Leitura Bíblica: João 15: 8
“Nisto é glorificado o meu Pai: que vocês deem muito fruto; e assim mostrarão que são meus discípulos. “
O Livro de João
Por George Knight – Caminhando com Jesus no Monte das Bem Aventuranças
Jesus me deixa confuso. Em Mateus 5:16, Ele me diz para deixar minha luz brilhar, a fim de que os outros vejam minhas boas obras e glorifiquem ao Pai celestial. Agora, em Mateus 6:1, Ele me diz para evitar praticar minha piedade diante dos outros, com a finalidade de ser visto por eles.
Estou confuso! Acaso dar aos pobres não é uma boa ação? Como posso esconder minha luz e fazê-la resplandecer ao mesmo tempo?
Embora, superficialmente, esses dois versos pareçam contraditórios entre si, são na verdade ensinos complementares. O tema abordado em Mateus 5:16 é o testemunho público, ao passo que a oração, a esmola e o jejum são devoções pessoais.
Mais importante ainda: o objetivo de Mateus 5:16 é a glória de Deus, enquanto as falsas práticas de piedade do capítulo 6 visam à glorificação de seus praticantes. Segundo esse critério, elas merecem condenação, visto que toda adoração e todo ato da vida cristã devem ter o propósito de honrar a Deus.
Os cristãos devem viver de tal maneira que as pessoas, ao olharem para eles, glorifiquem a Deus. Um cristão não pratica nenhum ato de adoração para ser visto ou admirado pelos outros. Frederick Dale Bruner declara belamente o sutil equilíbrio entre Mateus 5:16 e 6:1, quando escreve: “E correto praticar boas obras de um modo que, quando as pessoas as virem, pensem em Deus; é errado praticar boas obras de um modo que, quando as pessoas as virem, pensem em nós.”
Isto não é uma coisa fácil de fazer. Todos somos tentados a amar a nós mesmos de maneiras não muito saudáveis. Graças à maneira franca de Jesus falar, sabemos que precisamos ser cuidadosos quanto à nossa “ostentação espiritual”. E assim, ao anunciarmos diante da igreja que, na semana passada, Deus fez alguma coisa grandiosa em favor de alguém, por intermédio do nosso testemunho, garantimos que o “humilde” instrumento de Deus (nossa pessoa) ganhe destaque. Os demais rapidamente entenderão a estratégia e dirão para si mesmos: “Dou graças a Deus porque não sou como esse.” E com um único golpe caímos no mesmo poço de farisaísmo. Dar realmente a Deus a glória constitui um ato de graça.