por Ellen White
Os seres humanos pertencem a uma grande família — a família de Deus. Determinou o Criador que respeitassem e amassem uns aos outros, manifestando sempre puro e abnegado interesse no bem-estar mútuo. Mas tem sido o alvo de Satanás levar os homens a pôr o eu em primeiro lugar; e, entregando-se eles ao seu controle, têm desenvolvido um egoísmo que enche o mundo de miséria e luta, pondo os seres humanos em desavença uns com os outros.
O egoísmo é a essência da depravação, e, devido a se terem os seres humanos submetido ao seu poder, o que se vê no mundo é o oposto à fidelidade a Deus. Nações, famílias, e indivíduos estão cheios do desejo de fazer do eu um centro. O homem almeja governar sobre os seus semelhantes. Afastando-se de Deus e de seus semelhantes em seu egotismo, segue suas irrefreadas inclinações. Age como se o bem dos outros dependesse de se submeterem a sua supremacia.
O egoísmo tem causado discórdia na igreja, enchendo-a de ambição não santificada. […] O egoísmo destrói a semelhança com Cristo, enchendo o homem de amor-próprio. Leva a contínuo afastamento da justiça. Cristo diz: “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus.” Mas o amor-próprio é cego para com a perfeição que Deus requer. […]
Cristo veio ao mundo para revelar o amor de Deus. Devem Seus seguidores continuar a obra que Ele começou. Esforcemo-nos por ajudar e fortalecer uns aos outros. A maneira em que se pode alcançar a verdadeira felicidade é buscar o bem alheio. Não trabalha o homem contra os seus próprios interesses, quando ama a Deus e aos seus semelhantes. Quanto mais destituído de egoísmo for o seu espírito, tanto mais feliz será, porque está cumprindo o propósito de Deus para Ele. O fôlego divino é soprado através dele, tornando-o pleno de alegria. Para ele, a vida é um sagrado depósito, preciosa aos seus olhos porque foi dada por Deus para ser gasta no serviço 16 Um conflito de princípios 17 em favor dos outros. — The Review and Herald, 25 de Junho de 1908.
Uma luta desigual — É o egoísmo o mais forte e mais generalizado dos impulsos humanos; a luta da pessoa entre a simpatia e a cobiça é uma luta desigual; pois, ao passo que o egoísmo é a paixão mais forte, o amor e a beneficência são frequentemente os [16] mais fracos, e, em regra, o mal ganha a vitória. Portanto, em nosso trabalho e nas nossas dádivas à causa de Deus, não é seguro ser dominado pelos sentimentos ou pelo impulso. Dar ou trabalhar quando são despertadas as nossas simpatias, e reter nossas dádivas ou serviço quando as emoções não são estimuladas, é rumo inseguro e perigoso. Se somos controlados pelo impulso ou mera simpatia humana, então, nos poucos casos em que nossos esforços em prol dos outros são pagos com a ingratidão, ou em que as nossas dádivas são mal-usadas ou dissipadas, bastará congelar as fontes da beneficência. Devem os cristãos agir guiados por princípios fixos, seguindo o exemplo de abnegação e de sacrifício-próprio do Salvador. — The Review and Herald, 7 de Dezembro de 1886.
A tônica dos ensinos de Cristo — A abnegação é a nota tônica dos ensinos de Cristo. Frequentemente é ela ordenada aos crentes em linguagem que parece autoritária, por não haver outro meio de salvar o homem senão separá-lo de sua vida de egoísmo. Cristo deu, em Sua vida na Terra, verdadeira apresentação do poder do evangelho. […] A toda pessoa que com Ele sofra resistindo ao pecado, trabalhando em Sua causa, na abnegação para bem dos outros, promete uma parte na recompensa eterna dos justos. Pelo exercício do espírito que caracterizou as atividades de Sua vida, devemos tornar-nos participantes de Sua natureza. Participando, nesta vida de sacrifício por amor aos outros, com Ele partilharemos, na vida por vir, de “um peso eterno de glória mui excelente”. — The Review and Herald, 28 de Setembro de 1911.
Os frutos do egoísmo — Os que permitem que o espírito de cobiça tome posse de si, acariciam e desenvolvem os traços de caráter que lhes colocarão o nome como idólatras no livro de registro do Céu. Todos estes são classificados com os ladrões, insultadores e extorsionários, nenhum dos quais, declara a Palavra divina, herdará o reino de Deus. “O ímpio se vangloria do desejo do seu coração, e abençoa o cobiçoso, a quem o Senhor aborrece.” Os atributos do 18 Conselhos sobre Mordomia avarento opõem-se sempre ao exercício da beneficência cristã. Os frutos do egoísmo sempre se revelam na negligência do dever, e na falta de uso dos dons que Deus confiou para o avanço de Sua obra. — The Review and Herald, 1 de Dezembro de 1896.
A morte de toda piedade — Cristo é o nosso exemplo. Deu Sua vida como um sacrifício por nós, e nos pede que demos nossa vida em sacrifício por outros. Assim poderemos nós afastar o egoísmo que Satanás está constantemente se esforçando por nos implantar no coração. Esse egoísmo é a morte de toda piedade, e só pode ser vencido ao manifestar amor a Deus e aos nossos semelhantes. Cristo não permitirá que uma pessoa egoísta entre nas cortes celestes. Nenhum cobiçoso poderá passar pelos portais de pérola; pois toda [17] cobiça é idolatria. — The Review and Herald, 11 de Junho de 1899.