Significado de Benevolência:
Característica ou particularidade de benevolente. Compreensão demonstrada por alguém; excesso de boa vontade para com outra pessoa. Tendência natural para ser benévolo; tratar alguém de maneira bondosa; a manifestação dessa bondade.
Sinônimos de Benevolência :
Para nossa reflexão …
O texto a seguir foi um conselho que Ellen White deu a dois cristãos de sua época. Mas, parece tão atual …
“Se os seus pensamentos, prezados irmã e irmão, fossem direcionados mais no rumo de cuidar de outros, sua alma receberia maiores bênçãos. Vocês dois revelam muito pouco interesse humanitário. Não direcionam seus sentimentos às necessidades alheias. Mantêm-se demasiado rígidos e incompassivos. Tornaram-se severos, exigentes e dominadores. Estão em perigo de se tornarem consciência para outros. Vocês têm ideias próprias acerca de decência e deveres cristãos, e se põem a avaliar outros por essas ideias; isso está ultrapassando os limites do que é correto.
[…] Vocês têm defeitos e faltas tanto quanto os seus irmãos e irmãs, e é bom recordar isso quando surge uma diferença. Os erros que vocês cometem são tão opressivos para eles quanto lhes são os deles, e devem ser mais tolerantes para com eles como desejam que sejam para com vocês. Ambos precisam ter maior amor e simpatia por outros — amor e simpatia semelhantes à ternura de Jesus. […] Devem cultivar a caridade e a longanimidade de Cristo. Por um espírito vigilante e desconfiado com respeito aos motivos e conduta de outros, vocês frequentemente anulam o bem que realizaram. Estão abrigando um sentimento que é deprimente em sua influência, que causa repulsa, mas não atrai nem conquista. […] O amor egoísta de seus métodos e opiniões destruirá, em grande medida, o poder que vocês têm de fazer o bem que desejam.”
“[…] sinto ser tempo para esta igreja pôr em ordem o coração, e realizar uma diligente obra para a eternidade. […] Muitos que nunca foram colocados em posições de prova parecem ser excelentes cristãos, sua vida parece impecável; mas Deus vê que eles têm traços de caráter que precisam ser-lhes revelados antes que os possam perceber e corrigir. Simeão profetizou sob inspiração do Espírito Santo e declarou a Maria com respeito a Jesus: “Eis que Este é posto para queda e elevação de muitos em Israel e para sinal que é contraditado (e uma espada traspassará também a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Lucas 2:34, 35. Na providência de Deus, somos colocados em diferentes posições para exercitar qualidades mentais destinadas a desenvolver o caráter sob uma variedade de circunstâncias. “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.” Tiago 2:10. Cristãos professos podem viver de maneira normal no que respeita à aparência exterior; mas quando uma mudança de circunstâncias os lança em posições inteiramente diferentes, fortes traços de caráter são descobertos, os quais teriam permanecido ocultos caso o seu meio ambiente continuasse o mesmo.
Foi-me mostrado que vocês possuem traços contra os quais devem guardar-se estritamente. Estarão em perigo de considerar a sua prosperidade e a sua conveniência sem levar em conta a prosperidade de outros. Vocês não possuem espírito de abnegação que se assemelhe ao grande Exemplo. Devem cultivar a benevolência, que os levará a maior harmonia com o Espírito de Cristo em Sua desinteressada benevolência. Precisam ter mais simpatia humana. Esta é uma qualidade de nossa natureza que Deus concedeu para nos tornar caridosos e bondosos àqueles com quem somos postos em contato. Nós a encontramos em homens e mulheres cujo coração não se acha em sintonia com Cristo, e é triste ver que Seus professos seguidores têm falta desse grande elemento essencial do cristianismo. Não copiam o Modelo, e é impossível que reflitam a imagem de Jesus em sua vida e conduta.
Quando a simpatia humana está misturada com amor e com benevolência, e santificada pelo Espírito de Jesus, torna-se um elemento capaz de produzir grande bem. Os que cultivam a beneficência não estão apenas fazendo uma boa obra em favor de outros, e abençoando os que recebem a boa ação, mas estão beneficiando a si mesmos ao abrirem o coração à benéfica influência da verdadeira beneficência. Cada raio de luz lançado sobre outros será refletido sobre nosso próprio coração. Cada palavra de bondade e simpatia proferida aos tristes, cada ação que vise aliviar os oprimidos, e cada doação para suprir as necessidades de nossos semelhantes, dados ou feitos para glorificar a Deus, resultarão em bênçãos para o doador. Os que assim trabalham, estão obedecendo a uma lei do Céu e receberão a aprovação de Deus. O prazer de fazer o bem aos outros comunica aos sentimentos calor que atravessa os nervos, aviva a circulação do sangue e promove saúde mental e física.
Jesus conhecia a influência da beneficência sobre o coração e a vida do benfeitor e procurou imprimir na mente de Seus discípulos os benefícios a serem motivados pelo exercício desta virtude. Ele disse: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” Atos dos Apóstolos 20:35. Ele ilustra o espírito de alegre beneficência que deve ser exercido no interesse dos amigos, vizinhos e estrangeiros através da parábola do homem que ia de Jerusalém para Jericó e caiu entre ladrões, “os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto”. Lucas 10:30.
Não obstante a exaltada profissão de religiosidade feita pelo sacerdote e o levita, o coração deles não estava movido de piedosa compaixão pelo sofredor. Um samaritano que não reivindicava tão elevadas pretensões de justiça passou por aquele caminho; e quando viu a necessidade do estranho, não o considerou com mera curiosidade apática, mas viu um ser humano em angústia, e sua compaixão foi despertada. Imediatamente “aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele”. E na manhã seguinte deixou-o por conta do hospedeiro, afirmando que pagaria todas as despesas quando voltasse. Cristo pergunta: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.” Lucas 10:34, 36, 37.
Neste ponto Jesus desejava ensinar aos discípulos as obrigações morais existentes entre o homem e seu semelhante. Quem quer que negligencie praticar os princípios ilustrados por esta lição não é um observador dos mandamentos, mas, à semelhança do levita, quebra a lei de Deus que pretende reverenciar. Há alguns que, como o samaritano, não fazem pretensão de exaltada religiosidade, contudo conservam elevada percepção de suas obrigações para com os semelhantes, e demonstram muito mais caridade e bondade do que muitos que professam grande amor a Deus, mas deixam de praticar boas obras para com as Suas criaturas.
Os que verdadeiramente amam ao próximo como a si mesmos, reconhecem sua responsabilidade e as reivindicações que a humanidade sofredora lhes impõe, e levam a cabo os princípios da lei de Deus em seu viver diário. “E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás.” Lucas 10:25-28. Cristo aqui mostra ao doutor da lei que amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos é o verdadeiro fruto da piedade. “Faze isto”, disse Ele, não meramente crer, mas fazer, “e viverás”. O que torna alguém cristão não é a mera crença professada nas reivindicações obrigatórias da lei de Deus, mas também o cumprimento dessa lei.
Na parábola, Cristo exalta o samaritano acima do sacerdote e do levita, que eram grandes defensores da letra da lei dos Dez Mandamentos. Um obedecia ao espírito desses mandamentos, enquanto os outros contentavam-se em professar e exaltar a fé neles; mas o que é a fé sem as obras? Quando os defensores da lei de Deus plantam os pés firmemente sobre os seus princípios, revelando que não são apenas leais de nome, mas leais de coração, cumprindo em seu viver diário o espírito dos mandamentos de Deus e exercendo verdadeira benevolência ao homem, então terão poder moral para mover o mundo. É impossível aos que professam fidelidade à lei de Deus representar corretamente os princípios desse sagrado decálogo enquanto menosprezam esses santos preceitos de amar a seu próximo como a si mesmos.
O mais eloquente sermão que pode ser pregado a respeito da lei dos Dez Mandamentos é praticá-los. A obediência deve ser tornada um dever pessoal. A negligência desse dever é flagrante pecado. Deus nos coloca sob obrigações não só de assegurar o Céu para nós mesmos, mas sentir como um dever mostrar a outros o caminho, e, através de nosso cuidado e amor desinteressado, conduzir a Cristo aqueles que entram na esfera de nossa influência. A ausência singular de princípio que caracteriza a vida de muitos professos cristãos é alarmante. O seu desrespeito pela lei de Deus desanima os que reconhecem suas sagradas reivindicações, e tende a desviar da verdade os que de outro modo a aceitariam.
A fim de obter um conhecimento apropriado de nós mesmos, é necessário olhar no espelho, e ali descobrir nossos próprios defeitos, valer-nos do sangue de Cristo, a fonte aberta para o pecado e a impureza, em que podemos lavar nossas vestes de caráter e remover as manchas do pecado. Mas muitos recusam ver seus erros e corrigi-los; não desejam ter verdadeiro conhecimento de si mesmos.
Se desejarmos alcançar elevadas metas em excelência moral e espiritual, devemos viver em função disso. Estamos sob obrigação pessoal para com a sociedade de fazer isso, a fim de continuamente exercer influência em favor da lei de Deus. Devemos deixar nossa luz brilhar de tal modo que todos possam ver que o sagrado evangelho está tendo influência sobre nosso coração e vida, de que andamos em obediência a seus mandamentos e não violamos nenhum de seus princípios. Somos em grande medida responsáveis perante o mundo pela salvação dos que nos rodeiam. Nossas palavras e atos estão constantemente falando em favor ou contra Cristo e aquela lei que Ele veio à Terra vindicar. Seja visto pelo mundo que nós não somos egoistamente restritos a nós mesmos em nossos exclusivos interesses e prazeres religiosos, mas liberais, e desejamos partilhar nossas bênçãos e privilégios através da santificação da verdade. Seja visto por eles que a religião que professamos não fecha as avenidas da alma nem as congela, tornando-nos incompassivos e exigentes. Que todos os que professam possuir a Cristo ministrem como Ele o fazia, para benefício do homem, nutrindo um espírito de sábia benevolência. Veremos então muitas pessoas seguindo a luz que provém de nosso preceito e exemplo.
Devemos todos cultivar disposição amável, sujeitando-nos ao controle da consciência. O espírito da verdade transforma em melhores homens e mulheres aqueles que o recebem no coração. Ele atua qual fermento, até que o ser todo seja posto em conformidade com os seus princípios. Abre o coração que foi congelado pela avareza; abre a mão que sempre se manteve cerrada ao sofrimento humano; e caridade e bondade são vistos como seus frutos.
Deus requer que todos nós sejamos obreiros abnegados. Toda parte da verdade tem uma aplicação prática para nosso viver diário. Benditos são os que ouvem a Palavra de Deus e a observam. Ouvir não é suficiente; devemos agir, devemos fazer. “Em… guardar” os mandamentos “há grande recompensa”. Salmos 19:11. Os que dão demonstração prática de beneficência por seus atos de simpatia e compaixão para com os pobres, os sofredores e desafortunados, não só aliviam os sofredores mas contribuem grandemente para a própria felicidade, e estão no caminho que assegura a saúde da alma e do corpo. Isaías assim descreveu claramente a obra que Deus aceitará e pela qual abençoará o Seu povo:
“Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e que despedaces todo o jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e Ele dirá: Eis-me aqui; acontecerá isso se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo e o falar vaidade; e, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam.” Isaías 58:6-11.
A afinidade que existe entre a mente e o corpo é muito grande. Se um é afetado, o outro se ressente. O estado mental tem muito que ver com a saúde física. Se a mente está despreocupada e contente, sob a consciência do dever cumprido e com certo senso de satisfação por proporcionar felicidade a outros, isto criará uma alegria que reagirá sobre todo o organismo, produzindo mais perfeita circulação do sangue e o fortalecimento de todo o corpo. A bênção de Deus é um remédio; e os que são generosos em beneficiar a outros, experimentarão essa maravilhosa bênção no próprio coração e vida.
[…] Irmã F, você tem um desejo muito forte de dominar. A irmã é muito sensível; se sua vontade for contrariada, sente-se muito ofendida; o eu se exalta pronto a defender-se, pois você não tem espírito manso, capaz de aprender. Você precisa vigiar cuidadosamente neste ponto; em resumo, precisa de uma total conversão antes que sua influência possa ser o que deve. O espírito que você manifesta a tornará infeliz se continuar a acariciá-lo. Verá os erros dos outros e se revelará tão ansiosa em corrigi-los que passará por alto as próprias faltas, e terá muito trabalho em remover o argueiro no olho do seu irmão enquanto há uma trave obstruindo sua visão. Deus não deseja que você faça de sua consciência um critério para os outros. Tem um dever a cumprir, isto é, tornar-se alegre e cultivar a abnegação em seus sentimentos, até que seja seu maior prazer tornar felizes a todos os que a rodeiam.
Vocês dois precisam suavizar o coração e ser imbuídos do Espírito de Cristo a fim de que possam, enquanto vivem em uma atmosfera de contentamento e benevolência, ajudar aqueles ao seu redor a serem saudáveis e felizes também. Têm imaginado que o contentamento não se harmoniza com a religião de Cristo. Isso é um erro. Podemos ter verdadeira dignidade cristã e ao mesmo tempo ser alegres e amáveis em nosso comportamento. Alegria sem leviandade é uma das graças cristãs. Devem guardar-se contra a adoção de uma visão estreita sobre religião, ou limitarão a sua influência e se tornarão infiéis mordomos de Deus.
Deixem de repreender e censurar. Vocês não estão aptos a reprovar. Suas palavras apenas ferem e entristecem; não curam nem reformam. Devem vencer o hábito de criticar pequenas coisas que julgam erradas. Sejam tolerantes, generosos e caridosos no julgamento de pessoas e coisas. Abram o coração à luz. Lembrem-se de que o Dever tem um irmão gêmeo — o Amor; unidos, ambos podem realizar quase tudo; mas, separados, nenhum é capaz de fazer o bem.
É certo desejarem ambos cultivar a integridade e serem verdadeiros a sua percepção do direito. O caminho reto do dever deve ser o de sua escolha. O amor pelos bens, o amor dos prazeres e amizades, nunca deve influenciá-los a sacrificar um princípio do direito. Vocês devem ser firmes em seguir os ditames de uma consciência esclarecida e suas convicções do dever; mas também guardar-se contra a intolerância e o preconceito. Não adotem um espírito farisaico.
Vocês agora estão lançando sementes no grande campo da vida; um dia colherão aquilo que agora semearem. Cada pensamento de sua mente, cada emoção de sua alma, cada palavra de sua língua, cada ação que praticarem é semente que produzirá frutos para o bem ou para o mal. O tempo da colheita não está muito distante. Todas as nossas obras estão sendo passadas em revista perante Deus. Todas as nossas ações e motivos que as inspiraram devem ser abertos à inspeção dos anjos e de Deus.
Vocês devem, tanto quanto possível, pôr-se em harmonia com seus irmãos e irmãs. Devem render-se a Deus, e deixar de manifestar severidade e disposição de criticar. Devem sujeitar o próprio espírito, revestindo-se do espírito do querido Salvador. Esforcem-se por agarrar-Lhe a mão, a fim de que esse contato os eletrize, carregando-os das suaves propriedades de Seu incomparável caráter. Vocês podem abrir o coração ao Seu amor, e deixar que Seu poder os transforme e Sua graça seja sua força. Então, exercerão poderosa influência para o bem. Sua força moral estará à altura da mais severa prova de caráter. Pura e santificada será a sua integridade. “Então, romperá a tua luz como a alva.” Isaías 58:8.
Ambos precisam aproximar-se em maior simpatia de outras mentes. Cristo é o nosso exemplo; Ele identificou-Se com a humanidade sofredora; considerava as necessidades dos outros como Suas. Quando Seus irmãos sofriam, Ele sofria com eles. Qualquer falha ou negligência de Seus discípulos é o mesmo que fosse feita ao próprio Cristo. Assim, Ele diz: “Porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber.” Mateus 25:42.
[…] A igreja é grandemente deficiente em amor e compaixão. Alguns mantêm uma fria, indiferente reserva, uma dignidade férrea, que repele os que são trazidos para o círculo de sua influência. Esse espírito é contagioso; cria uma atmosfera que é destruidora dos bons impulsos e boas resoluções; sufoca a corrente natural de simpatia humana, a cordialidade e o amor; e sob sua influência o povo se torna constrangido, e seus atributos sociais e generosos são destruídos por falta de exercício. Não só é afetada a saúde espiritual, mas a saúde física sofre por essa depressão antinatural. A tristeza e frieza dessa atmosfera anti-social são refletidas no semblante. O rosto dos que são benévolos e compassivos brilhará com o fulgor da verdadeira bondade, ao passo que os que não acalentam pensamentos bondosos e motivos altruístas expressam no rosto os sentimentos abrigados no coração.
Irmã F, os seus sentimentos para com sua irmã não são exatamente como Deus gostaria que fossem. Ela precisava de afeição fraternal de sua parte, e menos censuras e exigências. Sua conduta para com ela tem causado depressão de espírito e ansiedade mental prejudiciais a sua saúde. Seja cuidadosa para não oprimir e desencorajar sua própria irmã. Você não pode suportar nada que dela proceda; ressente-se de qualquer coisa que ela diz que pareça contrariá-la.
Sua irmã tem um temperamento positivo. Tem uma obra a cumprir por si mesma nesse aspecto. Ela deve ser mais submissa; mas você não deve esperar exercer influência benéfica sobre ela enquanto for tão exigente e tão deficiente em amor e simpatia para com alguém que mantém com você um relacionamento tão próximo quanto o de uma irmã, e lhe é também unida pela fé. Ambas erraram. Ambas deram margem ao inimigo, e o eu tem tido muito a ver com os sentimentos e ações de uma para com a outra.
[…] Não traga desonra à religião cristã por ciúmes e intolerância para com outros. Isso apenas lhes transmitirá um pobre conceito de suas crenças. Ninguém jamais foi resgatado de uma posição errada por censura e reprovação; mas muitos foram assim desviados da verdade, e têm endurecido o coração contra a convicção. Um espírito terno, uma atitude gentil e conquistadora, pode salvar o errante e cobrir “uma multidão de pecados”. Tiago 5:20. Deus requer que tenhamos aquele amor que “é paciente, é benigno”. 1 Coríntios 13:4.
A religião de Cristo não exige que renunciemos a nossa identidade de caráter, mas simplesmente que nos adaptemos, até certo ponto, aos sentimentos e maneiras dos outros. Podem-se juntar em uma unidade de fé religiosa muitas pessoas cujas opiniões, hábitos e gostos em coisas temporais não se acham em harmonia; se, porém, o amor de Cristo lhes arde no peito, e elas esperam o mesmo Céu como lar eterno, podem fruir a mais aprazível e inteligente comunhão e a mais admirável das uniões. Dificilmente há duas pessoas cuja vida seja semelhante em todos os pormenores. As provas de uma talvez não sejam as da outra, e nosso coração deve sempre se abrir em bondosa simpatia e inflamar-se com o amor que Jesus teve por todos os Seus irmãos.
Vençam sua disposição de ser exigentes com o filho, para que o frequente reprovar não lhe torne sua presença desagradável, e aborrecíveis seus conselhos. Unam-no ao coração, não por meio de imprudente condescendência, mas pelos suaves laços do amor. Vocês podem ser firmes e ao mesmo tempo bondosos. Cristo deve ser seu ajudador. O amor será o meio de atrair outros corações ao seu, e sua influência os poderá estabelecer no caminho bom e reto.
Eu os tenho advertido contra o espírito de censura, e novamente desejo adverti-los acerca dessa falta. Por vezes Cristo reprovava com severidade, e em alguns casos talvez seja necessário que nós o façamos; devemos considerar, no entanto que, ao passo que Cristo conhecia a condição exata das pessoas repreendidas, e a soma de reprovação que elas podiam suportar e o que era necessário para lhes corrigir a conduta errônea, sabia também exatamente a maneira de Se compadecer dos errantes, confortar os desafortunados e animar os fracos. Sabia perfeitamente como preservar as pessoas do desalento e inspirar-lhes esperança, porquanto estava relacionado com os motivos exatos e as provações peculiares de todas as mentes. Ele não Se enganava.
Mas nós podemos julgar erradamente os motivos; podemos enganar-nos com as aparências; podemos pensar que estamos agindo corretamente ao reprovar o erro, e seguir em frente, censurar com muita severidade, e ferir onde gostaríamos de curar; ou podemos exercer simpatia insensatamente, e contrariar, em nossa ignorância, a reprovação que é merecida e oportuna. Nosso julgamento pode estar errado; mas Jesus era sábio demais para errar. Ele reprovava com misericórdia e amava com amor divino aqueles a quem repreendia.
O Senhor requer de nós sermos submissos a Sua vontade, subjugados pelo Seu Espírito e santificados para o Seu serviço. O egoísmo deve ser descartado e devemos vencer todo defeito em nosso caráter, tal como Cristo venceu. A fim de realizar esta obra, devemos morrer diariamente para o eu. Declarou Paulo: “Cada dia morro.” 1 Coríntios 15:31. Ele experimentava uma nova conversão cada dia e dava um passo adiante rumo ao Céu. Obter vitórias diárias na vida religiosa é a única conduta que Deus aprova. O Senhor é gracioso, de terna piedade e pleno de misericórdia. Ele conhece nossas necessidades e fraquezas, e nos ajudará em nossas enfermidades se apenas nEle confiarmos e crermos que nos abençoará e fará grandes coisas por nós.”
Ellen White
Você pode ler esse testemunho na íntegra aqui. Clique em livros , depois vá em T4 (Testemunhos Seletos vol. 4, Capítulo 6. Pág. 55-65)
Ótimo texto Ruth