Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
‘Como está escrito: “Eu amei Jacó, eu odiei Esaú”. Rom. 9:13, RSV.
Esse texto está realmente na Bíblia? Sim, duas vezes. Uma vez aqui em Romanos 9:13 e uma vez em Malaquias 1: 2, 3, a fonte da citação de Paulo.
OK, você pode estar pensando, está na Bíblia, mas temos que usá-lo como um texto de adoração? Eu não gosto disso. Por que não apenas ler nossa Bíblia como se a passagem não existisse?
Muitas vezes, simplesmente pulamos as partes da Bíblia de que não gostamos. Eu sugeriria que é melhor entender o que Deus quis dizer. Quem sabe, pode até haver uma bênção nesta passagem para nós.
Precisamos primeiro lembrar que a Bíblia nem sempre usa palavras no mesmo sentido que fazemos. Por exemplo, Jesus afirmou que devemos “odiar” nosso pai, nossa mãe e nossa esposa se quisermos ser Seus seguidores (Lucas 14:26). Como você alinha essa injunção com o quinto mandamento, que nos diz que devemos honrar nossos pais? A implicação óbvia é que não devemos odiar nossos pais no sentido moderno do termo, mas escolher colocar Cristo em primeiro lugar em nossa vida.
O mesmo se aplica ao dizer de Jesus que Seus seguidores precisavam “odiar” sua própria vida se quisessem a vida eterna (João 12:25). “Ódio” na Bíblia não implica necessariamente hostilidade agressiva. Como no caso do relacionamento de Jacó com Raquel, a quem ele amava, e Lia, a quem ele “odiava” (Gênesis 29:30, 31), as Escrituras frequentemente empregavam o termo para expressar uma preferência por uma coisa ou pessoa em relação a outra, ambos de quem se poderia sentir afeto.
Esse uso bíblico se alinha com declarações que afirmam que Deus é amor (1 João 4: 8), que Ele amou o mundo de tal maneira que enviou Jesus (João 3:16) e que ama os pecadores (Rom. 5: 8).
O fato claro é que Deus escolheu a nação (ambas as passagens que tratam de amar Jacó e odiar Esaú não se referem a indivíduos, mas a nações) fluindo de Jacó (Israel) sobre a nação que saiu de Esaú (Edom). Foi Sua escolha enviar o Messias por meio de um e não do outro.
Da mesma forma, quando a descendência de Jacó (os judeus dos dias de Cristo) rejeitou Jesus, Deus se sentiu compelido a dar a bênção de Israel a outra nação – a igreja (Mateus 21: 33-43). Assim, Paulo afirma em Romanos 9: 1-13, Deus não mudou. Ele ainda opera no princípio que fez quando escolheu Jacó em vez de Esaú. O Senhor não está cativo de nenhum grupo religioso. Suas promessas não falharam. Mas por causa da rejeição de Jesus por Israel, Ele escolheu um novo povo para cumprir Sua missão na Terra.