Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Até a Lei o pecado estava no mundo; mas o pecado não é imputado quando não há lei. No entanto, a morte reinou de Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram na semelhança da ofensa de Adão.” Romanos 5:13, 14, NASB.
Quase se pode ouvir o funcionamento de algumas mentes ao ler as palavras de Paulo em Romanos 5:12. Como ele pode dizer que todas as pessoas pecaram e, portanto, estão sujeitas à morte? Afinal, eles não tinham a lei de Moisés. E o apóstolo não mencionou em Romanos 4:15 que “onde não há lei não há transgressão” (RSV)?
Paulo, como sempre, responde agressivamente no versículo 13: É claro que o pecado estava no mundo antes da vinda da lei. Ele poderia ter puxado algumas ilustrações. O pecado e seus resultados são os principais temas da Bíblia durante todo o período patriarcal. A existência do pecado antes da promulgação da lei no Sinai é um fato que nenhum dos leitores de Paulo duvidaria.
Nesse ponto, ele observa que “o pecado não se conta onde não há lei” (Rom. 5:13, RSV). Isso é confuso. O que Paulo quer dizer? Ele não pode estar sugerindo que as pessoas não foram responsabilizadas. Afinal, eles morreram. E além disso, como ele observou em Romanos 1 e 2, todos, por meio da natureza e da consciência, têm conhecimento do certo e do errado. A tradução de hoje, segundo C. E. B Cranfield, nos ajuda a ver o ponto de Paulo: “na ausência da lei, o pecado não é registrado com total clareza.” Ele acrescentou as três palavras em itálico para indicar que Paulo está dizendo que “na ausência da lei o pecado não é definido claramente, explicitamente mostrada em seu verdadeiro caráter, que se torna quando a lei está presente.” Essa interpretação se baseia no comentário anterior de Paulo em Romanos 3:20 de que é por meio da lei que conhecemos o pecado. Assim, a ordem “não matarás” é muito mais clara do que simplesmente ter uma consciência inquieta sobre tais ações. A lei torna a vontade de Deus bem explícita.
Paulo agora está pronto para o versículo 14, no qual ele enfatiza que a morte ainda reinava durante o intervalo entre Adão e Moisés, embora as pessoas que viviam naquela época não tivessem um mandamento definido no mesmo sentido que Adão tinha em Gênesis 2:17 (não comer da árvore) ou que Israel teve depois que Moisés recebeu os dez mandamentos.
Mais uma vez, Paulo está enfatizando o propósito da lei. Esclarecendo a vontade de Deus torna as pessoas responsáveis. E quebrá-la significa morte eterna. Paulo nunca para de apontar que é desse final triste que Cristo quer nos salvar. Todos pecaram e todos precisam da expiação de Cristo.