Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“O próprio mandamento que prometia vida provou ser morte para mim. Pois o pecado, encontrando oportunidade no mandamento, me enganou e por isso me matou.” Romanos 7:10, 11, RSV.
Paulo está certo quando disse que o mandamento prometia vida. Deus nunca pretendeu Sua lei para a morte. Ele o criou como um padrão de justiça. Apresenta os princípios que conduzem à vida. O salmista foi muito claro sobre a bem-aventurança daqueles “que andam na lei do Senhor” (Salmo 119: 1, 2). E até mesmo Jesus disse a um intérprete da lei judeu que se ele guardasse a lei viveria (Lucas 10:28).
O problema é que, desde a queda de Adão, tem sido impossível para as pessoas obedecerem totalmente à lei de Deus. Ellen White deixa esse ponto explícito quando escreve que “era possível para Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas ele falhou em fazer isso, e por causa de seu pecado nossa natureza caiu e nós não podemos nos tornar justos. Visto que somos pecadores, ímpios, não podemos obedecer perfeitamente à santa lei” (Caminho para Cristo, pág. 62).
Mas o pecado não nos diz isso. Em vez disso, nos assegura que, se tentarmos o suficiente, nos tornaremos bons o suficiente, que podemos até mesmo nos tornar perfeitos sem pecado por meio da obediência à lei. Ou, como diz Paulo, “o pecado, encontrando oportunidade no mandamento”, faz nos enganar ao acreditar em uma mentira.
A mentira é que podemos fazer isso por conta própria, que podemos nos tornar boas pessoas ao guardar a lei, que podemos até mesmo fazer com que Deus pareça bom fazendo o que Ele ordenou. O engano que prendeu Paulo e outros é que ninguém espera que o mandamento de Deus seja a ocasião da morte. Visto que a lei parece ser o caminho para a vida, quando na verdade não é, o pecado utiliza o mal-entendido para causar a morte.
É interessante que toda religião falsa, incluindo abordagens errôneas do cristianismo, de uma forma ou de outra se baseia no esforço próprio, na justiça própria e na autoconfiança. O Desire of Ages [Desejado de Todas as Nações] afirma que “o princípio de que o homem pode salvar a si mesmo por suas próprias obras está na base de toda religião pagã; tinha… se tornado o princípio da religião judaica” (pp. 35, 36).
A lei, com todos os seus pontos positivos, nunca procurou salvar [ninguém] do pecado. Acreditar nisso só nos levará à morte eterna. Suponho que se Paulo pudesse ter apenas um lema, seria “Olhe para Jesus”.