por Samuelle Bacchiocchi
“… e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;”
Para compreendermos a linguagem legal de Colossenses 2:14, é necessário primeiramente apreendermos os argumentos fornecidos por Paulo nos versos precedentes para combater a “filosofia” colossense. Notamos que falsos mestres estavam “enganando” (2:4) os cristãos para acreditarem que a observância de “regulamentos –dogmata” era necessária para cortejar a proteção daqueles seres cósmicos que supostamente poderiam ajudá-los a participar da plenitude e perfeição da divindade. Para opor-se a este ensino, Paulo realça duas verdades vitais. Primeiro, lembra aos colossenses que em Cristo, e nEle somente, “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (2:9) e, portanto, todas as outras formas de autoridade que existem estão subordinadas a Ele, “que é a cabeça e todo principado e autoridade” (2:10). Segundo, o Apóstolo reafirma que é somente em Cristo e por intermédio dEle que o crente pode “chegar à plenitude da vida” (2:10), porque Cristo não somente possui a “plenitude da divindade” (2:9) mas também provê a plenitude da “redenção” e “perdão de pecados” (1:14, 2:10-15; 3:1-5).
A fim de explicar como Cristo estende “perfeição” (1:28; 4:12) e “plenitude” (1:19; 2:9) ao crente, Paulo, como persuasivamente Herold Weiss demonstra, “não recorre à lei, mas ao batismo”. Isto representa uma variante significativa, pois a explicação da significação da lei é sempre parte integrante da apresentação que faz Paulo do evangelho. O fato então que no contexto de Colossenses 2 o “termo “lei” (nomouς) se encontra ausente… da controvérsia” corrobora o que dissemos anteriormente, a saber, que a heresia colossense não se baseava no costumeiro legalismo judaico, mas sim nos tipos de regulamentos (dogmata) incomuns (sincretísticos) ascéticos e cúlticos, que minavam toda a suficiência da redenção de Cristo.
Para combater esses falsos ensinos Paulo escolheu exaltar a centralidade do Cristo crucificado, ressurreto e enaltecido, explicando como a perfeição cristã é a obra de Deus que estende até o cristão os benefícios da morte e ressurreição de Cristo por intermédio do batismo (2:11-13). Os benefícios do batismo são concretamente apresentados como o perdão de “todas nossas transgressões” (2:13; 1:14; 3:13), o que resulta em ser “vivificado” em Cristo (2:13). A reafirmação do perdão de Deus, conquistado por Cristo na cruz e estendido pelo batismo ao cristão, constitui, deveras, a resposta básica de Paulo àqueles que procuram alcançar a perfeição submetendo-se a “regulamentos”. Para enfatizar a certeza e plenitude do perdão divino (já declarado em 2:13), o Apóstolo utiliza em 2:14 uma metáfora legal, isto é, aquela de Deus como um juiz que “tirou… removeu (e) cravou na cruz… o documento escrito-ceirografon”.
Que Paulo queria dizer com cheirographon (termo usado na antiguidade significando “acordo escrito” ou “certificado de débito”?) Estava ele se referindo à Lei Mosaica com suas ordenanças (tois dogmasin), declarando assim que Deus cravou-a na cruz? Se se adotar esta interpretação, há legítima possibilidade de o sábado poder incluir-se entre as ordenanças cravadas na cruz. De fato, certos autores mantêm esta posição. Contudo, além das dificuldades gramaticais, “dificilmente parece de Paulo”, escreve J. Hyby, “representa a Deus crucificando a ‘santa’ (Rom.7:6) que era a Lei Mosaica”. Além do mais, esta posição não se somaria, mas diminuiria o argumento de Paulo designado a provar a plenitude do perdão de Deus. Proporcionaria aos cristãos a retirada da lei moral e/ou cerimonial a certeza do perdão divino? Dificilmente. Somente deixaria a humanidade sem princípios morais. Não se remove a culpa destruindo códigos legais.
A maioria dos comentaristas interpreta o cheirographon ou como o “certificado de dívida” resultado de nossas transgressões ou um “livro contendo o registro de pecado” usado para a condenação da humanidade. Ambas estas possibilidades, substancialmente semelhantes, podem ser apoiadas por literatura rabínica e apocalíptica. “No judaísmo”, como declara E. Lohse, “a relação entre o homem e Deus era frequentemente descrita como a existente entre o devedor e seu credor”. Por exemplo, um rabino disse: “Quando o homem peca, Deus escreve o débito de morte. Se ele se arrepende, o débito é cancelado (isto é, declarado invalidado). Se ele não se arrepende, o que está registrado permanece genuíno (válido)”. No Apocalipse de Elias acha-se a descrição de um anjo segurando um livro, explicitamente chamado de cheirographon, no qual os pecados do vidente estão registrados. Baseados nestes e outros exemplos similares, é bastante óbvio que cheirographon é, ou um “certificado de dívida de pecado” ou o “livro de registro de pecados”, mas não a Lei de Moisés, pois esta, como sabiamente assinala, “não é um livro de registros”.
O que Paulo está dizendo, então, com esta metáfora ousada é que Deus tem “tirado”, “removido” e “cravado na cruz” por intermédio do corpo de Cristo (o qual em certo sentido representa a culpa da humanidade), o cheirographon, o instrumento para a lembrança do pecado. A base legal desse instrumento era a “cédula vigente-tois dogmasin” (2:14), porém o que Deus destruiu na cruz não foi a base legal (lei) para nosso embaraço no pecado, mas o registro escrito de nosso pecados. Ao destruir o registro de pecados, Deus removeu a possibilidade de que jamais se façam a cobrança contra aqueles que foram perdoados.
Esta posição é também apoiada pela cláusula “e a tirou do meio de nós-cai auto hrcen ec tou mesou” (2:14). Tem sido demonstrado que “o meio era a posição ocupada ao centro da corte ou assembleia pela testemunha de acusação. No contexto de Colossenses, a testemunha de acusação é o cheirographon, que Deus, em Cristo apagou e removeu da corte. Não se pode deixar de sentir como, por intermédio dessa vigorosa metáfora, Paulo está reafirmando a plenitude do perdão de Deus provido por Cristo na cruz. Ao destruir a evidência de nossos pecados, Deus também “desarmou os principados e potestades” (2:15), uma vez que não é mais possível que funcionem como acusadores dos irmãos. (Apocalipse 12:10) Não há necessidade, portanto, de os cristãos se sentirem incompletos e buscarem participar na plenitude da divindade (pleroma) por intermédio de “regulamentos-dovgmata”. Aqueles que através do batismo morreram e foram vivificados em Cristo, podem agora viver na certeza de sua redenção e perdão. Portanto, os poderes e principados não mais precisam preocupá-los.
Vimos que em todo este argumento, a Lei, como declara Weiss, “não exerce papel algum”. Qualquer tentativa de ler, portanto, no cheirographon uma referência ao sábado ou a qualquer outra ordenança do Velho Testamento é totalmente injustificável. O documento que foi cravado na cruz não continha leis morais ou cerimoniais, mas sim o registro de nossos pecados. Não é verdade que mesmo hoje a memória do pecado pode criar em nós um senso de imperfeição? A solução para este senso de incapacidade, segundo Paulo, deve ser encontrada não no submeter-se a um sistema de “regulamentos”, mas aceitando o fato de que na cruz Deus apagou nossos pecados e concedeu-nos completo perdão. Podemos concluir, então, dizendo que Colossenses 2:14 reafirma a essência do evangelho — as Boas Novas de que Deus cravou na cruz o registro e a culpa de nossos pecados—porém nada tem a dizer a respeito da lei e do sábado.
A Atitude de Paulo Para Com o Sábado
Havendo refutado as especulações intelectuais da “filosofia” colossense ao reafirmar a supremacia de Cristo e a plenitude de Sua redenção (versos 8-15), Paulo volta-se agora às suas consequências práticas, tratando explicitamente com certos destaques de suas práticas religiosas: “(v.16) Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, (v.17). Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é Cristo”.
Como nesta admoestação o sábado é destacado como uma das práticas religiosas que “são sombra” “do que é por vir”, tem-se geralmente concluído que Paulo aboliu o sábado pelo seu nome e chamou de sombra que se foi porque o corpo, que é o próprio Cristo, chegou. Para testar a validade dessa tradicional interpretação, várias perguntas precisam ser consideradas. Devem os costumes (incluindo o sábado?) advogados por esta melindrosa facção, ser considerados como prescrições estritamente mosaicas, ou como ensinos exageradamente puritanos oriundos de uma ideologia sincretística? Está o Apóstolo condenando abstinência de alimento e bebida bem como o uso de dias e épocas sagradas como tais, ou está ele advertindo contra o uso errado que se fizeram deles? Que espécie de observância sabática os falsos mestres advogavam? Qual era a atitude básica de Paulo para com o sábado e as festividades judaicas em geral?
Natureza dos regulamentos. Os regulamentos com respeito a “comer, beber, festividades, lua nova e sábado” pertencem exclusivamente à Lei Mosaica? Conquanto a referência às observâncias de festas, lua nova e sábado” claramente mostrem que os falsos mestres retiraram alguns de seus ensinos do Velho Testamento, as restrições com respeito a “comer e beber” dificilmente podem ser seguidas até a mesma fonte. Os termos “brwsis” e “posei” descrevem não (como frequentemente está erroneamente traduzido) “comida-brwma” e “bebida-poma”, mas o ato de “comer e beber”. Portanto, não é uma pergunta, como assinala C. H. Lenski, “sobre alimento ou bebida imprópria, alguns limpos, outros imundos, mas regras sobre quando comer e beber e jejuar”. Tais restrições dietéticas dificilmente podem ser seguidas até a lei levítica uma vez que isto não contempla um programa ascético, mas somente distingue alimento limpo do imundo. Além do mais, a lei mosaica é silente no caso de bebida, exceto no caso dos nazireus e recabitas, que se abstinham de bebidas intoxicantes em virtude de um voto especial. Estas exceções, todavia, acarretavam uma disciplina própria, bem distinta da provisão geral da lei.
Que as prescrições dietéticas mencionadas em Colossenses 2:16 não pertencem à lei mosaica está posteriormente indicado no verso 21 pela proibição (aparentemente com relação ao consumo de alimento) imposta pelos proponentes da “filosofia”: “não manuseies, não proves, não toques”. Tais restrições ascéticas designadas a promover “rigor de devolução e auto humilhação e severidade para com o corpo” (2:23) eram estranhas aos ensinos judaicos normativos. Geralmente tal ascetismo procede de um conceito dualista da vida que despreza a parte material do mundo e o corpo humano a fim de alcançar uma santidade maior. Não se pode encontrar traço algum desta posição dualista no conceito hebraico do homem, que é totalmente integralista.
Há indicações de que no tempo de Paulo esta forma de ascetismo estava se desenvolvendo dentro da Igreja. Em Romanos 14 o Apóstolo trata de uma dissensão ocasionada por um partido ascético que (como aquele de Colossos) insistia no vegetarianismo e abstenção de vinho (14: 2, 21) bem como na observância de dias (14:5 e 6). Um partido semelhante possivelmente existia em Éfeso, pois Paulo adverte Timóteo contra aqueles “que proibiam o casamento e ordenavam a abstinência de manjares que Deus criou para serem recebidos com ações de graças” (I Timóteo 4:3).
Este ensino ascético foi primeiramente influenciado pelo judaísmo sectário ou pelo ascetismo pagão? É difícil responder a esta pergunta de modo conclusivo uma vez que somos informados de que um regime vegetariano era promovido por (1) seitas judaicas tais como os terapeutas e provavelmente os essênios; (2) seitas gnósticas tais como os encratitas, ebionitas e marcionitas; e (3) escolas pagãs como os mistérios órficos, os pitagóricos e os neo-platônicos. Filóstrato (cerca de 200 A.D.) relata, por exemplo, que Apolônio de Tyana (98 A.D. ca), um filósofo neo-pitagórico, “recusou-se viver de um regime cárneo, no princípio de que era, e que embrutecia a mente; participava somente de frutas secas e vegetais, por que dizia que todas as frutas da terra são limpas”. (É digno de nota de que mesmo Tiago, o irmão do Senhor, segundo Hegesipo “era santo desde o ventre da mãe, e não bebeu vinho nem bebida forte, nem comeu carne”).
As razões pagãs para a prática do ascetismo e jejum eram muitas. Cria-se, por exemplo, que o jejum preparava uma pessoa para receber uma revelação divina. A crença na transmigração de almas aparentemente motivou a abstinência de carne animal, pois comê-la era considerado uma forma de “canibalismo”. Outros foram levados ao ascetismo por sua visão dualística do mundo. No caso da “filosofia” de Colossos, os tabus dietéticos e a observância de tempos sagrados eram aparentemente considerados como expressão de sujeição aos “elementos do universo” (2:20, 18).
Alguns estudiosos consideram os falsos ensinos de Colossos como um ramo de ensino da comunidade Qûmran. Eles indicavam que a ênfase nas regras dietéticas, calendários festivos e a veneração dos anjos, correspondem completamente aos hábitos da seita Qûmran. A “filosofia” colossense entretanto, como bem assinala E. Lohse, “não revela quaisquer sinais da espécie de compreensão radical da lei que é advogada pela comunidade Qûmran. O termo “lei” (noumoς) encontra-se, de qualquer modo, ausente da controvérsia na qual os colossenses estavam engajados”. A conclusão mais plausível mantida pelos eruditos é de que os falso ensinos e costumes de Colossos eram de uma natureza sincretística, contendo tanto elementos pagãos como judaicos. Aparentemente recorria-se ao Velho Testamento para suas crenças e costumes sincretísticos.
Se esta conclusão está correta (o que nos parece indiscutível), então a referência de Paulo ao sábado e festividades deve ser entendida no contexto dos costumes heréticos, ascéticos e sincretistas a que ele se opunha. Neste caso, o que quer que se diga do uso pervertido de uma instituição como o sábado, não pode legitimamente ser usado para desafiar a validade do mandamento em si. Um preceito não se torna nulo pela condenação de seus abusos. Porém, antes de focalizarmos mais diretamente a atitude de Paulo para com o sábado, precisamos cientificarmos-nos do que está realmente condenado em Colossenses 2:16 e 17: costumes ou princípios?
Costumes ou Princípio. Paulo formalmente condena os cinco costumes ascéticos-cultistas (“comer beber, festas, lua nova e sábado”) promovidos pelo falsos mestres em Colossos? Em vista do fato de que estes costumes estavam minando a toda-suficiência da redenção de Cristo, esperaríamos deveras que Paulo as condenasse francamente. É isto porém, o que faz o Apóstolo?
Consideremos em primeiro lugar a forma do verbo que ele utiliza: “Mh ouc tis umav crinevtu – que ninguém continue a julgá-los”. O verbo é neutro e não significa “condenar” mas “julgar” quer aprovando ou desaprovando. Paulo usa o mesmo verbo repetidamente em Romanos ao tratar de um problema semelhante: “O que não come não julgue (mh crinetw) aquele que come” (14:3) “Um faz diferença (crinei) entre dia e dia, mas outro julga (crinei) iguais todos os dias” (14:5) O significado do verbo “crinw” segundo seu uso comum não é “condenar”, mas “expressar uma opinião, resolver, fazer juízo”. Note-se então que o verbo usado indica que Paulo é consideravelmente tolerante nessa questão. Ele condena os costumes especificados, mas simplesmente insiste que ninguém deveria ser compelido a observá-los. Como declarou Charles R. Erdman, Paulo “deixa a decisão com cada cristão”. A. Lukyn William chama a atenção para este importante fato dizendo: “Observe-se que São Paulo dá uma visão mais ampla que aquela de proibir a observância de leis dietéticas e de épocas de festividades. Ele deixa o assunto livre com a pessoa individual. O que ele diz é que a observância (ou, por dedução, a não observância) não deve servir de base para se colocar em julgamento os colossenses.
Concluímos, pois, que no verso 16, a advertência não é contra o sábado, festas e leis dietéticas como tais, mas sim contra aqueles que promovem estes costumes como auxílio indispensáveis à perfeição cristã e como proteção necessária contra “os elementos do mundo”, negando assim, a toda suficiência de Cristo. Que Paulo não tinha a intenção de declarar inúteis estas observâncias, é indicado no verso 17: “são sombras do que está por vir, mas o corpo é Cristo”. Ao reconhecer os dias santos do Velho Testamento como “sombras do que está por vir – scia twn mellontwn” Paulo dificilmente poderia ter “abolido o sábado pelo seu nome e chamando-o de sombra que passou”. E. F. Scott apropriadamente observa que: “Sendo ele mesmo judeu, Paulo não podia admitir que as mais sagradas ordenanças do judaísmo são sombras inúteis. Seu pensamento é mais daquele do autor dos Hebreus, que encontra valor em todas as antigas cerimônias à medida em que apontam, numa espécie de linguagem de figuras, à grande consumação (exemplo, o sábado tipifica o perfeito repouso de Deus) (Hebreus 4:11)”.
Vários comentaristas, entretanto, incapazes de verem como Paulo poderia ver dias santos do Velho Testamento e costumes ascéticos de natureza sincretística, como “sombras” com significado e função profética, têm buscado solucionar o dilema acrescentando arbitrariamente a palavra “somente” ou “no máximo” depois de “sombras”, tornando assim esta última pejorativa. E mais ainda, o verbo são (estin) uma sombra “é interpretado ou traduzido como “eram (hn) uma sombra”, implicando assim que sua função havia cessado totalmente com a vinda de Cristo. Para justificar esta interpretação alguns argumentam que Paulo não poderia ter visto leis dietéticas de origem dúbia como “sombras do que está por vir”. Em vez disso, elas eram uma sombra da religião cristã, mas não mão mais. Esta interpretação implica que poderiam servir uma função legítima somente antes, mas não depois da vinda de Cristo, o que é claro, não é verdade. Como poderiam tabus dietéticos supersticiosos serem aceitos por Deus numa época, e então rejeitados mais tarde?
A conclusão mais plausível é que Paulo não está discutindo a origem, forma ou legitimidade destas observâncias, mas sim que reconhece seu valor, aparentemente porque as reconhecia como sendo expressões nobres e sinceras—ainda que desencaminhadas — de aspirações espirituais. O que o Apóstolo faz, entretanto, é colocar estas observâncias em sua própria perspectiva com Cristo, por meio do contraste “sombra-corpo”. Nesta perspectiva, Paulo vê que não somente a observância de dias santos, mas que até mesmo escrúpulos dietéticos podem servir como sombra, preparando os cristãos para as realidades do mundo por vir. As festividades do Velho Testamento têm uma mensagem para os cristãos. A páscoa hebraica (que chamamos hoje de páscoa apenas) comemora o sacrifício de Cristo e proclama Sua vinda (Marcos 14:25; I Coríntios 11:26); Pão Asmo tipifica “sinceridade e verdade” (I Coríntios 5:8); o Pentecoste, o derramamento do Espírito Santo (Atos 2:4); o sábado, como já vimos, as bênçãos da salvação, que são o antegozo do repouso eterno do povo de Deus. Entretanto, Paulo adverte que as sombras não devem tornar-se substitutos para a realidade que é Cristo, o “Corpo” (v. 17) e a “Cabeça” (v. 19). William Barclay apropriadamente descreve o pensamento de Paulo quando escreve: “Ele (Paulo) diz que uma religião fundamentada em comer e beber certos tipos de alimento e bebida, e na abstinência de outras, uma religião que é fundamentada na observância do sábado e coisas semelhantes, é somente uma sombra da religião verdadeira; pois a verdadeira religião é comunhão com Cristo”.
Estranhamos este senso pervertido de prioridade; contudo este problema tem constantemente afligido o cristianismo. Com demasiada frequência a religião torna-se rituais e regulamentos para se observar. “Estes”, Paulo explica, “têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (2:23) Qualquer plano de piedade legal pode somente tornar o cristão prisioneiro da “carne” “inchado sem razão, em sua mente carnal” (2:18). A solução que o Apóstolo oferece ao legalismo ascético e cultista é: “Buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. (3:1-3)
Concluímos, portanto, que Paulo em Colossenses (2:16) não está condenando a abstinência de comida ou bebida ou o uso de dias sagrados tais como o sábado, mas o motivo errado envolvido na sua observância. O que Paulo ataca é a promoção destas práticas como recursos auxiliares para a salvação, e como meio de ganhar a proteção dos ‘elementos do universo’.”
Continua…
Sobre este mesmo tema você pode ler outros textos já publicados no blog:
O QUE JESUS E PAULO DIZEM É O FIM DA LEI …..
Lucas 16:16
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"…A LEI e os PROFETAS DURARAM ATÉ JOÃO BATISTA; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele…"
Lucas 16:16
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* só os ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, e outras seitas que defendem o SÁBADO, ainda querem viver como OS HEBREUS DO PASSADO.
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VOCÊ QUER GUARDAR O SÁBADO?
Tudo bem!
Só não diga que os outros cristãos que não observam o sábado estão pecando. Pois Jesus Cristo cumpriu toda a LEI em SI MESMO, ao morrer na cruz do calvário.
JESUS DISSE:
"…A LEI e os PROFETAS DURARAM ATÉ JOÃO BATISTA; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele…"
-Lucas 16:16
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O CRISTÃO DEVE GUARDAR TODOS OS DIAS NA PRESENÇA DE DEUS, NÃO APENAS O SÁBADO!
O CRISTÃO ESTÁ LIVRE DA LEI DE MOISÉS, POIS NENHUM HOMEM CONSEGUIU CUMPRÍ-LA 100% ….SÓ JESUS CRISTO.
POR ISSO JESUS, SENDO O PRÓPRIO DEUS, FEZ UM "NOVO PACTO" COM OS HOMENS, OU SEJA:
"UMA NOVA ALIANÇA COM O SEU PRÓPRIO SANGUE DERRAMADO NA CRUZ PARA NOS SALVAR". DISPENSANDO O SANGUE DE ANIMAIS QUE ERA USADO PARA A REMISSÃO DOS PECADOS.
O PRÓPRIO DEUS SE FEZ CARNE PARA CUMPRIR A LEI QUE ELE MESMO DEU AOS HOMENS, MAS ELES NUNCA CONSEGUIRAM CUMPRÍ-LA
– HOJE VIVEMOS UM NOVO PACTO!
– HOJE VIVEMOS UMA NOVA ALIANÇA, ATRAVÉS DO SANGUE DE JESUS CRISTO.
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ADVENTISTAS GUARDAM O SÁBADO, PORÉM, MUITOS CRITICAM OS OUTROS CRISTÃOS.
MAS, JÁ NÃO EXISTE HOJE ESTA "OBRIGATORIEDADE", POIS JESUS CUMPRIU A LEI EM NOSSO LUGAR!
SOMOS LIVRES DE JUGO PESADO.
Olá Junior Omini
Continue lendo a Bíblia, estude suas verdades, mas não a leia dando a ela a sua 'verdade'. A Bíblia anuncia uma mensagem e nós, cristãos, devemos falar o que a Bíblia ensina e não o que queremos que ela fale.
Muitos acham que é equivoco e alarmismo dos adventistas porque afirmamos já há muito que haverá um tempo de grande discussão religiosa em torno da Lei de Deus. Mais especificamente com relação ao 4º Mandamento. Isto porque o mundo cristão esquartejou a vontade de Deus para dar supremacia à sua vontade própria.
Os quatro primeiros mandamentos da Lei de Deus na sua origem trazem conselhos e ordens sobre como devemos nos relacionar com Deus. É a vontade de Deus expressa sob a forma de regras morais para com Ele. Os outros 06 restantes se referem às regras morais para com o nosso próximo.
Os cristãos que observam os mandamentos de Deus subtraindo dele porções, na verdade estão esquartejando. Foi a própria mão do Senhor quem o determinou e escreveu. Não se trata de lei dos homens. Somente o Senhor tem autoridade para modificar a Sua lei e em nenhuma passagem da Bíblia há o que vc está afirmando. Jesus não aboliu nenhum dos mandamentos de Deus. Nenhum!
Muitos acham que é equivoco e alarmismo dos adventistas porque afirmamos já há muito que haverá um tempo de grande discussão religiosa em torno da Lei de Deus. Mais especificamente com relação ao 4º Mandamento. Isto porque o mundo cristão esquartejou a vontade de Deus para dar supremacia à sua vontade própria.
Os quatro primeiros mandamentos da Lei de Deus na sua origem trazem conselhos e ordens sobre como devemos nos relacionar com Deus. É a vontade de Deus expressa sob a forma de regras morais para com Ele. Os outros 06 restantes se referem às regras morais para com o nosso próximo.
A cristandade que não observa o sábado na verdade está observando mandamentos de homens.
Os mandamentos, segundo a fé católica, desestruturaram este princípio tão bem enfatizado quando Jesus disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mateus 22:37-40)
“A razão pela qual observamos o primeiro dia da semana no lugar do sétimo não se encontra em nenhum mandamento afirmativo. É em vão que procuremos nas Escrituras uma justificativa para a substituição o sábado pelo domingo. Os primeiros cristãos começaram a adorar a Deus no primeiro dia da semana porque Jesus ressuscitou neste dia. Depois, pouco a pouco, este dia de adoração tornou-se um dia de repouso, uma festa legalizada no ano de 321. É por isto, que nosso sábado cristão não revela uma ordenança positiva. É um dogma da igreja.” ( C.G. Chappel, auteur méthodiste. Tem Rules for living. Abingdon – Cokensbury Press, New York-Nashiville, 1938, p. 61).
“Os protestantes ou retornam ao sábado judaico ou devem submeter-se a autoridade da igreja católica que, pelo poder recebido de Deus, substituiu o dia do sábado pelo dia do domingo. (…) Na verdade, isto não se trata de uma simples disciplina, mas de uma mudança dos preceitos divinos…” (Abade Ad. Tanquerey, P.S.S., professeur de théologie dogmatique, Synopsis Theologicae Dogmaticae, Desclée et Socil, Rome- Tournai- Paris, 1922, t,l,p. 368 (traduit du latin).
A você de escolher a quem vai seguir: a Deus ou os homens.
No mais, “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR vosso Deus, que eu vos mando.” (Deuteronômio 4:2)
“É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei.” (Lucas 16:17)
Vc alega que o sábado pertence a Antiga Aliança. Será?
continuando…
Nós os adventistas cremos que a Lei Moral do Senhor continua em sua integridade em vigor. Cremos na vigência da observação espiritual do sábado como um dia especial, reservado por Deus para comunhão entre nós e Ele. Cremos na autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus e é nela que está firmada a nossa fé. Confiamos no Seu amor e reconhecemos Sua soberania e Autoridade em nossas vidas.
Para mim está claro que os homens estão querendo sobrepor suas vontades em detrimento da de Deus.
Faço parte do grupo de fiéis e tenho dito como os apóstolos “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”. É muito provável que isto seja confundido por muitos como radicalismo e fundamentalismo religioso. Mas, a grande questão para os que têm decidido submeter-se a vontade de Deus é exatamente essa: a Sua vontade é soberana.
Numa época em que o mundo se organiza, com o apoio de certas lideranças religiosas, para oficializar sua rebeldia à vontade divina, como cristã, reafirmo meu compromisso com Deus.
"se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: […] Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:15)
Indicamos a leitura destes textos:
. A Lei de Deus
http://www.nossasletrasealgomais.com/2010/11/lei-de-deus.html
Série: O Amor Cravado na Cruz é a Essência da Lei de Deus
. A Importância da Aplicação dos Princípios Básicos de Interpretação Textual no ato da Leitura (parte 1)
http://www.nossasletrasealgomais.com/2011/04/i-fe-e-lei-o-amor-cravado-na-cruz.html
. A Imutabilidade da Lei de Deus (parte 2)
http://nossasletrasealgomais.blogspot.com.br/2011/04/ii-o-amor-cravado-na-cruz-e-essencia-da.html
. Reflexão sobre Romanos 14:4-5 e Colossenses 2:16-17:
http://nossasletrasealgomais.blogspot.com.br/2011/04/iii-o-amor-cravado-na-cruz-e-essencia.html
. A Vontade de Deus ensinada pelos Discípulos
http://nossasletrasealgomais.blogspot.com.br/2011/04/iv-o-amor-cravado-na-cruz-e-essencia-da.html
Estamos abertas para um diálogo cristão e sadio. Ficamos muito felizes com sua participação. Leia os textos indicados e se tiver interesse por mais comentários é só nos dar um oi.
Abraço