Os Sete Selos – Apocalipse 8:1 – O Sétimo Selo – Comentários Dr. Jon Paulien

Jon Paulien

O Sétimo Selo: Apocalipse 8: 1

“1Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, houve silêncio no céu durante quase meia hora

A abertura do sétimo selo resulta em apenas uma simples declaração no sentido de que um breve silêncio ocorre no céu. O silêncio funciona como uma calma depois da tempestade de destruição ocasionada pela segunda vinda de Cristo. Várias explanações têm sido apresentadas para explicar o significado desse silêncio, mas nenhuma se tem demonstrado decisiva.

Uma possibilidade é que o silêncio é um anúncio de que a justiça divina tem sido plenamente executada. Isto se baseia em declarações textuais que em face da injustiça Deus recusa guardar silêncio até que a justiça tenha sido satisfeita (cf. Sl 50:3-6; Is 65:6-7).

‘Por amor de Sião, me não calarei e, por amor de Jerusalém, não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa. As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória.” Isaías 62:1-2

Outras possibilidades para interpretar o silêncio deste selo incluem o equivalente do fim dos tempos ao silêncio no princípio (Gn 1:2; cf. 4 Esdras 7:26-31); o silêncio do Universo ao observar a destruição do mal (em nítido contraste com a celebração de Apocalipse 5); e o silêncio da sala do tribunal quando o livro é finalmente aberto.108

Sendo que o sexto selo retrata os eventos que envolvem a própria Segunda Vinda (6:15-17) e descreve a presença dos redimidos diante do trono (7:9-17), o sétimo selo pode ser melhor compreendido ou como um precursor enigmático do milênio ou a paz universal que resulta da consumação no final do milênio (cf. Ap 20:9-15).

Considerações finais

Embora nenhuma tentativa fosse feita para alinhar as interpretações deste capítulo com as de Urias Smith (1897, p. 384-434) suas opiniões sobre os selos são notavelmente semelhantes às conclusões deste capítulo. Embora às vezes ele mesmo não se batesse contra o texto,109 suas conclusões devem ser levadas a sério pelos adventistas quando ele o fez.

Que diferença faz para o viver cristão diário que tenhamos obtido uma melhor compreensão desta profecia? De grande importância é o fato de que nossa passagem descerra a cortina que oculta o mundo invisível da realidade espiritual de nós que vivemos na Terra. A grandiosa cena introdutória (Ap 4–5) nos impressiona de que as cenas que se seguem são uma visível e terrestre expressão do conflito invisível e celestial entre Cristo e Satanás (STOTT, 1986, p. 247).

O mesmo Cristo que protege as igrejas (Ap 1–3) também se assenta no trono de Deus nos lugares celestiais (Ap 4–5). Ele sabe e cuida quando Seu povo sofre ou é forçado a percorrer esta vida sozinho por causa de sua fé nEle. Não é surpreendente, portanto, que o povo de Deus ao longo da Era Cristã tenha encontrado significado para a vida na estranha coleção de imagens que constituem as porções apocalípticas do livro.

Os selos do capítulo 6 fornecem uma impressionante descrição da vida cristã neste mundo entre a cruz e a Segunda Vinda. O povo sofredor de Deus pode às vezes indagar se a realidade não prova ser sua fé uma ilusão. A glória e o brilho parecem residir com os inimigos do evangelho. Mas o fato de que horríveis realidades da história e experiência terrestres seguem a abertura dos selos no Céu demonstra que essas realidades estão sob o controle do Cordeiro, que já está reinando (Ap 5) e cujo reino perfeito logo será consumado (11:15-18) (STOTT, 1986, p. 248).

Para os santos assediados um tratado teológico é muito menos eficiente do que as imagens apocalípticas de um cordeiro morto que alcança uma vitória irreversível. Através da contemplação pela fé desse Cordeiro e Sua vitória, os sofredores e perturbados obtêm coragem para completar sua carreira. Depois de citar porções de Apocalipse 5 e 7, diz Ellen White (2008, p. 45): Compreendereis a inspiração da visão? Permitireis que vossa mente se demore no quadro? Não estareis realmente convertidos, e então saireis para trabalhar em um espírito inteiramente diferente do espírito em que tendes trabalhado no passado, desalojando o inimigo, demolindo cada obstáculo ao avanço do evangelho, enchendo os corações com a luz e paz e alegria do Senhor?

Se permitíssemos que nossa mente se demorasse em Cristo e no mundo celestial, acharíamos um poderoso incentivo e apoio para combater as batalhas do Senhor.

O orgulho e o amor do mundo perderão seu poder ao contemplarmos as glórias daquele país melhor que tão logo deverá ser o nosso lar. Comparadas com a amabilidade de Cristo, todas as atrações terrestres parecerão de pouco valor (WHITE, 1887).

Há mais uma ideia de decisiva importância. Estamos na História entre dois terremotos e duas séries de fenômenos celestiais (Ap 6:12-14). Os presságios do fim dos tempos já estão em andamento. Embora a aparente demora do Advento leve muitos a dizer “Até quando?” é confortante saber que do ponto de vista do Pai, que vê o fim desde o princípio, estamos quase no lar!

Reerências:

108 Ver o intenso silêncio quando o conteúdo de um testamento está prestes a ser revelado!

109 Um exemplo é o material sobre as trombetas, onde nenhuma observação é feita concernente ao texto, mas páginas da História são citadas de outros escritores. Veja ibid., 455-87. Note a ressalva na página 455 onde ele indica que mesmo isto foi extraído de uma publicação anônima da Review and Herald escrita originalmente por Tiago White em 1859.

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