Com Pr. Benedito Muniz
“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação”. II Coríntios 5:18.
Que “tudo” é esse? As coisas novas! Desde o novo status de justificados, até a nova vida sintonizada com a vontade de Deus. Reconciliação é a condição para que a nova vida aconteça. Somente o reconciliado desfruta do descanso espiritual, onde o prazer de viver para o Senhor é leveza e não fardo.
Reconciliação pressupõe rompimento de amizade. Quando o ser humano separou-se de Deus. E Ele veio trazendo a paz. Uma iniciativa DELE. Reconciliação e perdão são mesma coisa. Trazendo a mão da reconciliação trazia também o Seu perdão.
Reconciliação é o grito de Deus para que o pecador não fuja DELE, mas que ouça a voz do Pastor que busca. O reconciliado sabe que entre ele e Deus tudo está acertado pela oferta maior – Seu abraço de paz!
Deus nunca Se reconciliou conosco. Estranho? Não! Pura verdade! Por que Deus nunca Se reconciliou conosco? Porque Ele nunca teve mágoa de nós! Só se reconcilia quem antes quebrou a relação afetiva. Isso aconteceu conosco; com Ele jamais.
O texto diz que Deus nos reconciliou com Ele. Não diz que Ele Se reconciliou conosco. A reconciliação aconteceu por meio de Cristo. Assim: Deus é a fonte e Jesus o Agente da reconciliação. Nós os objetos da oferta. Que mensagem isso nos passa? Esta: O pecado nos tirou eternidade, nunca do coração de Deus! Reconciliação é oferta de Deus e recepção nossa.
Reconciliação é a figura da salvação para nos ensinar que, em Cristo, Deus Se mostrou perdoador à raça humana. É a boa notícia de que o Senhor veio atrás do ofensor trazendo a mão da acolhida.
Na Reconciliação Deus não acusa, mostra a solução. Não é o pecado que está em foco, é a Graça. Não é a culpa que é evidenciada, é o perdão. A voz (no Éden – Gên. 3:9) é a do Pastor chamando, não a do Juiz condenando.
Essa é a essência do Evangelho, que atrai o pecador – Perdão oferecido, não acusações massacrantes. Reconciliação da parte de Deus é perdão oferecido. Da parte do pecador é perdão recebido.
Deus o Pai é o Autor da Reconciliação. Jesus foi o agente efetivo da Reconciliação. Nós, após receber Sua oferta de reatar a amizade quebrada, nos tronamos proclamadores da Reconciliação.
O assunto mais essencial. A mensagem mais urgente. A notícia mais necessária. A verdade de destaque. O fato de maior interesse. O mais eficaz remédio da cura diversa. O maior sentido de vida. A razão da existência. A força motriz da paz verdadeira. É isto:
“Deus entrou em nossa escura história para nos estender Seu perdão e reatarmos a amizade com Ele.”. Ele não precisou ser convencido; veio convencer. Ele não precisou ser persuadido; veio movido. Não veio como resposta; veio chamando. Detalhe: Só proclama quem aceitou. Vamos proclamar?
Nosso ministério é o da Reconciliação. Como é o esse ministério? É o ministério que proclama Deus com as mãos estendidas aos pecadores. São as boas novas de que Deus é perdoador, não vingativo. É a voz fluindo de pecadores que sabem dizer o que é salvação. É a pregação do perdão oferecido, não conquistado. É a ênfase que o esforço humano para ser aceito por Deus é totalmente dispensado. É a pregação que jamais colocar a ética antes da Graça. É a Palavra que dispensa a obediência como mérito, mas a enfatiza como coisa nova e divinal na vida dos justos. A Reconciliação condena as coisas velhas, e confirma as novas. É libertação e poder dinâmico!
O meu amigo Edivaldo Jonath (Psicólogo) mencionou a etimologia de Reconciliação (trazer de volta ao concílio). Isso é salvação na figura da Reconciliação, conduzir o culpado novamente à intimidade de Deus, como se este nunca houvesse pecado.
Isso é ser cristão: Ter certeza de que pode entrar na presença do seu Deus, pela fé, confiante de que é filho aceito.
A figura da Reconciliação resolve a amargura da separação. Agora caminhamos seguros por Sua mão (Isaías 41:10).
Em Cristo Deus buscou convencer o humano do Seu amor e perdão. Não imputou a nós o preço da nossa transgressão, mas o fez sobre Cristo. Para proclamar o perdão Ele assumiu a punição que era nossa.
Até a cruz os que foram salvos o foram na força de decisão de Cristo em ficar no lugar da raça culpada. A decisão tinha tanto poder para salvar, como se Ele já houvesse morrido. Depois da cruz somos salvos pela confirmação da decisão. Maravilha !!!
O que aconteceria se Deus houvesse imputado (debitado) sobre a humanidade os seus pecados? Simples: Ela sofreria o Juízo punitivo já no seu nascedouro da sua existência e teria sido eliminada em Adão e Eva. Mas pecado não se perdoa, pecado se paga. E o que fazer? Jesus não teve dúvida, e bem antes do pecado surgir, assumiu o Juízo; sobre Ele foi debitado nossa penalidade.
Qual a consequência disso? Esta: O pecado foi pago e a humanidade perdoada!
Evangelho é a comunicação de quitação e perdão. Essa é a nossa munição contra as acusações do Diabo.
Um evangelista não deve se demorar em pecado (já está resolvido), mas na ênfase do perdão oferecido. Nunca pensemos que o Céu tem um débito contra nós; Jesus assumiu, quitou, com Sua morte.
Que confiança! Que responsabilidade! Que honra! Não podemos aspirar a algo mais elevado, ser depositários da mais doce notícia já dada a mortais – A Reconciliação divina!
Que alegria poder dizer aos pecadores que a Reconciliação partiu de Deus; que ao contrário do que naturalmente pensamos, Ele nunca teve ira contra nós, mas eterno amor!
Entendemos então que Evangelho não é esforço humano para comover a Deus, mas o favor divino em forma de perdão para acolher pecadores. Só pode comunicar Reconciliação quem reconciliado foi, isto é, quem descansa na paz da Graça perdoadora. Obediência aqui é resposta, não estímulo.
O legalista não pode comunicar Reconciliação, ele comunica ética meritória. Obediência aqui é causa, não efeito.
Como pode Cristo, viver como homem, sofrer as tentações dos homens e não pecar (Hebreus 4:15)? Não nos cabe tentar explicar o impossível, mas festejar tamanha vitória, nossa própria Redenção!
Esse texto resume o plano da salvação humana levado a efeito: A vida vitoriosa de Cristo. Seu sacrifício vicário (substituto) e como o pecador pode se apropria dessa vitória como sendo sua. Deus O fez pecado por nós, isto é, O tratou como se fosse nós. Por isso trata o arrependido como se fosse Ele. Maravilha!
Cristo tinha Justiça (caráter em harmonia com a lei de Deus) EM Si. E teve os pecados do mundo SOBRE Si. Nossos pecados Lhe foram imputados, creditados, como se fossem Seus.
Nós temos pecado EM nós, e pelo arrependimento, fé NELE e entrega, temos Sua Justiça SOBRE nós. Sua Justiça nos foi imputada (creditada) como se fosse nossa.
Jesus é chamado “O Senhor Justiça nossa” (Jeremias 23;6). Assim, Justiça é bem mais do que uma norma; é uma Pessoa – Jesus!
Como pode o pecador “ser justiça de Deus”, ou aceito como justo diante da Sua santidade? Não há nada que possa fazer… Mas há tudo que possa aceitar! Não há nada que o humano produza que o recomende ao favor divino. Mas os feitos de Cristo nos devolvem ao colo do Pai!
Por que Jesus é a nossa Justiça? Porque Ele viveu em carne humana, mas não pecou. Sua vida foi de absoluta conformidade com a vontade do Pai. Ele foi o justo (de acordo com a justiça – Lei) que aqui viveu. E onde nós entramos nessa vitoriosa vida? Simples: Tudo que Jesus fez em carne humana Ele nos incluiu: Vida, morte e ressurreição.
Desse modo tudo que fez foi por nós, para nós, e para viver em nós. Se temos a Jesus temos Justiça que nos mantém no Seu Reino, desde agora!
“Não conheceu pecado”: Nunca pecou, mesmo com a nossa natureza humana. Que vitória! Jesus “condenou o pecado na carne” (Romanos 8:3), isto é, em nossa carne, em nossas tentações, calçando nossos sapatos. Em Sua vida Ele venceu o pecado para comunicar a nós as Suas vitórias. Na cruz Ele pagou nossos pecados para nos oferecer o Seu perdão.
Quando quis perdão olhei pra cruz. Quando preciso de vitória sobre a tentação olho para Sua vida vencedora! “Para que NELE fôssemos feitos Justiça”. Justiça não produzimos, recebemos! A Justiça flui DELE como fonte; de nós como canais. Nós NELE o fizemos morrer como injusto. Ele em nós nos faz viver como justos!
Abrangência do perdão
“Não imputou a nós o preço da nossa transgressão, mas o fez sobre Cristo. Para proclamar o perdão Ele assumiu a punição que era nossa(…). O pecado foi pago e a humanidade perdoada!
Evangelho é a comunicação de quitação e perdão(…)”.
1 – Ao transgredir, tornamo-nos devedor perante a Lei;
2 – mediante o sacrifício salvífico, Jesus assumiu a condição de nosso Credor;
3 – em seguida Ele nos perdoou.
a – Pecado perdoado, é pecado apagado, deixa de existir, não pode ser reavivado;
b – a consumação do perdão depende apenas do credor, o devedor não tem como interferir;
c – um débito pago pelo avalista que, em seguida, perdoou ao devedor, jamais será motivo para qualquer tipo de ação, incluindo negativação no SPC, SERASA, protesto em cartório… A rigor, o ex-devedor não tem poder, nem autoridade, para não aceitar o perdão, nem promover a sua própria negativação, ou como, nem a quem, pagar o débito já quitado.
O IDE tem o propósito de mostrar ao ex-devedor a dimensão da bondade misericordiosa do seu ex-Credor.
Alcançado este entendimento, o enorme peso, representado pelo débito inexistente, se transforma em gratidão, gozo e alegria só comparáveis aos vislumbres da existência celestial.
Jesus redimiu, definitivamente, a todos, de todos os seus débitos, em todos os tempos!
Que bom ver você presente através dos seus comentários Pedro. Venha sempre.