Testemunhos Seletos Vol. 1: Fidelidade nos Deveres Domésticos – Capítulo 58

Por Ellen White

Prezada irmã O.: Penso que a irmã não é feliz. Buscando alguma grande obra a fazer, passa por alto deveres do momento, que lhe estão bem no caminho. A irmã não é feliz, porque olha acima dos pequeninos deveres diários da vida, a qualquer obra mais elevada e maior a realizar. Acha-se inquieta, incomodada e descontente. A irmã gosta mais de mandar do que de executar. Mais de dizer a outros o que fazer, do que de, com pronta satisfação, tomar e fazer a irmã mesma.

A irmã poderia haver tornado a casa de seu pai mais feliz se houvesse consultado menos suas inclinações, e mais à felicidade dos outros. Quando empenhada nos deveres comuns da vida, a irmã deixa de pôr nesse trabalho o coração. Sua mente busca adiante e além uma obra mais aprazível, elevada e honrosa. Alguém precisa fazer justamente essas coisas em que a irmã não encontra prazer, e de que até se desgosta. Esses simples deveres, caso sejam cumpridos com boa vontade e fidelidade, proporcionar-lhe-ão a educação necessária a vir a amar os deveres domésticos. Eis uma experiência que lhe é altamente essencial obter, mas que a irmã não aprecia. Queixa-se de sua sorte, tornando assim infelizes os que a rodeiam, e sofrendo por sua vez grande prejuízo. Talvez a irmã nunca venha a ser chamada a fazer um trabalho que a ponha diante do público. Mas todo serviço que fazemos, e que é necessário ser feito, seja lavar louça, pôr a mesa, cuidar de um doente, cozinhar ou lavar, é de importância moral; e enquanto a irmã não puder lançar mão desses deveres satisfeita e feliz, não está apta para deveres maiores e mais elevados. As humildes tarefas que estão diante de nós, devem ser executadas por alguém; os que as fazem devem sentir estarem realizando uma obra necessária e honrosa, e que em sua missão, por humilde que seja, estão fazendo a obra de Deus, tão certo como o estava Gabriel quando enviado aos profetas. (Testimonies for the Church 3:79-81 (1872).   Todos, em suas respectivas esferas, estão trabalhando por sua ordem. As mulheres em seu lar, cumprindo os simples deveres da vida que precisam ser atendidos, podem e devem manifestar fidelidade, obediência e amor tão sinceros como os anjos em sua esfera. A conformidade com a vontade de Deus torna qualquer obra que precise ser feita uma tarefa honrosa.

O que a irmã precisa, é manifestar amor e afeto. Seu caráter necessita ser moldado. Cumpre pôr de lado sua ansiedade e, em lugar dela, cultivar gentileza e amor. Negue-se a si mesma. Não fomos criados anjos, mas inferiores aos anjos; todavia nossa obra é importante. Não nos achamos no Céu, mas na Terra. Quando lá estivermos, seremos então habilitados a fazer a elevada e enobrecedora obra do Céu. É aqui neste mundo que nos cumpre ser experimentados e provados. Precisamos estar armados para o conflito e o dever.

O mais alto dever que pesa sobre a juventude é o que lhe fica no próprio lar, sendo uma bênção ao pai e à mãe, aos irmãos e irmãs, mediante afeição e verdadeiro interesse. Aí podem eles manifestar abnegação e desprendimento de si mesmos no cuidado e serviço por outros. Jamais será a mulher rebaixada por esta obra. É o mais sagrado e elevado cargo que ela pode preencher. Que influência pode uma irmã exercer sobre os irmãos! Se ela for reta, poderá determinar o caráter deles! Suas orações, sua gentileza e afeição muito podem efetuar no ambiente da família. Minha irmã, essas nobres qualidades nunca poderão ser comunicadas a outras pessoas a menos que existam primeiro em você. Aquele contentamento de espírito, aquela disposição de ânimo, gentileza e temperamento radiante que cativarão todos os corações, refletirão sobre seu coração aquilo que dispensa aos outros. Se Cristo não reina no coração, haverá descontentamento e deformidade moral. O egoísmo reclamará dos outros aquilo que não estamos dispostos a dar-lhes. Se Cristo não estiver no coração, o caráter será desagradável.

Não é apenas uma grande obra e grandes batalhas que provam a alma e requerem coragem. A vida diária traz suas perplexidades, provações e desânimos. É o trabalho humilde que com frequência estimula a paciência e a constância. São necessárias confiança em si mesmo e resolução para enfrentar e venceras dificuldades. Assegure se de que o Senhor esteja com você para em toda situação ser seu consolo e conforto. “Um espírito manso e quieto” (1 Pedro 3:4), eis de que muito necessita, e sem isto não poderá ser feliz. Que Deus a ajude, minha irmã, a buscar a mansidão e a justiça. Você necessita simplesmente do Espírito de Deus. Caso esteja disposta a ser qualquer coisa ou a não ser nada, Deus a ajudará, e fortalecerá e abençoará. Mas, se negligenciar os pequenos deveres, nunca lhe serão confiados os maiores.

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