Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Então, não depende do homem que deseja ou do homem que corre, mas em Deus que tem misericórdia.” Romanos 9:16, NASB.
“Misericórdia!” É A palavra-chave em Romanos 9-11. Na verdade, toda a seção culmina com a ideia de que “Deus condenou todos os homens à desobediência, para que tenha misericórdia de todos” (Rom. 11:32, RSV). A misericórdia em relação a Deus aparece nove vezes nesses três capítulos, mas apenas duas vezes no restante de Romanos.
Mas, embora Romanos 1-8 não contenha a palavra “misericórdia”, a própria ideia fundamenta esses capítulos. Afinal, Paulo havia demonstrado que todos os seres humanos pecaram e mereciam morrer. Ainda assim, Deus abriu para eles o plano de justificação pela fé, se eles apenas o aceitassem.
Assim, no próprio fundamento dos conceitos de graça e justificação pela fé está o alicerce da misericórdia de Deus. É porque Deus é misericordioso que a salvação é possível. Ele escolheu tratar homens e mulheres com misericórdia. Como resultado, como Paulo demonstrou em Romanos 9:6-13, não só Deus está livre para eleger ou predestinar, mas Ele escolheu predestinar para a salvação com base na misericórdia. Tudo o que está envolvido na missão de Deus e no plano de salvação deriva diretamente de Sua misericórdia.
O texto de hoje é especialmente claro que tudo depende da misericórdia de Deus. Os seres humanos podem desejar que Deus seja misericordioso em vez dEle aplicar a Sua justiça baseada na letra da lei, mas não importa o quanto eles quisessem, ou o quanto eles desejassem, eles não poderiam realizar ou forçar Deus a ser desse jeito.
O que traz a salvação não é o esforço humano, mas a misericórdia divina. Deus é misericordioso por escolha. Paulo emprega uma palavra pitoresca na passagem que literalmente significa correr. Era a palavra usada para corridas a pé em um estádio e implica em esforçar-se ao máximo para tentar avançar.
Mas Paulo nos lembra que todos os nossos esforços – mesmo os mais extenuantes esforços – não pode nos libertar da condenação. Tudo depende da escolha de Deus de ser misericordioso com aqueles que pecaram. Mesmo, no contexto de Romanos 9:6-13, os tratos de Deus com Abraão, Isaque e Jacó devem ser vistos em termos de Sua misericórdia, visto que cada um deles era um pecador.
Assim, misericórdia não é apenas a palavra central de Romanos 9 a 11, mas de todo o livro e todo o plano de salvação. Podemos ser gratos porque o Deus que se revelou a Moisés (e a Paulo) foi “um Deus compassivo e misericordioso, tardio em irar-se e abundante em amor constante” (Êxodo 34: 6).