Testemunhos Seletos Vol 1: Recreação Cristã – Capítulo 54

Ellen White

Tenho estado a pensar no contraste que se observaria entre nossa reunião aqui, hoje, e as que são em geral promovidas por descrentes. Em vez de oração, e da menção de Cristo e das coisas religiosas, ouvir-se-ia risadas tolas e conversação frívola. Seu objetivo seria divertir-se a valer. A reunião começaria com insensatez e terminaria em vaidade. Queremos que nossas reuniões sejam dirigidas de tal modo e nós mesmos nos comportemos de tal maneira que possamos voltar para casa com a consciência livre de ofensa para com Deus e os homens; a consciência de não havermos ferido ou prejudicado de qualquer forma aqueles com quem nos associamos, nem termos exercido sobre eles influência nociva.

São responsáveis pela influência que exercem diariamente; que terão de dar contas a Deus pelas impressões que causam, e pela influência que exercem sobre todos aqueles com quem se relacionam na vida. Se essa influência tiver a tendência de desviar de Deus a mente dos outros, atraindo-os rumo à vaidade e à insensatez, levando-os a buscar o próprio prazer em divertimentos e extravagantes condescendências, hão de dar contas disso. E se tais pessoas são homens e mulheres de influência, e sua posição é de modo a fazer com que seu exemplo afete a outros, maior então será seu pecado por negligenciarem ajustar sua conduta pela norma bíblica.

Os momentos que estamos hoje fruindo acham-se exatamente em harmonia com minhas ideias sobre recreação. Procurei apresentar meus pontos de vista sobre esse assunto, mas eles podem ser melhor ilustrados do que expressos. (estas palavras foram proferidas diante de um grupo de cerca de duzentas pessoas durante um período de recreação em Coguac Lake, próximo a Battle Creek, Michigan, em Maio de 1870. (Testimonies for the Church 2:585-587 (1871). Achava-me neste local cerca de um ano atrás, quando houve uma reunião semelhante à que temos agora. Quase tudo transcorreu de forma muito agradável, contudo algumas coisas foram objetáveis. Alguns condescenderam consideravelmente com gracejos e zombarias. Nem todos eram observadores do sábado, e manifestou-se uma influência não tão agradável como desejávamos.

Creio, porém, que ao passo que estamos buscando refrigerar nosso espírito e revigorar o corpo, Deus requer que empreguemos todas as nossas faculdades em todo o tempo, para os melhores fins. Podemos associar-nos como estamos fazemos hoje aqui, e fazer tudo para a glória de Deus. Podemos e devemos dirigir nossas recreações de tal maneira que sejamos habilitados a cumprir melhor nossos deveres, para que nossa influência seja mais benéfica sobre aqueles com quem nos associamos. Isto se aplicaria especialmente a uma ocasião como esta, que deve ser de animação para todos nós. Podemos voltar a nossos lares com a mente revigorada e refrigerado o corpo, preparados para reiniciar o trabalho com mais esperança e ânimo.

Cremos que é nosso privilégio glorificar a Deus todos os dias de nossa vida na Terra; que não devemos viver neste mundo simplesmente para nosso próprio divertimento, para agradar a nós mesmos. Estamos aqui para beneficiar a humanidade, para ser uma bênção à sociedade. E se deixarmos nossa mente vagar naquele baixo rumo em que muitos, que estão buscando apenas vaidade e insensatez, deixam correr a sua, como poderíamos ser uma bênção à sociedade, um benefício para nossa espécie e geração? Não podemos, sem culpa, condescender com qualquer divertimento que nos incapacite para o mais fiel desempenho dos deveres comuns da vida. Devemos buscar o elevado e belo. Devemos encaminhar a mente em sentido diverso daquilo que é superficial e sem importância, que não tem solidez. Nosso desejo é tirar novas forças de tudo em que nos empenhemos. De todas essas reuniões para fins de recreação, de todas essas aprazíveis associações, precisamos colher novas energias para tornar-nos homens e mulheres melhores. De toda fonte possível, devemos obter novo ânimo, nova resistência, novo poder a fim de ser-nos possível elevar nossa vida à pureza e santidade, e não descermos ao baixo nível deste mundo. …

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