação. Conforme Jesus perguntou em Mateus 6:26: “Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?”

Esse argumento de Jesus é importante. Se Deus cuida das aves sem que elas precisem viver diariamente ansiosas, não cuidaria Ele tanto quanto ou até mesmo mais da obra coroadora da criação?

6:27 – Segundo Argumento Contra a Preocupação

“O segundo argumento de Jesus contra a preocupação é a inutilidade dela. A preocupação não leva a nada.

[…] Jesus ilustrou a inutilidade da preocupação, declarando que ninguém é capaz de, por meio da ansiedade, acrescentar um côvado (aproximadamente 45cm) ao curso de sua vida ou à sua estatura.

[…] A preocupação tende a encurtar a vida.

Jesus nos faz ver a inutilidade da preocupação, a qual não somente consome nossas energias, mas também nos desvia da esfera de atividade.”

6:28 – 29 – As Lições das Flores

“Em Mateus 6:26 Jesus declarou que, observando as aves, podíamos aprender uma lição sobre a preocupação. Agora, nos versos 28-30, Ele chama a nossa atenção para a lição similar das flores.

Um dos pontos focais do ensino de Jesus sobre as flores é o forno, mencionado no versículo 30. Os fornos da Palestina eram feitos de barro. Pareciam uma caixa, colocada sobre o fogo. Quando a cozinheira desejava aumentar a temperatura rapidamente, lançava um punhado de ervas secas e flores silvestres no forno e ateava fogo nelas.

As flores tinham um período de vida relativamente curto antes de serem atiradas no forno para acelerar a cozedura. As flores secas não prestavam para nada a não ser para serem usadas como combustível no preparo do pão, apesar disso Deus as vestia com uma beleza que nem mesmo Salomão conseguiu imitar.

O argumento de Jesus é este: Se Deus dá beleza a uma flor de vida tão curta, não devotará maior cuidado a Seus filhos humanos? Aquele que é generoso o bastante para esbanjar beleza numa flor [efêmera], certamente não se esquecerá de nós, os seres humanos, a obra coroadora da criação de Deus. Naturalmente, a maioria de nós não usa ervas nem flores secas em nossos fornos. Mas a maioria de nós do século vinte continua a admirar a beleza das flores. […]

Não podemos, porém, conservá-las por tempo indefinido. Desde o momento em que as cortamos, elas começam a murchar e a morrer. Levamo-las para casa no auge de sua beleza, mas acabam indo para o lixo dentro de poucos dias.

As pessoas, porém, não foram criadas para um tempo limitado, e sim para a eternidade. Quando compreendemos o fato de que Deus já deu vida eterna a todo cristão (ver João 3:36; 5:24), começamos a entender por que temos tão poucas razões para preocupar-nos.”

I Reis 10:4-7 – A Glória de Salomão

“A glória de Salomão era proverbial entre os judeus. Pode-se ler a respeito de sua magnificência no Antigo Testamento. Suas roupas magníficas; seus palácios de madeira de cedro, com mobília revestida de ouro e embelezada com pedras preciosas. E, contudo, Jesus afirma que toda essa glória perde o brilho quando comparada com o mundo das flores, com toda a sua imponência multicor.

[…] A variedade de forma, padrão e cor das flores selvagens de junho pareciam infinitas. Deus é amante do belo.

Esse é um pensamento importante. Também é uma lição secundária que devemos extrair da lição de Jesus sobre as flores. Deus ama a beleza. Assim foi na criação. Assim foi na construção do tabernáculo terreno por Moisés e no Templo construído posteriormente por Salomão.

Alguns cristãos equivocados querem nos fazer crer que Deus ficaria feliz se nossa roupa, lares e igrejas fossem destituídos de beleza. Essa, porém, não é a mensagem da Bíblia. O Deus que criou as flores, os pássaros e os peixes tropicais coloridos é um Deus harmonioso. Ele é amante do belo, não apenas na cor, mas também no som e na forma. Deus ama o que é belo, e quer que sejamos como Ele.”

6:30 – Pequena Fé

Com as palavras “homens de pequena fé” Jesus apresenta um resumo do argumento com o qual vinha trabalhando desde Mateus 6:25. A conclusão de Seu detalhado argumento sobre aves e flores é que Seus ouvintes não haviam tirado as deduções óbvias do mundo criado ao redor deles. Em consequência disso, faltava-lhes fé: eles possuíam “pequena fé”.

Note que Jesus não disse que eles não tinham fé. Eles possuíam alguma fé. As pessoas a quem Jesus Se dirige no Sermão do Monte são crentes. As bem-aventuranças são uma realidade na vida delas. A mensagem destina-se aos humildes de espírito, aos que choram por causa de seu senso de culpa, aos que se consideram perdidos e desamparados e que sentem fome e sede de verdadeira justiça. Seus ouvintes são os que amam a Deus como a um Pai.

O problema deles não é a ausência de fé, mas o possuir “pequena fé”. Ou seja, a fé deles é inadequada; é imatura. É uma fé insuficiente. A expressão “pequena fé” é empregada cinco vezes nos Evangelhos, e todas as vezes é usada com relação aos discípulos. Eles possuíam fé, mas essa fé era insuficiente.

O que é “pequena fé”? Alguns têm sugerido, levando-se em conta o contexto aqui em Mateus 6:30 e em outros lugares, que essa “pequena fé” é uma fé que aceita o fato de Jesus ser o Salvador dos pecados, mas não consegue ser aplicada em outros aspectos da vida. Essas pessoas possuem fé salvadora, mas param nisso. A fé delas não se estende até as ocupações da vida diária. Elas não conseguem entender o fato de que Deus tem interesse em todos os setores da nossa vida. Não conseguem reconhecer que, em virtude do interesse de Deus em todos os aspectos da nossa vida, não temos necessidade de preocupar-nos. A “pequena fé” não entende que Deus está conosco tanto no lugar de trabalho quanto no lugar de adoração.”

Mateus 8:24-26 – a Pequena Fé em Ação

“Que contraste! Jesus dorme, e os discípulos sentem medo. No entanto, talvez mais importante do que o tamanho do contraste é a razão para isso. Por que os discípulos estavam tão temerosos, enquanto Jesus dormia em perfeita paz?

Essa é uma das passagens em que é útil comparar as leituras nos quatro Evangelhos. Tome um momento para ler e comparar Mateus 8:23-27 com Marcos 4:36-41 e Lucas 8:22-25. O que cada passagem tem a dizer sobre fé? Quais as implicações das variações das perguntas feitas tanto por Jesus como pelos discípulos em cada Evangelho?

Perceba que, enquanto em Mateus Jesus só chama os discípulos de “homens de pequena fé”, em Lucas Ele lhes faz a penetrante pergunta: “Onde está a vossa fé?”

“Onde está a vossa fé” quando as coisas ficam difíceis? “Onde está a vossa fé” quando surgem as tempestades da vida? Todos sabemos que não é difícil ter o que chamamos de fé quando tudo vai bem, quando o barco da nossa vida navega em águas calmas. Mas onde está nossa fé quando as coisas pioram? Essa é a prova que demonstra se temos pequena fé ou fé madura.

A pergunta dos discípulos, em Marcos 4:38, também ajuda a compor esse incidente: “Mestre, não Te importa que pereçamos?”

E claro que Ele Se importa. Esses homens eram o coração de Sua futura igreja. Ele tinha muita consideração por eles. O problema estava nos discípulos, e não em Jesus. Faltava-lhes a confiança de que Deus Se importava com eles em todos os aspectos da vida. Foi por isso que Jesus lhes perguntou: “Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?” Verso 40.

Onde está a minha fé? Onde está ela quando enfrento ameaças e crises reais? Faço parte do grupo dos de “pequena fé”, ou realmente vejo que Deus Se importa comigo em todas as circunstâncias e que sou objeto de Sua solicitude?”

II Pedro 1:4 – A Pequena Fé e as Promessas

Ontem e anteontem examinamos o que significa ter “pequena fé” e o que significa ter uma fé que compreende o fato de que Deus vai nos salvar, mas não consegue entender que Ele está ativamente empenhado em cuidar de nós em todos os aspectos de nossa vida diária.

O resultado: a pequena fé se preocupa; a pequena fé não sabe como confiar no Pai. A pessoa de pequena fé é controlada por preocupações e temores. A mente de uma pessoa assim anda em círculos sem chegar a soluções confiáveis. Essas pessoas ficam acordadas por horas a fio durante a noite, enquanto a mente se angustia com os mesmos detalhes deprimentes sobre pessoas e coisas. Nessas situações, as pessoas não têm o controle de seus processos mentais. Ao contrário, estão sendo controladas por algo, e esse algo, caso o processo continue, acabará por levá-las a um estado de preocupação. A pequena fé é uma condição que permite que as circunstâncias nos controlem e dominem. Mas Deus quer que tenhamos o tipo de fé que domina a situação, que lança a ansiedade para trás e prossegue numa ação construtiva, fundamentando sua confiança no Deus que Se importa.

No seu fundamento, a pequena fé não consegue levar Deus e Sua Palavra a sério; não consegue crer em Suas “preciosas e mui grandes promessas”. Temos muito que aprender com as promessas de Deus. Temos muito que aprender com os personagens bíblicos que levaram as promessas de Deus a sério e que exerceram grande fé. Precisamos aprender destes crentes imperfeitos, mas heroicos, como Abraão, Davi, Daniel, Pedro e Paulo.

Como Paulo, precisamos lembrar que nosso Deus pode fazer “infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós”. Efésios 3:20. Precisamos reconhecer “a suprema grandeza do Seu poder”. Efésios 1:19. À luz dessas declarações, toda preocupação parece infundada.”

6:31 – Transformando a Pequena Fé em Grande Fé

“Portanto” é a conjunção que une o que foi dito nos versos 25 a 30 com o que se segue a partir do verso 31. “Portanto” pressupõe que, se realmente pensarmos nas maravilhas da natureza, nas belezas naturais e na maneira como Deus cuida da natureza em termos de seres como aves e flores, não teremos motivo para nos preocupar com coisas como comida, bebida e vestuário. Na verdade, nem seremos capazes de preocupar-nos.

“Portanto” implica que, se realmente começamos a compreender o que significa ter Deus como Pai, não teremos motivos para preocupar-nos com as necessidades básicas da vida. O problema com muitos cristãos é que não compreendem o que é ser filho de Deus; não veem Seus propósitos misericordiosos com respeito a nossa vida. Será impossível ficarmos preocupados, quando verdadeiramente aceitarmos a Deus como nosso Pai pessoal.

“Portanto” também implica que a pequena fé pode transformar-se numa grande fé quando aprendemos as lições que Jesus nos apresenta a respeito tanto do lugar das posses materiais em nossa vida (versos 19-24) como da desnecessidade de preocupar-nos com essas coisas (versos 25-34).

O ideal de todo seguidor de Jesus é possuir grande fé. A grande fé se constrói sobre as promessas da Bíblia e sobre a aplicação dessas promessas a todos os aspectos da vida. A grande fé é parte do “portanto” do verso 31. Ainda que, como cristãos, tenhamos que enfrentar provações, problemas, aflições e tristezas, não precisamos temer, porque “em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio dAquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Rom. 8:37 e 38.”

6:32 – Terceiro Argumento Contra a Preocupação

O terceiro argumento de Jesus contra a preocupação é que ela é pagã, se não for ateísta. Preocupar-se com bens materiais, reputação ou mesmo a salvação é agir como os que não possuem fé ou confiança. Uma característica de muitos gentios ou não crentes é ter toda a vida centralizada nas coisas que possuem. Ficam felizes ou infelizes conforme ganham ou perdem as coisas.

Os pagãos aqui são aqueles que não têm fé em Deus e que se entregam às preocupações. Eles não entendem que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. Não compreendem a realidade de que o Criador é um Pai amoroso que cuida de cada pessoa com um amor que excede em muito ao amor humano (Luc. 15:11-32). Ainda não entenderam o fato de que Jesus está voltando à Terra para pôr um fim ao problema do pecado e preparar uma nova Terra para Seu povo, onde não mais haverá dor, doença, destruição e morte: um lugar onde a fonte da preocupação humana não mais existirá (João 14:1-3; Apoc. 21:1-4).

A preocupação é, em sua essência, desconfiança de Deus. O cristão preocupado é uma contradição. O crente não pode ser vencido pela preocupação porque conhece o amor de Deus e acredita nesse amor.

Quando compreendermos realmente nosso Deus, não teremos mais preocupações. Quando nos dermos conta do amor que Ele tem por nós, nossa ansiedade se dissipará como a névoa ao ser atingida pelos cálidos raios do sol matinal.

Com a sugestão de que preocupar-se é agir como alguém que não conhece a Deus, Jesus atinge o clímax do Seu argumento contra a preocupação. Os preocupados não conseguiram aprender a lição da natureza, de que Deus cuida de Sua criação. A preocupação não é apenas uma coisa inútil; é também pagã. Nos dois versos a seguir Jesus irá sugerir maneiras de vencer a preocupação.”

Lucas 12: 15 – Mundanos Espirituais

Mundanos espirituais! O mundo está cheio deles. A igreja está cheia deles.

[…] O que significa ser mundano espiritual?

Talvez a melhor definição seja esta: pessoas que possuem um ponto de vista correto sobre a salvação, mas que são mundanas em seus pensamentos sobre a vida em geral. Ou seja, elas são corretas quando falam sobre salvação, mas parecem pagãs quando falam sobre a vida diária: têm uma filosofia mundana. Andam preocupadas com casas, roupas e carros. Estão sempre falando sobre riquezas, bens e posições. São essas as coisas que realmente as dirigem. Dependem dessas coisas para serem felizes ou infelizes. Isso, diz Jesus, é ser como os gentios, ser como os que não conhecem a Jesus como Senhor, nem a Deus como Pai.

Os cristãos não são controlados por coisas. Sua felicidade central não vem da posse de coisas, nem sua infelicidade central deriva da perda delas.

Ser um mundano espiritual é, sem dúvida, uma condição grave, da perspectiva do Novo Testamento. Mas como as pessoas sabem se estão sofrendo desse mal?

[…] Para onde, por exemplo, dirijo meus pensamentos quando tenho tempo livre? O que enfatizo mais em minhas conversas? O que me faz feliz ou infeliz? Quando acontece algo preocupante, minha reação é essencialmente diferente daquela que eu teria se não fosse cristão?

A pura verdade é que as únicas coisas realmente valiosas são aquelas que continuarão a ter valor daqui a 10.000 anos. A perspectiva cristã da vida se encontra no extremo oposto tanto do mundanismo comum quanto do mundanismo espiritual.

Filipenses 4:19 – O Pai sabe

Mateus 6:32 não diz que Deus ignora a necessidade que temos de coisas terrenas. Ao contrário, afirma que “vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas”, isto é, de comida, bebida e roupas. Do mesmo modo, lemos no verso 8 que “o vosso Pai sabe o de que tendes necessidade, antes que Lho peçais”.

Não temos somente um Pai que “sabe” de nossas necessidades; nós sabemos que temos esse Pai. São esses os pontos nos quais diferimos dos gentios.

[…] jamais nos encontraremos numa situação ou estado alheios ao conhecimento e cuidado de Deus. Ele não apenas conhece nossas necessidades físicas, mas também está interessado em toda a nossa vida. Está disposto a guiar-nos dia a dia. Lemos em O Deseja- do de Todas as Nações que “Deus nunca dirige Seus filhos de maneira diversa daquela por que eles próprios haveriam de preferir ser guiados, se pudessem ver o fim desde o princípio e perscrutar a glória do desígnio que estão realizando como colaboradores Seus”. – págs. 224 e 225.

[…] os cristãos não devam se preocupar. Eles jamais se encontram fora do raio de ação da solicitude de Deus. Ele está sempre com eles, não importa quão negras as circunstâncias possam parecer no momento. Ele sempre antevê as suas necessidades.

[…] Deus Se importa conosco mais do que nos importamos com nossos filhos. “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente diante de Mim.” Isa. 49:15 e 16.

Nosso Pai sabe. Esse é um dos pensamentos mais confortadores das Escrituras. Ele sabe de todas as minhas necessidades, de todos os meus desejos e de todas as minhas potencialidades, e deseja que essas necessidades sejam atendidas mais do que eu mesmo desejo atender às necessidades dos meus próprios filhos. Sou bastante grato por saber que Ele sabe.”

6:33 – Estratégia n° 1 Para Vencer a Preocupação

Jesus não nos condena por nossa preocupação. Ao contrário, mostra-nos a saída para o problema para que sejamos mais saudáveis e felizes. Apresenta-nos duas sugestões simples, mas profundas, para vencer esse hábito incapacitante.

Sua primeira sugestão é que busquemos em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça. A maioria de nossas preocupações tem sua origem no fato de estarmos, demasiadas vezes, caminhando na direção oposta à indicada por Jesus. Ambicionamos coisas materiais e nos inquietamos por causa delas, e esperamos que Deus de alguma forma nos introduza furtivamente no Seu reino. Por outro lado, Jesus diz que para obtermos genuíno sucesso, temos de pôr as primeiras coisas em primeiro lugar.

Somente quando buscarmos e compreendermos a afeição, a solicitude e a justiça de Deus é que as preocupações se desfarão. Quando virmos a Deus como Ele realmente é, não conseguiremos mais preocupar-nos. Esse é o xis da questão.

De fato, Jesus está dizendo que, se devemos preocupar-nos com alguma coisa, que seja com a nossa relação com Deus. Talvez você esteja procurando as coisas erradas da vida. Se puser as coisas mais importantes em primeiro lugar, as coisas secundárias virão como o subproduto natural. Jesus estava convicto de que, quando realmente confiamos em Deus e O amamos e entendemos, a preocupação ansiosa não encontra lugar em nossa vida. […]

[…] sinto uma necessidade mais profunda, uma necessidade de colocar a Ti e a Teu reino no próprio centro da minha vida, e não apenas nas margens dela. […] entra no meu ser, não apenas como Salvador, mas também como Senhor de todos os meus pensamentos e ações. Dá-me a graça de dar-Te o primeiro lugar, até mesmo antes de mim mesmo.”

Colossenses 3:1-3 – Outra Olhada nas Prioridades

“Ao ordenar que buscássemos primeiro a Deus e a Sua justiça, Jesus está nos dizendo para virar as costas para os deuses da Terra (bens e posições) e dirigir nossa atenção primeiramente para a busca das coisas espirituais. Essa ordem se concentra na palavra “seu”. Não devemos buscar nossa justiça nem estabelecer nosso próprio reino. Longe disso. Devemos buscar Sua justiça e Seu reino.

A ordem para buscar Sua justiça é um retorno à quarta bem-aventurança: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mateus 5:6. Observamos que a quarta bem-aventurança é a primeira de todo um clamor sincero a ser coberto com a justiça de Cristo, porque temos visto nossa pobreza espiritual, chorado a respeito de nossos defeitos e ansiado por perdão.

[…] a quarta bem-aventurança também pressupõe o nascimento e crescimento da santidade divina em nós. Portanto, a consequência natural de Sua justiça em nós produzirá frutos em virtudes como misericórdia, pureza e pacificação (a quinta, a sexta e a sétima bem-aventuranças).

A santidade ou o viver santo é parte de nossa busca pela justiça divina. Quanto mais permitirmos que Ele viva Seu caráter em nós, tanto mais plenamente O conheceremos e seremos capazes de nEle confiar. Quando nos tornarmos filhos e filhas fiéis, mais adequadamente O conheceremos como Pai fiel.

[…] O que estamos tratando nesta parte do Sermão do Monte é com uma questão de prioridades. Qual é a nossa verdadeira prioridade na vida? São todas essas coisas, ou são Deus, Seu reino e Sua justiça? Pela própria natureza das coisas, tudo não pode ser uma prioridade. Lenta, mas seguramente, Jesus está nos levando ao ponto da decisão.”

1 Reis 3: 13 – 14 – Outra Lição de Salomão

O que você pediria a Deus se Ele lhe dissesse: “Pede o que queres que Eu te dê.” Foi isso que Deus disse a Salomão. Nós não sabemos exatamente que pensamentos passaram pela mente de Salomão antes de ele responder, mas podemos com certeza pensar em qual seria nossa resposta. O que você pediria? Férias perpétuas em algum paraíso encantador? […]

Salomão havia acabado de receber um cheque em branco. Felizmente, a pergunta divina encontrou o jovem rei num de seus momentos de sabedoria. Ele percebeu humildemente sua falta de sabedoria e sua incapacidade para liderar o povo de Deus. Por isso, orou: “Dá, pois, ao Teu servo coração compreensivo para julgar a Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal.” I Reis 3:9.

Esse era o tipo certo de pedido. Não era um pedido egoísta, mas um pedido para promover o reino de Deus na Terra. Deus Se agradou desse pedido. “Já que pediste esta coisa e não pediste longevidade, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos; mas pediste entendimento, para discernires o que é justo, eis que faço segundo as tuas palavras: dou-te coração sábio e inteligente, de maneira que antes de ti não houve teu igual, nem depois de ti o haverá.” Mas Salomão não conseguiu apenas o que ele pediu. Ele também recebeu “riquezas e glória”. I Reis 3:11-13.

Salomão é uma ilustração da orientação de Jesus para buscarmos primeiro o reino de Deus e Sua justiça. Salomão procedeu assim, e todas as coisas secundárias lhe foram acrescentadas. Note, porém, que todas as outras coisas vieram como um subproduto; não foram o objetivo principal. Deus quer nos abençoar muito mais do que a maioria de nós sequer imagina.

6:34 – Estratégia n°2 Para Vencer a Preocupação

”Viver um dia de cada vez é a segunda sugestão de Jesus para vencer a preocupação. “Não fiquem ansiosos pelo amanhã; o amanhã cuidará de si mesmo. Cada dia já tem problemas demais.” Mat. 6:34, New English Bible.

[…] Achamo-nos no limiar de duas vastas eternidades: o passado e o futuro. Apesar disso, vivemos no presente. Se quisermos viver com êxito no presente, devemos lidar com cada momento e com cada dia à medida que forem chegando. Isto não desacredita o valor do planejamento inteligente em relação ao futuro, mas sugere a futilidade de preocupar-nos com acontecimentos que estão fora de nosso controle.

Viver um dia de cada vez é a segunda recomendação de Jesus para vencer a preocupação. […]”

Êxodo 16:35 – Outra Lição do Maná

O maná dificilmente era uma comida paradisíaca. Na verdade, esse pão do Céu podia ser completamente frustrante. Basta olhar para a maneira como ele surgia e como devia ser coletado.

O problema não era haver carência do material branco e escamoso. Ao contrário, havia abundância dele. Ele literalmente cobria o solo seis manhãs por semana. Tudo quanto se precisava fazer era apanhar um cesto e recolhê-lo. Toda pessoa tinha que apanhar um gômer (cerca de dois litros) dele diariamente e o dobro na sexta-feira a fim de haver suficiente para o sábado.

E nesse ponto que o assunto se torna problemático. Por que não colher vários gômeres por dia como garantia contra enfermidade ou velhice? Afinal de contas, você sabe, imprevistos acontecem.

Mas esse não era o modo como as coisas funcionavam. Estranho assunto, esse maná. Embora ficasse bem conservado de sexta para sábado, se fosse armazenado em qualquer outro dia da semana, enchia-se de vermes e ficava impróprio para o uso no dia seguinte. Não se demorava nem mesmo sobre a terra. Quando não era recolhido (mesmo na sexta-feira), derretia-se ao calor do sol. Portanto, aqueles que não o recolhessem em dobro na sexta-feira, passavam fome no sábado. Os israelitas logo aprenderam diversas lições do maná sobre a santidade e observância do sábado.

Mas o maná também apresenta uma lição aplicável à preocupação. Assim como cada dia tinha seu suprimento de maná, assim também cada dia tem seu suprimento de preocupação. E assim como o maná apodrecia para aqueles que tentavam armazená-lo, assim também as preocupações esmagam e poluem a vida dos que buscam colher mais do que a sua porção diária.

Confiar diariamente em Deus era o único procedimento seguro ao lidar com o maná. Confiar em Deus é a única maneira de lidar com os cuidados da vida.”

1 Coríntios 14:20 – Uma Lição do “Mal”

“Mateus 6:34 diz que “basta ao dia o seu próprio mal”. A palavra “mal” é um dos termos em que estamos interessados hoje. […] O que essa passagem significa para os cristãos, visto serem eles o público-alvo visado por Jesus nas palavras que proferiu no Sermão do Monte?

[…] na Oração do Senhor, Jesus nos instrui a pedir a Deus que nos livre do mal (verso 13). Um aspecto importante que deve ser considerado é que, embora tanto Mateus 6:13 quanto Mateus 6:34 empreguem a palavra “mal” na versão Almeida Revista e Atualizada, os dois versos usam na realidade duas palavras gregas diferentes.

No verso 13 a palavra é poneros. Poneros significa ímpio, mal, vil, vicioso, degenerado. Verdadeiramente, os filhos de Deus devem orar diariamente para ser livrados desses traços de caráter. Poneros não tem lugar na vida cristã. O mal moral não é o ingrediente do viver cristão.

Já no verso 34, porém, a recomendação é para que nós, como cristãos, tenhamos a parte que nos cabe do mal diário. A palavra traduzida ali como “mal” é kakia. O Novo Testamento tende a empregar kakia no sentido de dificuldade ou infortúnio. E por isso que muitas traduções modernas vertem kakia no verso 34 como “dificuldade”.

[…] embora eu espere ser livrado da necessidade do mal moral, não estou isento dos sofrimentos, desastres naturais e outros problemas decorrentes da própria natureza de um planeta doente. Ser cristão não significa isenção automática dos problemas da vida. Significa, sim, que podemos confiar em Deus ao passarmos por esses problemas. Significa que temos um Pai que cuidará de nós de uma forma não disponível aos que não são cristãos.”

Salmo 55:22 – Uma Lição Negativa

[…] Leia Mateus 6:25-33 novamente. Preste atenção ao fluxo do pensamento. Observe como o ensino se encerra de maneira perfeita no verso 33. E perfeito e dispensa comentário. Jesus disse o que pretendia dizer.

Quando você pensa no verso 34 e no conselho ali contido, sobre deixar que cada dia cuide de si mesmo, ele parece uma reflexão tardia. Jesus havia concluído Seu ensino com uma nota positiva no verso 33. Depois vem o negativismo do versículo 34, com seus pensamentos um tanto desconcertantes. Por que o acréscimo do verso 34?

Jesus compreende, de uma maneira que a maioria de nós não compreende, os efeitos devastadores da preocupação. […] A maioria de nós conserva sempre cheia a nossa “caixa de preocupação”. E um hábito. E alguns de nós age como se fosse errado estar despreocupado. […]

O resultado é que a preocupação acaba nos controlando num grau maior do que admitimos. Ela destrói nossa paz e bloqueia nossa utilidade atual.

Jesus sabe que somos demasiadas vezes relutantes ou incapazes de reconhecer isso. Ele quer nos libertar da preocupação e da ansiedade, tanto agora como no futuro. Foi por isso que acrescentou o verso 34.

Será que não é tempo de lançar nossos fardos sobre o Senhor? Não é hora de parar de gastar mais tempo com pensamentos ansiosos do que pensando em nosso Senhor e compartilhando Seu amor? Está mais do que na hora de jogarmos fora nossa caixa de preocupações.”

Mateus 7

6º Passo: Os Relacionamentos do Cristão com o próximo e com Deus. Mateus 7: 1 – 12. jesus nos coloca face a face com as realidades eternas relacionadas com o Juízo.

Mateus 7:1 – O Sexto Passo

‘ … na primeira metade de Mateus 7, estamos prontos para considerar os relacionamentos do cristão tanto com as outras pessoas (versos 1-6) como com Deus (versos 7-12). […]

A palavra-chave do nosso verso de hoje é “julgar”: “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Esse verso estabelece o padrão para a inteireza de Mateus 7. O tema subjacente do capítulo é o julgamento: nosso julgamento acerca dos outros, o julgamento divino a nosso respeito e nosso julgamento acerca da melhor maneira de viver.

Esse é um capítulo que nos coloca face a face com as realidades eternas – realidades relacionadas com o juízo. Precisamos aqui lembrar que andamos sempre debaixo dos olhos de Deus. Felizmente, conforme vimos nos capítulos 5 e 6, nosso Deus nos olha com amor, mas até mesmo o amor (ou especialmente o amor) deve finalmente dar um basta ao problema do pecado. Daí o juízo final.

O que importa para muitas pessoas é o que os outros pensam delas; mas o que importa para os cristãos é o que Deus pensa deles. […]

O que Jesus pretende nessas passagens não é amedrontar-nos. Ao contrário, Ele quer que estejamos despertos para nossas escolhas; quer que a maneira como vivemos faça uma diferença importante. Em termos de eternidade, essas escolhas fazem toda a diferença.”

 Romanos 14:12 – Não Julgueis

“Não julgueis.” O que Jesus quis dizer com essa declaração?

A semelhança de muitos versos bíblicos, Mateus 7:1 também pode ser lido de maneira errada e distorcida. Alguns acham que o verso deve ser entendido literalmente. Nesse caso, um cristão nunca deve expressar a opinião a respeito de ninguém. Os que assim raciocinam, dizem que devemos ser complacentes e tolerantes, permitindo que todos sejam o que quiserem ser. Amor e união é o que interessa, prossegue o raciocínio. Essa interpretação é bastante popular numa cultura permissiva, e até mesmo em igrejas permissivas.

Embora esse ensinamento possa parecer confortável e cristão, certamente não é bíblico. Se lermos, por exemplo, os seis primeiros versos de Mateus 7, vamos descobrir que não devemos dar aos cães o que é santo, nem lançar nossas pérolas aos porcos. Como podemos obedecer a esse verso sem exercer julgamento? E evidente que não podemos. Nesses seis versos Jesus nos diz ao mesmo tempo para não julgar (verso 1) e para julgar (verso 6).

Também nos diz para acautelar-nos dos falsos profetas no verso 15 e para avaliarmos os frutos, nos versos 19 e 20. E em vários lugares nas epístolas de Paulo e de João recebemos instrução para não seguir o exemplo das pessoas imorais.

O que devemos entender de tudo isso? Que não devemos julgar, mas também que devemos julgar.

O julgamento que não devemos praticar é o julgamento da condenação. Não devemos condenar ninguém. Não devemos julgar-lhes os motivos, nem falar como se conhecêssemos seu verdadeiro caráter ou o veredicto final de Deus sobre a vida deles.

Por outro lado, recebemos ordens expressas para discriminar (com base nas ações externas) os que se rebelam obstinada e abertamente contra Deus. Nessa conformidade, Paulo aconselhou os coríntios a não tolerarem um homem que viva maritalmente com a própria madrasta (I Coríntios 5:1-5).[…]”

Lucas 6:37 – O Espírito Condenatório

” …o “não julgar”, de Mateus 7:1, significa não condenar nem procurar julgar os motivos alheios, mas que isso não quer dizer que os cristãos não devam exercer discriminação.

Examinaremos hoje a diferença entre o que chamamos de crítica construtiva e crítica desapiedada. A verdadeira crítica, no sentido mais pleno da palavra, é uma coisa excelente. Embora ela realmente aponte nossas faltas, seu propósito principal é tornar as coisas melhores. É mais construtiva do que destrutiva. Nasce do desejo de ajudar os outros. E cristã em suas intenções.

Em Mateus 7:1, Jesus não está condenando a crítica construtiva. Ao contrário, o que Ele visa ali são os hipercríticos. A hipercrítica, ou a crítica excessiva, é negativa por natureza. Deleita-se na crítica pela crítica. As pessoas hipercríticas adoram encontrar faltas nos outros. Parecem desejar ardentemente encontrar imperfeição. Seus ouvidos estão sempre abertos aos últimos boatos intrigantes, os quais prontamente passam adiante. O espírito hipercrítico não é cristão. Assemelha-se mais ao espírito de Satanás, “o acusador de nossos irmãos” (Apoc. 12:10).

Uma das maneiras mais fáceis de descrever o espírito hipercrítico é observando que ele é o oposto do amor definido em 1 Coríntios 13. Ele é indelicado, ciumento, prepotente, rude, arrogante, ressentido e se alegra com os erros alheios. Em suma, obtém uma satisfação maliciosa e perversa em encontrar defeitos e deformidades. E espiritualmente doentio.

O espírito que promove o julgamento hipercrítico é o espírito que sente prazer em escutar algo desagradável a respeito de alguém. E uma atitude que se compraz quando um concorrente comete grave equívoco. Não é esse o amor presente no caráter de Jesus.

Todos lutamos contra essas tentações. E todos necessitamos do poder de Jesus para vencê-las. Precisamos do Seu espírito hoje. Eu preciso do Seu espírito hoje. Quero superar todas as formas de crítica destrutiva condenadas por Jesus.”

Gênesis 3:5 e Lucas 9: 56 – Ser Como Deus

“Ser como Deus, usurpando as prerrogativas divinas, tem sido a tentação da humanidade desde o princípio no Éden. Quando julgamos os motivos dos outros ou os condenamos, estamos tomando indevidamente o lugar de Deus. Estamos assumindo uma prerrogativa que pertence só a Ele.

Uma coisa é fazer a crítica amorosa das teorias, doutrinas ou estilo de vida de alguém; outra bastante diferente é condenar a pessoa. O momento em que nos tornamos seu juiz é o momento em que começamos a fazer o papel de Deus. Jesus nos diz, de maneira direta, que essa atitude não é o comportamento aceitável para um cristão.

Precisamos reconhecer nossas próprias fraquezas. Precisamos admitir que, sem Deus, estamos totalmente perdidos. Precisamos humilhar-nos. Foi Deus, e somente Deus, quem abriu para nós o caminho da vida. Se Ele nos desse o que merecíamos, já não existiríamos. […]

Deus não nos dá o que merecemos, mas o que precisamos. Ele nos dá salvação do pecado, resgata-nos do abismo do inferno e continua a resgatar-nos e a suster-nos diariamente.

Quando compreendemos a grandeza de Sua graça, começamos a admitir que deveríamos ser mais agradecidos. Ser cristão é persistir nesse espírito de gratidão; é ser como Deus no sentido de dar a nosso semelhante, não o que ele merece, mas aquilo que precisa.

[…] Uma forma ilegítima de ser como Deus é procurar ser juiz dos outros. Uma forma legítima é tomar-se um veículo de transmissão da Sua salvação a outros no planeta Terra, que não a merecem tanto quanto nós.”

Mateus 12:7 – O Lado Inverso da Quinta Bem-aventurança

” […] Um dos aspectos do ser misericordioso é não julgar os outros, não condenar, nem ser hipercrítico das ações e motivos dos outros.

[…] A misericórdia também está no coração da quinta petição da Oração do Senhor: “Perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores.” E misericórdia é, com certeza, o coração da ordem contida em Mateus 5:48, onde somos ensinados a ser perfeitos como Deus é perfeito. Vimos alguns meses atrás que essa declaração surge no contexto do amor misericordioso de Deus, tanto por Seus inimigos como por Seus amigos. Ele faz descer o sol e a chuva sobre todos, independentemente do mérito pessoal ou da falta de mérito do beneficiado. Essa ligação é melhor explicitada em Lucas 6:36, que interpreta a declaração de Jesus de sermos perfeitos como o Pai, de sermos misericordiosos como o Pai é misericordioso.

Misericórdia é um fato que atravessa todo o Sermão do Monte, o primeiro Evangelho e todo o Novo Testamento. O dom de Deus em Jesus é um ato de misericórdia. E o juízo final, de acordo com Mateus 25:31-46, levará em conta o fato de os crentes em Jesus terem ou não internalizado o caráter misericordioso de Deus.

Ser implacável ou ser misericordioso são extremos opostos. E significativo que ambas as atitudes sejam enfatizadas repetidas vezes no Novo Testamento. Essas são as características centrais dos dois lados na grande batalha entre Cristo e Satanás.

Nosso problema humano é que, desde o nascimento, temos a tendência de julgar os outros. Inclinamo-nos para o mal. Jesus, porém, quer entrar em nossa vida e fazer-nos propender para os princípios do reino de Deus. Ele deseja que a misericórdia se tome a característica central de nosso ser, e almeja erradicar de nós todo espírito condenatório.”

Mateus 13:26, 28-30 – Argumento nº 1 Contra o Julgar – Mateus 13:26, 28-30

“Alguns membros de igreja são como os servos da parábola proferida por Cristo. São ciosos da honra e da pureza da igreja. Por isso, querem livrar-se rapidamente dos membros que, na sua opinião, não estão “vivendo a verdade”. Querem que apenas o bom grão permaneça no jardim do Senhor. Naturalmente, eles acham que fazem parte do trigo.

Em muitos casos, esse amor pela igreja é louvável. Em casos de pecado aberto e confirmado, a extirpação das ervas daninhas pode e deve acontecer. A maior parte dos pecados, porém, não são abertos nem confirmados. Nesses casos, os elementos do julgamento humano costumam sobressair-se. Em nosso zelo, é provável pensarmos que todas as normas de Deus estabeleçam critérios exatamente iguais aos nossos. A solução, portanto, é simples: excluir os patifes.

Mas Jesus chama a nossa atenção para um perigo aqui existente. Devido ao nosso conhecimento incompleto dos motivos e das circunstâncias, a extirpação precipitada das ervas daninhas acaba também forçosamente arrancando o trigo. […]

A história da igreja está pontilhada de destroços de vidas que foram prematuramente “extirpadas”. O problema é que os seres humanos são incapazes de fazer julgamentos corretos. Em geral, não compreendemos plenamente os fatores envolvidos, nem somos capazes de discernir as intenções. É por isso que Jesus nos adverte para não julgar, porque, diferentemente de Deus, somos incapazes de proferir sentenças justas.”

II Coríntios 10:12 O Critério dos Fariseus

“É extremamente fácil para as pessoas que levam a religião a sério, julgarem amigos, parentes e até mesmo membros de sua igreja que, do ponto de vista delas, parecem não ser bastante diligentes e zelosos em sua caminhada com Deus. Essa era a doença dos fariseus, embora o problema exista com certeza na igreja moderna.

Lamentavelmente, uma atitude como essa é fatal para a religião. […]

Eis uma armadilha na qual é fácil de se cair, especialmente porque os que assim procedem geralmente são sinceros em suas crenças e zelosos em sua vida religiosa.

Parte do problema é que eles parecem estar mais preocupados com o que os outros estão fazendo, ou pensando, ou comendo, do que com o seu próprio desenvolvimento espiritual. Em consequência disso, quando leem a Bíblia ou os escritos de Ellen White, acham que essa passagem se aplica a seu esposo ou esposa, e que aquela passagem se aplica a seu pastor, que obviamente (do seu ponto de vista) não está agindo certo. Conforme Ellen White observa, as próprias realizações deles tomavam-se a norma pela qual julgavam os outros. […]

Mas esse “modo de pensar” ou esses “mesquinhos espias” não conseguem compreender a veracidade do argumento de Paulo em Romanos 1 a 3. No primeiro capítulo, o apóstolo observa que os gentios são pecadores. Todos os judeus metidos a santos rapidamente diriam amém a isso. Mas a seguir, no capítulo dois, Paulo mostra que os judeus estão na mesma condição perdida. No capítulo 3 ele adverte que todos pecaram e precisam do sangue justificador de Cristo.

Moral da história para todos os mesquinhos espias: Cuidem de sua própria vida.”

Romanos 2:1 – Argumentos nº 2 Contra o Julgar

” […] nenhum ser humano é completamente imparcial. A imparcialidade acha-se fora de nosso alcance. Somente Deus é verdadeiramente imparcial, portanto, somente Ele pode julgar com inteira isenção.

Todos nós, finitos seres humanos, proferimos qualquer sentença carregados de opiniões preconceituosas e reações irrazoáveis que favorecem a nossa pessoa em detrimento das outras. Assim sendo, não apenas nos falta conhecimento decisivo para julgar os outros (argumento n°1 contra o julgar), mas também o conhecimento de que dispomos é parcial e eivado de preconceitos (argumento nº 2 contra o julgar).

Com isto em mente, é fácil compreender por que recebemos a seguinte advertência em O Maior Discurso de Cristo: “Não façais de vossas opiniões, vossos pontos de vista quanto ao dever, vossas interpretações da Escritura, um critério para outros, condenando-os em vosso coração se não atingem vosso ideal. Não critiqueis a outros, conjeturando os seus motivos e formando juízos.” — Pág. 124.”

Mateus 7:2 – Sobre sua Própria Cabeça

“[…] No verso de hoje Ele fornece uma razão bastante prática por que não devemos julgar os outros. Em suma, a maneira como tratamos os outros, em termos de julgamento, acabará caindo sobre nossa própria cabeça.

Ora, essa é uma consequência tão pessoal quanto é possível ser. Mas o que isso significa?

Alguns têm sugerido que as pessoas que vivem censurando e criticando os outros acabam também sendo criticadas por outras pessoas que tendem a aplicar-lhes uma dose de seu próprio remédio. O oposto também é geralmente verdadeiro. Os que são menos críticos dos outros são, em geral, mais apreciados e atacados com menor frequência. Há, portanto, um significado temporal em nosso texto. Mas esse significado não é o único em Mateus 7:2.

A mais importante implicação do sermos julgados de acordo com o juízo com que julgamos os outros deve ser vista em termos do juízo final de Deus. As implicações disto são um tanto assustadoras, quando paramos para pensar no assunto.

Muitos de nós dão pouquíssima atenção às observações críticas que fazemos sobre membros da família, líderes da igreja, colegas de trabalho ou vizinhos. Apenas abrimos a boca, e elas vão saindo dali de maneira quase automática.

Damos pouca atenção até para o que Deus pensa a respeito de nossas atitudes e ações indelicadas e condenatórias. Jesus está nos dizendo, em termos bem definidos, que devemos pensar acerca do que Deus pensa sobre o assunto. E o que Deus pensa está carregado de consequências eternas.

A Bíblia ensina claramente e repetidas vezes que, no juízo final, Deus nos dará o que demos aos outros. Deus nos dá graça, e espera que a transmitamos a outros. Deus nos dá misericórdia, e espera que a transmitamos. Se recusarmos, se transmitirmos apenas condenação e grosseria, podemos aguardar condenação no juízo. Todos quantos hão de entrar no reino eterno terão internalizado o caráter amoroso de Deus.”

João 5:24 – Os Cristãos não Estão Acima de Julgamento

“João 5:24 afirma claramente que já temos a vida eterna e não entramos em juízo? E o que dizer de Romanos 8:1, que alega já não haver nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus? Não provam esses textos que a nossa salvação já está garantida?

Alguns intérpretes acreditam que esses textos provam a doutrina da eterna segurança. Ou seja, uma vez que as pessoas tenham vindo a Jesus e tenham sido justificadas, estão seguras nEle por toda a eternidade. Não existe juízo futuro para elas, pois já foram julgadas.

Essa crença só é verdadeira enquanto mantivermos nossa fé em Jesus. Mas a salvação é mais um processo contínuo do que um acontecimento do tipo “uma vez salvo, salvo para sempre”, que ocorre no momento da justificação inicial. A Bíblia ensina que as pessoas podem cair da graça, que as pessoas podem dar as costas para Cristo e voltar-se para o mundo. Para conservar a certeza da salvação, portanto, as pessoas devem permanecer numa relação pactuai com Deus por meio de Cristo.

Um dos ensinos mais relevantes ministrados por Jesus no Sermão do Monte e em outros lugares é o de que haverá um juízo final, até mesmo para aqueles que dizem “Senhor, Senhor” e fazem muitas obras em nome dEle (ver Mat. 7:21 e 22).

Os que negam a necessidade e realidade de um juízo final escatológico para a humanidade, cometem o erro de superestimar alguns ensinos bíblicos e negligenciar outros. O conselho de Paulo é que prestemos atenção a todos os ensinos da Bíblia. Quando procedermos assim, veremos que eles se harmonizam.

Os cristãos verdadeiros nada têm que temer quanto ao juízo final. O propósito do juízo é apenas confirmar perante o Universo que eles estão “em Cristo”, que aceitaram Seu sangue e que, portanto, amam a Deus de todo o seu coração. Verdadeiramente “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.”

Mateus 7:3 – 4 – Argumento n° 3 Contra o Julgar

“A suprema razão por que Jesus nos recomendou não julgar os outros, é que não existe ninguém suficientemente bom. Para ilustrar Seu ponto de vista, Jesus apresentou a vivida cena de um homem com uma tábua de aproximadamente 5 x 10cm pregada nos olhos, tentando encontrar e extrair uma partícula de serragem do olho de um amigo.

[…] Na realidade física é quase impossível ajudar alguém a retirar algo do olho quando estamos sendo importunados por algo no nosso, quer se trate de um cisco ou de uma trave. É lamentável que nossas faculdades espirituais não sejam tão sensíveis quanto nossos olhos. Nenhum de nós está isento de argueiros e traves. Nenhum de nós é suficientemente bom para julgar os outros. Tomo a repetir: Somente Deus é suficientemente bom. Essa é a razão por que Ele deve ser o juiz final de cada um de nós.”

Romanos 14:10 – A Doença do Espírito

“[…] Quando Jesus fala sobre julgar os outros, em Mateus 7:1-5, declara que a justiça superior de Seu reino (ver Mateus 5:20) envolve a decidida renúncia da tentação de julgar os outros de maneira mais implacável do que a nós mesmos.

[…] Apesar da ordem de Jesus de sermos perfeitos (Mat. 5:48), ninguém é perfeito. Precisamos esforçar-nos para limpar nossa própria vida, antes de estarmos em condição de aconselhar bondosamente os outros. E mesmo então esse conselho bondoso deve sempre ser dado dentro do contexto da tema misericórdia que Deus tem para conosco.

[…] A atitude dos fariseus continua a existir em indivíduos metidos a santos que, aos seus próprios olhos, se esforçaram mais e foram além dos outros na caminhada cristã. Uma atitude como essa faz vista grossa tanto à fraqueza da natureza humana como à abundante misericórdia de Deus. Todos nós temos motivos para humilhar-nos. Todos nós temos doenças do espírito. Todos nós compareceremos como iguais perante o tribunal de Cristo.”

I Coríntios 4:5 – Deturpando o Evangelho

“[…] O Senhor sabe o que está fazendo. A salvação do mundo (ou da minha alma) não depende de alguém viver à altura de minhas ideias do que é certo e errado. Contudo, essa era a perspectiva dos antigos fariseus; perspectiva que está viva (e bem viva!) no adventismo moderno.

Os fariseus da antiguidade possuíam um fardo de múltiplas regras, regulamentos e provas de comunhão, pelas quais se podia avaliar a fidelidade de uma pessoa. Acontece o mesmo com os fariseus modernos. […]

[…] O problema com muitos que se inquietam em corrigir os outros não é apenas a mensagem que comunicam, mas o espírito que adotam. […]”

Mateus 7:5 – Removedores de Argueiro

“Depois de dizer e fazer tudo sobre argueiros e traves, é importante observar que nós temos realmente a responsabilidade de ajudar nosso próximo a tirar do olho seu argueiro real (em vez de algum argueiro imaginário colocado ali por nosso preconceito).

Nunca esqueçamos, porém, que não recebemos ordem para ser removedores de argueiro enquanto não nos tornarmos peritos extratores de traves. Em outras palavras: “precisais ser bons para que possais fazer o bem. Não vos será possível influenciar os outros a se transformarem enquanto vosso coração não se houver tornado humilde, refinado e brando por meio da graça de Cristo. Quando esta mudança se houver operado em vós, ser-vos-á tão natural viver para beneficiar a outros, como o é para a roseira dar suas perfumosas flores, ou a videira produzir purpurinos cachos”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 128.

É de se lamentar que muitos não mostrem o seu melhor lado quando tentam (muitas vezes sinceramente) ajudar os outros. Sua maneira condenatória, ‘piedosa’ e censuradora toma-se a principal trave a bloquear-lhes a visão e o discernimento espiritual. Sua obra em relação aos outros tende a implantar mais argueiros, em vez de removê-los.

Se quisermos realmente ser removedores de argueiros em vez de implantadores, precisamos ter a mente de Cristo em relação aos outros.

Lemos no livro Educação que, apesar de reprovar “com fidelidade”, Cristo olhava esperançosamente para cada pessoa, não importava o quanto estivesse ela decaída.

“Olhando aos homens em seu sofrimento e degradação, Cristo entrevia lugar para esperança onde apenas apareciam desespero e ruína. Onde quer que se sentisse a percepção de uma necessidade, ali via Ele oportunidade para reerguimento. As almas tentadas, derrotadas, que se sentiam perdidas, prontas a perecer, Ele defrontava, não com acusações, mas com bênçãos. … Em cada ser humano Ele divisava infinitas possibilidades. Via os homens como poderiam ser, transfigurados por Sua graça.” — Págs. 79 e 80.

Efésios 4:15 – Ajudando Realmente ÀS Pessoas

“Os cristãos devem ter o desejo de ajudar as pessoas, mas essa “ajuda” deve proceder de motivos puros e espírito correto. Todo desejo de criticar, toda exultação pelo mal alheio e toda disposição de criticar devem ser banidos. Devemos sempre lembrar-nos de que não existe pecado mais grave do que o de ter um espírito condenatório.

[…] como podemos prestar ajuda a alguém, de forma que seja uma ajuda real? D. Martyn Lloyd-Jones oferece várias sugestões. Na primeira, ele pede para lermos diariamente I Coríntios 13 (o grande capítulo do amor).

[…] Na segunda sugestão, procure lembrar-se das afirmações que você fez a respeito dos outros. Sente-se, analise essas declarações e pergunte a si mesmo o que elas realmente significam.[…]

A terceira sugestão é a seguinte: Lembre-se de que retirar algo do olho de alguém é uma operação delicada. Nenhum órgão do corpo é mais sensível do que o olho. Ao tratar do olho, precisamos usar simpatia, paciência, calma e cálculo. Essas qualidades precisam ser transferidas para o domínio espiritual ao lidarmos com outras pessoas. Conforme disse Paulo, precisamos aprender a falar a verdade em amor. Realmente sou grato às pessoas que me abordaram dessa maneira quando tiveram de me confrontar. Esse sentimento contrasta com o despertado por aqueles que se aproximaram de mim como o proverbial touro numa loja de porcelana.”

Atos 13:46 – Porcos e Cães Novamente 

ideia fundamental subjacente ao conceito de “santo” na Bíblia é a ideia de ser separado para o serviço de Deus. E aquilo que é separado deve ser usado apenas para propósitos santos. Desde que cães eram considerados impuros, é simplesmente lógico que eles não devam ser recipientes das coisas santas. De forma semelhante, as coisas belas não serão apreciadas pelos porcos. Os porcos não são conhecidos por sua sensibilidade estética.

Ora, você pode estar se perguntando o que Jesus quis dizer em Mateus 7:6 sobre não dar aos cães o que é santo, nem lançar nossas pérolas aos porcos.

Em resposta, precisamos lembrar-nos de que não há nada mais santo que a mensagem evangélica. Essa mensagem deve ser pregada a toda nação. Deve ser pregada a prostitutas, gângsteres, pessoas comuns e até mesmo a beatos empedernidos.

A preciosa mensagem deve ser livremente oferecida a todos, mas quando for repetidamente ignorada ou ridicularizada por aqueles que não têm o menor desejo de escapar à escravidão do pecado, devemos levar a mensagem do Salvador para solos mais férteis. E isto, em parte, o que Jesus quis dizer quando instruiu os discípulos a sacudirem o pó dos pés e seguirem adiante quando a mensagem que levavam não fosse recebida (ver Mat. 10:14).

Paulo tomou medidas semelhantes em Antioquia (Atos 13:46) e para com os judeus em Corinto. A respeito da experiência por que ele passou em Corinto, lemos: “Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e disse-lhes: Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo e, desde agora, vou para os gentios.” Atos 18:6.

A tarefa evangélica é grande, e os trabalhadores são poucos. Deus não espera que continuemos para sempre tentando fazer com que insolentes aceitem a mensagem, mas nos ordena que testemunhemos com sinceridade em esferas cada vez mais amplas. Lembre-se: Nós somos o sal e a luz.”

Mateus 7:7 – Cheque em Branco

Será que isso é realmente verdade? A oração é um cheque em branco? Deus dá aos crentes tudo quanto pedem?

Tenha cautela aqui. Entramos em grande dificuldade quando alteramos textos ou apanhamos declarações fora do contexto e depois as generalizamos de maneira irresponsável.

Sejamos honestos nesse ponto. Deus já lhe concedeu tudo quanto você pediu? Por que não? Como isso afetou a sua fé?

Essa afirmação sobre a oração é uma promessa absoluta do que Deus fará em nosso favor, mas possui um contexto bem definido. Esse contexto é o juízo, o tema que atravessa todo o capítulo sete de Mateus. Precisamos ver nossa vida terrena como uma escola na qual construímos o caráter para a vida por vir. Deus quer que estejamos preparados para a vida eterna. Assim sendo, está disposto a dar-nos tudo quanto precisamos para o desenvolvimento cristão simétrico.

Os primeiros seis versos de Mateus 7 trataram do problema de julgar os outros e ser mais exigentes com eles do que somos conosco mesmos. Eles nos dizem que, em grande medida, os juízos injustos que pronunciamos repercutirão sobre nós mesmos. Ao reconhecer nossas fraquezas, clamamos: “Quem é suficiente para estas coisas? Como podemos viver à altura de um padrão como esse?” A resposta de Cristo é que Ele nos dará o que precisamos, se pedirmos, buscarmos e batermos.

O que é verdade para Mateus 7:1-6 é verdade para todo o Sermão do Monte. Ficamos desalentados quando vemos as exigências da verdadeira justiça. E no contexto dessas exigências que Cristo oferece Sua graça, para que possamos viver a vida cristã. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.”

Realmente temos um cheque em branco, em Mateus 7:7, para a graça de Deus. Os imperativos de Cristo são humanamente impossíveis de ser cumpridos. Os que levam a sério as tremendas exigências do Sermão do Monte devem também levar a sério a boa vontade de Deus em nos ajudar. Os que pedem, buscam e batem por auxílio, não ficarão decepcionados.”

Apocalipse 3:20 – Quem Procura por Quem

Há na instrução de Jesus para buscá-Lo, algo que jamais devemos esquecer: O fato de que Ele Se deu porque esteve sempre procurando por nós. Esse foi o propósito da Sua encarnação. Ele veio “buscar e salvar o perdido” (Luc. 19:10). Como Deus procurou por Adão, afligido pelo fardo do pecado, no Éden, assim Jesus vem à nossa procura. Ele continua a buscar-nos e permanece à porta do nosso coração, querendo entrar. A grande pergunta é: Permitiremos que Ele entre?

A condição na qual nos aproximamos de Cristo e permitimos que entre em nós não é nosso mérito, mas nossa perdição. É nossa necessidade de ser limpo e purificado de toda iniquidade que nos leva a reagir favoravelmente à Sua iniciativa, que nos leva a pedir, a buscar e a bater pelo perdão de Deus.

A recomendação é para pedirmos, e nos será dado. Ellen White escreveu que “se a Ele vos chegais com sincera contrição, não tendes que pensar ser presunção de vossa parte o pedir aquilo que o Senhor prometeu. Quando pedis as bênçãos de que necessitais a fim de aperfeiçoar um caráter segundo a imagem de Cristo, o Senhor vos garante que pedis em harmonia com uma promessa que se cumprirá. O fato de vos reconhecerdes pecador, é base suficiente para implorardes Sua compaixão e misericórdia”. – O Maior Discurso de Cristo, págs. 130 e 131.

Buscar e bater significam que continuamos a pedir. Vimos no estudo da quarta bem-aventurança que nossa fome e sede de justiça não é um ato isolado no passado. Ao contrário, o cristão percebe continuamente as suas faltas e sente constante fome e sede daquela justiça que somente Deus pode conceder. O pedir, o buscar e o bater correspondem a essa fome e sede contínuas. Deus está constantemente respondendo à oração da fé e concedendo-nos aquilo que pedimos. É ilimitado o Seu suprimento de graça.

Senhor, ajuda-me a aprender buscar as coisas mais importantes. Ajuda-me a ansiar por Tua graça.”

Mateus 7:8 A Oração Não Respondida de Paulo

“Bem, essa é uma belíssima frase, uma magnífica promessa, mas a pura verdade é que as pessoas não recebem nem encontram tudo o que pedem e buscam. Tome o exemplo do apóstolo Paulo. Ele pediu repetidas vezes por uma cura, mas sem efeito. A palavra de Deus a Paulo foi: “A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” II Cor. 12:8 e 9. De maneira semelhante, Jesus orou três vezes para que o cálice de Sua crucifixão fosse afastado dEle, mas acabou sendo crucificado (Mat. 26:36-46).

Nem Jesus nem Paulo se queixaram de suas orações “não respondidas”. Não acusaram a Deus de fazer promessas e não cumpri-las. Nunca perderam a fé. Pelo contrário, o que Jesus fez foi dizer: “Seja feita a Tua vontade.” E Paulo disse: “Eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.” II Cor. 12:9, NVI.

Nem Jesus nem Paulo consideraram Mateus 7:7 como um cheque em branco para tudo quanto pedissem. Ambos parecem ter interpretado o versículo no sentido de que Deus lhes daria graça para fazerem tudo quanto precisava ser feito. Portanto, interpretaram a ordem para pedir, bater e buscar no contexto do Sermão do Monte: de que Deus lhes daria poder para viverem as bem-aventuranças, amarem seus inimigos e levarem uma vida de confiança, ainda que em meio a crises produtoras de ansiedade. A vida de Jesus e a de Paulo são um testemunho de que Deus realmente cumpre a promessa do pedir, do bater e do buscar segundo o objetivo que tem em vista. Eles realmente tiveram graça para viver vida exemplar.

Podemos obter a mesma graça. Na verdade, sem ela, continuaríamos a ser as mesmas pessoas egocêntricas e críticas que éramos antes de encontrar Jesus.

Louve a Deus hoje porque Ele é gracioso e Ele está mais do que disposto a nos capacitar a viver a vida cristã. Porque Suas promessas jamais falham.”

Mateus 7:9-10 – Tome uma Cobra, Filhinho

“[…] Até mesmo o pai mais mesquinho se sente compelido a prover algum alimento para os filhos. Não lhes dariam uma pedra em lugar de pão. Por quê? Porque uma pedra é algo absolutamente inútil como alimento.

O caso da cobra em lugar do peixe não parece tão claro à primeira vista. Embora haja alguma diferença de opinião quanto à natureza precisa da cobra, pois muitos julgam tratar-se de uma enguia, o certo é que tal criatura, por não ter barbatanas nem escamas, seria imunda. Portanto, não servira como alimento para crianças judias.

Lucas apresenta uma terceira ilustração nesse ponto de sua narrativa. Acrescenta que nenhum pai daria ao filho um escorpião, se ele lhe pedisse um ovo. O escorpião, naturalmente, é um animal extremamente peçonhento, que parece não servir para alimento nem para outra coisa qualquer. Nenhum desses artigos, no contraste fornecido por Jesus, era próprio para alimento. Nenhum deles podia ser visto como uma dádiva graciosa e amorável.

A parte mais importante do argumento apresentado nos versos 9 e 10 aparece no verso 11, onde Jesus conclui que, se até mesmo os pais terrenos amam seus filhos a ponto de lhes darem o que necessitam, quanto mais não será capaz o Deus generoso?

Esse é um pensamento importante. Talvez estejamos subestimando demais a generosidade divina em abastecer-nos com aquilo que precisamos tanto em nossa vida temporal quanto na eterna.

O argumento principal de Mateus 7:7-11 é que Deus jamais irá virar as costas para as nossas orações. Acima de tudo, Deus deseja que sejamos felizes, saudáveis e completos. Que oportunidade!”

Lucas 22:41-42 – Louve a Deus Pela Oração “Não Respondida”

“[…] Muitas vezes “não” é a melhor resposta para nossas orações.

Pense na oração que Jesus fez no Getsêmani, pedindo para não beber o cálice da cruz. A resposta de Deus para essa oração foi “não”. Jesus aceitou essa resposta. Resultado: Ele foi ao Calvário por você e por mim; Ele morreu por nós para que pudéssemos ter vida eterna. Em Sua sabedoria, Deus nos dá aquilo que precisamos, e não o que queremos.”

Mateus 7:11 – Orações Sempre Respondidas

Nos versos que estamos estudando (Mat. 7:7-11), Jesus não estabelece condições para a oração, tais como ter fé ou pedir em harmonia com a vontade de Deus. Essas condições já foram explicadas em outra parte e parecem tidas por certo no capítulo 7 de Mateus. Aqui, Ele Se concentra mais na verdade maravilhosa de que o Pai dá liberalmente a todos quantos Lhe pedem.

Apesar de haver condições para a oração ser respondida, existem algumas petições que Deus responderá sempre, porque consistem sempre em Sua vontade e só podem ser pedidas por meio da fé.

Entre as orações que Deus sempre responde está o sincero pedido de perdão. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I João 1:9. Deus não é mesquinho em perdoar. Ele sempre honra a oração sincera de alguém que, curvado sob o peso da culpa, suplica perdão.

Uma segunda oração que Deus responde sempre é a que pede pelo poder do Seu Espírito para nos tomar mais amorosos e reproduzirmos mais perfeitamente o caráter de Jesus. Tomar-nos mais amorosos é santificação. Essa é a característica central dos que estarão no reino por toda a eternidade. Deus pode até permitir que algumas coisas ou pessoas estressantes sejam postas em nosso caminho para o desenvolvimento desse amor, mas o objetivo é sempre ajudar-nos a crescer em amor.

Uma terceira oração que Deus responderá sempre é a oração por paz em nosso coração e mente. Embora possamos nos encontrar numa atmosfera de luta, Deus sempre concederá paz aos cristãos confiantes. Olhe para Jesus indo para o Calvário. Olhe para Estevão sendo apedrejado. Eles conseguiram suportar o sofrimento porque tinham no coração a paz do Pai.”

Tiago 1:17 – Que Tipo de Deus?

É bastante natural querer conhecer Aquele a quem oramos. Desejamos conhecer o tipo de atmosfera na qual nossa oração será ouvida. Estamos acaso orando a um Deus que precisa ser constrangido a nos dar as coisas? Estamos orando a um Deus cuja ira precisa ser aplacada? Ou estamos orando a um Deus cujo coração é tão bondoso que está mais disposto a dar do que estamos a pedir?

Jesus está tentando encaminhar-nos diretamente para essas perguntas. Ele não apenas está descrevendo, em Mateus 7:7-11, um Deus que anseia responder às nossas orações com “boas dádivas”, mas também mostrando que toda a Sua vida foi uma revelação do amoroso caráter de Deus. Conseguimos ver a Deus de maneira mais clara através das lentes da vida e dos ensinos de Jesus.

Todos nós, de certa forma, estamos numa situação insegura em nossa vida diária. Jamais sabemos ao certo que tipo de coisas boas ou ruins encontraremos pela frente.

Nesse sentido, somos como Abraão, que foi chamado do lar dos seus antepassados para Canaã. Quando Abraão partiu, não sabia exatamente para onde estava indo, mas sabia que Deus ia com ele. E saber disso fez toda a diferença do mundo para ele. Saber disso, deu-lhe coragem e paz; deu-lhe esperança e direção; deu-lhe segurança e conforto.

Esse Deus, que foi Pai para Abraão, quer também ser o meu Pai. Quer dirigir minha vida, exatamente como dirigiu a de Abraão, ao sair ele de Ur dos caldeus. O Senhor me ama assim como amou Abraão, Daniel, Pedro, João, Paulo, Martinho Lutero, John Wesley e José Bates.

Esse é um pensamento maravilhoso. O Deus do Universo é meu Pai pessoal. Não é à toa que consiga me ajoelhar com fé diante do Seu trono. Aos necessitados, de maneira nenhuma Ele lançará fora. Ele dá boas dádivas àqueles que Lhe pedem.”

Romanos 3:23 – Que Tipo de Povo?

“O contraste apresentado em Mateus 7:11, entre o bom Pai Celestial e os seres humanos, que são maus, não poderia ser maior. Na verdade, o argumento principal de Jesus nesse texto não é a natureza pecaminosa da humanidade, mas é tanto mais convincente pelo fato de a veracidade de Sua afirmação ser tão óbvia para Ele que Ele é capaz de usá-la numa comparação de improviso. A crença de Jesus é a de que a humanidade é má e pecaminosa, a despeito de todas as formas de humanismo.

[…] a natureza humana é essencialmente egoísta e pecaminosa; e que, afinal de contas, o cristianismo tem a resposta.

Devemos observar que Jesus não Se incluiu na descrição da humanidade pecadora. “Vós, que sois maus” são as Suas palavras. Jesus não era mau. Ele possuía o coração e a mente de Deus. Nisso, Ele é diferente de nós.

Mas Ele deseja tornar-nos semelhantes a Ele. Esse é o alvo da conversão e do novo nascimento. Deus quer que mudemos para sermos semelhantes a Ele. […]”

Mateus 7:12 – Amor Além da Lei

“Chegamos com esse verso ao ponto máximo da ética cristã. Aqui está a principal característica do que significa agir como cristão.

[…] Outros grandes pensadores não disseram coisas semelhantes?

[…] Vamos dar uma olhada em algumas delas. O rabino Hillel disse: “Tudo quanto você não quiser que os homens lhe façam, não faça isso a eles. Disto depende toda a Lei. O resto é apenas explicação.” Até mesmo os não judeus tinham um dito semelhante. Os estóicos, por exemplo, afirmavam: “O que você não deseja que lhe façam, não faça isso a ninguém.”

Sendo assim, que há de diferente no que Jesus falou? Muita coisa, pois Ele colocou o provérbio na forma positiva, em vez de na negativa.

[…] A forma negativa não se dá ao trabalho de fornecer algo extra. Uma pessoa pode cumprir a forma negativa da regra apenas permanecendo inativo, sem fazer nada.

[…] a forma positiva da regra de ouro, conforme proferida por Jesus, implica em uma nova atitude para com os outros. Ela não diz que eu não devo fazer aos outros o que eu não concordaria que fizessem a mim, mas que eu devo sair de meu caminho para ajudar outras pessoas e ser bondoso com elas, assim como eu gostaria que elas me ajudassem e fossem bondosas comigo.

[…] A lei pode obrigar uma pessoa com um automóvel a dirigir de uma maneira a não prejudicar ninguém, mas nenhuma lei pode obrigar essa pessoa a parar e, por amor, ajudar alguém em dificuldades.

Os cristãos que vivem a regra de ouro tratam os outros não como a lei permite, mas como o amor ordena. E ninguém pode fazer isso sem passar por uma cirurgia do coração, que remova o antigo coração egoísta e o substitua por um coração cheio do amor de Deus.”

Mateus 22: 36 – 40 – Outra Olhada na Perfeição do Caráter 

“Com a regra áurea de Mateus 7:12, chegamos ao ápice da conduta cristã, um elemento-chave na definição bíblica da perfeição do caráter, um elemento essencial da demonstração escriturística do que significa ser semelhante a Jesus.

Comentando esse texto, O Maior Discurso de Cristo sugere que “homem algum que tenha o verdadeiro ideal quanto a um caráter perfeito, deixará de manifestar o espírito de compreensão e ternura de Cristo. A influência da graça há de abrandar o coração, refinar e purificar os sentimentos, dando uma delicadeza e um senso de correção de origem celeste”. – Pág. 135.

No mesmo livro, lemos que “a norma da regra áurea é a verdadeira norma do cristianismo; tudo que a deixa de cumprir, é um engano. Uma religião que induz os homens a estimarem em pouco os seres humanos, avaliados por Cristo em tão alto valor que por eles Se deu; uma religião que nos leve a negligenciar as necessidades humanas, seus sofrimentos ou direitos, é religião espúria. … É porque os homens usam o nome de Cristo ao passo que Lhe negam o caráter na vida que vivem, que o cristianismo tem no mundo tão pouco poder”. – Págs. 136 e 137.

Ao examinar a maneira como Jesus retrata a regra áurea, chegamos ao coração da definição feita por Ele da perfeição do caráter. Uma das grandes tragédias de alguns círculos adventistas é identificarem a perfeição do caráter com coisas tais como regime alimentar, observância do sábado e praticar (ou não praticar) isto ou aquilo.

Que confusão! A alimentação e outros elementos do estilo de vida adventista são meios na consecução de um fim, e não um fim em si mesmos. Deus quer que tenhamos saúde para que possamos ser mais amáveis, e não apenas para sermos melhores cumpridores de regras.”

Lucas 6: 31 – Praticando a Regra Áurea

“[…] Nosso egoísmo se intromete e nossa preguiça nos propulsiona a fazer o mínimo pelos outros. Não somos propensos à regra áurea. Na verdade, nosso caráter se inclina para o outro lado. Até mesmo quando beneficiamos alguém, geralmente esperamos alguma espécie de reconhecimento e recompensa em troca.

A pura verdade é que fazer genuinamente aos outros aquilo que queremos que nos façam, não pode ser realizado pelo poder humano. Exige a impulsão e a propulsão dinâmica e transformadora do Espírito Santo. Viver coerentemente a regra é viver a vida cheia do Espírito. […]”

 Romanos 8: 7 – 8 – Por que não Gosto da Regra Aurea

ão gostamos da regra áurea porque ela interfere na maneira como conduzimos nossa vida. E isso é irritante!

Por trás de nossa antipatia pela regra áurea está nossa antipatia pela lei de Deus, que afirma claramente ser o amor a Deus e ao próximo o verdadeiro viver. E por trás de nossa antipatia pela lei está a antipatia pelo Deus que a outorgou. Por que Ele não cuida da própria vida e deixa que cuidemos da nossa?

Essa pergunta nos leva à verdadeira raiz do problema. A razão por que não gostamos da regra áurea, da lei e mesmo de Deus, é que essas coisas interferem no curso natural de nossa vida egoísta e pecaminosa fora de Cristo. Jamais devemos esquecer que o amor ao eu é o centro do pecado. A natureza pecaminosa é inteiramente egocêntrica, ao passo que a regra áurea, a lei e Deus são centrados nos outros. Essas coisas interferem em nossa vida egocêntrica. E essa interferência nos põe em inimizade com elas.

A vida centrada no eu diz que, se você gosta de alguma coisa, pe- gue-a; se deseja o marido ou a mulher de outra pessoa, use o corpo dele ou dela para sua satisfação própria; se convém a seus propósitos mentir, então minta. Mas aí vêm Deus e Jesus, e Sua lei e regra intrometidas para frustrarem nosso ego natural. Fazer-nos sentir completamente odiosos algumas vezes.

É nisso que Jesus quer que ponhamos um fim. Ele quer transformar nosso coração e mente para que fiquemos em harmonia com Deus, com Sua lei e com Sua regra. Quer escrever os princípios de Seu reino em nosso coração. Só então conseguiremos amar a regra áurea.”

Tiago 2:8 – De Volta à Lei e aos Profetas

Com Mateus 7:12 – “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os profetas” – completamos o circuito de Mateus 5:17: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumpri [-las].”

Tanto Mateus 5:17 como 7:12 destacam a lei e os profetas. A menção que esses versos fazem da lei e dos profetas abrange a essência do Sermão do Monte. Em consequência, a regra áurea deve ser vista como uma síntese da interpretação que Cristo faz da lei dos profetas, sendo Mateus 5:21-7:17 Sua expansão ou desdobramento dos diversos princípios inerentes a essa síntese.

Depois de Mateus 7:12 passamos por uma mudança principal no sermão. Os princípios foram estabelecidos; agora estamos prontos para a apresentação feita por Cristo do juízo que deve basear-se nesses princípios.

Podemos ser gratos por Jesus dedicar tanto tempo completando os princípios da lei e dos profetas, porque, como seres humanos, parecemos propensos e determinados a compreender erroneamente o propósito das Escrituras. Mesmo depois de Jesus ter esclarecido repetidas vezes que os princípios da lei do Antigo Testamento não deviam ser vistos como regras relacionadas apenas com a ação, ainda encontramos pessoas que empregam as palavras do Senhor exclusivamente com o intuito de criar mais regras de atos exteriores.

Será que nunca conseguiremos captar a verdadeira importância do Seu ensino? Nunca entenderemos que Sua lei é mais uma forma de viver e de pensar do que uma lista de proibições?

E precisamos reconhecer que a lei eterna é, em sua essência, algo mais positivo do que negativo. É fazer algo pelos outros; é amar a Deus e ao próximo de todo o nosso coração, mente e alma. […]”

Lucas 15:21- 24 – Novamente de Volta às Bem- Aventuranças

“[…] Ao olhar para a minha tentação não apenas de julgar os outros, mas também de ser mais rigoroso com eles do que comigo mesmo; ao olhar para minha falha em buscar a Ti e a Teu poder como deveria; e ao deixar de viver plenamente em harmonia com Tua regra áurea, sinto de novo minha pobreza de espírito. Mais uma vez sou levado a chorar por causa de meus defeitos, e outra vez encho-me de mansidão ante Tua presença. Mais uma vez dirijo-me a Ti, com fome e sede de justiça.

[…] Meu conhecimento de Tua pessoa ficou maior, e aumentou minha capacidade de seguir-Te. Mas há outro sentido no qual não tenho progredido desde Iº de janeiro. Ainda sinto necessidade, tanto do Teu poder, quanto do Teu perdão. Por favor, satisfaze minha fome e sede; mas, por favor, conserva-me também faminto e sedento de Tua justiça.”

7° Passo: O compromisso do Cristão – Mateus 7: 13 – 29. Que o nosso Eu morra e Jesus nos ressuscite para um novo modo de viver.

Mateus 7:13 – O Sétimo Passo

“[…] Ajuda a não nos esquecermos de como nos guiaste através das bem-aventuranças, ao explicar-nos os elementos essenciais que devem ser encontrados em cada caráter cristão. E ajuda-nos a lembrar da gloriosa oportunidade que nos dás de testemunhar em nossa vida diária, como sal que permeia e luz que ilumina. […]”

Mateus 13:47 – 50 – O Julgamento do Tempo do Fim

“Frederick D. Bruner nos mostra que “Jesus começou Seu sermão com ternura ilimitada”, mas “o conclui com dureza ilimitada.” Depois de fazer a introdução referindo-se à multiforme bênção das Bem-aventuranças, o sermão passa a descrever cenas de juízo nos seus versos de encerramento. E como se Jesus estivesse nos dizendo que Sua mensagem não é uma opção intelectual, nem uma filosofia facultativa dentre muitas.

O Sermão do Monte termina em Mateus 7 com três vigorosas ilustrações escatológicas (relativas ao tempo do fim) relacionadas ao juízo e ao compromisso cristão: os dois caminhos (versos 13 e 14), as duas árvores (versos 15-20) e os dois edificadores (versos 24-27).

As cenas de juízo não são exclusivas do Sermão do Monte no Evangelho de Mateus. Mateus registra cinco dos sermões de Jesus, quatro dos quais se encerram com três cenas de juízo. Portanto, as três últimas unidades do discurso missionário do capítulo 10 (versos 32 e 33; 34-39; 40-42) têm que ver com recompensas e punições do tempo do fim. Isso também acontece com as três últimas unidades das parábolas do reino no capítulo 13 (versos 44, 45 e 46; 47-50) e com as três últimas parábolas contidas no sermão escatológico de Jesus em Mateus 24 e 25 (25:1-13, 14-30, 31-46). O sermão pedagógico mais importante proferido por Jesus, que não segue o padrão de três advertências escatológicas, rompe apenas com o aspecto tríplice, não com o elemento escatológico recompensa/punição. Sendo assim, o sermão sobre perdão, em Mateus 18, encerra-se com uma parábola de punição para os que se recusam a perdoar seu semelhante.

Esse ensino repetido de juízo final em todos os cinco sermões mencionados por Mateus e a ligação dessas cenas de juízo com a conduta cristã são importantes. Jesus nos diz repetidas vezes que a maneira como vivemos e tratamos os outros é importante para Deus. Portanto, a maneira como vivemos cada dia também deve ser importante.”

Lucas 13:24 – Deixe o seu Lixo para Trás

“A vida desligada da lealdade a Jesus é espaçosa naquilo que permite. Você pode fazer ou ser o que desejar. Os limites morais são amplamente elásticos. Se você se sente bem, faça-o. Se o deixa eufórico, beba-o.

O caminho de Jesus, por outro lado, é assinalado por restrições. E estreito porque respeita o direito dos outros, porque se baseia no amor a Deus e a Seus princípios e porque leva as pessoas a tratarem seu corpo com respeito. O caminho de Jesus é estreito porque proíbe retaliação, ódio, concupiscência e espírito condenatório. E estreito porque ordena àqueles que o percorrem que sejam misericordiosos e pacificadores.

O evangelismo deve ser sincero. Jesus era sincero. Ele ensinava claramente que as pessoas não podem entrar no reino com os braços cheios da bagagem deste mundo. A Bíblia não conhece religião fácil, que diz: Apenas creia e seja salvo. Ao contrário, a religião de Jesus ordena: “Creia, seja transformado, viva os princípios do Sermão do Monte e seja salvo.” Essa mensagem ficará mais forte e mais direta ao passarmos para as duas próximas cenas de juízo de Mateus 7: a árvore que produz frutos, e os que dizem “Senhor, Senhor”, mas estão perdidos de qualquer jeito.

Cristianismo não é jogo nem brincadeira, e Jesus nunca pretendeu que fosse assim. O caminho é difícil.

E, conforme Lucas nos diz na leitura bíblica de hoje, a porta não é de fácil acesso. Tome cuidado nesse ponto. O problema não é que a salvação seja difícil. Jesus está de braços abertos, convidando a todos que venham a Ele. O verdadeiro problema é que alguns de nós tentamos entrar pela porta carregando a bagagem do mundo. Não que a carreguemos abertamente. Algumas pessoas lançaram fora os símbolos exteriores de mundanismo, embora ainda estejam procurando entrar com o mesmo orgulho e amor por posição – só que aliando essas coisas a símbolos religiosos. Isso não é radical o bastante para Jesus. Ele quer que você abandone todo o seu “lixo”. Leve isso a sério.

I Timóteo 6:11 e 12 – A Maior Batalha da Vida

“… precisamos deixar nosso lixo para trás. No entanto, essa é uma coisa mais fácil de dizer do que fazer. Afinal de contas, gostamos de nosso lixo. Ansiamos por isso; sonhamos com isso; desejamos isso. Tornar-se como Jesus vai contra nossa inclinação natural. Envolve uma luta, um combate interno, tanto contra as potestades do mal como contra nós mesmos.

Ellen White repete Paulo quando afirma que “a vida cristã é uma batalha e uma marcha”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 41. Felizmente, não somos deixados sozinhos nessa batalha. Deus nos oferece o Espírito Santo e o ministério dos anjos. O campo de batalha é cada coração humano. Cada pessoa precisa escolher entrar pela porta estreita. Não somos salvos por nações, tribos, famílias ou grupos.

Mas render-se é uma batalha. Ellen White diz que a maior batalha já travada “é a entrega do próprio eu à vontade de Deus, a sujeição do coração à soberania do amor. A velha natureza, nascida do sangue e da vontade da carne, não pode herdar o reino de Deus. As tendências hereditárias, os hábitos antigos, devem ser renunciados”. – Ibidem.

[…] não podemos fazer isso por nós mesmos. Precisamos do auxílio divino. Felizmente, Ele está pronto a nos dar toda ajuda que desejarmos. Essa é uma das orações à qual Deus sempre responderá quando pedirmos, buscarmos e batermos. Estaremos dia após dia de volta à soleira da Sua porta, com o chapéu na mão, fazendo mais pedidos, mas Ele conhece tanto as nossas fraquezas como a intensidade da batalha. Ele está mais disposto a perdoar-nos e ajudar-nos do que imaginamos.

O caminho talvez seja estreito, a batalha talvez seja renhida, mas todos quantos verdadeiramente desejarem entrar, poderão fazê-lo e o farão, quando submeterem a vontade e o coração a Jesus.”

Mateus 7:14 – O Exemplo da Minoria

“Se a democracia fosse o meio para se chegar à verdade, o diabo vencería todas as vezes. Ele tem os votos. E fácil seguir a Satanás e a seus caminhos. Na verdade, é natural. […]

Levou tempo para eu entender que apenas um único voto tem importância, quando esse voto estabelece verdades éticas e espirituais. Esse voto é emitido pela Palavra de Deus e está na Bíblia. A minoria moral segue essa Palavra como seu guia de vida. O provérbio “se todos estão fazendo isso, então isso é bom” não os influencia. Escolheram seguir a orientação da Bíblia. Acham-se no caminho apertado.

Nosso texto de hoje diz que são poucos os que encontram a porta estreita. Isso parece ser verdade, mas essa afirmação não quer dizer que o número deva ser pouco. Em contraste, lemos em Mateus 8:11 que “muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos Céus”. E Apocalipse 7:9 descreve os salvos como “uma grande multidão que ninguém podia enumerar”.

A palavra “poucos”, de Mateus 7:14, parece ser um termo comparativo para indicar que os salvos serão proporcionalmente poucos em relação aos muitos que vão se perder.

E por que muitos se perderão? Essa é a parte mais importante no argumento da cena de juízo das duas portas em Mateus 7:13 e 14. Os perdidos deixaram de entregar a vida a Jesus; deixaram de entrar pela porta estreita e viajar pelo caminho apertado.

Como você está nesta manhã? Onde estão seus compromissos? A quem dedica suas afeições? Como você sabe que suas respostas a essas perguntas estão corretas?”

Provérbios 14:12 – O Significado de “Fácil”

“Um dos importantes contrastes entre os dois caminhos de Mateus 7:13 e 14 é que o espaçoso é um caminho “fácil” e o apertado é um caminho “difícil”.

[…] As coisas nem sempre são o que aparentam. O caminho fácil acaba algumas vezes se tornando o caminho difícil.

É assim que o caminho se afigura a muitos que viajam pelo caminho espaçoso. Ressacas, Aids e muitas outras doenças decorrentes da vida na trilha rápida, coisas que tornam a vida mais difícil do que seria se eles fossem mais temperantes.

Mas convenhamos. Muitas pessoas que viajam pelo caminho espaçoso não enfrentam essas dificuldades. A vida delas é moderada e até mesmo moralmente boa, no sentido secular do termo. Seu caminho realmente parece fácil. Simplesmente fazem o que lhes vem naturalmente.

Mas é aí que entra o outro grande contraste entre os dois caminhos. O caminho espaçoso, diz-nos Jesus, conduz à destruição, enquanto o caminho estreito conduz à vida. E mais uma vez, não há alternativas. Todos receberão, algum dia, ou a recompensa celestial ou serão eternamente destruídos.

Cada um de nós precisa fazer sua escolha nessa questão. Preferiremos o que é mais fácil agora e difícil depois, ou o que é difícil agora e fácil depois?”

Deuteronômio 30:19 – Escolhas

“Moisés havia chegado ao fim de seus dias. No livro de Deuteronômio, ele descreveu a maneira como Deus havia guiado Israel para fora do Egito, através do deserto, até às próprias fronteiras da Terra Prometida. Nos capítulos 28 e 29, ele fez um resumo das promessas e obrigações do concerto. As duas coisas sempre caminham juntas. Jamais podem ser separadas. A obrigação da obediência e lealdade a Deus está sempre associada à promessa do concerto.

Moisés está pronto para subir o monte Nebo numa viagem só de ida. Mas antes de passar as rédeas da liderança para Josué, intima seu povo a decidir se querem andar no caminho da vida ou no caminho da morte.

As escolhas são a matéria-prima da vida. Cada dia, cada um de nós é posto numa encruzilhada. As decisões que tomamos determinam não apenas os acontecimentos daquele dia, mas também nosso destino eterno.

Esse tema encontra-se por toda a Bíblia, bem como nos ensinos de Moisés e de Jesus sobre os dois caminhos. Assim é que encontramos Josué apelando aos israelitas: “Decidam hoje a quem vão servir. Resolvam se vão servir os deuses que os seus antepassados adoravam na terra da Mesopotâmia ou os deuses dos amorreus, na terra de quem vocês estão morando agora.” Josué concluiu expressando sua decisão pessoal: “Porém eu e a minha família serviremos ao Deus Eterno.” Josué 24:15, BLH. Jeremias fez uma afirmação semelhante quando disse: “Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte.” Jeremias 21:8.

Que caminho sua alma tomará? Essa é a pergunta oculta no ensino de Jesus a respeito das duas portas. É a pergunta mais importante que se pode fazer.”

Mateus 7:15 – Uma Progressiva Linha de Juízo 

“Jesus parou de falar em portas e caminhos. Agora Ele está pronto para os falsos profetas que vêm em roupas enganosas. Há entre essas duas cenas de juízo uma progressão que não deve escapar à nossa observação.

A ilustração das duas portas e dos dois caminhos separa os muitos dos poucos, os que entram pela porta larga dos que entram pela porta estreita. Para ser mais explícito, a primeira ilustração trata da separação entre os cristãos e o mundo, entre os que estão se dirigindo para a vida eterna e os que estão viajando no caminho da destruição eterna.

Mas no verso 15 a cena muda. Vemos aqui pela primeira vez, nessa sequência, que existem problemas mesmo dentro da igreja, entre os que professam estar no caminho estreito. Jesus não era um sonhador utópico. Ele sabia que haveria problemas na igreja, mesmo entre os que declaravam ser mestres e líderes do rebanho. È por isso que Ele nos diz aqui para acautelar-nos dos falsos profetas. A suposição subjacente a essa advertência é a de que precisamos ser juízes dessas pessoas, apesar da admoestação feita por Jesus no verso 1 para não julgarmos. No entanto, mais uma vez Jesus nos adverte contra julgar os motivos. Diz que devemos examinar o fruto que essas pessoas produzem. Se formos pacientes, cada mestre, cada líder, produzirá fruto. Então, e somente então, seremos capazes de distinguir o verdadeiro do falso.

A terceira ilustração nessa sequência de juízo irá levar-nos um passo além da ilustração do falso profeta. Nos versos 21 a 23, Jesus nos dirá que precisamos julgar até mesmo as coisas que estão dentro do nosso próprio ser, as quais nos inclinam para ouvir Suas palavras, enquanto nos afastam de praticá-las. É o chamado para um exame de consciência. Precisamos julgar até nós mesmos.

Jesus nos leva a sério; leva a sério também nossa profissão de fé. Ele quer que levemos nossas crenças tão a sério como Ele mesmo o faz. Quer que encaremos a religião como uma coisa séria.”

Mateus 7:16 – Bons e Maus Frutos

“[…] Por causa da sutileza dos falsos profetas, nem sempre você pode identificá-los pela aparência exterior. Você precisa verificar os frutos que eles produzem.

[…] A natureza é coerente e previsível. Assim são as pessoas. Se você lhes der bastante tempo e espaço, seu verdadeiro caráter se revelará. Assim acontece com os profetas e outros líderes religiosos. Eles também podem ser provados por seu fruto.

Mas o que Jesus quis dizer com fruto em Mateus 7? Os intérpretes diferem. O primeiro grupo diz que o fruto de um profeta é seu ensino. Um profeta verdadeiro terá a doutrina correta. Alguns intérpretes afirmam que ter a doutrina correta é o único significado para bom fruto.

Outros, porém, são tão duros quanto o diamante na opinião de que o bom fruto tem que ver com o caráter do profeta. O bom fruto, argumentam eles, é unicamente a espécie de vida que eles levam. Essa interpretação é parafraseada pela versão The Message [A Mensagem]: “Sejam cautelosos com os falsos pregadores, que sorriem muito e parecem transpirar sinceridade por todos os poros. As chances são de que eles estejam roubando vocês de uma maneira ou de outra. Não fiquem impressionados com o carisma deles; olhem para o caráter. A coisa mais importante não é o que dizem, mas o que são.”

Parece que ambos os grupos de intérpretes estão provavelmente certos e errados. Estão errados em dizer que o fruto deve ser ou o ensino ou o caráter. Estão certos no que afirmam. É errado traçar uma linha entre ensino e caráter, visto que aquilo que as pessoas ensinam geralmente se reflete na vida diária delas.

A coisa principal é mantermos os olhos bem abertos. Por um lado, não sejamos tão ingênuos a ponto de sermos enganados por impostores. Mas por outro, não nos tornemos tão cépticos a ponto de perdermos as bênçãos de Deus.”

Mateus 24:24 – Lobos do Tempo do Fim

“A crise das eras acontece precisamente antes da segunda vinda de Cristo. Satanás fará o máximo esforço em sua última tentativa de triunfar. Veremos provavelmente grande manifestação de sinais e prodígios, e lobos disfarçados de ovelhas surgirão por toda parte.

Falando daquele tempo, João diz que a besta semelhante a cordeiro, de Apocalipse 13, há de operar “grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens”. Apoc. 13:13.

Não estou certo do que ele quer dizer quando afirma que a besta semelhante a cordeiro terá poder para fazer até fogo descer do céu, mas está claro que ela terá êxito onde os sacerdotes de Baal falharam no tempo de Elias. Os enganos do tempo do fim serão os mais poderosos já vistos. Multidões, inclusive grande número de adventistas, serão enganadas.

Como podemos permanecer firmes num tempo como esse? Em O Grande Conflito, lemos que “apenas os que forem diligentes estudantes das Escrituras, e receberem o amor da verdade, estarão ao abrigo dos poderosos enganos que dominam o mundo. Pelo testemunho da Bíblia estes surpreenderão o enganador em seu disfarce. Para todos virá o tempo de prova…. Acha-se hoje o povo de Deus tão firmemente estabelecido em Sua Palavra que não venha a ceder à evidência de seus sentidos? Apegar-se-á nesta crise à Bíblia, e a Bíblia só? Sendo possível, Satanás os impedirá de obter o preparo para estar em pé naquele dia. Disporá as coisas de tal maneira a lhes obstruir o caminho; embaraçá-los-á com os tesouros terrestres, … [de modo que o] dia de prova venha sobre eles como um ladrão”. — Págs. 625 e 626.

 Atos 20:29 – Lobos à Esquerda e à Direita

“[…] O cristianismo não tem estado isento de lobos disfarçados de ovelhas.

[…] A Bíblia nada sabe de lobo bonzinho.

Nos relatos bíblicos, os lobos são encontrados tanto do lado de dentro (Ezeq. 22:27; Sof. 3:3) como do lado de fora (Mat. 10:16; João 10:12) do aprisco. No conselho de Paulo aos efésios no texto bíblico de hoje, somos informados de que eles estão dentro.

Toda igreja, inclusive a adventista, tem sua cota de lobos. A maioria de nós tem sido advertida contra os lobos que se disfarçam de ovelhas do lado esquerdo (liberais) do aprisco. Somos informados de que eles subestimam a autoridade da Bíblia e do dom de profecia, a expiação vicária de Cristo na cruz e o papel de Deus como Criador.

Mas poucos de nós estamos conscientes dos lobos que entram pelo lado direito (conservador) do aprisco. Esses parecem ser muito mais cristãos, pois demonstram ser tão fiéis e bíblicos, e muitas vezes manipulam grandes coleções de citações de Ellen White. Mas seus erros são tão graves quanto os dos que se acham à esquerda. São especialmente suscetíveis de ser enganosos em suas definições não bíblicas de perfeição, tendem a usar mais Ellen White do que a Bíblia, demonstram fanatismo na reforma de saúde e tendência mais para a inspiração verbal do que para a conceituai.

Tenham cuidado! Lobos são lobos não importa sua conduta. A heresia, mesmo do lado direito, continua sendo heresia; é tão perigosa quanto a heresia da esquerda, e de uma forma mais sutil.

Ajuda-nos, ó Senhor, a manter os olhos abertos. Ajuda-nos a ter equilíbrio em todas as coisas, especialmente em nossa compreensão da Tua Palavra. Ajuda a proteger-nos, como indivíduos e como igreja, de todas as formas de erro.

 Mateus 7:17-18 – Frutos Maus

“O que é uma árvore “má” ou “que não presta” (BLH)? […]

“Má” não significa podre nem estragado, pois as árvores nessa condição nem sequer produzem algum fruto. Esse é um ponto importante, visto que Jesus mais uma vez está chamando a atenção para a sutileza dos falsos profetas. Nem sempre eles estão disfarçados de ovelhas; às vezes aparecem travestidos de árvores bonitas, mas que no fundo são más. Para o propósito dessa ilustração, as árvores boas e más se parecem umas com as outras. Segundo todos os indícios, ambas são boas. Só no fruto é que diferem.

Mesmo assim, o fruto não é definido como podre. É chamado “mau”, mas ainda é um fruto. Mais uma vez somos colocados face a face com uma diferença sutil. Mais uma vez, ao que parece, estamos lidando com uma situação na qual as aparências exteriores podem enganar.

O perigo para o qual Jesus está chamando nossa atenção nas ilustrações da árvore má e dos frutos maus é o perigo dos que aparentam ser cristãos, sem de fato o serem.

[…] Jesus está falando sobre pessoas que alegam ser cristãs, mas que não são.

[…] Cristãos são os que nasceram de novo, da parte de Deus. Foram transformados de dentro para fora. Vivem para Jesus, pois o princípio da lei de Deus (o amor) está escrito em seu coração. Portanto, agem como cristãos. Andam pelo caminho cristão.

Outros há, porém, que renunciaram apenas a algumas coisas de sua antiga vida de egoísmo e adicionaram novos comportamentos. Mas não estão convertidos. Dão apenas a aparência disso.”

Mateus 24:11 – Um Jovem Falso Profeta

‘[…] Os falsos profetas estarão conosco até o fim do tempo.

Como podemos proteger-nos dos seus enganos? Não nos afastando automaticamente de todas as pessoas que não conhecemos. Por meio desse método, perderíamos as bênçãos que Deus tem para nós, e a bênção de ajudar cristãos verdadeiros que se encontram em necessidade.

A resposta da Bíblia é provar os profetas, provar os que alegam ser cristãos. Fazemos isso provando seus ensinos, para ver se se harmonizam com a Palavra de Deus e provando o fruto produzido pela vida deles. Foi aqui que meu jovem amigo falhou.

I João 4:1 – A Prova do Fruto na Igreja Primitiva

[…] os modos de lidar com ele são tratados no mais antigo manual da igreja: o Didache.

Os ensinos do Didache provavelmente foram formulados logo depois que Mateus escreveu sua advertência contra os falsos profetas. Nos capítulos 11 e 12, o Didache recomenda que um profeta itinerante deve “ser recebido como o Senhor”. Mas faz a ressalva de que um profeta deve ser provado. Como? Aqui o manual torna-se bastante prático. “Nem todo que fala em espírito é profeta, a não ser que apresente o comportamento do Senhor. Pelo seu comportamento, portanto, o profeta falso e o profeta verdadeiro serão conhecidos.” Nesse ponto, o documento torna-se mais específico: “Profeta algum que, em espírito, peça comida deve comê-la; do contrário ele é um falso profeta. E todo profeta que ensina a verdade, se não pratica o que ensina, é falso profeta. […] Mas quem quer que diga em espírito: ‘Dá-me dinheiro’ ou qualquer outra coisa, não lhes deis ouvidos; mas se vos pedir para beneficiar a outros que sofrem necessidades, que ninguém o condene.”

Esse parece ser um bom conselho para as pessoas de nosso tempo. Muita gente está proclamando hoje a Palavra de Deus. Vemos alguns na TV e ouvimos outros no rádio. Algumas das mensagens que eles proclamam, porém, não passam nas provas do Didache. Esse é um conselho prático. […]

Ainda precisamos ser cuidadosos. Há uma bênção em contribuir, mas Deus espera que sejamos cuidadosos em fazer doações.

I João 4:20 – 21 – A Prova do Espírito

A quem devemos dar ouvidos? Quem tem a verdade? Quem tem a Palavra de Deus?

Essas são perguntas cruciais para os cristãos, porque somos assediados por todos os lados pelos que alegam estar falando em nome de Deus. Também são perguntas capciosas, porque as pessoas podem ter doutrinas corretas, e ainda assim não serem cristãs. As pessoas podem até mesmo possuir excelentes padrões morais e não serem cristãs.

A essa altura, você deve estar se perguntando como é que uma pessoa íntegra na doutrina e que leva uma vida de acordo com os princípios morais pode ser um falso profeta.

A resposta é que o cristianismo é mais do que doutrina e ética. Algumas pessoas gostam da teologia correta, porque, para elas a teologia é um jogo, uma espécie de quebra-cabeça em que se faz combinar todas as peças corretamente. Além do mais, algumas pessoas já nascem com temperamento fleumático e desejo por pecados menos visíveis e ofensivos. Assim sendo, aparentam ser pessoas boas e justas.

Doutrina correta e boa conduta são importantes, mas a prova decisiva de um profeta (ou de qualquer cristão) tem que ver com o fruto do Espírito, encontrado em Gaiatas 5:22 e 23. Ele ou ela é uma pessoa amorosa, alegre, pacífica, longânima, benigna, bondosa, fiel, mansa e temperante, no sentido bíblico do termo? Jesus apresentou a prova do espírito de maneira tão direta quanto foi possível, quando afirmou: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” João 13:35.

Eis a prova decisiva: a prova de I Coríntios 13 na ação diária. Eis a maneira de provar não apenas “profetas”, mas também a nós mesmos.

Estamos nós diariamente ficando mais e mais semelhantes a Jesus, na maneira como nos relacionamos com os outros em nossa família, igreja e local de trabalho? Conseguimos compreender de fato o que significa refletir Seu caráter e ter o fruto do Espírito?”

Mateus 7:19 – Falando Sobre o Inferno

O inferno não é um tema muito popular no século vinte. A maioria dos cristãos acha que não é de bom tom trazer esse assunto à tona. Mas Jesus não tinha nenhum receio disso. Na verdade, Ele talvez tivesse mais o que dizer sobre o assunto do que qualquer outra pessoa da Bíblia.

Naturalmente, quando alguém pensa na história do inferno, não é difícil descobrir por que a doutrina caiu em desfavor. Basta apenas relembrar o ensino da igreja medieval sobre a tortura sem-fim num fogo inextinguível, para rapidamente desenvolvermos aversão pelo tema. Essas torturas desumanas fazem Hitler e Stalin parecerem “fichinhas”.

Com esse quadro em mente, não é de admirar que Ellen White tenha escrito que “está além do poder do espírito humano avaliar o mal que tem sido feito pela heresia do tormento eterno. … As opiniões aterrorizadoras acerca de Deus, que pelos ensinos do púlpito são espalhadas pelo mundo, têm feito milhares, e mesmo milhões de cépticos e incrédulos”. – O Grande Conflito, pág. 536.

O fato, porém, de alguém ensinar algo errado sobre um tópico não nos deve fazer rejeitar a verdade sobre o assunto. O fato é que Deus é amor, e todos quantos vão finalmente se encontrar no Seu reino eterno viverão de acordo com esse princípio. Entretanto, Ele não força ninguém a ser amoroso.

Em consequência disso, Deus é forçado a tomar uma decisão. Ou Ele permite que os pecadores continuem a existir indefinidamente na infelicidade, ou retira-os misericordiamente de seu voluntário estado de miséria. Não existem outras escolhas. Deus opta pela última.

Mas o salário do pecado é a morte, e não a imortalidade no inferno (Rom. 6:23). Sendo assim, Apocalipse 20:9 deixa explícito que o fogo do inferno “consome” os ímpios. Os resultados são eternos. Os consumidos serão queimados no fogo; e serão como se nunca houvessem sido (Mal. 4:1). Portanto, estranho como possa parecer a princípio, Deus demonstra Sua misericórdia até mesmo na destruição final dos ímpios.

O oposto do inferno, naturalmente, é o Céu. Deus quer que todos quantos se sentirão felizes no Céu estejam lá.”

Mateus 7:20 – Os Frutos da Falsidade

“A repetição é uma lei da aprendizagem. Jesus não tinha aversão por essa lei. E por isso que Ele torna a martelar no verso 20 a lição do fruto, que acabara de apresentar no verso 16. Ele quer que captemos a mensagem.

William Barclay sugere que a falsidade possui cinco frutos. Em primeiro lugar, o ensino é falso quando produz uma religião que consiste somente ou principalmente na observância de exterioridades. Esse era o problema da religião dos escribas e fariseus. Esse foi o erro combatido por Jesus durante todo o Sermão do Monte. Religião não é apenas aquilo que você faz: não carregar mais que o peso de dois figos no sábado ou ser vegetariano. Religião é uma questão do coração, que emana para a vida diária.

Em segundo lugar, o ensino é falso quando produz uma religião que consiste essencialmente em proibições. Nunca será demais insistir no pensamento de que ninguém vai se perder pelo que não fez. A essência do cristianismo é positiva. Consiste em entrar em contato com Deus e com os outros em terna bondade.

Em terceiro lugar, o ensino é falso quando produz uma religião fácil. Nunca devemos esquecer que o caminho estreito não é um caminho fácil. No capítulo seis de Romanos, Paulo rejeita de maneira taxativa a fórmula de que devemos permanecer no pecado para que a graça de Deus seja abundante. A religião de Jesus nos ajuda a vencer nossas inclinações naturais para o mal.

Em quarto lugar, o ensino é falso quando divorcia a religião da vida. O caminho do mosteiro não é o caminho de Jesus, quer se trate de uma ordem católica na Idade Média, quer de um grupo de adventistas da atualidade. Como o sal e a luz, Jesus Se misturava com o povo.

Em quinto lugar, o ensino é falso quando nos torna arrogantes e orgulhosos de nossa “superioridade espiritual”. A religião de Jesus é sempre uma religião de humildade.

Pense nisto: O que sua religião está fazendo por você? Possui ela atributos de retidão ou requer ajustes?”

Mateus 7:21 – Sinceramente Enganado

“O verso de hoje é um dos mais assustadores do Novo Testamento. Ele declara, sem rodeios, que posso estar perdido, apesar de chamar Jesus de meu Salvador; que posso estar sinceramente enganado; que posso pensar que tudo vai bem com minha vida religiosa, quando tudo vai mal.

O texto de hoje também é um dos mais sérios da Palavra de Deus. Jesus não está brincando. Ele dedicou grande parte do Sermão do Monte mostrando-nos como os escribas e fariseus enganavam a si mesmos. Agora Ele está apontando para mim e para você. Podemos ficar tão confusos e enganados como os escribas e fariseus, a não ser que prestemos atenção às palavras de Jesus. Não existem palavras mais sérias proferidas por Jesus do que as que se encontram em Mateus 7:21- 23. Ele está nos falando com toda a sinceridade de Sua alma. A nós, nos compete ouvir cuidadosamente.

Nem todos os que alegam crer em Jesus como Senhor e Salvador serão salvos, ainda que façam essa alegação no próprio dia do juízo. Essa é a mensagem do verso 21. Esse é um pensamento precioso, visto haver tanta gente pregando que a salvação consiste unicamente em invocar Jesus como Salvador. Jesus está nos advertindo de que ser salvo envolve algo mais do que simplesmente fazer essa invocação. Ele não está dizendo que é errado invocá-Lo como Senhor; está dizendo, sim, que a salvação requer mais do que apenas isso.

Para Jesus ser realmente nosso Senhor, é preciso que Ele seja nosso Mestre, e nós, Seus discípulos. Um discípulo é alguém que segue seu mestre. Um senhor é alguém que tem completo domínio sobre a vida de uma pessoa. A vida de um discípulo é inteiramente comprometida com o seu senhor, não por causa de bonificação ou reconhecimento que o discípulo possa vir a receber, mas devido à glória do mestre.”

Mateus 7:22 – “Aquele Dia” Outra Vez”

“A expressão “aquele dia”, conforme vimos meses atrás, refere-se ao dia do juízo, o dia em que todas as contas serão pagas, o dia em que as recompensas serão dadas e as punições aplicadas. […] “Aquele dia” também vai chegar para o mundo. Então, todos saberão se fomos fiéis ou infiéis. A maneira como vivemos fará diferença. Nosso presente é parte de nosso futuro. Nosso presente, de acordo com Jesus, determinará nosso futuro.

Mateus 24:11 – Texto Assustador

“[…] Mateus 7:22 diz respeito a quem é deixado do lado de fora do reino. Como é possível sermos deixados de fora, nós, que fomos obreiros de destaque, e que em Teu nome realizamos tantas coisas? é a clamorosa pergunta.

Essa passagem não é a única na qual se questiona a decisão final de Deus no juízo. A outra é a parábola das ovelhas e dos bodes, em Mateus 25:31-46.

Dirigindo-Se a um grupo, Jesus diz: “Entrem no Meu reino.” Eles perguntam: “Mas como foi que conseguimos isto? Não somos como os fariseus, que dedicaram toda a vida procurando viver à altura de uma multidão de permissões e proibições.”

Jesus responde: “Vocês não entendem. Quando Eu estava com fome, vocês Me alimentaram. Quando Eu estava na prisão, vocês Me visitaram.”

Eles tornam a perguntar: “Espere um pouco. Como pode ser isso? Nunca Te vimos, nem Te alimentamos.”

“Mas”, responde Jesus, “toda vez que vocês fizeram isso a um destes pequeninos, vocês fizeram a Mim.”

A essa altura, o outro grupo está ficando perturbado. Há nesse grupo grande número de fariseus. “Espere um pouco, Senhor”, bradam eles, “nós guardamos o sábado. Observamos todas as nossas 1.500 regras sabáticas. Devolvemos o dízimo rigorosamente, até mesmo de cada folha de hortelã que plantamos. Seguimos um excelente regime alimentar. Senhor, Tu tens que nos salvar. Nós merecemos.”

“Bem”, replica Jesus, “só há um problema. Quando Eu estava na prisão e tive sede, vocês pareciam não se importar.”

“Senhor”, retrucam eles, “se soubéssemos que eras Tu, teríamos agido de outro modo.”

“Mas”, responde Jesus, “vocês não entenderam. Não assimilaram o grande princípio do Meu reino: o amor. E se não possuem o amor, não serão felizes por lá.”

Mateus 25:46 – A Razão da Grande Surpresa

“[…] de acordo com Mateus 25, o fator decisivo no juízo é se as pessoas interiorizaram e praticaram o princípio régio do amor. Ellen White desenvolve essa ideia: “Assim descreveu Cristo aos discípulos, no Monte das Oliveiras, as cenas do grande dia do Juízo. E apresentou sua decisão como girando em torno de um ponto. Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 637.

Se as pessoas não estão transmitindo o amor de Deus a seus semelhantes, é porque não o possuem. Se as pessoas possuem o amor de Deus no coração, não há como reprimi-lo.

Deus quer que todos quantos vão estar no Céu sejam felizes ali. E os que serão felizes lá serão aqueles que renunciaram ao princípio do egoísmo (pecado) e permitiram que Deus lhes infundisse no coração e vida o grande princípio de Sua lei.

O novo nascimento inclui essa mudança do egoísmo para uma vida de amor (o princípio da lei). A santificação nada mais é senão o processo de tomar-se mais amoroso. O conceito bíblico de perfeição é tornar-se maduro em expressar o amor divino. Os candidatos ao Céu estão formando caráter semelhante ao de Cristo, pois “Deus é amor” (I João 4:8). Essas pessoas estão sãs e salvas por toda a eternidade. […]”

I Coríntios 13:2 – Dedicando a vida a Deus

“O que mais espanta em Mateus 7:21 e 22 são as impressionantes credenciais exibidas pelos que reivindicam o Céu. Eles evidentemente são pessoas piedosas. A expressão “Senhor, Senhor” está constantemente em seus lábios. E são obreiros verdadeiramente zelosos. Dê apenas uma olhada em sua lista de realizações. Profetizam, expulsam demônios e realizam muitas obras poderosas em nome de Jesus.

[…] Deus não vê as coisas dessa maneira. Ele vê os bastidores. Acontece que mesmo exteriormente, esses obreiros eram exageradamente cientes de sua própria bondade e realizações. “Olhe para tudo o que temos feito; olhe para o tipo de crente superior que somos” é o apelo que fazem. Onde está a humildade e a pobreza de espírito que caracterizam os verdadeiros crentes?

[…] Qual a motivação por trás de suas ações? Esse é o xis da questão. E por que é que alguns desses “supercristãos” são tão bons em fazer coisas ostensivas, que impressionam os outros, mas não têm prazer nas coisas menos visíveis, tais como passar tempo com a esposa ou os filhos? Para Deus, o invisível é mais importante do que o visível.

Paulo realizou muita coisa, mas tinha em mente a perspectiva correta das coisas. Ouça o que ele diz: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. … E ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” I Cor. 13:1 e 3.

Não sei quanto a você, mas quero dedicar minha vida novamente ao serviço de Deus.”

Mateus 7:23 – As Duras Palavras de Jesus

” […] Deus e Cristo querem ver no Céu tantas pessoas quanto for possível. O juízo não é para mantê-las fora do Céu, mas para introduzi-las ali. O juízo é para atestar perante o Universo que elas aceitaram de fato o sacrifício de Jesus na cruz como propiciação por seus pecados, e permitiram que Deus as preenchesse com o princípio do Seu amor.

Deus fez tudo quanto pôde a fim de preparar o caminho para que o maior número de pessoas passasse pelo juízo e entrasse no reino. Enviou Seu Filho para viver e morrer por nós; aceita o sangue de Jesus em nosso favor; aceita o ministério de Cristo no santuário celestial em nosso favor; e está preparando um lugar para nós em Seu reino eterno.

Depois de fazer tudo isso, é doloroso para Jesus ter que dizer: “Não conheço você; afaste-se de Mim.” Se Ele tinha lágrimas nos olhos ao rejeitar Jerusalém em Mateus 23, certamente terá lágrimas ao proferir essas fatídicas palavras. Mas será obrigado a proferi-las “naquele dia”.

Deus e Cristo fizeram sua parte para evitar essa rejeição. A pergunta é: Temos feito nossa parte? Temos nos arrependido de nossos pecados e aceitado Jesus como nosso Salvador? Temos permitido que Ele derrame dentro de nós o Seu amor e nos encha com Seu Espírito e nos transforme? […]”

Filipenses 3:8 Praticando a Iniquidade nas Coisas Boas

“Os “que praticam a iniquidade”, de Mateus 7:23, não estavam fazendo coisas más. Pelo contrário, estavam fazendo coisas “boas”.

Quais são algumas dessas coisas que podem nos desencaminhar em termos de salvação? Uma pode ser a frequência à igreja. Ora, ir à igreja parece bastante inofensivo. Algumas pessoas adoram ir à igreja. As portas nunca se abrem sem que elas já estejam postadas ali. Mas essa mania de ir à igreja nunca parece fazer algo em favor delas. Nunca serve de inspiração para ajudarem os outros, nem para compartilharem seus talentos. Apenas se sentam ali e captam tudo. Ir à igreja acaba se tornando um fim em si mesmo.

O mesmo pode ser dito com respeito aos que se comprazem em estudar a Bíblia. Para algumas pessoas, o estudo da Bíblia é tão fascinante como assistir a um programa de TV. Absorve-lhes o tempo, mas não inspira mudanças reais em sua vida.

Outros são desencaminhados pela defesa das doutrinas denominacionais. Adoram lutar em defesa do sábado e do criacionismo. Vivem falando sobre esses temas, e têm um mundo de coisas a dizer. Mas pergunte-lhes o que Jesus significa para eles, e ficam mudos.

Todas essas são coisas boas que podem ser mal empregadas. Precisamos seguir o exemplo de Paulo, cujo alvo principal era conhecer Jesus e ser achado nEle. Precisamos fazer essas boas coisas, mas com a apropriada perspectiva cristã.”

I Coríntios 11:28 e 29 – Evitando o Engano Próprio

“Aqueles que Jesus condena em Mateus 7:21-23 sofrem de um problema chamado engano próprio. Pensam que estão certos, quando estão errados – redondamente errados.

Isso é terrível. Talvez você esteja se perguntando como poderá saber se não está enganado a respeito de sua condição diante de Deus.

Em primeiro lugar, é importante evitar as falsas doutrinas de segurança. Algumas pessoas querem nos convencer de que justificação equivale à salvação. Tudo o que você precisa fazer é crer, e ficará tudo bem. Diga apenas: “Senhor, Senhor”, e você estará salvo. E exatamente contra esse tipo de doutrina que Jesus está advertindo em Mateus 7:21.

A certeza cristã da salvação é uma doutrina bíblica, mas se baseia no viver santo daqueles que foram justificados e nasceram de novo. De acordo com Jesus, em Mateus 7, a certeza pertence “aos que fazem” a vontade do Pai.

Uma segunda coisa que podemos fazer para evitar o engano a respeito de nossa própria condição diante de Deus é examinar a nós mesmos. Paulo recomenda que examinemos a nós mesmos, se realmente estamos na fé (II Cor. 13:5). Esse exame precisa ser feito à plena luz das Escrituras. Devemos perguntar honestamente a nós mesmos por que estamos fazendo certas coisas e que motivos se acham por trás de nossas palavras e ações. Precisamos encarar sinceramente a verdade, caso estejamos fazendo coisas boas por interesse pessoal.

Uma terceira coisa que podemos fazer para evitar o engano próprio é corrigir nossas prioridades. Primeiramente, Deus quer nosso coração; quer que tenhamos com Ele um relacionamento amoroso, que nos leve à obediência em todas as coisas. E aqui é importante ser honesto. Alguns de nós estamos prontos a ser obedientes nas áreas de que gostamos, embora evitemos a fidelidade em outras áreas. Deus quer que aceitemos a Bíblia toda e a coloquemos em equilibrada prática.

O engano é um perigo real, mas não precisamos ser enganados. Deus traçou um caminho claro e nítido diante de nós, caso estejamos dispostos a segui-Lo sem reservas.”

João 17:3 – Trabalhando em Meio à Insegurança 

“[…] talvez estejamos cheios de dúvidas quanto à nossa situação diante de Deus, especialmente depois de ler Mateus 7:21-23.

Não precisamos estar inseguros, nem mesmo quando lemos uma passagem que fala de juízo e engano próprio. Jesus tomou o caminho claro para nós, ainda que tenha sido obrigado a ser mais duro do que gostaríamos. O propósito dEle é despertar-nos para a seriedade do assunto. Mas uma vez despertos, nossa tarefa é seguir-Lhe os conselhos ministrados no Sermão do Monte. O estudo desse sermão e a maneira como Jesus coloca seus princípios em prática na vida diária, mudam nosso ser. Ao contemplá-Lo, somos transformados. É por isso que precisamos contemplá-Lo com maior frequência.

Hoje eu gostaria que você não apenas reconsagrasse tudo quanto você é e possui a Jesus, mas também que separasse tempo cada dia para caminhar com seu Senhor. Vamos ser concretos aqui. Comprometa-se a dedicar diariamente uma quantidade específica de tempo à leitura lenta e cuidadosa dos quatro Evangelhos. E quando você tiver terminado, faça-o de novo numa tradução diferente. Finalmente você pode querer estudar os Evangelhos juntamente com as leituras bíblicas sugeridas no início de cada capítulo de O Desejado de Todas as Nações. Esse tipo de estudo sempre me aproxima de Cristo e abranda meu caráter.

Convide Jesus para entrar em seu coração cada dia, e peça-Lhe para que viva Sua vida por intermédio de você. Ande com Aquele que você considera ser a vida eterna. Creia em Sua Palavra, aceite Sua graça e faça Sua vontade.

E quando você escorregar e cair, lembre-se do que Jesus prometeu: “O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora.” João 6:37. Ele perdoa todo e qualquer pecado. Apesar de nossas fraquezas, podemos ter certeza de que estamos seguros nEle quando fazemos Sua vontade.”

Mateus 7:24 – Fundamentos São de Suma Importância 

“As fundações são tudo para a vida de um cristão e para a saúde da igreja. E o fundamento tanto de um como do outro não deve ser outra pessoa a não ser o próprio Jesus. Paulo afirma que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (I Cor. 3:11). Novamente, Paulo escreveu aos efésios que eram cidadãos “da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. Efésios 2:19-22.

Jesus significa tudo para a saúde de nossa experiência religiosa. Ele não é apenas um aspecto opcional de nossa fé e igreja, mas o próprio fundamento. Sem Ele, não temos nada; não somos nada.”

Tiago 1:22 – Agindo Racionalmente

“Jesus deixa entrever em Mateus 7:24 que, se quisermos construir sobre o fundamento que Ele lançou, devemos fazer duas coisas. A primeira é ser um ouvinte de Suas palavras; a segunda é ser um praticante.

Tanto Jesus como Tiago (no versículo bíblico de hoje) mostram que ouvir é importante, ainda que não seja tudo. Ninguém pode fazer a vontade de Deus se não souber qual é ela. Aqui é onde surge o primeiro problema. Um fato significativo é que muita gente não está ouvindo o Senhor. Temos os ouvidos mais sintonizados nos meios de comunicação populares, nos esportes e nas notícias, do que na Palavra de Deus. Estamos ouvindo, é verdade, mas nem sempre as coisas corretas. E quando realmente ouvimos, queremos sintonizar apenas aquelas partes da Bíblia que nos agradam. E assim começa o engano sobre o qual Jesus está falando. Precisamos comprometer-nos hoje novamente a ser ouvintes mais cuidadosos, e a ouvir todo o conselho de Deus.

Quando ouvimos cuidadosamente tudo quanto Deus quer nos dizer, estamos prontos para ser praticantes. Jesus já enfatizou em Mateus 7:21-23 que a prova decisiva no juízo é a prática de Sua vontade. Agora, nos versos 24 a 27, Ele torna a inculcar essa importante verdade em nosso espírito resistente. Nosso Senhor acredita, obviamente, que o assunto é importante, do contrário não o estaria repetindo com tanto entusiasmo.

Se você pensar nisso por um minuto, descobrirá por quê. Apesar disso, existem incontáveis milhares de pessoas que vão à igreja semanalmente e que possuem um excelente conhecimento do que Jesus disse, porém deixam de colocar isso em prática.

Se você é uma dessas pessoas, hoje é o dia propício para começar a agir racionalmente.

Mateus 7:25 – E Veio a Tempestade

Um aspecto importante a destacar nesse versículo é que a tempestade vem tanto para os bons como para os maus, tanto para os que construíram sobre a rocha como para os que construíram sobre a areia. Embora construir na rocha não nos ajude a evitar as tempestades da vida, ajuda-nos a suportá-las de maneira bem-sucedida.

Mas quais são as tempestades da vida? Alguns creem que a tempestade que separa os que constroem sobre a rocha dos que constroem sobre a areia seja exclusivamente o juízo final. Para mim, parece que essa interpretação é muito limitada. Embora o juízo seja com certeza a ênfase principal na metáfora da tempestade, precisamos entender que aí estão incluídas também as dificuldades diárias que nos assaltam todos os lados. Assim sendo, construir sobre a rocha nos ajuda não apenas no fim do tempo; nossa fé também nos ajuda nas tempestades diárias da vida.

Há um aspecto que seria maravilhoso, se nada a não ser coisas boas acontecessem às pessoas depois que elas se batizassem. De repente, elas não ficariam mais doentes; os furacões nunca mais destruiriam os seus lares; seus carros nunca mais furariam os pneus; suas despensas nunca mais ficariam vazias; seus poços nunca mais secariam; os insetos nunca mais infestariam suas colheitas. Isso seria realmente a glória.

Porém, isso traria como resultado alguns péssimos subprodutos. O mais grave seria o de as multidões afluírem à igreja, não por convicção do pecado e necessidade de perdão, mas para escapar de pneus furados, traças, ferrugem, gargantas inflamadas e uma porção de outras coisas.

Deus, em Sua sabedoria, entendeu que uma atitude assim não seria boa para a igreja. Por isso, Ele permite que os males da vida caiam também sobre Seus santos, exatamente assim como faz o sol brilhar e a chuva cair sobre os pecadores. Isto dá aos santos a oportunidade de demonstrar que sua fé realmente os sustém em meio a todas as crises e que estão firmemente ancorados na rocha.”

Mateus 16:16-18 – E o que Dizer da Rocha? 

“Mateus 7:27 afirma explicitamente que a casa construída sobre a rocha permanece firme porque está alicerçada sobre a rocha. Estar construído sobre a rocha faz toda a diferença do mundo. Mas qual é a rocha que sustenta a fé da igreja e de seus membros?

Em nossa passagem bíblica de hoje, Jesus identifica a rocha sobre a qual a igreja está edificada. Essa passagem, porém, tem sido a causa de um debate que assolou a história da igreja. Será que Jesus quis dizer que Pedro era a rocha sobre a qual a igreja seria edificada, ou quis dizer que a confissão de Pedro de que Jesus é “o Cristo, o Filho do Deus vivo” era o fundamento da igreja?

Levando-se em conta o ensino do restante do Novo Testamento, é seguro concluir que a rocha é a confissão de Pedro de Cristo como o Filho de Deus. Paulo é taxativo ao identificar Jesus como o único fundamento da igreja (ver I Coríntios 3:11; Efésios 2:20), e o próprio Pedro apresenta Jesus como “a Pedra viva… escolhida e preciosa”, sobre a qual a igreja está edificada (I Pedro 2:4-7, NVI).

É Jesus como o Cordeiro crucificado e nossa confissão dEle que permanecem no fundamento da fé cristã. Naturalmente, a principal forma de conhecer Jesus é mediante o testemunho a respeito dEle contido na Bíblia. Construir sobre a rocha significa não apenas ter um relacionamento de fé com Jesus, mas também dar ouvidos às recomendações da Bíblia. Esse aspecto de edificar sobre a rocha fica particularmente claro em Mateus 7:24, onde Jesus fala sobre ouvir e praticar “estas Minhas palavras”. Considerando-se o contexto, parece que, em parte, o que Jesus quis dizer quando falou sobre edificar sobre a rocha, era que déssemos atenção aos ensinos do Sermão do Monte em nossa vida diária.”

Mateus 7:26E o que Dizer da Areia?

“Jesus não nos deixa com uma porção de opções. Devemos construir sobre a rocha ou construir sobre a areia. A semelhança dos dois caminhos de Mateus 7:13 e 14, e das árvores dos versículos 16-20, não há meio-termo. Não podemos aceitar Jesus pela metade. Ou estamos por Ele, ou estamos contra Ele. Nosso Senhor não admite concorrência, nem arranjos de tempo parcial.

Ora, se os que constroem sobre a rocha constroem sobre a fé em Jesus e em Sua Palavra, que acontece com os que estão construindo sobre a areia e utilizando-a como alicerce? Se não é sobre a Palavra de Deus e a fé em Jesus, então é sobre a fé na humanidade e nas ideias humanas.

A decisão de não seguir as palavras de Jesus, não importa a razão, é sempre uma decisão de grande significado. É uma decisão para viver conforme as palavras e ideias de outra pessoa, porque todos nós vivemos de acordo com as palavras, as ideias ou a filosofia de vida de alguém.

Se não vivermos de acordo com os mandamentos de Deus, acabaremos descobrindo que estamos vivendo pelos mandamentos dos homens. Os padrões, as regras e a fé deles darão direção a nossa vida.

O mundo é cheio de filosofias e métodos relativos ao significado da vida e à maneira de resolver os problemas do Universo. Mas esses métodos são como colunas de areia. Podem parecer bons, mas não suportam as pressões do tempo e da realidade. Constituem fundamento instável para a vida.

Lemos em O Maior Discurso de Cristo que “todo edifício edificado sobre outro fundamento que não seja a Palavra de Deus, ruirá. Aquele que, como os judeus do tempo de Cristo, edifica sobre a base de ideias e opiniões humanas, de formas e cerimônias inventadas pelos homens, ou sobre quaisquer obras que possa fazer independentemente da graça de cristo, está erigindo sua estrutura de caráter sobre a movediça areia”. – Pág. 150.

[…] Ajuda-nos a comprometer-nos apenas com a construção sobre a rocha.”

Mateus 7:27 – Um Paraíso de Tolo

“[…] A grande certeza para ambas as casas de Mateus 7 é a de que as águas virão. Não temos como escapar das águas, mas podemos tomar a decisão de construir sabiamente. Construir sabiamente pode exigir mais planejamento e previdência do que aparenta.

[…] Tenha cuidado como você constrói e onde constrói. O que pode parecer belo em tempo de paz, pode converter-se num paraíso de tolo em tempos tempestuosos. E lembre-se: As tempestades da vida virão. A única questão é se estaremos preparados para elas.”

Jeremias 31: 33 – Dois Construtores

“Não temos na declaração de Jesus apenas duas casas e dois tipos de local para a construção, mas também dois construtores, dois tipos de pessoas. Esses homens são importantes porque representam perfis de personalidade, que podem ser o seu e o meu. Vamos examiná-los.

Veremos primeiro como se assemelham. Para começo de conversa, ambos tinham o mesmo desejo de construir uma casa em que pudessem morar e regalar-se. Um segundo ponto de semelhança é que ambos, aparentemente, escolheram locais perto um do outro, visto que as casas estavam sujeitas precisamente às mesmas provas e tensão. Um terceiro ponto de semelhança é que pareciam gostar do mesmo estilo de casa. No tocante à parábola de Jesus, as duas casas parecem essencialmente a mesma. A única diferença parece ser no alicerce.

Essas similaridades são impressionantes, mas também são importantes porque têm significado para nossa vida espiritual. Temos, durante demasiado tempo, alimentado a ideia de que a diferença entre os verdadeiros cristãos e os pseudocrístãos é óbvia e que não passa de uma questão externa. Mas essa conclusão simplista não abrange a ideia exposta por Jesus de que estamos tratando com algo muito mais sutil. A diferença entre os dois homens e as duas casas não é tão óbvia, assim como também não é entre dois membros de igreja. Toda a dificuldade com os falsos profetas, conforme vimos alguns dias atrás, reside no fato de eles, superficialmente, se parecerem demais com os verdadeiros profetas. O mesmo vale para as duas árvores.

O cristianismo genuíno não é apenas uma questão externa. É um assunto do coração. As pessoas podem fazer as mesmas boas coisas por razões diferentes. O homem sábio de nossa história não apenas fez as coisas certas; ele as fez por causa de seu relacionamento de coração com Jesus.”

Lucas 6:48 e 49 – Os Dois Construtores Novamente

“[…] receberemos grande ajuda da versão de Lucas para essa história. Ele fornece informações não encontradas em Mateus. Lucas nos diz, conforme vimos na leitura bíblica de hoje, que o homem sábio cavou fundo e deu-se ao trabalho de lançar o alicerce de sua casa. Em contrapartida, o homem tolo não cavou nada. Não se preocupou em lançar um fundamento.

A chave para compreender o homem cuja casa não possuía alicerce é a palavra “tolo”. O homem tolo estava apressado. Por que não tomar um atalho, pensa ele, se vou obter os mesmos resultados? Afinal de contas, ninguém verá a diferença, pois o alicerce fica abaixo da superfície. Por que perder tempo construindo um alicerce?

O homem tolo também parece ser um sabichão. Ele sabe como construir uma casa sem seguir as regras que governam as leis da construção civil. Ele não precisa de arquiteto nem de outros profissionais, nem dá atenção ao conselho deles.

Além desses atributos, o homem tolo é alguém que não faz planos com antecedência. O que ele quer é uma casa, e não uma expedição científica. Por que não construí-la bem perto do rio, onde é tão agradável? E ele é suficientemente esperto para saber que é mais fácil e rápido construir sobre a areia do que sobre a pedra.

Todos esses atributos podem ser transpostos para nossa vida espiritual. Os cristãos tolos estão interessados apenas numa religião superficial; como já sabem de tudo, não precisam aconselhar-se com os membros de sua igreja; e vivem mais para o presente do que para o futuro.

Isso tudo parece bom. Só há um problema. O edifício não aguenta as tempestades da vida e do juízo.”

Indicamos:

. Você pode ler essas postagens diárias completas do George Knight sobre o sermão do monte aqui.

. Você pode ler mais sobre o Sermão do Monte aqui

Conversando com o pastor Benedito Muniz

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