Por Ruth Alencar
O Monte Hermom O Monte Hérmon (em hebraico: Har Hermon, “montanha sagrada”; em língua árabe: جبل الشيخ, Djabal el-Sheikh, “montanha do xeque”, ou “montanha nevada”) é uma montanha localizada ao sul da cordilheira do Antilíbano, na fronteira entre Síria e Líbano.Com 2.814 metros de altitude, o seu pico está quase sempre coberto de neve, enquanto as terras ao redor queimam pelo sol de verão. É também conhecido pelo nome de Monte Sirion e Monte Senir. Seu topo coberto de neve e gelo pode ser visto de muitas partes da Palestina, Síria, Arábia, Fenícia e Mediterrâneo. Atualmente, seu nome é conhecido por Jebel esh Sheik que significa Monte Chefe. O Hermon catalisa as correntes quentes e úmidas vindas do Mediterrâneo provocando a precipitação do orvalho em áreas mais próximas e chuvas abundantes em regiões mais distantes.
“É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre.” (Salmo 133:3)
À sombra dele nasce o rio Jordão, na confluência de quatro torrentes das quais três das quatro cabeceiras, estão no Monte Hermom. “Estas torrentes descem das montanhas do Líbano, provocadas pelo degelo da neve devido o calor, a 11 km ao norte de Meron. Esta água escorre pela superfície ou pelas entranhas do monte e forma as nascentes do rio. É um rio de curto percurso, medindo cerca de 200 km, mas muito sinuoso e de águas barrentas, com muitas corredeiras e margens perigosas.”
“É o rio mais importante da Palestina, desde os tempos bíblicos, tendo sido palco de muitos dos principais episódios da vida de Israel. Jordão significa aquele que desce ou também lugar onde se desce (bebedouro). Nome bem adaptado ao maior rio da Palestina, pois nasce acima do nível do Mediterrâneo, atravessa o lago de Hule, ou Merom, ainda a 80 metros acima do nível do mar, forma a 16 km ao sul o lago de Genesaré, conhecido no cenário bíblico como Mar da Galiléia, que já está a 210 metros abaixo do nível marítimo e tem sua foz no mar Morto, 110 km abaixo, situado nada menos que a 400 metros abaixo do nível do Mediterrâneo. Entre o lago de Hule e o lago de Genesaré, o Jordão corre violentamente no fundo de uma garganta de 350 metros de profundidade.” (Wikipédia)
O vale do rio Jordão visto do espaço
O rio visto às margens
A Bíblia conta em 2 Reis 5: 1-27 a história de um general do exército do rei da Síria que foi acometido de lepra e curado de uma maneira sobrenatural. A ele fora aconselhado, se quisesse ficar curado, a dar 7 mergulhos no rio Jordão.
Na Bíblia João Ferreira de Almeida, revista e atualizada, há entre os complementos de estudo um quadro que fala sobre a cronologia bíblica: “Não há condições para se datarem os eventos relatados nos primeiros onze capítulos de Gênesis. Os períodos dos patriarcas, do êxodo e da conquista de Canaã aparecem nesta cronologia com duas datas possíveis, que constituem as posições mais representativas dos estudiosos do Antigo Testamento, e mesmo estas são aproximadas. Só a partir da época dos reis é que se pisa em terreno firme em matéria de cronologia, sendo mínimas as discordâncias entre os eruditos bíblicos.”
A Bíblia dá como referência desta história o contexto social e político de duas nações: Israel e Síria. Fala que o nome do profeta era Eliseu e que seu servo chamava-se Geazi. Em 2 Reis 13: 14-20 é dito que o profeta Eliseu morreu no reinado do rei de Israel, Jeoás (798 a 783 a.C). Isto nos leva, então aos nomes dos reis da Síria neste período:
*2 Reis 8: 28-29; 13:22-24
Conversando com alguém, que se identificou como Anônimo e ateu nos comentários do texto “Deus Existe?”, fiz menção à cura de Naamã. Ele replicou dizendo simplesmente que Naamã nunca existiu.
Quem era Naamã?
Ben-Hadade, na verdade era um título: Filho de Hadade. Título religioso dos reis de Damasco, sendo Hadade, ou Adade, o deus da tempestade, na Síria. Era costume juntar este nome aos nomes de indivíduos.
“Existe uma enorme dificuldade de reconstruir a história real da Assíria. Embora a biblioteca de Assurbanipal, em Nínive, com mais de 22 mil tabuinhas gravadas, seja um material de inestimável importância, ainda temos muitas peças faltando nesse quebra-cabeça. As listas assírias de reis, como a de Khorsabad (encontrada em 1932-33) e outras, não são confiáveis. Na verdade são absolutamente inacreditáveis, independente do calendário a que se referem. Não podemos pensar em dinastias como as egípcias porque na Assíria houve mudanças de localização do poder, muitas vezes a sucessão não era de pai para filho, outras vezes várias dinastias governaram ao mesmo tempo.”1
Os sírios eram muito cruéis com seus prisioneiros de guerra. De Assur-nazirpal II (884 – 859 a.e.c) existem estes registros: “Damdamusa, fortaleza do ilanu do Zamani” que tinha se rebelado, mandando decapitar 6OO dos mortos em combate e ordenando amontoar as cabeças frente aos muros da cidade vizinha de Amid, enquanto os 4OO soldados sobreviventes foram empalados.”
“Mais ou menos a mesma sorte sofre a cidade de Uda, com a metade de seus habitantes martirizados e metade conduzidos para a Assíria como escravos.”
“[…] a cidade do Suru — sobre o Khabur — tinha se rebelado, tinha assassinado o governador assírio e proclamado rei Akhiababa, um “filho de ninguém”. Sem complacência, cai sobre a cidade, e ali depreda “um butim numeroso como as estrelas do céu” e em troca deixa, como advertência e futura memória, uma estátua sua. Quanto aos insurretos, Assur-nazirpal faz erigir diante dos muros da cidade um troféu totalmente revestido de suas peles. Em Akhiababa aplica o mesmo tratamento: faz com que sejam esfolados vivos, mas isto acontece na cidade de Nínive.”
“Os assírios que Salmanassar I tinha alojado em Khalzi-Lukha tinham se sublevado junta com Khullai, comandante da cidade, e só colocaram em marcha para conquistar Damdamusa, uma cidade real”. Assur-nazirpal não perde tempo, transpõe o Tauro e atinge Quinabu, praça forte do Khullai, que é totalmente demolida, e a pele do seu chefe pregada nos muros. Prossegue pelo “país do Nirbi”, onde saqueia o gado e mata “em campo aberto 332 soldados”. Os pobres habitantes da região se refugiam todos ‘em Tila, cidade bem protegida, com fortalezas inexpugnáveis’. Esta, não obstante, é conquistada, e os seus defensores, têm os braços, o nariz e as orelhas cortados, ou são arrancados os olhos, enquanto que os corpos dos seus filhos ardem no incêndio da cidade.”
“No mesmo ano dedica-se a “Cummukh, Nairi e Curkhi”. Informa também que “esses (não diz quem) se rebelaram contra seu chefe Ammibaal e o mataram. Fui para lá (não diz onde) e eles foram crucificados”.
“[…] a cidade do Suru — sobre o Khabur — tinha se rebelado, tinha assassinado o governador assírio e proclamado rei Akhiababa, um “filho de ninguém”. Sem complacência, cai sobre a cidade, e ali depreda “um butim numeroso como as estrelas do céu” e em troca deixa, como advertência e futura memória, uma estátua sua. Quanto aos insurretos, Assur-nazirpal faz erigir diante dos muros da cidade um troféu totalmente revestido de suas peles. Em Akhiababa aplica o mesmo tratamento: faz com que sejam esfolados vivos, mas isto acontece na cidade de Nínive.”
“Os assírios que Salmanassar I tinha alojado em Khalzi-Lukha tinham se sublevado junta com Khullai, comandante da cidade, e só colocaram em marcha para conquistar Damdamusa, uma cidade real”. Assur-nazirpal não perde tempo, transpõe o Tauro e atinge Quinabu, praça forte do Khullai, que é totalmente demolida, e a pele do seu chefe pregada nos muros. Prossegue pelo “país do Nirbi”, onde saqueia o gado e mata “em campo aberto 332 soldados”. Os pobres habitantes da região se refugiam todos ‘em Tila, cidade bem protegida, com fortalezas inexpugnáveis’. Esta, não obstante, é conquistada, e os seus defensores, têm os braços, o nariz e as orelhas cortados, ou são arrancados os olhos, enquanto que os corpos dos seus filhos ardem no incêndio da cidade.”
“No mesmo ano dedica-se a “Cummukh, Nairi e Curkhi”. Informa também que “esses (não diz quem) se rebelaram contra seu chefe Ammibaal e o mataram. Fui para lá (não diz onde) e eles foram crucificados”.
“A sua ferocidade não é de modo nenhum justificável; para dar dela uma pálida ideia, basta acrescentar que, quando alguma cidade ousava recriminá-lo operava massacres a ponto do deixar despovoadas regiões inteiras, ou, se não exterminava a todos em pouco tempo, durante as cerimônias do triunfo arrastava os prisioneiros amarrados com uma longa corda que passava por suas faces perfuradas. Se, porém, não se considerava oportuno vingar-se excessivamente, procedia a deportações em massa, método depois usado por seus sucessores. A etnografia de toda a Ásia ocidental ficou convulsionada, mas, politicamente, o sistema funcionou com resultados eficazes.”
A Síria perturbou muito Israel. Em muitas dessas situações Deus ajudou Israel através do Seu profeta Eliseu. Veja 2 Reis 6: 8-23. Mas, Israel também sofreu muito. Veja 2 Reis 6: 24- 7: 1-30.
Naamã, enquanto general sírio, compactuava de todas essas atrocidades? Em Lucas 4:16-30 Jesus falando sobre o fato da liderança religiosa rejeitá-LO como o Messias cita o nome de Naamã. Chamo a atenção para os verso 25-27: “Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra; e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viúva de Sarepta de Sidom. Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.”
Por que isto se haviam profetas do Senhor que podiam muito bem ser instrumentos em Suas mãos para aliviar as dores e os males deles? Isto me diz muita coisa! O agir de Deus em favor do homem depende muito do próprio homem. Eu fico apenas com a observação de que Deus já há muito vem Se revelando à humanidade. Não compreendo o argumento da não evidência de que Deus exista!
Jesus ao citar Naamã, confirma, então, o testemunho desse relato bíblico como um fato real. Não sei, prezado Anônimo, como esta história poderia ser inventada, tantos são seus dados históricos! Na Bíblia encontramos muitas histórias, “mas histórias verdadeiras e pessoais que revelam a verdade sobre Deus e Sua interação com a humanidade caída. Essas histórias descrevem pessoas reais, enfrentando problemas da vida real e interagindo com o Deus vivo, que oferece respostas para esses problemas”. (Ivanaudo Barbosa. Lição da Escola Sabatina, Figuras dos Bastidores, Adulto, Outubro/Novembro/Dezembro – 2010, Casa Publicadora Brasileira)
Mas, se há aqueles que as veem como mito também há homens e mulheres, como nós, que acreditam que Deus é o dono da História. Que por trás dos fatos históricos Ele está dirigindo os acontecimentos. Todos os acontecimentos, sejam de nações ou de indivíduos, que estão registrados na história bíblica estão lá porque cumpriram algo determinado por Deus no desenrolar de Seu grande plano – a salvação da humanidade.
Naamã é um personagem muito conhecido entre os cristãos, porém sua história não está na Bíblia porque ele era o general do exército da Síria. Como dissemos, os Sírios eram inimigos do povo de Israel e é extraordinário que em momento de aflição um general sírio tenha ido procurar socorro entre os israelitas. Na verdade houve momentos de tréguas entre estas nações. Na época do rei Acabe algumas alianças foram feitas. Há outras situações em que os sírios consultaram também o profeta Eliseu. Veja 2 Reis 8:7-15.
A Síria em uma de suas investidas contra Israel levou alguns prisioneiros de guerra para fazê-los escravos: “Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.” (2 Reis 5:2-3)
Deus usou o testemunho de uma garotinha israelita que era escrava na casa de Naamã. Foi esta menina, que tinha todas as razões do mundo para odiá-lo e assim não ajudá-lo, que disse para Naamã sobre a possibilidade de cura para sua terrível doença. Deus a usou para levar o general do maior inimigo militar de Israel a ter fé na Sua Palavra. O agir dessa menininha tem um significado tremendo. Ela não se omitiu, sabia que havia uma solução e compartilhou. Tão diferente da atitude dos judeus no tempo dos apóstolos que se incomodavam de compartilhar a verdade e as bênçãos de Deus com os gentios! Como se Deus fosse propriedade de alguém. O testemunho dessa menina nos convida a refletir também sobre a nossa vaidade espiritual.
Eu não estou falando aqui do tipo de “arrogância santa” que Jesus possuía quando identificou-Se a Si mesmo como a Verdade. Estou falando da presunção religiosa que nos leva a crer que somos mais dignos do que o outro diante de Deus.
Assim que soube da possibilidade de cura, Naamã acreditou nesta possibilidade e imediatamente foi pedir uma carta de apresentação ao rei da Síria, para levar ao rei de Israel. Isto com certeza foi agradável a Deus. (2 Reis 5:4-6)
O Senhor quando age é sempre dentro de um critério de justiça e misericórdia. Mesmo quando esta ação envolve guerras e dura disciplina.
“Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso.”(2 Reis 5:1)
Deus nem sempre esteve do lado de Israel porque Israel muitas vezes Lhe rejeitou como Senhor. Os reis de Israel nem sempre andavam em caminhos de justiça.
No final de sua experiência disse Naamã: “Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo.” (2 Reis 5:15)
Com certeza não foi apenas Naamã que ficou impressionado. Com ele havia uma comitiva de oficiais e todos eles testemunharam sua cura. Através desta experiência Deus mostrou a Sua soberania à Síria. Os sírios sabiam que havia um deus em Israel, pois toda nação tinha seu deus. Porém, eles não respeitavam Deus, como o Grande Eu Sou. É interessante saber que apesar de Naamã não conhecer o Deus de Israel, Deus o conhecia, já sabia quem era Naamã.
Outra coisa que me chama a atenção é a atitude do rei de Israel 2 Reis 5: 7. Tão diferente da de Eliseu: “Ouvindo, porém, Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.” (2 Reis 5:8)
Estes dois personagens caracterizam claramente dois tipos de crentes. O crente que sabe sobre Deus, mas não O conhece. Por não ter uma relação de comunhão intima e de obediência, o rei Jorão reagiu com temor diante da situação. Não vislumbrou uma solução vinda do Senhor, mas olhou em sua arrogância para si mesmo. Sabendo-se incapaz e quem era o inimigo deveria ter pensado em buscar o Senhor. Não era somente Naamã que precisava de cura!
Naamã foi alvo do amor de Deus e como respondeu com obediência e submissão à soberania ao Deus de Israel, o Senhor decidiu dar-lhe a cura não só física, mas também espiritual. Naamã era um homem muito orgulhoso.
Esta história é riquíssima em elementos de edificação espiritual: o perdão da garotinha, a diferença entre as personalidades de Eliseu e seu servo Geazi, a diferença em relação a Deus diante de uma situação problemática, entre a atitude do rei de Israel e a atitude de segurança de Eliseu. O alcance ilimitado das bênçãos e misericórdia de Deus, afinal Naamã não era israelita. Há ainda muitas mais lições a aprender com este relato bíblico. Deus deseja nos abençoar por completo com a cura espiritual e física, pois sabe que a cura espiritual é mais importante por ser eterna.
A Bíblia conta, porém, que ao Naamã procurar Eliseu este não foi pessoalmente escutar seu pedido de cura, mas enviou seu servo em seu lugar. Isto deixou o general muito irritado: “Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e os seus carros e parou à porta da casa de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo. Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso.” (2 Reis 5:9-11)
Em seu orgulho e vaidade Naamã esperava que Eliseu saísse para conhecê-lo e que faria imediatamente a cura. Então lhe pagaria por seus serviços e iria embora. Mas, não era assim que Eliseu tratava a benção de Deus. Eliseu sabia que toda a glória deveria ser dada a Deus não a ele mesmo. Penso, então, nos muitos “shows de curas e milagres da fé” que vemos tão proclamado no mundo evangélico hoje! Muitas igrejas evangélicas estão cheias de gente que quer apenas cura física e de líderes religiosos que querem apenas glórias para si mesmo. Glórias e outras coisas mais! São os “geazis” espirituais. Que nada mais têm a oferecer, senão a venda de curas! Maldita teologia da prosperidade!
Eliseu não fez nada que pudesse fazer crer a Naamã que ele merecia a cura. Ele tinha que compreender que seria curado pela misericórdia de Deus. Não tinha nada a ver com as águas do Jordão, que por sinal era um rio sujo. Este detalhe também irritou Naamã. Por isso em sua indignação exclamou: “Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação.” (2 Reis 5: 12)
Naamã com certeza pensava no quanto eram agradáveis os rios de Damasco. Comparado a eles, o Jordão era um pequeno e sem valor ribeiro. A principio recusa-se a mergulhar no Jordão. Depois se recusa a dar sete mergulhos. Na verdade, Namã guardava em seu coração apenas o desejo de ser curado. Ele queria apenas a cura do seu mal. O que Naamã não contava é que Deus queria lhe dar algo mais! Do contrário, por que Deus lhe pediu para dar sete mergulhos? Por que exatamente o rio Jordão?
Sete é um número profético ligado à restauração. Se estivermos dispostos a sermos “curados” devemos estar prontos primeiro a sermos tratados por Deus. Cada um daqueles mergulhos tinha uma missão. Esta é uma coisa que aprendo sobre Deus também na história de Naamã. O Senhor já o acompanhava mesmo antes dele haver contraído a lepra. Ele o amava mesmo antes de Naamã reconhecer que Ele era o grande Deus. Mesmo não sendo israelita, o Senhor abençoava grandemente esse homem. E, portanto, quem era Naamã! Deus realmente não faz acepção de pessoas!
Em 2 Reis 4 vemos o relato de alguns leprosos que planejam entrar na cidade, sob o raciocínio que se morressem assassinados ou pela doença era a mesma coisa, isso mostra o pensamento de alguém que era escravo dessa doença. Era subjugado a exclusão social o que o fazia encarar a morte como um alivio.
A lepra era uma doença temível e transmissível. O doente não podia conviver com os seus familiares porque a lepra era contagiosa. Eram confinados em leprosários nas cavernas fora da cidade. Imaginem quanto sofrimento emocional esta doença também provocava! Hoje existem remédios que podem trazer a cura de tão terrível doença. Mas, não naquela época. Naquela época ainda havia o agravante de que os judeus acreditavam que a lepra tinha um forte recado espiritual. O leproso estava sendo amaldiçoado por Deus por algum pecado cometido. Como aprendizado Deus deu orientações específicas a Moisés de como eles deveriam lidar com essa doença:
. Leis referentes à lepra: Levítico 13.
A purificação da lepra: Levítico 14
A verdade é que nem Eliseu, o profeta, nem as águas do Jordão tinham poder em si mesmos. O poder de cura veio do amor e da misericórdia de Deus. Um simples falar de Deus teria libertado Naamã de sua enfermidade física. Acontece que Deus não vê como o homem vê. Ele sonda a intimidade do ser e decidiu fazer uma obra completa. Para isto precisava do responder do homem Naamã. Se Naamã tivesse dado ouvido ao seu orgulho não teria sido curado. Que benção foi para ele ouvir as palavras de humildade de seus oficiais: “Então, se chegaram a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo.”(2 Reis 5: 13)
7 mergulhos, porém, foram necessários! A cura não estava na quantidade, mas na humildade que a perseverança processa ou o contrário. “Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo.” (2 Reis 5: 14)
O orgulho retarda as bênçãos. Não foi somente da lepra que Naamã foi curado. Os 7 mergulhos o limparam de seu orgulho, arrogância e vaidade. Ao mergulhar ele testemunhou aos seus oficiais a sua submissão à vontade divina.
O pensamento de que há irracionalidade na fé tem impedido muitos de darem o primeiro passo. O da humildade diante da menor possibilidade de que haja sim um Ser Superior. O primeiro mergulho não nos livra da incredulidade, mas da soberba.
Não importa quem somos ou quão profunda seja nossa intelectualidade, o primeiro mergulho é o resultado da compreensão de que diante dEle temos que nos curvar sim. As águas do rio Jordão eram muito sujas, assim como sujo estava o coração de Naamã. Ele não deveria esperar cura dessas águas sujas, senão de Deus somente.
Os mergulhos seguintes confirmaram a sua disposição em seguir firme em sua decisão. Não seria como ele queria, mas como Deus quis. Aquela lepra escondia um homem soberbo e arrogante, habituado a mandar. Naquelas águas do Jordão pouco a pouco, na medida em que mergulhava, um homem se desnudava do que de ruim nele havia. Quem o estava ajudando era um povo, antigo rival seu, a quem talvez fizera tão mal.
Aos que não creem digo que não é pecado duvidarmos da palavra de Deus, o que é pecado é não obedecê-la. Naamã talvez ainda tivesse mergulhando sem a fé perfeita, a fé incondicional. Mesmo a contra gosto, não suportando a humilhação de como um grande general está ali dentro de um rio com águas sujas, em terra de antigos inimigos seus, obedeceu. Sua perseverança operou a transformação que tanto desejava seu coração.
Ele não sabia realmente qual seria o resultado do que estava fazendo. E se os israelitas estivessem querendo humilhá-lo? Parecia ser tão ilógica a ordem do profeta de Deus! O que ele não sabia é que a cura já começara a acontecer antes mesmo dele entrar naquele rio. Ao despir-se diante de seus oficiais ele expôs a sua fraqueza. Antes mesmo de descer no rio “desceu a máscara” que escondiam suas chagas. Antes mesmo de descer no rio, desceu do seu orgulho e vaidade.
É disto que Jesus falava quando disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Marcos 8:34). Sim, “as águas” de Deus são melhores do que as águas de qualquer rio. Na verdade, a única água capaz de purificar qualquer homem é a “água” que jorra dEle mesmo.
“aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4: 14)
Obediência parcial é obediência imperfeita para Deus. Entregar-se a Deus de forma parcial não Lhe agrada, Ele quer o homem por inteiro, sem reservas. A maior prova de que amamos a Deus é quando Lhe obedecemos segundo a Sua vontade e não segundo os homens. Minha admiração pela história de Naamã não termina aqui. Sempre me impressionei com essa passagem: “Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel;” (2 Reis 5:15) Quanta diferença de espírito!
Mas, olhem o que vem em seguida: “Disse Naamã: Se não queres, peço-te que ao teu servo seja dado levar uma carga de terra de dois mulos; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao SENHOR. Nisto perdoe o SENHOR a teu servo; quando o meu senhor entra na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom, quando assim me prostrar na casa de Rimom, nisto perdoe o SENHOR a teu servo. Eliseu lhe disse: Vai em paz.” (2 Reis 5: 17 19)
Naamã achava que só podia adorar a Deus “na terra” de Deus. Ele precisava compreender que o Eterno não Se limita a um espaço geográfico, não havia necessidade de levar um pouco da terra de Israel.
Havia ainda uma luta a ser vencida diariamente por este homem. Crer em Deus não é em si mesmo a adoração perfeita. Ele teria que viver em consequência dessa fé. Mesmo em meio à adoração de outro deus, afinal seu rei servia outro deus, Naamã poderia preservar a sua obediência exclusiva ao Deus de Israel. Ele não precisava temer tanto!
O “Vai em paz” de Eliseu me fala de misericórdia, afinal, se o profeta convivia com o povo de Israel que conhecia o Senhor, mas que em sua grande maioria se entregava a um culto também a pequenas deidades, como deixaria de perdoar a um sírio que não podia elevar-se às culminâncias do monoteísmo de um momento para o outro?
Como se equivocam aqueles que partem em viagem para serem batizados nas águas do rio Jordão! As águas nutrem, lavam, saciam, oferecem saúde. Mas as águas de Naamã não efetuaram a cura da sua doença. A cura não estava nas águas do Rio Jordão, mas na fé e na obediência incondicional em Deus que Naamã aprendeu a testemunhar. A cura veio da misericórdia, graça e bondade de um Deus que é amor em Sua essência.
Texto complementar: Um pouco mais sobre Naamã
As imagens deste texto foram tiradas da internet.
http://www.ebdweb.com.br/2009/01/12/o-rio-jordao/
http://geografia-biblica.blogspot.com/2008/05/rio-jordo.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_H%C3%A9rmon
http://www.israel.templodeapolo.net/index.asp
http://www.elosdejesus.com.br/Dicionario-Biblico/BEN-HADADE/851/
Se tiver percebido algum erro nesta tabelinha ai dos reis que eu fiz é só falar.
estou maravilhado
achei o que procurava sobre naamã .ev.Almir goulart são gonçalo r.j
Ficamos muito felizes por ter lhe ajudado Anônimo.
Que Deus possa lhe abençoar.
um grande abraço
Este texto até hoje, 01.12.2011, teve quase 1000 acessos. Ficamos muito felizes porque ele tem sido objeto de estudo. Que Deus abençoe a todos que têm meditado nestas palavras.
Reaalmente é edificante está palavra que DEUS abençoe e muito obrigado por tais informações.
Seja bem-vindo Anônimo… estamos já com mais de 1000 acessos neste texto e louvamos a Deus por isso.
Estou maravilhada com tanta lição que a história de Naamã nos traz. Como Deus é tremendo…como Ele é maravilhoso! Dobre-se todo joelho e adore Aquele que é digno.
Que povo ruim foram os sírios. Quanta crueldade!! Mas o texto nos anima com várias lições belíssimas :
-O agir de Deus em favor do homem depende muito do próprio homem.
-A menina não se omitiu, sabia que havia uma solução e compartilhou.
-Apesar de Naamã não conhecer o Deus de Israel, Deus o conhecia, já sabia quem era Naamã.
-Deus deseja nos abençoar por completo com a cura espiritual e física, pois sabe que a cura espiritual é mais importante por ser eterna.
-O poder de cura vem do amor e da misericórdia de Deus.
-A cura não estava nas águas do Rio Jordão, mas na fé e na obediência incondicional em Deus. A cura veio da misericórdia, graça e bondade de um Deus que é amor em Sua essência.
Parabéns pelo trabalho!!
Amém, Marta!
Este texto é bastante lido, na verdade é o segundo mais lido. E pensar que ele nasceu como resposta a um ateu. Realmente há muitas lições espirituais neste texto. Deus seja louvado por Sua misericórdia e bondade!
grande abraço
AMEI,LINDO D+++++++++++++++++++++++ AQUI SO TEM O QUE É DE BOM! A PAZ! RSRS
Amei este comentario, sobre o jordão,realmente o SENHOR esta passando conosco, e nos ajudando a vencer as dificuldades,vamos até ao outro lado do Jordão!
Ficamos felizes por sua satisfação. Sugira-nos outros temas que vc gostaria de ler aqui Claudio Costa.
Paz para vc também.
Abraço fraterno
Que bom que vc se sentiu abençoado Claudio Costa. Este texto é o mais lido de nosso blog. Alcançou 1876 acessos até a data de hj. E louvamos a Deus porque o Senhor é maravilhoso ao nos dar a Sua Palavra como herança para através dela sermos enriquecidos por Seu Santo Espírito.
Que Deus abençoe vc, seu lar, seus projetos. Paz para vc também irmão.
AINDA EM 2012 ESSA PALAVRA CONTINUA REVELADORA PARA NÓS!DEUS USA MESMO HOMENS E E MULHERES QUE SE COLOCAM NA POSIÇÃO!!!
Amém e que Deus abençoe poderosamente você através de Sua maravilhosa Palavra.
muita riqueza na naracao parabéns
Que Deus abençoe você e sua familia Valdecir Pires.
LINDO ESSE TEXTO QUE DEUS POSSA USA-LA SEMPRE!!
Amém! Que Deus abençoe vc e sua família. Que haja paz no seu coração.
Que benção me ajudou muito
Amém. Que Deus abençoe vc e sua família