Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” Romanos 15:4
Romanos 15: 4 aparece em um capítulo cheio de citações do Antigo Testamento. Já vimos um, no versículo 3, e Paulo usa mais cinco versículos: 9, 10, 11, 12 e 21. Na passagem de hoje, o apóstolo explica sua justificativa para apelar tão frequentemente às Escrituras Judaicas.
Com essa passagem, podemos aprender várias coisas sobre as Escrituras do Antigo Testamento. Primeiro, Deus os deu para “nosso ensino”. Ou seja, Deus deseja que eles sirvam para ensinar os cristãos. Isso pode parecer óbvio para o leitor, mas não é óbvio para alguns cristãos. Há cerca de 40 anos, fui pastor em Fort Worth, Texas. Naquela localidade, um dos maiores grupos cristãos proclamou que Deus havia eliminado o Antigo Testamento na cruz, que a “velha Bíblia” tinha valor puramente histórico para os cristãos e que o “Novo Testamento” era tudo de que os crentes precisavam.
O pensamento de Paulo não poderia ser mais diferente disso. O apóstolo não tinha dúvidas de que o Antigo Testamento tinha um papel legítimo a desempenhar no ensino dos cristãos. Em 1 Coríntios 10:11, ele expressa o mesmo pensamento: “Estas coisas aconteceram com [os personagens do Antigo Testamento], por exemplo, e foram escritas para advertir aqueles que chegaram ao fim dos tempos.”
Uma segunda coisa que Paulo nos diz sobre o Antigo Testamento é que Deus o planejou para ser uma fonte de encorajamento para nós. E como o Antigo Testamento nos encoraja? Pessoalmente, acho minha fé fortalecida ao ver como Deus guiou tão fielmente seu povo ao longo da história judaica. Eles nem sempre O seguiram, nem sempre O obedeceram, mas Deus nunca os abandonou. Ele continuou a amá-los apesar de si mesmos. Isso me parece encorajador, porque vivo em uma igreja igualmente imperfeita. Deus ainda está nos guiando, apesar de nossos erros individuais e institucionais.
Terceiro, o Antigo Testamento é uma fonte de esperança. Jeremias fala de Deus como a “esperança de Israel, seu Salvador na angústia” (14:8), e o salmista diz: “Minha alma, descanse somente em Deus, porque dEle vem a minha esperança” (Salmo 62:5).
Num mundo que do ponto de vista humano parece sem esperança, podemos sentir-nos gratos por um Deus que através da Sua Palavra nos enche de esperança. Assim como o Antigo Testamento apontava para a primeira vinda de Cristo, o Novo aponta para a segunda vinda. E precisamos lembrar que o segundo é tão verdadeiro quanto o primeiro.