Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Não é bom quando alguém come algo que causa escândalo. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve um irmão a tropeçar.” Romanos 14:20, 21.
O tema principal de Romanos 14 não é comida ou bebida, ou qualquer outro tema relacionado ao nosso estilo de vida. Em vez disso, Paulo escreve sobre a responsabilidade que todo cristão deve sentir, de não ser ofensivo para outros cristãos.
Como vimos há poucos dias, a questão que está sendo discutida não é a distinção entre comer ou não comer os animais que em Deuteronômio 14 são chamados de limpos ou impuros, mas sim entre comer carne e não comê-la de jeito nenhum. Vimos em 1 Coríntios que alguns dos primeiros cristãos se tornaram vegetarianos pelo motivo errado; não por motivos de saúde, mas porque temiam que alguém tivesse oferecido um pedaço da carne a um ídolo. Paulo acreditava que tais práticas eram erradas, visto que ídolos não são realmente deuses. Portanto, ele não estava nem um pouco preocupado com a possibilidade de comer carne oferecida a algum ídolo. Mas para não ofender os “fracos”, ele não queria comer na presença deles o que os escandalizasse (cap. 8).
Como já dissemos, não sabemos exatamente qual era o problema que os cristãos enfrentavam em Roma, mas há uma boa chance de que fosse de natureza semelhante ao que surgira em Corinto. No texto de hoje, Paulo também se refere ao assunto do vinho no mesmo contexto que no caso dos assim chamados alimentos impuros. Novamente, isso não nos diz qual é o problema exato, mas é provável que alguns romanos ficassem inquietos com o fato de que alguma porção do vinho que estava à venda no mercado pudesse ter sido oferecido como uma libação a alguma divindade pagã. Assim, Paulo não está falando sobre a abstinência como tal, mas sobre a abstinência praticada pelo motivo errado.
Sua verdadeira intenção é apontar a responsabilidade que os cristãos devem sentir uns pelos outros. Na passagem de hoje, ele aconselha aqueles que considera “fortes”. Esses têm a responsabilidade de não se tornarem pedras de tropeço para aqueles que não entenderam o cerne da mensagem cristã e, portanto, se preocupam com detalhes menores, como comida e bebida oferecidas aos ídolos.
E qual deve ser sua conduta? Eles devem ser pacificadores. Em vez de entrar em disputas ou exibir uma compreensão esclarecida, aqueles que entendem melhor a singularidade de Cristo e do evangelho da salvação devem, como guardiães de seus irmãos, viver de tal maneira que não ofendam outros cuja fé não seja tão firme.
Ainda precisamos desse conselho hoje. Como cristão, quero edificar cada filho ou filha de Deus.