Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Pois Deus fez o que a lei, enfraquecida pela carne, não podia fazer: enviando seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa.” Romanos 8: 3, NRSV.
O ‘pois’, como era em Romanos 8:2, é muito importante. Coloca os dois primeiros versículos de Romanos 8 (com sua proclamação de “nenhuma condenação” e o papel do Espírito em libertar os cristãos da “lei do pecado e da morte”) firmemente no fundamento da grande obra de Cristo. É Jesus e Sua vida e morte que tornaram a salvação não apenas possível, mas uma realidade.
Mas atrás de Jesus está Deus, o Pai que enviou “seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa”. Essa frase está repleta de significado sobre Jesus, o Deus-homem. Primeiro, ele era o “próprio” Filho de Deus. Em certo sentido, poderíamos descrever todo cristão como filho (ou filha) de Deus, mas, como disse A. M. Hunter, Cristo é “o Filho por natureza” e “nós somos filhos pela graça”. Cristo não é exatamente um de nós. Ele é o Filho de Deus. É por isso que o anjo O chamou de “ente santo” ao falar com Maria (Lucas 1:35). A Bíblia diz isso de nenhuma outra criança, porque Jesus em um sentido muito significativo era diferente de outros humanos: Ele era o próprio Filho de Deus e tinha a herança direta do Espírito Santo como Seu Pai.
Por outro lado, Jesus veio “em semelhança de carne pecaminosa”. Observe como Paulo teve que ser cuidadoso aqui. Se ele tivesse dito que veio “em carne pecaminosa”, ele teria criado um desastre teológico, porque ele já havia declarado no capítulo 7 que a carne pecaminosa é incapaz de vencer o pecado. Assim, ter falado de Cristo como tendo “carne pecaminosa” como outros humanos teria logicamente levado à conclusão de que Ele era um pecador como o restante da humanidade. Mas, por outro lado, Deus precisava identificar Cristo com aqueles que Ele veio salvar. Como resultado, Paulo escolheu cuidadosamente as palavras “em semelhança de carne pecaminosa”. Assim, ele indica que Cristo participou plenamente da humanidade sem ser exatamente como as outras pessoas.
Romanos 8: 3 se alinha com a compreensão útil de Ellen White quando ela observou que “não é correto dizer, como muitos escritores disseram, que Cristo era como todas as crianças … Sua inclinação para a correção foi uma gratificação constante para seus pais.” (Youth’s Instructor, 8 de setembro de 1898). Em contraste, ela destacou que outras crianças nascem com uma “inclinação” ou inclinação natural para o mal, que por si mesmas não podem superar (Education, p. 29).
Romanos 8: 3 nos diz que porque Cristo era Deus e homem, Ele foi capaz de lidar com sucesso com o problema do pecado. Assim, toda a humanidade está em dívida com Aquele a quem Deus enviou para “salvar o seu povo dos seus pecados” (Mat. 1:21).