O Senhor é o seu Pastor e nada lhe faltará
O pastor Charles L. Allen em seu livro “A Psiquiatria de Deus” analisa o Salmo 23 e dá uma receita maravilhosa para nos ajudar a vencer as doenças da alma: a ansiedade, a solidão, a depressão, a insegurança, o medo, a tristeza …
Este Salmo de Davi composto como uma expressão da sua experiência pessoal como pastor de ovelhas antes de tornar-se um grande guerreiro e o rei de uma grande nação, revela a percepção de um homem quanto a sua relação com Deus e a relação Deste com o Seu povo:
“O Salmo 23 é uma fórmula pela qual podemos modelar nosso pensamento. Quando saturamos a mente com as verdades nele encontradas, adquirimos um novo modo de pensar, uma nova forma de vida. […] Qualquer um pode memorizá-lo facilmente em pouco tempo. E, realmente, muitas pessoas o sabem de cor. Contudo, o poder deste salmo não está em memorizar as palavras e, sim, em meditar nos pensamentos que ele contêm.
O valor deste texto está no fato de que ele representa uma visão positiva da vida, uma visão esperançosa e cheia de fé. Nós cremos ter sido ele escrito por Davi, o mesmo Davi que teve um capítulo negro em seu passado, um capítulo de pecado e de derrota. Entretanto, ele não perdeu tempo se lamentando, ou remoendo o fato.
[…] ‘Davi dependia completamente do Senhor, como uma ovelha depende de seu pastor.” A certeza de que suas necessidades seriam supridas dão ao salmista a “sugestão de bem estar físico e de calma pessoal e tranquilidade mental visto que a ansiedade é impossível quando Seu poderoso cuidado é evidente.’ (Leslie S. M’Caw, M.A., Reitor do All Nations Bible College, Taplow, Maidenhead. Salmos.)
No Antigo Testamento o profeta Isaías assim se refere aos cuidados de Deus, como um pastor: “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente.” (Isaías 40:11).
No Novo Testamento, Jesus Se apresenta como o Bom Pastor: “conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.”
[…] este salmo não começa com uma petição, mas sim com uma declaração simples de um fato: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” Não precisamos suplicar bênçãos a Deus.
Roy Smoth já disse (e outros pensadores cristãos também): “Deus tem as provisões necessárias para atender às nossas necessidades, provisões estas preparadas antes mesmo que tivéssemos necessidade delas.” Antes que começássemos a sentir frio, Deus já havia estocado no subsolo o petróleo, o carvão, e o gás para que pudéssemos nos aquecer. Ele sabia que iríamos sentir fome, e por isso, antes de criar o homem, Deus tornou fértil a terra e colocou a vida dentro de cada semente. “Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”, disse Jesus. (Ver Mateus 6:8)
[…] Toda espécie de vida vem de Deus. Isto inclui a minha vida também. Deus cuida das aves do céu e da erva do campo. E Jesus nos pede para notarmos que se Deus faz tanto por um simples pássaro e por uma flor silvestre, quanto não fará por nós? (Mt. 6:25,34)
O apóstolo Paulo disse o seguinte: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus cada uma de vossas necessidades” (Filipenses. 4:19). Davi expressa a mesma ideia aqui neste verso: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” Nesta crença, podemos trabalhar e viver hoje sem nos preocuparmos com o amanhã.”
Ele me faz repousar em pastos verdejantes, leva-me para junto das águas de descanso.”
Os pastos verdes são locais escolhidos e preparados para servirem de alimento. Os pastos verdejantes não surgem do nada! O solo foi limpo. […] Espinhos e tocos de árvores provavelmente foram arrancados. O solo foi preparado: arado, semeado e regado. É assim no terreno onde as ovelhas se alimentam. É assim também na mente das ovelhas.
A certeza do campo ser verdejante precisa nascer também no coração dos filhos de Deus quando se colocam sob Sua direção. O Senhor trabalha as situações que nos envolvem e ao mesmo tempo com as nossas mentes. Ele limpa a nossa mente das pedras da incredulidade, arrancar as raízes do medo, da amargura, da insegurança e da culpa. Depois, semeia os grãos da sua preciosa Palavra e se a estudamos dia após dia e entregamos nossas vidas aos cuidados divinos, frutos de alegria e paz nascerão em nossos corações. Ele rega nossa fé e esperança com o orvalho e a chuva através da presença do Seu Espírito. O Senhor deseja ver a nossa vida rica, verdejante e produtiva.
Em que pastos temos nos alimentado e em quais pastos estamos descansando?
[…] Por volta de 10:00, o sol já está quente, e as ovelhas começam a sentir calor, ficam cansadas e sedentas. O pastor inteligente sabe que elas não podem beber água nestas condições, com o estomago cheio de relva ainda não totalmente digeridas. Por isso, ele as leva para um canto fresco e sossegado daquelas pastagens verdejantes, e faz com que se deitem ali. Em repouso, a ovelha não pasta, e começa então a ruminar, sua maneira natural de proceder a digestão. […] Talvez parar seja uma das coisas mais difíceis para nós. […] Raramente nos lembramos de que antes de enviar seus discípulos para conquistar o mundo, Jesus lhes disse que esperassem, em oração, o poder do Espírito Santo.
[…] muitas vezes somos forçados, não por Deus, mas pelas circunstâncias, a ficarmos presos ao leito. Isto pode acabar se tornando uma experiência abençoada. Até mesmo o leito de um inválido pode ser um lugar de bênção, se a pessoa souber transformar em beneficio o seu infortúnio. Jesus sabia da importância do repouso e exortou os discípulos a desfrutá-lo: “Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.”
[…] Certamente que há situações nesta vida que são muito complicadas. Tão complicadas e difíceis de viver que o mais forte e gigante na fé estremece. Estar deitado em um leito sabendo que a solução humana não existe mais e que há Alguém potente o suficiente para curá-lo e este milagre não vem, a despeito da grande fé que se carrega no peito, não é fácil. Penso que aqui se aplica muito bem as citações bíblicas de Isaías 26:3 : “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.”
[…] É verdade que a cura vem do Senhor. Jesus tem poder para curar doenças. A Bíblia diz em Mateus 4:23-24: “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias doenças e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos; e ele os curou.”
[…] Você tem crido em todas essas promessas e cumpriu todas as orientações, mas a doença continua a lhe castigar. Não pense que você não tem fé suficiente. Não pense que Deus não lhe ama ou não está lhe escutando. Não duvide do poder de Deus. Pois, a Sua promessa eterna é que não haverá nenhuma doença no céu. A Bíblia diz em Isaías 33:24 “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; o povo que nela habitar será perdoado da sua iniquidade.” Quem pode garantir a eternidade sem dor, pode muito bem fazê-lo desde já, se assim fosse a Sua decisão.
Os médicos dizem que não podem mais fazer nada? Deixe literalmente nas mãos de Deus e procure descansar em Deus, sabendo que tudo Ele estará fazendo para o melhor não apenas para esta vida, mas para a vida eterna. Nossa fé em Cristo não deve basear-se ou depender de curas. Cremos em Jesus porque na cruz Ele demonstrou ser o nosso amorável Salvador!
Precisamos viver na maturidade da fé. Precisamos carregar em nós a certeza de que nossa salvação não depende de curas e milagres, mas sim da pessoa de Jesus. Se em Sua infinita bondade e sabedoria, Jesus achar por bem não curar a nós ou a algum de nossos amigos ou familiares, numa determinada circunstância, não devemos desanimar da caminhada da fé. Nossa humilde fé deve se apegar à certeza de que Deus é bom mesmo quando não somos curados. Um dia o reino eterno de Cristo será estabelecido neste mundo e, então, todas as doenças irão findar. Sabendo disso podemos orar pela cura, mas não desanimar se pela sabedoria divina ela não ocorrer. Curados ou não, devemos crer e aceitar que o descanso do Senhor é estar sob os Seus cuidados. Somente neste lugar encontramos a verdadeira paz.
Ao lado dos verdes pastos, estão as águas tranquilas que eliminam a nossa sede. O Senhor nos convida a lançar sobre Ele a nossa preocupação, dor, angústia, ansiedade, qualquer que seja ela, e oferece-nos paz no coração. A água refrescante, borbulhando na terra ressequida e estéril, fazendo com que o deserto floresça, e correndo para dar vida, é o emblema da graça divina que apenas Cristo pode conferir, e é como água viva, purificando, refrigerando a alma. Aquele em quem Cristo habita tem dentro de si uma fonte incessante de graça e força. Ainda que dores físicas lhe castiguem. Ou que os homens digam que não sabem mais o que fazer. (João 7:37-39 ; João 4: 13-14) Todos aqueles que matarem a sede nesta Fonte terão uma eterna bênção. Infelizmente, o ser humano continua a procurar outras águas.
[…] As ovelhas, em geral, são muito medrosas. Elas têm medo, principalmente, das fortes correntezas, e com razão. Por causa de sua pesada capa de lã, elas dariam péssimas nadadoras. Seria como se um homem vestido com um pesado sobretudo tentasse nadar. A lã absorveria a água, e o arrastaria para o fundo. A ovelha sabe, por instinto, que não poderia nadar numa correnteza forte, e por isso não se aproxima de riachos para se abeberar; somente o faz em águas paradas. O pastor não zomba dos temores da ovelha, e nem tenta forçá-la a fazer o que não quer. Pelo contrário; ele as guia por montanhas e vales à procura de águas tranquilas, para ali saciarem a sede. Se não encontra um lago tranquilo, enquanto as ovelhas estão descansando, o pastor apanha algumas pedras e faz com elas uma espécie de represa no riacho, e assim, até o menor dos cordeirinhos pode beber sem receio.
Esta petição do Salmo 23 tem um significado maravilhoso para nós. Deus conhece nossas limitações, e não nos condena por nossa fraqueza. Ele não nos força a ir onde não nos sentiríamos seguros e felizes. O Senhor nunca exige de nós um serviço que esteja além de nossas energias e habilidades. […] É bom saber que, enquanto dormimos, o Pastor está preparando as coisas de que precisaremos no dia seguinte. Isto nos dá um grande senso de segurança.
A Bíblia declara: “Ele não permitirá que teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita nem dorme o guarda de Israel.” (Salmo 121:3,4) […] “Leva-me para junto das águas de descanso.” Esta experiência resulta em uma maravilhosa entrega da alma e num forte sentimento de segurança que nos capacitam a enfrentar o “calor do dia” com confiança, sabendo que há para nós um poder revigorante e restaurador, quando nos achamos sob a direção daquele que é mais sábio do que nós.
[…] Foi este sentimento de confiança que levou Davi a escrever o Salmo 23. E, à medida que saturamos a mente com a leitura do salmo, nós também adquirimos a mesma confiança.”
Leva-me para junto das águas de descanso
“O bom pastor nunca leva seu rebanho para um lugar onde ele não estará em segurança. Ele também nunca levará seu rebanho para um lugar de onde ele não possa tirá-lo para dar-lhe mais segurança. Há caminhos perigosos, largos e apertados entre as rochas!
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” (João 10: 11-16)
Podemos dar graças a Deus porque o nosso Bom Pastor não nos conduz nunca às armadilhas mortais. Ele nos guia pelas veredas da justiça por causa da Sua reputação, do Seu nome. Ele É o Bom Pastor. Infelizmente, a maioria das pessoas não tem nenhum interesse em seguir a Jesus. Não querem ser conduzidos aos caminhos da justiça. Preferem andar em seus próprios caminhos, embora tenham sido advertidas que o fim deles são caminhos de dificuldades e até mesmo de morte. Quantos cristãos afirmam que são “guiados pelo Senhor”, cantam hinos que afirmam isso, mas são poucos os que têm vontade de seguir de acordo com a vontade do Senhor. Muitos cristãos creem no Cristo Salvador, mas deixam o Cristo Senhor de lado.
Jesus é o Bom Pastor. Só conseguimos andar de maneira segura, em veredas de justiça se o Bom Pastor nos guiar. Somente quando seguimos a orientação de Deus deixadas em Sua Palavra nossos passos pisarão a estrada que conduz à vida eterna. E Jesus Se identifica em Sua Palavra, como o Caminho. Não temos alternativa.
Só encontraremos refrigério para nossos sentimentos e emoções na verdade da paz. E, apesar do mundo dizer o contrário, a paz só é experimentada quando se está na verdade. E a verdade não é relativa. A verdade é um SER, é uma Pessoa. A verdade é Jesus. A alma encontra refrigério nos pastos do Senhor.
Uma palavra, um louvor e especialmente a Bíblia e a oração, são recursos que o Bom Pastor põe à nossa disposição para refrigério e restauração do espírito desanimado e cansado, muitas vezes por carregar um corpo doloroso e uma vida construída em cima de decisões equivocadas.
Davi se lembra de como ele próprio estivera perto de Deus antes, de como Deus o protegera quando saíra para enfrentar o gigante Golias, e de como ele o guiara ao longo de sua caminhada para o sucesso. Depois disso, Davi passara a estar sempre muito ocupado, tornara-se mais capaz de cuidar de si mesmo, e não sentia necessidade de uma dependência direta de Deus.
Davi distanciou-se de Deus. Depois pecou e isto o fez infeliz. O peso da culpa tornou-se insuportável. Então arrependeu-se. Deus o ouviu, perdoou e restaurou sua alma. Ele tornou-se um novo homem.
A mente humana é muito semelhante ao corpo. Ela pode sofrer lesões. O arrependimento é uma ferida da alma. É uma ferida profunda, mas limpa, isenta de infecção; uma ferida que cicatriza rapidamente, a não ser que penetre nela algum corpo estranho, coisas como amargura, auto piedade ou ressentimento. O pecado é outro ferimento.
Quando eu quebro algum dos meus princípios de vida, estou ferindo minha alma; esta é uma ferida infectada, uma ferida que o tempo não cicatriza. O senso de culpa pode, gradualmente, destruir uma vida e torná-la uma casca vazia, sem conteúdo. E só existe um médico que pode curá-la. O Salmo 51 é a oração confessional de Davi.
Esta frase: “Refrigera-me a alma” pode ter ainda um outro significado. A versão inglesa de Moffat diz o seguinte: “Ele me restaura a vida.” O espírito humano às vezes perde a vivacidade, como se esta fosse uma corda de relógio, que se acaba. Nós perdemos nosso vigor e incentivo espiritual. Ficamos menos dispostos a lutar contra as dificuldades. Deixamos de atuar como verdadeiros soldados da fé. A vida consegue roubar a vitalidade das pessoas, como se retira o suco de uma fruta, deixando apenas bagaço. A pessoa fica só com a casca. Não sente mais entusiasmo por nada. O começo de um novo dia não lhe dá nenhum ânimo ou novo alento.
[…] Seja qual for a circunstância envolva Deus, respire Deus. Perceba-O ao seu lado e não no distante Céu. A Bíblia diz que os caminhos da vida muitas vezes nos enganam e nos levam a encruzilhadas perigosas: “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte.” (Provérbios 14:12 e 16:25) […] Muitas vezes nós chegamos às encruzilhadas da vida e não sabemos que direção seguir. Há muitas decisões a serem tomadas, e, às vezes, é muito difícil chegar-se a uma delas. É então que nos sentimos desorientados, perdidos, e precisamos de orientação. Nesse Salmo 23, Davi diz confiantemente: “Guia-me pelas veredas da justiça” […]. Com certeza, Davi está se recordando de seus dias de pastor. Ele sabia que as ovelhas não tinham muito senso de direção. Um cão, um gato ou um cavalo, quando se extraviam, sabem perfeitamente achar o caminho de volta. Eles parecem possuir uma bússola interior. Com a ovelha isto não acontece.
A ovelha não possui boa visão. Não enxerga mais que oito ou dez metros à sua frente. As campinas da Palestina eram cortadas por trilhas estreitas, pelas quais os pastores levavam o rebanho para o pasto.
Algumas destas trilhas terminavam à beira de precipícios, nos quais a ovelha desavisada poderia cair e morrer. Outras iam dar em becos sem saída. Havia, outras, porém, que levavam a pastos verdejantes e às águas tranquilas. Algumas vezes, o pastor as guiava através de passagens íngremes e perigosas, mas os caminhos por que passavam sempre iam dar em um bom lugar. As ovelhas estavam sempre dispostas a deixar a escolha deste lugar aos cuidados do pastor. […] Talvez Davi estivesse pensando em seus antepassados, marchando por um deserto sem trilhas certas, em sua caminhada do Egito para a terra prometida. Deus enviou uma coluna de fogo para guiá-los à noite, e uma nuvem, de dia. Foi seguindo-a que os israelitas chegaram à terra pela qual ansiavam.
Para algumas pessoas, essas “veredas da justiça”, às vezes, vão significar dificuldades. […] Embora Deus não nos dê um mar de rosas, neste campo de batalha, nem coloque um tapete em nossa pista de corridas; embora Ele não nos prometa uma vida sem lutas, ele nos garante forças para a caminhada e a Sua presença constante. Notemos que o salmo diz: “Guia-me.” Ele não nos empurra por este caminho, ele vai à frente, subindo a mesma ladeira que subimos — o homem não se encontra sozinho. Quando vamos pela vida, dando um passo de cada vez, nós andamos com Ele nas “veredas justas”.
O grande sábio Salomão afirmou: “Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:6). Isto é verdade. Todos que, sinceramente, procuram fazer a vontade de Deus, qualquer que seja ela, conhecerão a força de orientação da sabedoria eterna. Ele o levará à sua terra prometida.” Seguindo os passos do Mestre não nos perderemos jamais. Seremos guiados por Alguém que é Onisciente. Não haverá erro, poderá haver encruzilhadas, bifurcações, túneis a descer e montanhas a subir… não importa! Ele sabe o caminho. Ele é o Caminho.”
Refrigera a minha alma;
“O bom pastor nunca leva seu rebanho para um lugar onde ele não estará em segurança. Ele também nunca levará seu rebanho para um lugar de onde ele não possa tirá-lo para dar-lhe mais segurança. Há caminhos perigosos, largos e apertados entre as rochas!
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” (João 10: 11-16)
Podemos dar graças a Deus porque o nosso Bom Pastor não nos conduz nunca às armadilhas mortais. Ele nos guia pelas veredas da justiça por causa da Sua reputação, do Seu nome. Ele É o Bom Pastor. Infelizmente, a maioria das pessoas não tem nenhum interesse em seguir a Jesus. Não querem ser conduzidos aos caminhos da justiça. Preferem andar em seus próprios caminhos, embora tenham sido advertidas que o fim deles são caminhos de dificuldades e até mesmo de morte. Quantos cristãos afirmam que são “guiados pelo Senhor”, cantam hinos que afirmam isso, mas são poucos os que têm vontade de seguir de acordo com a vontade do Senhor. Muitos cristãos creem no Cristo Salvador, mas deixam o Cristo Senhor de lado.
Jesus é o Bom Pastor. Só conseguimos andar de maneira segura, em veredas de justiça se o Bom Pastor nos guiar. Somente quando seguimos a orientação de Deus deixadas em Sua Palavra nossos passos pisarão a estrada que conduz à vida eterna. E Jesus Se identifica em Sua Palavra, como o Caminho. Não temos alternativa.
Só encontraremos refrigério para nossos sentimentos e emoções na verdade da paz. E, apesar do mundo dizer o contrário, a paz só é experimentada quando se está na verdade. E a verdade não é relativa. A verdade é um SER, é uma Pessoa. A verdade é Jesus. A alma encontra refrigério nos pastos do Senhor.
Uma palavra, um louvor e especialmente a Bíblia e a oração, são recursos que o Bom Pastor põe à nossa disposição para refrigério e restauração do espírito desanimado e cansado, muitas vezes por carregar um corpo doloroso e uma vida construída em cima de decisões equivocadas.
Davi se lembra de como ele próprio estivera perto de Deus antes, de como Deus o protegera quando saíra para enfrentar o gigante Golias, e de como ele o guiara ao longo de sua caminhada para o sucesso. Depois disso, Davi passara a estar sempre muito ocupado, tornara-se mais capaz de cuidar de si mesmo, e não sentia necessidade de uma dependência direta de Deus.
Davi distanciou-se de Deus. Depois pecou e isto o fez infeliz. O peso da culpa tornou-se insuportável. Então arrependeu-se. Deus o ouviu, perdoou e restaurou sua alma. Ele tornou-se um novo homem.
A mente humana é muito semelhante ao corpo. Ela pode sofrer lesões. O arrependimento é uma ferida da alma. É uma ferida profunda, mas limpa, isenta de infecção; uma ferida que cicatriza rapidamente, a não ser que penetre nela algum corpo estranho, coisas como amargura, auto piedade ou ressentimento. O pecado é outro ferimento.
Quando eu quebro algum dos meus princípios de vida, estou ferindo minha alma; esta é uma ferida infectada, uma ferida que o tempo não cicatriza. O senso de culpa pode, gradualmente, destruir uma vida e torná-la uma casca vazia, sem conteúdo. E só existe um médico que pode curá-la. O Salmo 51 é a oração confessional de Davi.
Esta frase: “Refrigera-me a alma” pode ter ainda um outro significado. A versão inglesa de Moffat diz o seguinte: “Ele me restaura a vida.” O espírito humano às vezes perde a vivacidade, como se esta fosse uma corda de relógio, que se acaba. Nós perdemos nosso vigor e incentivo espiritual. Ficamos menos dispostos a lutar contra as dificuldades. Deixamos de atuar como verdadeiros soldados da fé. A vida consegue roubar a vitalidade das pessoas, como se retira o suco de uma fruta, deixando apenas bagaço. A pessoa fica só com a casca. Não sente mais entusiasmo por nada. O começo de um novo dia não lhe dá nenhum ânimo ou novo alento.
[…] Seja qual for a circunstância envolva Deus, respire Deus. Perceba-O ao seu lado e não no distante Céu. A Bíblia diz que os caminhos da vida muitas vezes nos enganam e nos levam a encruzilhadas perigosas: “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte.” (Provérbios 14:12 e 16:25) […] Muitas vezes nós chegamos às encruzilhadas da vida e não sabemos que direção seguir. Há muitas decisões a serem tomadas, e, às vezes, é muito difícil chegar-se a uma delas. É então que nos sentimos desorientados, perdidos, e precisamos de orientação. Nesse Salmo 23, Davi diz confiantemente: “Guia-me pelas veredas da justiça” […]. Com certeza, Davi está se recordando de seus dias de pastor. Ele sabia que as ovelhas não tinham muito senso de direção. Um cão, um gato ou um cavalo, quando se extraviam, sabem perfeitamente achar o caminho de volta. Eles parecem possuir uma bússola interior. Com a ovelha isto não acontece.
A ovelha não possui boa visão. Não enxerga mais que oito ou dez metros à sua frente. As campinas da Palestina eram cortadas por trilhas estreitas, pelas quais os pastores levavam o rebanho para o pasto.
Algumas destas trilhas terminavam à beira de precipícios, nos quais a ovelha desavisada poderia cair e morrer. Outras iam dar em becos sem saída. Havia, outras, porém, que levavam a pastos verdejantes e às águas tranquilas. Algumas vezes, o pastor as guiava através de passagens íngremes e perigosas, mas os caminhos por que passavam sempre iam dar em um bom lugar. As ovelhas estavam sempre dispostas a deixar a escolha deste lugar aos cuidados do pastor. […] Talvez Davi estivesse pensando em seus antepassados, marchando por um deserto sem trilhas certas, em sua caminhada do Egito para a terra prometida. Deus enviou uma coluna de fogo para guiá-los à noite, e uma nuvem, de dia. Foi seguindo-a que os israelitas chegaram à terra pela qual ansiavam.
Para algumas pessoas, essas “veredas da justiça”, às vezes, vão significar dificuldades. […] Embora Deus não nos dê um mar de rosas, neste campo de batalha, nem coloque um tapete em nossa pista de corridas; embora Ele não nos prometa uma vida sem lutas, ele nos garante forças para a caminhada e a Sua presença constante. Notemos que o salmo diz: “Guia-me.” Ele não nos empurra por este caminho, ele vai à frente, subindo a mesma ladeira que subimos — o homem não se encontra sozinho. Quando vamos pela vida, dando um passo de cada vez, nós andamos com Ele nas “veredas justas”.
O grande sábio Salomão afirmou: “Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:6). Isto é verdade. Todos que, sinceramente, procuram fazer a vontade de Deus, qualquer que seja ela, conhecerão a força de orientação da sabedoria eterna. Ele o levará à sua terra prometida.” Seguindo os passos do Mestre não nos perderemos jamais. Seremos guiados por Alguém que é Onisciente. Não haverá erro, poderá haver encruzilhadas, bifurcações, túneis a descer e montanhas a subir… não importa! Ele sabe o caminho. Ele é o Caminho.”
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam.”
Há de verdade um Vale da Sombra da Morte em Israel, no caminho de Jericó. Este é o Vale do Salmo 23. Davi o compara com a morte. Em hebraico a expressão que ele usou quando mencionou este vale significa ‘Vale da Escuridão Profunda’. Os pastores de ovelhas da região vivem essa experiência. Isto acontece sempre no fim do verão. Mas, por que levá-las para o vale se há tanto perigo? Acontece que é no topo da montanha que se encontra o melhor capim verde e a água mais pura. E para chegar ao topo é preciso passar pelo vale. Então, se eu quiser me beneficiar das bênçãos do topo da montanha tenho que passar pelos desafios dos precipícios e dos vales. Chega a ser assustador e magnífico ao mesmo tempo! É bem provável que Davi tenha passado em seus tempos de juventude como pastor de ovelhas por esse vale.
O pastor Allen assim o descreve: “é um vale que existe na Palestina, e vai de Jerusalém ao mar Morto. É uma trilha estreita e perigosa que corta as montanhas. Sendo um caminho árduo, é muito fácil uma ovelha precipitar-se ribanceira abaixo e morrer.”
E ele diz em seu livro: “É certo que a expressão “vale da sombra da morte” não significa apenas morte física. Ela já foi traduzida como “o corredor sombrio, e compreende todas as experiências duras e terríveis da vida.” […] E para nós há os momentos sombrios da vida, os quais todos temos que atravessar. A morte é um deles. Desilusões são outros destes momentos. A solidão é outro. E há vários outros ainda.
Já conversei com muitas pessoas que estavam atravessando o ‘vale das sombras’, e disse-lhes que procurassem um lugar e ficassem a sós com Deus. Disse-lhes que parassem um pouco de lutar; que esquecessem por instantes das circunstâncias adversas da vida; que impedissem a mente de se preocupar com o amanhã, com o ano seguinte, com o futuro. Pare um pouco. Fique quieto, em silêncio, e, mesmo que esteja dentro deste ‘corredor sombrio’, você sentirá uma presença estranha e maravilhosa, e a sentirá mais fortemente do que antes. […] Onde quer que a trilha da vida me leve, eu não temerei nada, disse Davi. E milhares e milhares de outras pessoas também já se libertaram desse medo. Como? ‘Tu estás comigo.’ Há um grande poder nesta presença.
[…] O pastor sempre carrega consigo um bastão pesado e duro, de cerca de sessenta centímetros a um metro de comprimento. Quando Davi escreveu este salmo, provavelmente estava se lembrando da necessidade que ele próprio tivera de usar aquela vara. Em 1 Samuel 17, ele conta a Saul como matara um leão e um urso para proteger seu rebanho.
Além da vara, o pastor tem também um cajado, de quase três metros. A ponta deste cajado é recurvada, formando um gancho. Muitas trilhas da Palestina vão margeando barrancos íngremes. Era muito fácil a ovelha, às vezes, desequilibrar-se e escorregar para o abismo, ficando suspensa apenas por uma saliência estreita. O pastor então estendia o cajado; encaixava-o no peito da ovelha, e a içava para cima, de volta ao caminho certo. A ovelha sente-se instintivamente protegida pelo cajado e pela vara que o pastor carrega.
O cajado e a vara também protegiam contra os arbustos ou espinheiros. Serviam também para disciplinar. Há ovelhas que se tornavam rebeldes. Desobedeciam e se aproximavam de ervas venenosas. Neste momento a vara servia para livrá-la do perigo.
Serviam também para guiar. Com a vara o pastor tocava as ovelhas, guiando-as em caminhos seguros. […] encontramos grande consolo em pensar no poder de Deus. É lógico que não penso em Deus com um abrigo subterrâneo ou um seguro contra acidentes. Entretanto, posso dizer como o poeta cristão:
Deus é minha salvação: a quem temerei? Em trevas, em tentação, ele é a minha luz e o meu socorro. Embora as hostes malignas se acampem ao meu redor estou firme na batalha. Nenhum temor pode me abalar, Com Deus à minha direita. “A tua vara e o teu cajado me consolam” — esta frase dissipa em meu coração toda a ansiedade e o temor do futuro.”
A morte é uma das realidades mais duras da vida. Há situações em que só Deus pode confortar o coração aflito. Só Ele pode dar o consolo. […]
II Coríntios 1:3-4 podemos ler: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.”
Quando estamos conscientes da presença e autoridade de Deus em nossas vidas, não precisamos ter medo da morte: “Não temerei mal algum, porque tu estás comigo…”. Exatamente porque Ele nos prometeu: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Isaías 43:2).
Ao escrever o salmo 23 Davi não fez referência apenas ao momento da morte. Ele referia-se também a angustia pelas ameaças que sentia devido as constantes perseguições do rei Saul. Temos passado por dores, tristezas, decepções, angústias e traições que ferem o nosso coração? Haverá sempre vales na vida de todos nós. O Bom Pastor nos advertiu que “no mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). E Isaías assim se expressou: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti” (Isaías 26:3).
Mas, se é o risco da morte que você está enfrentando agora, não tenha medo. O Grande Eu Sou garantiu que a morte não é nenhum segredo para Ele. Na cruz Ele a venceu e esta mesma vitória nos é oferecida Nele e por Ele. Por isso, sem Jesus, sem vida eterna.
Unges a minha cabeça com óleo e o meu cálice transborda
“O salmista na plena certeza da bondade do Bom Pastor já não pede, pois recebe graciosamente e com muita misericórdia Suas dádivas. […] O óleo na cabecinha das ovelhas servia também como repelente. Moscas insistiam em pousar sobre suas cabeças e ali depositar seus ovos. Isto tirava a paz das ovelhinhas.
Da mesma forma a presença do Espírito Santo em nós nos ajuda a discernirmos o mal e a evitarmos que nos contaminem a mente. Afinal, o pensamento é o centro da vontade do homem e é do seu interior que procede o mal que se reflete no exterior.
O óleo serve também para apartar brigas entre as ovelhas, uma vez que com o constante deslizar no momento do atrito entre as cabeças os dois animais findam por desistir. Um dos frutos do Espírito Santo na vida do cristão é produzir a paz.
O salmista menciona que é ungido com óleo e este não é em pouca medida. […] sua taça transborda. O Bom Pastor não Se satisfaz apenas em lhe dar o Seu Espírito, mas que ele seja pleno da Sua presença. […] Nas campinas da Terra Santa, havia algumas plantas que, se ingeridas, seriam fatais para as ovelhas. Havia outras ainda que possuíam espinhos, e arranhariam o focinho do animal, provocando ferimentos sérios.
Antes de iniciar o período de pastagem, o pastor saia com um enxadão, e destruía aqueles “inimigos” da ovelha. Mais tarde, ele vinha e amontoava a erva já seca, e a queimava. Depois disso, o pasto estava pronto para receber as ovelhas. Ele se tornava, por assim dizer, uma mesa preparada para elas. Os inimigos tinham sido afastados.
[…] Se quiser obter boa colheita, o lavrador tem que fazer mais do que semear o campo. Ele tem que estar sempre limpando a roça das ervas daninhas. Assim também, o Espírito de Deus tem que estar continuamente em luta no interior do homem. Não basta pregarmos o evangelho; temos que destruir o inimigo.
[…] Jesus expressou a mesma petição de Davi, quando disse: “Não nos deixes cair em tentação”. Nós sabemos muito bem que, na jornada desta vida, encontraremos inúmeros inimigos procurando nos destruir.[…] Mas o Pastor de nossas almas vai à nossa frente, e nós podemos estar certos de sua proteção e de seu poder. Existe uma “vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1 Jo 5:4).
Nunca esquecerei as palavras que o técnico do nosso time de futebol americano na faculdade nos disse no primeiro treino a que compareci. Ele disse que o futebol era um esporte muito violento. e que, se quiséssemos praticá-lo, tínhamos que aceitar o fato de que iríamos sofrer algumas contusões.
Assim também é a vida. Se quisermos vivê-la, temos que esperar alguns ferimentos e mágoas. E é assim mesmo. Foi pensando nisto que Davi escreveu: “Unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda.”
Quando as ovelhas estão pastando, às vezes elas cortam o focinho contra alguma pedra aguda escondida na relva. Além disso, pode haver espinheiros, e elas sofrerem arranhões e ferimentos.
Outras vezes, a subida era íngreme, e o sol estava muito quente, inclemente mesmo. No fim do dia, o rebanho estava muito cansado, sem forças.
Ao chegarem ao aprisco, o pastor se punha à entrada e examinava cada ovelha que passava. Se ela tivesse algum ferimento, ele lhe aplicava um óleo balsâmico que ajudava a cicatrizá-lo, e evitava a infecção. A ovelha ficava boa logo.” O Espírito Santo é o Consolador.
“Outra peça dos apetrechos do pastor era um vaso de barro que estaria cheio de água. Era um tipo de jarro que conservava a água sempre fresca, pelo processo da evaporação. À medida que cada ovelha se aproximava, ele mergulhava na água uma grande caneca, e a estendia para o animal cheia até a beirada. A ovelha sedenta e cansada sorvia com prazer o líquido restaurador.
[…] Nosso coração sofre tristezas e mágoas. A consciência às vezes nos dói, como um dente infeccionado. Somos feridos também em nossos sentimentos. O mundo pode nos parecer rude e cruel. Outras vezes ficamos cansados e desanimados. A vida se torna um peso insuportável. Aqui também vemos o terno Pastor que compreende o sofrimento de seus filhos e está sempre pronto e capaz para nos socorrer nestes transes.
[…] Notemos que Davi disse: “Unges-me a cabeça com óleo; meu cálice transborda. Ele não disse: Unge-nos a cabeça. Ele usou o pronome no singular. Durante todo o dia, o pastor esteve cuidando do rebanho como um todo, mas quando entram no aprisco, ele as examina uma a uma. […]”
“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida.” Não se trata aqui da expressão de um desejo. Ele diz certamente… com toda certeza… certeza absoluta.
Davi já era idoso quando escreveu o Salmo 23. ele presenciara muitas tragédias e sofrera grandes decepções, mas também chegara a conhecer Deus melhor — um Deus que conhece as necessidades de seus filhos, e que atende amplamente a estas necessidades; um Deus que nos restaura a vida e nos livra do medo. Apesar das nuvens escuras que surgissem no horizonte, tendo um Deus como ele, o salmista estava certo de que o sol se levantaria no dia seguinte.
Estamos sempre ouvindo relatos sobre a maldade do homem e a destruição final do mundo. Sabemos da existência de bombas que podem destruir várias cidades com uma só detonação. Nós trememos ao ouvir as horríveis predições do implacável julgamento de Deus. Entretanto, quando nossa mente se volta para este quadro do Pastor amoroso guiando suas ovelhas, de certo modo, sentimo-nos confiantes em que Ele estará conosco, dirigindo-nos pelos vales escuros. […] Muitas pessoas se julgam a caminho do desastre total. Elas se sentem mal, e deixam a mente ser dominada pela ideia de que estão doentes. Já começam o dia com um sentimento de mau presságio. Contemplam o futuro com apreensão e tremor.
[…] Paremos de prognosticar desgraças para nós e nosso mundo. Digamos como o salmista: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl. 118:24). Comecemos o dia com o coração cheio de esperança. Gravemos em nossa mente este versículo: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida”, e realmente será assim.
[…] Mais triste do que ver uma pessoa sem lar no fim do dia, é encontrar alguém que não está certo de seu relacionamento com Deus, e não tem esperanças de ir ao lar eterno; uma pessoa que, no fim da jornada da vida, só espera um túmulo escuro e o esquecimento total. Davi encerra o Salmo 23 com um poderoso “crescendo” de fé ao dizer: “E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre”.
Uma das passagens mais emocionantes do livro O Peregrino, de João Bunyan, é o trecho em que o “Sr. Mente Fraca” fala de sua esperança de chegar ao lar celestial. Ele diz: Às vezes, recebemos maior alento para a vida, quando fixamos nosso pensamento “naquela terra que fica Além do rio que não tem pontes”. Se não fosse por esta certeza, muitas das experiências por que passamos nesta vida seriam insuportáveis.
Davi não possuía muito do conhecimento bíblico que temos hoje. ele nunca ouviu as palavras: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente.” (João 11:25,26)
Foi um conhecimento íntimo de um Deus como o que ele descreve no salmo 23 que lhe deu a certeza de que ao fim de sua vida ele iria para os céus.”
Charles Allen- A Psiquiatria de Deus