O Apocalipse de João: Satanás e seus Aliados – Comentário Dr. Ranko Stefanovic -Capítulo 13 – parte 5

Em Apocalipse 13, a visão de João passa a se concentrar em uma besta monstruosa que surge do mar. Na Bíblia, a figura de uma besta é símbolo de um poder político; já o mar representa as condições sociais e políticas tempestuosas, da qual emergem os poderes malignos que atacam o povo de Deus (cf. Daniel 7:2, 3).

Descrição da besta (13:1-4)

João descreve a besta ao vê-la emergir da água. Primeiro vêm à tona os dez chifres e, sobre eles, as coroas de autoridade política. Esses dez chifres encontram correspondência nos dez chifres de Daniel 7, que simbolizam a divisão do lmpério Romano e as nações que surgiram após sua queda (Daniel 7:24).1 Em seguida, aparecem sete cabeças com nomes de blasfêmias sobre elas. As cabeças da besta são os poderes usados por Satanás para perseguir o povo de Deus no decorrer da história (Apocalipse 17:9-11). Os nomes de blasfêmias apontam para os títulos divinos que a besta reivindica. Embora as coroas estejam nos chifres e não nas cabeças, essa descrição da besta espelha a caracterização do dragão em Apocalipse 12:3, mostrando que esse poder é um representante legítimo do dragão.

À medida que a besta finalmente sai da água, João vê que as partes do corpo daquele estranho animal se assemelham ao leopardo, ao urso e ao leão. Logo, essa besta combina as características dos quatro animais que vêm do mar em Daniel 7:2 a 8, representando quatro reinos mundiais: Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma (v. 17). Contudo, João os cita na ordem contrária, mostrando que a besta do mar corresponde ao quarto animal de Daniel7, que apareceu como sucessor dos três reinos que vieram antes dele (Daniel 7:7).

0 fato de que os dez chifres da besta do mar têm uma coroa real mostra que o poder representado pela besta do mar aparece após a queda do lmpério Romano, um período em que as nações resultantes surgiram e exerceram autoridade política.

Satanás delega poder e autoridade à besta: “E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (Apocalipse 13:2). Essa cena copia a entronização de Cristo em Apocalipse 5. Assim como o Pai deu Seu trono e autoridade a Cristo (cf. Apocalipse 2:27; 3:21), o dragão concede seu trono e autoridade à besta, investindo-a como sua corregente e representante na Terra. Isso confirma que a besta do mar desempenha a função de segundo membro da falsa trindade. Essa aliada de Satanás quer tomar o lugar de Jesus Cristo na mente e no coração do povo.

João prossegue dizendo que, em determinado momento da história, uma das cabeças da besta recebe uma ferida mortal que causa sua morte.

Mas a ferida mortal é curada e a besta é trazida de volta à vida (Apocalipse 13:3). Isso espelha a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. No grego, a mesma palavra usada para se referir à morte da besta é utilizada para se referir à morte de Cristo, o Cordeiro (Apocalipse 5:6). Essas três fases da existência da besta do mar são definidas em Apocalipse 17:8 em termos da besta que “era e não é” e “está para emergir”. Essa descrição consiste em uma antítese do título divino: “Aquele que era, que é e que há de vir” (Apocalipse 4;8; cf. 1:4).

A ressurreição da besta provoca um deslumbramento entre os habitantes da Terra. Em admiração, eles adoram tanto a besta quanto o dragão que está por detrás dela, dizendo: “Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Apocalipse 13:4). Essa declaração implica que ninguém é semelhante a besta nem capaz de guerrear contra ela. A frase “Quem é semelhante à besta?” contrasta com “Quem é como Deus?” (cf. Êxodo 15:11; Salmo 35:10; Miquéias 7:18).

A expressão “Quem é como Deus?” está relacionada ao significado hebraico do nome Miguel, o mesmo que derrota o dragão no Céu (Apocalipse 12:7). Levando em conta essa compreensão, parece evidente que a besta do mar é uma aliada de Satanás no tempo do fim. Ela realiza sua missão enganadora se apresentando como uma contrafação de Jesus Cristo e Seu ministério de salvação.

Atividades da besta (13:5-10)

As atividades da besta são descritas como uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias durante o período profético de 42 meses. Essas atitudes da besta ecoam a atividade do poder antidivino do chifre pequeno, proveniente da quarta besta em Daniel 7. Os paralelos entre as duas visões mostram que Daniel 7 e Apocalipse 13 lidam com o mesmo poder terreno.

Em primeiro lugar, as blasfêmias da besta do mar envolvem o nome de Deus (Apocalipse 13:5, 6). No Novo Testamento, blasfêmia denota reivindicar igualdade com Deus (João 10:33; Mateus 26:63~65) ou prerrogativas divinas (Marcos 2:7).

A besta do mar de Apocalipse 13 reivindica os títulos de Deus e prerrogativas que pertencem somente a Ele.

Segundo, as blasfêmias da besta do mar são dirigidas contra o tabernáculo de Deus e aqueles que habitam nele. A morada do Senhor é o santuário no Céu onde Cristo ministra em favor de Seu povo. A besta do mar nega a obra mediadora de Cristo no santuário celestial e tenta substituí-la por um sistema humano de salvação e perdão de pecados.

Que poder terreno a besta do mar representa? 0 texto revela que este poder é o sucessor do lmpério Romano` e exerce sua autoridade e domínio durante o período profético de 42 meses ou 1.260 dias – o mesmo período de atuação do chifre pequeno em Daniel 7. 0 único período que se encaixa corretamente dentro dessa estrutura temporal é a ldade Média. Naquele período, a igreja romana exercia opressão política e religiosa. Portanto, Apocalipse 13 consiste na profecia da maior apostasia da história da igreja cristã.

A ascensão da igreja medieval ao poder foi gradual. Em 538 d.C„ a igreja Católica Romana havia se estabelecido como um poder eclesiástico e continuou a dominar o mundo ocidental ao longo de toda a ldade Média.

Essa data marca o início do período profético de 42 meses ou 1.260 dias, que simbolizam anos. A igreja estatal da Europa ocidental alegava que o papa era seu cabeça, com posição e prerrogativas divinas. Essas afirmações foram reiteradas em tempos modernos pela declaração do papa Leão XIII: “Nós [papas] ocupamos nesta Terra o lugar do Deus Todo-Poderoso.”2

Além disso, o ministério expiatório de Cristo no santuário celestial foi substituído pela pretensão do sacerdócio de perdoar pecados. Todos que insistiam em viver de acordo com a Bíblia, em vez de seguir a religião instituída, sofriam perseguição ou martírio. Os historiadores creem que milhões de cristãos foram martirizados por sua fidelidade aos ensinos bíblicos. Embora nos tempos modernos, marcados pelo ecumenismo e pela tolerância religiosa, essas declarações sejam consideradas duras e injustas, o presente não pode apagar realidades e fatos históricos.

Em 1798, o exército de Napoleão provocou uma ferida mortal na besta do mar ao capturar o papa Pio VI, marcando a queda do papado e a conclusão do período profético de 1.260 dias. A religião instituída pelo Estado e a teologia teocêntrica que dominaram o mundo ocidental por séculos foram substituídas pela perspectiva materialista e antropocêntrica do mundo moderno.

No entanto, Apocalipse 13 prossegue dizendo que o poder político~ religioso usado por Satanás durante a ldade Média, gravemente ferido pela Revolução Francesa, se levantaria de novo e exerceria seu poder opressor sobre o mundo. A cura da ferida mortal da besta encheria os habitantes do mundo de respeito e admiração: “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8). E o que causará a cura da ferida mortal da besta? A resposta está na descrição do outro poder terreno que surge no cenário mundial – um poder que desempenhará um papel-chave no reavivamento da autoridade medieval opressora e forçará sua aceitação por parte dos habitantes da Terra.

A besta da terra

A segunda besta provém da terra – a mesma terra que, em Apocalipse 12:14 a 16, salvou a mulher da torrente de água lançada pelo dragão durante o período profético de 1.260 anos. Isso revela que o poder representado pela besta da terra ocorre em um território amigável para a igreja, em algum momento posterior à era medieval. Ao passo que a primeira besta surge do mar, essa provém da terra. Quando mencionados juntos no Apocalipse, a terra e o mar representam todo o planeta (cf. Apocalipse 10:2), o que dá um desta- que global ao embuste de Satanás no tempo do fim.

Em síntese, a besta da terra revela as seguintes características:

• Sobe ao poder mundial depois que a besta do mar recebe uma ferida mortal, após a Revolução Francesa. Trata-se de um poder exclusivo do tempo do fim.

• Apresenta uma aparência inofensiva e semelhante a Cristo, usurpando dEle o símbolo de cordeiro.

• Tem aspecto de cordeiro, porém revela espírito satânico, uma vez que fala como dragão – uma alusão clara à serpente do jardim do Éden (Gênesis 3:1-5).

Esse poder terreno do tempo do fim é uma verdadeira paródia do Espírito Santo. De acordo com o evangelho de João, o propósito do Espírito Santo é exercer a autoridade de Cristo, conduzindo as pessoas a Jesus (João 15:26; 16:13, 14). Da mesma forma, a besta da terra exerce toda a autoridade da besta do mar, conduzindo as pessoas a ela (Apocalipse 13:12).

A “autoridade da primeira besta” (v. 12) se refere ao poder coercitivo que a igreja medieval exerceu durante o período profético de 42 meses (v. 5-8), impondo doutrinas e práticas contrárias aos ensinos bíblicos. Quem não aceitava os ensinos da igreja instituída sofria perseguição e martírio. Ao exercer essa autoridade medieval, a besta da terra faz com que as pessoas do mundo “adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada” (v. 12), contrafazendo dessa maneira o papel do Espírito Santo de dirigir adoração a Cristo.

Como a besta da terra consegue fazer isso? Conforme revelado no texto, na fase inicial de sua atuação, ela realiza sinais milagrosos para convencer as pessoas (v. 13, 14; cf. 2 Tessalonicenses 2:8-10), ao passo que recorre à coerção na etapa final (Apocalipse l3:15-17). Assim como o Espírito santo realizava sinais milagrosos para convencer as pessoas a aceitar Jesus Cristo e adorá-Lo, essa contrafação tenta enganar as pessoas por meio de sinais e milagres enganosos, persuadindo-as a adorar a besta do mar.

0 maior sinal realizado pela besta da terra é fazer com que caia fogo do céu (v. 13). Isso lembra a ocasião em que Elias fez descer fogo do céu, a fim de demonstrar que Yahweh era o único Deus verdadeiro (1Reis 18:38). A besta semelhante ao cordeiro imita o papel profético de Elias e é rotulada de falso profeta ao longo de todo o Apocalipse. 0 fogo que a besta faz descer do céu também falsifica o Pentecostes, no qual línguas de fogo desceram do céu sobre os discípulos (Atos 2:3). Assim, é possível concluir que o fogo trazido do céu tem o objetivo de imitar o poder de Deus e enganar as pessoas, convencendo-as de que esses sinais milagrosos são manifestações do poder divino.

0 único poder mundial no período pós-medieval que se adequa à descrição da besta com aparência de cordeiro em Apocalipse 13 é a nação americana protestante. Apocalipse 13 mostra que os Estados Unidos da América, que historicamente foram um refúgio seguro para a igreja, desempenharão um papel central nos eventos finais.

A imagem da besta (13:14,15)

A besta da terra convencerá os povos do mundo a fazer uma imagem à besta que recebeu a ferida mortal. Uma imagem é a cópia de alguma realidade. Essa profecia mostra que os poderes mundiais serão seduzidos a fim de criar um sistema de religião estatal, semelhante ao que existia na ldade Média. Quando os poderes civis e políticos se unirem às principais organizações religiosas para impor uma religião às pessoas, a imagem da besta será formada.

Toda essa cena espelha Daniel 3. Nesse capítulo, o rei Nabucodonosor ordena aos súditos de seu reino, sob ameaça de morte, que adorem a imagem de ouro que ele mandou erigir. Assim como a adoração da estátua de ouro era compelida por um decreto legislativo na época de Daniel, a exigência por adoração popular no tempo do fim será apoiada por poderes civis, forçando toda a Terra a adorar a besta do mar.

Apocalipse 13 indica que os Estados Unidos, em grande parte protestante, assumirão um papel de liderança na cura da ferida mortal da besta do mar. Explica ainda que o sistema político-religioso utilizado por Satanás durante a ldade Média se levantará novamente nos dias finais deste mundo, conquistando e controlando tanto a consciência quanto a adoração dos habitantes da Terra. Essa profecia aponta para o reavivamento da intolerância medieval no tempo do fim (Apocalipse 13:15). A besta com aparência de cordeiro vai se aliar à besta do mar para estabelecer uma união religiosa e impor a instituição que caracterizou o cristianismo medieval na Europa ocidental e no Oriente.

A marca da besta (13:16,17)

Aqueles que sucumbirem à pressão aplicada por essa instituição receberão uma marca com o nome da besta na mão direita ou na fronte (Apocalipse l3:16).

Todas as classes da sociedade recebem a ordem de aceitar a marca da besta.

0 recebimento dessa marca significa pertencimento e adoração à besta.

Essa marca é a antítese do selo de Deus (Apocalipse 14:1).

Ao passo que o selamento significa a presença e a atuação do Espírito Santo no coração humano (Efésios 1:13, 14; 4:30), a marca da besta consiste em uma contrafação da obra do Espírito Santo. Quem recebe a marca da besta entra para esse sistema religioso e o serve de coração e mente. Alguns de maneira voluntária, outros com relutância.

0 estabelecimento da marca na mão direita ou na fronte evoca Deuteronômio 6:8, passagem na qual Moisés instruiu os israelitas a atar a lei de Deus como sinal na mão ou na testa. Os judeus entenderam essa ordem de forma literal, por isso usam filactérios para demonstrar que pertencem a Deus e Lhe obedecem.3 Isso sugere que a marca na testa tem que ver com a ação de imprimir a lei do Senhor na mente e na conduta de Seu povo, Em contraste, o recebimento da marca da besta na mão direita ou na fronte representa a recusa em obedecer aos mandamentos de Deus – a troca da obediência divina pela obediência à besta.

Apocalipse mostra que os quatro primeiros mandamentos do Decálogo – que dizem respeito ao relacionamento do indivíduo com Deus e à adoração vão se tornar o padrão de lealdade a Deus na crise final. As atividades de Satanás no tempo do fim são retratadas no Apocalipse como um ataque bem planejado a esses quatro mandamentos.

A exigência de adoração feita pela besta do mar (Apocalipse 13:15) consiste em um ataque direto ao primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de Mim” (Êxodo 20:3). A besta da terra edifica uma imagem para a besta do mar ser adorada (Apocalipse 13:14, 15), uma afronta direta ao segundo manda~ mento: “Não farás para ti imagem de escultura […]. Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Êxodo 20:4, 5). A blasfêmia da besta contra Deus (Apocalipse 13:5, 6) representa um ataque ao terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão” (Êxodo 20:7). Conforme explicado abaixo, a marca da besta (Apocalipse l3: 16, 17) ataca diretamente o quarto mandamento: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êxodo 20:8).

Apocalipse 14:6 a 12 indica claramente que o mandamento do sábado, em particular, será a grande prova da fidelidade e obediência de cada ser humano a Deus.4 0 apelo das três mensagens angélicas para adorar e obedecer ao Deus verdadeiro, em vez de adorar a besta e receber sua marca, ocorre no contexto do mandamento do sábado (Apocalipse 14:7, 9). Na Bíblia, o sábado diz respeito à adoração adequada e a um relacionamento com Deus.

Assim como o sábado é o sinal distintivo de obediência do povo fiel ao Senhor (cf. Êxodo 31:12-17; Ezequiel 20:12, 20), a marca da besta é o sinal de obediência a ela. A característica distintiva da marca da besta é a substituição de mandamentos divinos por ordenanças humanas. A evidência óbvia dessa estratégia é o falso sábado instituído por seres humanos -o domingo, o primeiro dia da semana – em lugar do sétimo dia, o sábado.

Contudo, observar o domingo em si não significa ter a marca da besta.

A guarda do domingo somente se tornará a “marca da besta” quando as pessoas tiverem uma compreensão clara das questões envolvidas na escolha de um dia de adoração.5 Esse tempo ainda é futuro; mas, no presente, os seguidores de Cristo não devem rotular nenhum indivíduo ou grupo como detentores da marca da besta. A observância do domingo hoje não torna ninguém perdido, assim como a guarda do sábado não faz de ninguém um cristão genuíno. Está chegando o dia, porém, em que todos os habitantes do mundo se posicionarão contra ou a favor de Deus.

Referências

1 Àngel Manuel Roodríguez, Future Glory. The Greatest End-Time Prophecíes in the Bible (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2002), p. 104.

2 Papa Leão XIII, Praeclara Gratulationis (The Reunion of Christendom), 20 de junho de 1894, citado por: Don F. Neufeld; ]ulia Neuffer (eds.), The Seventh-Day Adventista Bible Students Source 6ook, Commentary Reference Series (Washington, DC: Review and Herald, 1962), v. 9, p. 684.

3 Beatrice S. Neall, “Os Santos Selados e a Grande Tribulação”, em Estudos sobre Apocalipse (ed.) Frank Holbrook, Série Santuário e Profecias Apocalípticas (Engenheiro Coelho, SI’: Unaspress, 2017), v. 6, p. 293, 294.

4 William G. Johnsson, “The Saints’ End-Time Victory Over the Forces of Evil”, em Symposium on Revelation”. Book 2ed. Frank 8. Holbrook, Daniel and Revelation Committee Series (Silver Spring, MD: Biblical Research lnstitute, 1992), v. 7, p. 30. 5 Richard Rice, Reign og God, 2ê ed. (Berrien springs, MI: Andrews university press,1997), p.

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