Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Romanos 14:17.
Esse texto me ofendeu antes, nos dias em que a questão alimentar estava no centro de minha experiência religiosa. Mas pouco a pouco vim a ver que embora a dieta e a boa saúde sejam instrumentos de uma religião equilibrada, não devemos confundi-los com a própria religião. Dieta e saúde são meios para um fim, mas não são o fim em si mesmas. Mas grande confusão reinou na igreja por causa daqueles que não têm clareza sobre a diferença entre meios e fins religiosos.
Paulo tem certeza de que os pontos centrais da religião são “justiça, paz e alegria pelo Espírito Santo”. Já sabemos que “justiça” é uma das palavras mais importantes em Romanos. O apóstolo usa cerca de 35 vezes nesta epístola. É o termo que ele usa para resumir a salvação que vem por meio de Jesus. Para ele, a justiça por meio de Cristo é o coração e a alma da religião cristã. Se a justiça de Cristo não é aceita de coração pela fé, o cristianismo simplesmente não pode existir. Paulo tinha pouca simpatia pelos crentes ascetas que colocavam a comida e a bebida no centro de sua religião. Por outro lado, ele estava pronto para fazer o possível para não ofender aqueles que lutavam para se separar dos tabus de sua herança judaica, contanto que não confundissem esses tabus com a própria religião.
No pensamento de Paulo, um dos frutos da justiça é a paz. Em suas epístolas, ele se refere a dois tipos de paz: Paz com Deus e a paz de Deus. Vimos o primeiro em Romanos 5: 1, onde ele escreve que “tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus”. O segundo é mencionado em Filipenses 4: 6, 7: “Não andeis ansiosos de coisa alguma, mas apresentai os vossos pedidos a Deus … E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”.
Um segundo fruto da justiça é a alegria. Uma das tristes realidades da vida é que existem tantos cristãos de aparência miserável. Alguém é forçado a se perguntar onde sua religião está centrada. Paulo, em nítido contraste, estava feliz mesmo em meio à adversidade. Porquê? Porque Jesus era seu Senhor e Salvador.
A ordem da tríplice definição de religião de Paulo é fundamentalmente importante. Muitas pessoas querem sentir alegria e paz sem justiça. Mas esses dons nada mais são do que os frutos de um relacionamento correto com Deus.