por Ellen White
Parábolas de Jesus
Este capítulo é baseado em Salmo 40: 8; Malaquias 3:17; Mateus 3: 2,17; 5: 47; 15: 6, 9; 21: 23 – 46; João 1: 29;4: 34; 6: 37; 13: 17; 14: 15 – 24; 15: 10; Hebreus 4: 7; 2 Pedro 1: 27;
“Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro.” Mateus 21:28-31.
No sermão da montanha, disse Cristo: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus.” Mateus 7:21. A prova de sinceridade não está nas palavras, mas nos atos. Cristo não diz a ninguém: Que dizeis mais do que os outros? porém: “Que fazeis de mais?” Mateus 5:47. Cheias de significação são Suas palavras: “Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” João 13:17. As palavras não são de valor algum se não forem acompanhadas de atos equivalentes. Esta é a lição ensinada na parábola dos dois filhos.
Esta parábola foi pronunciada na última visita de Cristo a Jerusalém, antes de Sua morte. Expulsara do templo os vendedores e compradores. Sua voz lhes falara ao coração com o poder de Deus. Assombrados e terrificados, obedeceram ao mando sem recusa nem resistência.
Abatido o terror, os sacerdotes e anciãos, voltando ao templo, encontraram Cristo curando os enfermos e moribundos. Ouviram vozes de alegria e cânticos de louvor. No próprio templo as crianças, a quem restaurara a saúde, acenavam ramos de palmeiras e cantavam hosanas ao Filho de Davi. Criancinhas balbuciavam os louvores do poderoso Médico. Contudo para os sacerdotes e anciãos isto não bastava para vencer os preconceitos e ciúmes.
Quando, no dia seguinte, Cristo ensinava no templo, os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo foram ter com Ele, e disseram: “Com que autoridade fazes isso? E quem Te deu tal autoridade?” Mateus 21:23.
Os sacerdotes e anciãos tiveram uma insofismável demonstração do poder de Cristo. Na purificação do templo, viram a autoridade do Céu irradiando de Seu semblante. Não puderam resistir ao poder com que falara. Além disso, respondera-lhes pelas maravilhosas curas. Dera, de Sua autoridade, provas que não podiam ser refutadas. Mas não era evidência o que desejavam. Os sacerdotes e anciãos estavam ansiosos por Jesus Se proclamar o Messias, para mal interpretarem-Lhe as palavras e incitarem contra Ele o povo. Desejavam aniquilar Sua influência e matá-Lo.
Jesus sabia que se não reconheciam a Deus na pessoa dEle, nem viam em Suas palavras a evidência de Seu divino caráter, não creriam no próprio testemunho de que era o Cristo. Em Sua resposta evitou a cilada a que esperavam induzi-Lo, e voltou sobre eles mesmos a condenação. “Também vos perguntarei uma coisa”, disse Ele, “se ma disserdes, também Eu vos direi com que autoridade faço isso. O batismo de João donde era? Do Céu ou dos homens?” Mateus 21:24, 25.
Os sacerdotes e maiorais ficaram perplexos. “E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: do Céu, Ele nos dirá: Então, por que não o crestes? E, se dissermos: dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem Eu vos digo com que autoridade faço isso.” Mateus 21:25-27.
“Não sabemos.” Essa resposta era uma falsidade. Mas os sacerdotes viram a posição em que estavam e dissimularam, com o fim de se defender. João Batista viera testemunhando dAquele cuja autoridade então discutiam. Apontara a Ele, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Ele O batizara, e depois do batismo, quando Cristo orava, o Céu se abriu, e o Espírito de Deus repousou sobre Ele como uma pomba, enquanto se ouviu uma voz do Céu, dizendo: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo.” Mateus 3:17.
Lembrando-se de como João repetira as profecias a respeito do Messias, recordando a cena do batismo de Jesus, os sacerdotes e maiorais não ousaram dizer que o batismo de João era do Céu. Se reconhecessem a João como profeta, como criam que fosse, como poderiam negar seu testemunho de que Jesus de Nazaré era o Filho de Deus? E não podiam dizer que o batismo de João era dos homens por causa do povo que cria que João fosse profeta. Assim, disseram: “Não sabemos.”
Deu, então, Cristo a parábola do pai e dos dois filhos. Quando o pai foi ao primeiro, dizendo: “Vai trabalhar hoje na minha vinha”, o filho prontamente respondeu: “Não quero.” Mateus 21:28, 29. Recusou obedecer, e entregou-se a companhia e procedimentos ímpios. Mas depois se arrependeu e obedeceu ao chamado.
O pai foi ao segundo, com a mesma ordem: “Vai trabalhar hoje na minha vinha.” Esse filho replicou: “Eu vou, senhor”; porém, não foi. Mateus 21:30.
Nessa parábola o pai representa Deus, a vinha, a igreja. Pelos dois filhos são representadas duas classes de pessoas.
O filho que recusou obedecer à ordem, dizendo: “Não quero”, representa aqueles que vivem em transgressão aberta, que não fazem profissão de piedade, que declaradamente recusam submeter-se ao jugo de restrição e obediência que a lei de Deus impõe. Muitos destes, porém, se arrependeram depois e obedeceram ao chamado divino. Quando o evangelho os atingiu, na mensagem de João Batista: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus”, arrependeram-se e confessaram seus pecados. Mateus 3:2.
No filho que disse: “Eu vou, senhor” (Mateus 21:30), e não foi, revelou-se o caráter dos fariseus. Como esse filho, os guias judeus eram impenitentes e presunçosos. A vida religiosa da nação judaica tornara-se formalidade. Ao ser proclamada a lei no monte Sinai, pela voz de Deus, todo o povo se comprometeu a obedecer. Disseram: “Eu vou, senhor”, porém não foram. Quando Cristo veio em pessoa para lhes apresentar os princípios da lei, rejeitaram-nO. Cristo dera aos guias judeus de Seu tempo provas abundantes de Sua autoridade e poder divinos, e embora convictos, não quiseram aceitar a evidência. Cristo lhes mostrou que continuavam a descrer porque não possuíam o espírito que conduz à obediência. Declarara-lhes: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” Mateus 15:6, 9.
Na multidão que estava perante Jesus, havia escribas e fariseus, sacerdotes e maiorais, e depois de ter apresentado a parábola dos dois filhos, Jesus perguntou: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” Esquecendo-se de si mesmos os fariseus responderam: “O primeiro.” Isto disseram sem perceber que pronunciavam sentença contra si mesmos. Então Cristo fez a denúncia: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer.” Mateus 21:31, 32.
João Batista apresentou-se pregando a verdade, e por sua pregação os pecadores eram convencidos e convertidos. Estes entrariam no reino dos Céus antes daqueles que em justiça própria resistiam à solene advertência. Os publicanos e meretrizes eram ignorantes, porém estes homens cultos conheciam o caminho da verdade. Contudo recusavam andar no caminho que conduz ao Paraíso de Deus. A verdade que deveria haver sido para eles um cheiro de vida para vida, tornou-se um cheiro de morte para morte. Pecadores declarados, que se aborreciam a si mesmos, receberam das mãos de João o batismo, porém esses mestres eram hipócritas. Seu coração obstinado era o obstáculo para a aceitação da verdade. Resistiam à convicção do Espírito de Deus. Negavam obediência aos Seus mandamentos.
Cristo não lhes disse: Vós não podeis entrar no reino do Céu; porém, mostrou que eles mesmos criavam o obstáculo que lhes embargava a entrada. A porta ainda estava aberta para esses guias judeus; o convite ainda era mantido. Cristo anelava vê-los convencidos e conversos.
Os sacerdotes e anciãos de Israel passavam a vida em cerimônias religiosas que consideravam muito sagradas para ligá-las com negócios seculares. Por isso sua vida era tida como inteiramente religiosa. Eles, porém, executavam as cerimônias para serem vistos dos homens, para que fossem considerados pelo mundo piedosos e devotos. Ao passo que professavam obedecer, recusavam prestar obediência a Deus. Não eram praticantes da verdade que pretendiam ensinar.
Cristo declarou que João Batista era um dos maiores profetas, e mostrou aos ouvintes que tinham prova suficiente de que João era um mensageiro de Deus. As palavras do pregador no deserto eram poderosas. Apresentou sua mensagem inflexivelmente, repreendendo os pecados dos sacerdotes e maiorais, e prescrevendo-lhes as obras do reino dos Céus. Apontou-lhes o desrespeito pecaminoso à autoridade de seu Pai por eximirem-se ao cumprimento da tarefa a eles imposta. Não condescendeu com o pecado, e muitos se arrependeram de sua injustiça.
Fosse genuína a profissão dos guias judeus, e teriam recebido o testemunho de João e aceito a Jesus como o Messias. Mas não produziram os frutos do arrependimento e justiça. Justamente aqueles que desprezavam, os precediam no reino de Deus. PJ 145.3
Na parábola, o filho que disse: “Eu vou, senhor”, apresenta-se como fiel e obediente; porém o tempo mostrou que sua pretensão não era real. Não tinha verdadeiro amor ao pai. Assim os fariseus orgulhavam-se de sua santidade; porém, quando provados, foram achados em falta. Quando era de seu interesse, cumpriam exatamente as exigências da lei; mas, ao ser-lhes requerido obediência, anulavam toda a força dos preceitos de Deus por meio de ardilosos enganos. Deles declarou Cristo: “Não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.” Mateus 23:3. Não possuíam verdadeiro amor a Deus e aos homens. Deus os chamou para serem Seus colaboradores no abençoar o mundo; mas se bem que nominalmente aceitavam a chamada, na prática negavam obediência. Confiavam em si mesmos e orgulhavam-se de sua bondade; mas desprezavam os mandamentos de Deus. Recusavam fazer a obra que Deus lhes prescrevera, e por causa de sua transgressão o Senhor estava prestes a divorciar-Se da nação desobediente.
Justiça própria não é verdadeira justiça, e aqueles que a ela se apegam terão que sofrer as consequências de uma decepção fatal. Muitos hoje em dia presumem obedecer aos mandamentos de Deus, todavia não possuem no coração o amor de Deus para transmiti-lo a outros. Chama-os Cristo para se unirem com Ele em Sua obra de salvar o mundo, porém contentam-se com dizer: “Eu vou, Senhor.” Não vão, entretanto. Não cooperam com aqueles que estão executando a obra de Deus. São ociosos. Como o filho infiel, fazem falsas promessas a Deus. Assumindo o solene convênio da igreja, comprometeram-se a receber a Palavra de Deus, obedecer-lhe, entregar-se a Seu serviço, porém não fazem isto. Nominalmente professam ser filhos de Deus, mas na vida e no caráter desmentem o parentesco. Não rendem a vontade a Deus. Vivem uma mentira.
A promessa de obediência aparentam cumprir quando esta não exige sacrifício; mas quando são requeridas abnegação e renúncia, quando veem a cruz para ser levada, retrocedem. Deste modo a convicção do dever desaparece, e a transgressão consciente dos mandamentos de Deus torna-se um hábito. O ouvido pode escutar a Palavra de Deus, mas, a percepção espiritual está desligada. O coração está endurecido, e a consciência cauterizada.
Não pense que você serve a Cristo porque não Lhe manifesta aberta hostilidade. Desse modo enganamos a nós mesmos. Retendo aquilo que Deus nos outorgou para usar em Seu serviço, seja tempo ou meios ou qualquer outra dádiva por Ele concedida, trabalhamos contra Ele.
Satanás usa a sonolenta e descuidada indolência de professos cristãos para se fortificar e conquistá-los para si. Muitos que presumem que embora não estejam trabalhando ativamente para Cristo, estão contudo a Seu lado, habilitam o inimigo a ocupar terreno e obter vantagens. Deixando de ser obreiros diligentes do Mestre, deixando deveres por cumprir e palavras por pronunciar, permitem que Satanás alcance domínio sobre as pessoas que podiam ser ganhas para Cristo.
Jamais poderemos ser salvos na indolência e inatividade. Não há pessoa verdadeiramente convertida que viva vida inútil e ociosa. Não nos é possível deslizar para dentro do Céu. Nenhum preguiçoso pode entrar lá. Se não nos esforçarmos para conseguir entrada no reino, se não procurarmos sinceramente aprender o que constitui suas leis, não estaremos aptos para dele participar. Quem recusa cooperar com Deus na Terra, não cooperaria com Ele no Céu. Não seria seguro levá-los para lá.
Mais esperança há para os publicanos e pecadores do que para os que conhecem a Palavra de Deus, e recusam obedecer-lhe. O homem que se vê pecador, sem paliativo para seu pecado, que sabe estar corrupto de alma, corpo e espírito perante Deus, torna-se alarmado, com medo de ser separado eternamente do reino dos Céus. Reconhece sua condição enferma, e procura remédio do grande Médico, que disse: “O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” João 6:37. Essas pessoas o Senhor pode usar como obreiros em Sua vinha.
O filho que por algum tempo negou obedecer ao mandado do pai não foi condenado por Cristo; mas, tampouco foi louvado. A classe que age como o primeiro filho, recusando obediência, não merece louvor por seu procedimento. Sua franqueza não deve ser considerada virtude. Santificada pela verdade e santidade tornaria os homens testemunhas destemidas para Cristo. Usada como é pelo pecador, porém, é insultante e arrogante, e aproxima-se da blasfêmia. O fato de um homem não ser hipócrita não lhe diminui a pecaminosidade. Quando os apelos do Espírito Santo atingirem ao coração, nossa única segurança está em a eles responder sem tardar. Quando vier o chamado: “Vai trabalhar hoje na Minha vinha”, não recuseis o convite. “Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração.” Hebreus 4:7. É perigoso postergar a obediência. Podeis nunca mais ouvir o convite.
E ninguém se lisonjeie de que o pecado acariciado algum tempo pode ser deixado facilmente aos poucos. Não acontece assim. Todo pecado acariciado debilita o caráter e fortalece o hábito; a depravação física, mental e moral é a consequência. Podeis arrepender-vos do erro que cometestes, e pôr os pés no caminho justo, porém, o molde de vosso espírito e a familiaridade com o mal vos tornarão difícil distinguir entre o bem e o mal. Pelos maus hábitos formados, Satanás vos atacará sempre e sempre.
No mandamento: “Vai trabalhar hoje na Minha vinha”, é provada a sinceridade de todo ser humano. Haverá ações tão boas quanto as palavras? Utilizará o que foi chamado todo o conhecimento que possui, trabalhando fiel e desinteressadamente para o Proprietário da vinha?
O apóstolo Pedro nos ensina a respeito do plano, segundo o qual devemos trabalhar. “Graça e paz vos sejam multiplicadas”, disse ele, “pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Visto como o Seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento dAquele que nos chamou por Sua glória e virtude, pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo.
“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade.” 2 Pedro 1:2-7.
Se você cultivar fielmente a vinha de sua vida, Deus o fará colaborador Seu. E você terá que fazer uma obra não somente para você, mas também para os outros. Representando a igreja como a vinha, Cristo não nos ensina a restringir nossa simpatia e trabalho aos membros. A vinha do Senhor deve ser ampliada. Deseja Ele que se estenda a todas as partes da Terra. Recebendo instrução e graça de Deus, devemos ensinar a outros como devem ser tratadas as preciosas plantas. Assim ampliaremos a vinha do Senhor. Deus aguarda evidências de nossa fé, amor e paciência. Procura ver se usamos toda faculdade espiritual para nos tornarmos obreiros peritos em Sua vinha na Terra, para que possamos entrar no Paraíso de Deus, aquele lar do Éden, do qual Adão e Eva foram expulsos pela transgressão.
A posição de Deus para com os Seus é a de um pai, e tem o direito de pai ao nosso serviço fiel. Considerai a vida de Cristo. Sendo a cabeça da humanidade, servindo o Pai, é um exemplo do que cada filho deve e pode ser. A obediência que Cristo prestava, Deus requer hoje da humanidade. Servia a Seu Pai com amor, voluntariedade e livremente. “Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu”, declarava Ele, “sim, a Tua lei está dentro do Meu coração.” Salmos 40:8. Cristo não considerava sacrifício algum muito grande, nem trabalho algum pesado demais para executar a obra que viera fazer. Na idade de doze anos dizia: “Não sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?” Lucas 2:49. Ouvira o chamado, e iniciara a obra. Disse Ele: “A Minha comida é fazer a vontade dAquele que Me enviou e realizar a Sua obra.” João 4:34.
Assim devemos servir a Deus. Somente O serve aquele que age segundo a mais alta norma de obediência. Todos quantos querem ser filhos e filhas de Deus precisam provar ser coobreiros de Deus, de Cristo e dos anjos celestiais. Esta é a prova para cada alma. Daqueles que O servem fielmente o Senhor diz: “Eles serão Meus, … naquele dia que farei, serão para Mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.” Malaquias 3:17.
O grande objetivo de Deus na execução de Suas providências é provar os homens e dar-lhes oportunidades para desenvolver o caráter. Deste modo prova se são obedientes ou não a Seus mandamentos. Boas obras não adquirem o amor de Deus, porém revelam que possuímos esse amor. Se rendermos a vontade a Deus, não trabalharemos com o fim de merecer o Seu amor. Seu amor, como dádiva livre, será acolhido no coração, e impelido pelo mesmo nos deleitaremos em obedecer aos Seus mandamentos.
Há no mundo hoje somente duas classes, e somente essas duas serão reconhecidas no Juízo — os que violam a lei de Deus, e os que a ela obedecem. Cristo nos dá a prova pela qual demonstramos nossa lealdade ou deslealdade. Diz Ele: “Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos. Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a ele. Quem não Me ama não guarda as Minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é Minha, mas do Pai que Me enviou.” João 14:15, 21, 24. “Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor.” João 15:10.