Os Adventistas do Sétimo Dia creem que…
Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência. – Crenças Fundamentais, 17. P: 291 capítulo 17
Fonte: Nisto Cremos – Você pode adquirir o livro físico aqui
O Dom de Profecia Jeosafá, rei de Judá, achava-se em aflição. Tropas inimigas aproximavam-se, e o panorama parecia não oferecer esperança. O rei “se pôs a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá” (II Crôn. 20:3). As pessoas afluíam ao templo em grande número a fim de suplicar a Deus misericórdia e livramento.
Enquanto Jeosafá dirigia os serviços de oração, suplicou a Deus que modificasse as circunstâncias. Ele orou nestes termos: “Porventura, não és Tu Deus nos Céus? Não és Tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na Tua mão, está a força e o poder, e não há quem Te possa resistir” (verso 6). Não houvera Deus protegido de modo especial o Seu povo no passado? Não havia Ele concedido o território a Seu povo escolhido? Portanto, Jeosafá implorou: “Ah! Nosso Deus, acaso não executarás Tu o Teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti” (verso 12).
Enquanto todo o Judá se encontrava em pé diante do Senhor, ergueu-se Jaaziel. Sua mensagem trouxe encorajamento e orientação para o povo amedrontado. Ele disse: “Não temais, nem vos assusteis… pois a peleja não é vossa, mas de Deus. … Neste encontro não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o Senhor vos dará, … porque o Senhor é convosco” (versos 15-17). Pela manhã o rei Jeosafá insistiu diante de suas tropas: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (verso 20).1
O rei creu tão plenamente naquele profeta praticamente desconhecido Jaaziel – que substituiu a sua linha de frente, colocando em lugar da mesma um coral que deveria louvar o Senhor e a beleza de Sua santidade! Enquanto as antífonas de fé enchiam os ares, o Senhor achava-Se em operação, trazendo a confusão entre os inimigos que se haviam aliado contra Jeosafá. O morticínio foi tão grande que não restou “nenhum sobrevivente” (verso 24).
Jaaziel foi o porta-voz de Deus para aquele momento especial.
Os profetas desempenharam papel vital, tanto nos tempos do Antigo quanto do Novo Testamentos. Contudo, teria a profecia cessado com o encerramento do cânon bíblico? Para podermos descobrir a resposta, repassemos à história da profecia.
O Dom Profético nos Tempos Bíblicos
Embora o pecado tenha interrompido a comunicação face a face de Deus com os seres humanos (Isa. 59:2), Deus não perdeu a intimidade com as criaturas humanas; em vez disso, desenvolveu novas formas de comunicação. Passou a enviar através dos profetas as Suas mensagens de encorajamento, advertência e reprovação.2 Nas Escrituras, o profeta é “alguém que recebe comunicações de Deus e transmite o propósito das mesmas ao povo”.3
Os profetas não profetizavam por sua própria iniciativa. “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (II Ped. 1:21).
No Antigo Testamento, a palavra profeta é geralmente tradução do hebraico nabi. Seu significado é exposto em Êxodo 7:1 e 2: “Então, disse o Senhor a Moisés: Vê que te constituí como deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta [nabi]. Tu falarás tudo o que Eu te ordenar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó.” O relacionamento de Moisés para com Faraó seria semelhante àquele que Deus mantém com Seu povo. Assim como Arão comunicava as palavras de Moisés a Faraó, assim o profeta apresenta as palavras de Deus perante o povo. O termo profeta, portanto, designa um porta-voz apontado por Deus. O termo grego equivalente ao hebraico nabi é prophetes, de onde deriva o nosso termo em português, profeta.
“Vidente”, tradução do hebraico roeh (Isa. 30:10) ou chozeh (II Sam. 24:11; II Reis 17:13) é uma outra designação para as pessoas que possuem o dom profético. Os termos profeta e vidente acham-se intimamente relacionados. As Escrituras esclarecem: “Antigamente, em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente, se chamava vidente” (I Samuel 9:9). A designação vidente enfatiza o recebimento da divina mensagem por parte do profeta. Deus abria seus “olhos” ou mente, para que os profetas recebessem a informação que Ele desejava fosse transmitida ao povo.
Através dos anos, Deus concedeu revelações de Sua vontade a Seu povo, utilizando as pessoas que haviam recebido o dom de profecia. “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Amós 3:7; cf. Hebreus 1:1).
As Funções do Dom Profético no Novo Testamento.
O Novo Testamento concede ao dom de profecia um lugar proeminente entre os dons do Espírito Santo, colocando-o uma vez em primeiro lugar e duas vezes em segundo, entre os ministérios de maior utilidade para a igreja (Romanos 12:6; I Coríntios 12:28; Efésios 4:11). Ela estimulou os crentes a desejar de modo especial o dom de profecia (I Coríntios 14:1 e 39).
O Novo Testamento sugere que os profetas desempenharam as seguintes funções:4
1. Prestaram assistência na fundação da Igreja.
A Igreja foi edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efésios 2:20 e 21).
2. Iniciaram a extensão missionária da Igreja.
Foi através de profetas que o Espírito Santo selecionou Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária (Atos 13:2 e 3) e proveu orientação no tocante aos lugares em que os missionários deveriam trabalhar (Atos 16:6-10).
3. Edificaram a Igreja.
“O que profetiza”, diz Paulo, “edifica a Igreja.” As profecias são pronunciadas para os “homens, edificando, exortando e consolando” (I Coríntios 14:4 e 3). Junto com outros dons, Deus concedeu a profecia à Igreja a fim de preparar os crentes “para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4:12).
4. Uniram e protegeram a Igreja.
Os profetas contribuíram para trazer a lume “a unidade da fé”, protegendo a Igreja contra as falsas doutrinas, de modo que os crentes não mais fossem “como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4:13 e 14).
5. Advertiram quanto a dificuldades futuras.
Um dos profetas do Novo Testamento advertiu quanto à proximidade de uma fome futura. Como resultado, a Igreja iniciou um programa de assistência mediante o qual foram aliviados aqueles que enfrentaram dificuldades (Atos 11:27-30). Outros profetas advertiram no tocante à prisão de Paulo, que aconteceria em Jerusalém (Atos 20:23; 21:4, 10-14).
6. Confirmaram a fé em tempos de controvérsia.
Por ocasião do primeiro concílio da Igreja, o Espírito Santo a orientou rumo a uma decisão correta no tocante a um assunto controvertido, relacionado com a salvação dos gentios. Depois, através dos profetas, o Espírito reafirmou aos crentes outros aspectos da doutrina verdadeira. Depois de comunicar a decisão do concílio aos membros, “Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram” (Atos 15:32).
O Dom Profético nos Últimos Dias
Muitos cristãos creem que o dom profético cessou no encerramento da era apostólica. Mas a Bíblia revela a necessidade especial de orientação divina durante as crises do tempo do fim; isso testifica da contínua necessidade da provisão do dom profético depois dos tempos do Novo Testamento.
Continuação dos Dons Espirituais.
Não existe qualquer evidência bíblica de que Deus haveria de retirar os dons espirituais por Ele concedidos à Igreja, antes que completassem seu propósito, o qual, de acordo com Paulo, seria levar a Igreja “à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13). Uma vez que a Igreja ainda não alcançou tal experiência, necessita ela ainda da presença dos dons do Espírito. Esses dons, incluindo o dom de profecia, continuarão a operar em benefício do povo de Deus até o retorno de Cristo.
Consequentemente, Paulo advertiu os crentes a não extinguir o Espírito nem desprezar as profecias (I Tessalonicenses 5:19 e 20), aconselhando ainda: “procurai… com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis” (I Coríntios 14:1).
Nem sempre esses dons se manifestaram amplamente na experiência da igreja cristã.5 Após a morte dos apóstolos, os profetas desfrutaram de respeitabilidade em muitos círculos, até por volta do ano 300 d.C.6
Mas o declínio da espiritualidade da Igreja e a consequente apostasia (veja o capítulo 12 deste livro), conduziram a uma redução tanto da presença do Espírito quanto de Seus dons. Ao mesmo tempo falsos profetas ocasionaram perda de confiança no dom profético.7
O declínio do dom profético durante certos períodos da história da Igreja não significou que Deus houvesse retirado o dom permanentemente. A Bíblia indica que, ao aproximar-se o fim dos tempos, o dom estaria presente a fim de assistir a Igreja durante esses momentos de dificuldades. Mais ainda, ela garante que haveria um incremento na atividade desse dom.
O Dom Profético Imediatamente Antes do Segundo Advento.
Deus concedeu o dom profético a João Batista para que anunciasse o primeiro advento de Cristo. De modo similar, podemos esperar que Ele envie o mesmo dom para proclamar o Segundo Advento, de modo que todas as pessoas tenham oportunidade de se preparar para o encontro com o Salvador. De fato, Cristo mencionou o surgimento de falsos profetas como um dos sinais da proximidade de Sua segunda vinda (Mat. 24:11 e 24). Se não devessem existir profetas verdadeiros durante o tempo do fim, Cristo não teria advertido contra qualquer indivíduo que pretendesse possuir o dom. Sua advertência no tocante a falsos profetas implica que existiriam igualmente profetas verdadeiros.
O profeta Joel anunciou um derramamento especial do Santo Espírito e do dom profético justamente antes do retorno de Cristo. Ele disse: “E acontecerá, depois, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o Meu Espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no Céu e na Terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O Sol se converterá em trevas, e a Lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Joel 2:28-31).
O primeiro Pentecostes testemunhou memorável manifestação do Espírito. Pedro, citando a profecia de Joel, destacou que Deus havia cumprido a Sua promessa (Atos 2:2-21). Entretanto, devemos indagar se a profecia de Joel encontrou seu pleno e total cumprimento no dia de Pentecostes ou se ainda devemos esperar outro cumprimento, mais amplo e mais completo. Não possuímos evidências de que os fenômenos no Sol e na Lua, mencionados por Joel, ocorreriam antes ou depois do derramamento do Espírito. Na verdade, eles não ocorreram senão muitos séculos mais tarde (veja o capítulo 24 deste livro).
O Pentecostes representou, portanto, um prelúdio da plena manifestação do Espírito que deverá ocorrer antes do Segundo Advento. Tal como a chuva temporã da Palestina, a qual caía no outono, pouco tempo depois que as sementes eram lançadas ao solo, o derramamento do Espírito Santo por ocasião do Pentecostes inaugurou a dispensação do Espírito. O cumprimento pleno e final da profecia de Joel corresponde à chuva serôdia, a qual, caindo na primavera amadurecia o grão (Joel 2:23). Semelhantemente, a concessão final do Espírito de Deus deverá acontecer imediatamente antes do Segundo Advento, depois dos sinais preditos para o Sol, Lua e estrelas (cf. Mateus 24:29; Apocalipse 6:12-17; Joel 2:31). Tal como a chuva temporã, essa manifestação final do Espírito amadurecerá a colheita da Terra (Mateus 13:30 e 39), e “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Joel 2:32).
O Dom Profético na Igreja Remanescente.
Apocalipse 12 menciona dois períodos de acentuada perseguição. Durante o primeiro, que se estendeu de 538 a 179 d.C. (Apocalipse 12:6 e 14; veja o capítulo 12 deste livro), os crentes leais sofreram intensa perseguição. Uma vez mais, justamente antes do Segundo Advento, Satanás atacará o restante da semente da mulher, a igreja remanescente que se recusa a abdicar da obediência que presta a Cristo. O Apocalipse caracteriza os crentes leais que constituirão o remanescente como aqueles “que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17).
Que a frase “testemunho de Jesus” se refere ao dom profético, é algo que se estabelece claramente na conversa posterior do anjo com João.8
Próximo ao final do livro, o anjo identifica a si mesmo como “conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 19:10) e como “conservo teu, dos teus irmãos, os profetas” (Apocalipse 22:9). Essas expressões paralelas deixam claro que são os profetas que possuem o “testemunho de Jesus”.9 Isso explica a declaração do anjo, de que “o testemunho de Jesus é o Espírito da Profecia” (Apocalipse 19:10).
Comentando esse texto, Tiago Moffat escreveu: “‘Pois o testemunho de (isto é, sustentado por) Jesus é (ou seja, constitui) o espírito de profecia.’ Isso define especialmente os irmãos que mantêm o testemunho de Jesus na qualidade de possuidores da inspiração profética. O testemunho de Jesus equivale em termos práticos à testificação de Jesus (Apocalipse 22:20). Trata-se da autorrevelação de Jesus (que, de acordo com Apocalipse 1:1, deve-se em última análise a Deus) que moveu os profetas cristãos.”10
Portanto, a expressão Espírito de Profecia pode referir-se (1) ao Espírito Santo que inspirou os profetas com a revelação procedente de Deus, (2) à operação do dom de profecia e (3) ao instrumento da profecia.
O dom profético – o testemunho de Jesus “concedido à Igreja por meio da profecia”11 – corresponde a uma característica distintiva da igreja remanescente. Jeremias vinculou a retração desse dom à pecaminosidade. “Onde já não vigora a lei, nem recebem visão alguma do Senhor os Seus profetas” (Lamentações 2:9). O livro de Apocalipse identifica a posse das duas características da igreja verdadeira dos últimos dias: ela guarda os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus – o dom profético (Apocalipse 12:17).
À igreja do Êxodo concedeu Deus o dom profético a fim de organizar, instruir e guiar Seu povo (Atos 7:38). “Mas o Senhor, por meio dum profeta, fez subir a Israel do Egito e, por um profeta, foi ele guardado” (Oséias 12:13). Não deve constituir surpresa, portanto, o fato de encontrarmos um profeta no meio do povo que se acha envolvido com o último êxodo – o escape do planeta Terra, poluído pelo pecado, em direção à Canaã celestial. Esse êxodo, que ocorre em seguida ao Segundo Advento, representa o cumprimento último e completo de Isa. 11:11: “Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do Seu povo, que for deixado.”
Auxílio na Crise Final.
As Escrituras declaram que o povo de Deus experimentará nos últimos dias da história terrestre a plenitude da ira do satânico poder do dragão, quando este se envolver numa tentativa final para destruí-los (Apocalipse 12:17). Será esse um “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Daniel 12:1). A fim de ajudá-los na sobrevivência em meio ao mais intenso conflito de todas as eras, Deus, em Sua amorável bondade, assegura a Seu povo que não o deixará sozinho. O testemunho de Jesus, o Espírito de Profecia, os guiará em segurança rumo ao objetivo final – a união com o Salvador por ocasião do Segundo Advento.
A ilustração que segue ilustra o relacionamento entre a Bíblia e as manifestações pós bíblicas do dom profético: “Suponha que estamos a ponto de iniciar uma viagem. O proprietário do barco nos coloca em mãos o manual de instruções, dizendo-nos que o mesmo contém instruções suficientes para toda a viagem, e que, se atendermos aquilo que está escrito no manual, certamente alcançaremos em segurança o porto de nosso destino. Iniciando a viagem, abrimos o manual a fim de aprender o que nele está escrito. Constatamos que o autor registrou ali princípios de aplicação geral para a nossa orientação, e nos instrui tanto quanto possível analisando as várias contingências que se poderão apresentar até o fim; mas ele também nos adverte de que a última porção da viagem será particularmente perigosa; que o traçado da costa está sempre se modificando em virtude de bancos de areia e tempestades. ‘Para esta porção final da viagem prossegue o autor – providenciei um piloto, o qual virá ao seu encontro e o orientará completamente no tocante às circunstâncias e perigos dessa porção final da viagem. Atenda suas orientações.’ Com base nas instruções que estão em nosso poder, conseguimos chegar à porção final da viagem e o piloto, de acordo com a promessa, aparece. Mas alguns membros da tripulação erguem-se contra ele no momento em que ele oferece seus préstimos. ‘Possuímos o manual original dizem eles – e isso é o suficiente para nós. Orientar-nos-emos de acordo com ele, e só de acordo com ele. Nada queremos saber de você.’ A partir desse momento, quem está realmente seguindo o manual original de instruções? Aqueles que rejeitam o piloto, ou aqueles que o aceitam, seguindo a orientação do manual? Julgue você mesmo.”12
Os Profetas Pós-bíblicos e a Bíblia
Foi o dom profético que produziu a própria Bíblia. No período pós bíblico, ele não deve superar as Escrituras ou acrescentar algo a elas, uma vez que o cânon sagrado já está completo.
O dom profético atuará no tempo do fim assim como atuou nos dias dos apóstolos. Seu objetivo é destacar a Bíblia como base de fé e prática, explicar seus ensinamentos e aplicar seus princípios ao viver diário. Ele se acha envolvido no estabelecimento e edificação da Igreja, habilitando-a a desempenhar sua missão divinamente apontada. O dom profético reprova, adverte, orienta e encoraja tanto indivíduos quanto a Igreja, protegendo-os das heresias e unificando-os nas verdades bíblicas.
Os profetas pós bíblicos atuaram de modo semelhante a Natã, Gade, Asafe, Semaías, Azarias, Eliézer, Aías, Obede, Miriã, Débora, Hulda, Simeão, João Batista, Ágabo, Silas, Ana e as quatro filhas de Filipe, os quais viveram em tempos bíblicos, mas não tiveram seus testemunhos registrados como parte do compêndio bíblico. O mesmo Deus que falou através dos profetas que escreveram a Bíblia, inspirou estes profetas e profetisas. Suas mensagens não entraram em contradição com a revelação divina previamente registrada.
Testando o Dom Profético.
Uma vez que a Bíblia adverte de que antes do retorno de Cristo apareceriam muitos falsos profetas, devemos investigar cuidadosamente todas as reivindicações de manifestação do dom profético. Paulo assim se expressou: “Não desprezeis as profecias. Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (I Tessalonicenses 5:20-22; cf. I João 4:1). A Bíblia apresenta várias linhas mestras que nos auxiliarão a distinguir o genuíno dom profético daquele que é espúrio.
1. Porventura harmoniza-se a mensagem com a Bíblia?
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:20). Esse texto implica que a mensagem de qualquer profeta deve estar de acordo com a lei e o testemunho de Deus, manifestados ao longo de toda a Bíblia. Um profeta posterior jamais deverá contradizer um profeta anterior. O Santo Espírito jamais contradiz o Seu próprio testemunho anteriormente concedido, pois em Deus “não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17).
2. As predições comprovaram-se verdadeiras?
“Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (Deuteronômio 18:21 e 22; cf. Jeremias 28:9). Embora as profecias possam representar uma parcela relativamente pequena da mensagem profética, a sua exatidão deve ser demonstrada.
3. É reconhecida a encarnação de Cristo?
“Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus” (I João 4:2 e 3). Esse teste exige mais que um simples reconhecimento de que Jesus Cristo viveu sobre a Terra. O verdadeiro profeta deve confessar o ensinamento bíblico da encarnação ele deve crer em Sua divindade e preexistência, Seu nascimento virginal, Sua verdadeira humanidade, vida sem pecado, sacrifício expiatório, ressurreição, ascensão, ministério intercessório e segundo advento.
4. Que tipo de frutos produz o profeta: bons ou maus?
A profecia vem pela inspiração de “homens santos de Deus” por parte do Espírito Santo (II Pedro 1:21). Podemos discernir os falsos profetas a partir de seus frutos. Ou, conforme explicou Jesus: “Pelos seus frutos os conhecereis. … Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16, 18-20).
Esse conselho é crucial ao se avaliar a reivindicação do profeta. Em primeiro lugar vem a vida do profeta. Não significa que o profeta deva ser absolutamente perfeito; as Escrituras dizem que Elias foi um homem “semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tiago 5:17). Mas a vida do profeta deveria ser caracterizada pelos frutos do Espírito, não pelas obras da carne (Gálatas 5:19-23).
Em segundo lugar, esse princípio diz respeito à influência do profeta sobre outros. Quais os resultados observáveis na vida daqueles que aceitam as mensagens? Porventura as mensagens do profeta habilitam o povo de Deus para a missão e o unem em sua fé (Efésios 4:12-16)?
Toda pessoa que reivindica possuir o dom profético, deve ser submetida a tais testes. Se enfrentar positivamente todos eles, podemos ter a confiança de que efetivamente o Espírito Santo concedeu a ela o dom de profecia.
O Espírito de Profecia na Igreja Adventista do Sétimo Dia
O dom de profecia manifestou-se ativamente no ministério de Ellen G. White, cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Foi-lhe concedida instrução inspirada da parte de Deus, em favor de Seu povo dos últimos dias. O mundo no início do século dezenove, quando Ellen White começou a apresentar mensagens de Deus, era um mundo do homem. Seu chamado profético colocou-a sob escrutínio crítico. Tendo satisfeito os testes bíblicos, ela prosseguiu em seu ministério profético durante 70 anos. Desde 1844, quando contava com apenas 17 anos de idade, até 1915 – ano de sua morte – ela recebeu mais de duas mil visões. Durante esse período, ela viveu e trabalhou na América do Norte, Europa e Austrália, aconselhando, estabelecendo novas frentes de trabalho, pregando e escrevendo.
Ellen White jamais assumiu o título de profetisa, mas não se opunha a que os outros assim a identificassem. Ela explicou: “Cedo em minha juventude foi-me perguntado muitas vezes: É você uma profetisa? Sempre tenho respondido: Sou a mensageira do Senhor. Sei que muitos me têm chamado de profetisa, mas jamais reivindiquei esse título. … Por que não reivindico ser chamada de profetisa? Porque nestes dias muitos que audaciosamente pretendem ser profetas, representam um opróbrio à causa de Cristo; e porque minha obra inclui muito mais do que o termo ‘profeta’ significa. … Reivindicar ser profetisa é algo que jamais fiz. Se outros me chamam por esse nome, não discuto com eles. Mas a minha obra abrange tantos aspectos, que não posso chamar-me a mim mesma senão uma mensageira.”13
A Aplicação dos Testes Proféticos.
De que modo se comporta o ministério de Ellen White face aos testes bíblicos de um profeta?
1. Concordância com a Bíblia.
Sua abundante produção literária inclui dezenas de milhares de textos bíblicos, acompanhados por vezes de detalhadas exposições. Cuidadosos estudos têm demonstrado que seus escritos são coerentes, fidedignos e em total concordância com a Escritura.
2. Exatidão das predições.
Os escritos de Ellen White contêm um número relativamente pequeno de predições. Algumas delas estão hoje em processo de cumprimento, enquanto outras ainda aguardam ser cumpridas. Entretanto, aquelas que podem já ser testadas, cumpriram-se com extraordinária precisão. Apresentaremos, a seguir, dois exemplos que demonstram sua visão profética.
a. O surgimento do moderno espiritualismo.
Em 1850, quando o espiritualismo – movimento que pretende manter comunicação com o mundo dos espíritos e com os mortos – ainda se encontrava nos primeiros passos, Ellen White identificou-o como um dos grandes enganos dos últimos dias e predisse seu crescimento. Embora naqueles dias o movimento fosse decididamente anticristão, ela previu que a hostilidade se modificaria, e que ele viria a tornar-se respeitável entre os cristãos.14 Desde aqueles dias, o espiritualismo tem-se estendido a todo o mundo, adquirindo milhões de adeptos. Sua face anticristã modificou-se; efetivamente, muitos deles identificam-se como cristãos espiritualistas, reivindicando possuir a verdadeira fé cristã, afirmando ainda que “os espiritualistas são os únicos religiosos que usam os dons prometidos por Cristo, através dos quais curam os enfermos e demonstram uma consciência futura e existência progressiva”.15 Eles até mesmo asseveram que o espiritualismo “concede o conhecimento de todos os grandes sistemas de religião, e ainda, concede mais conhecimento da Bíblia cristã do que todos os comentários combinados. A Bíblia é um livro de espiritualismo”.16
b. Cooperação íntima entre protestantes e católicos romanos.
Durante o período de vida de Ellen G. White, existia um abismo entre o protestantismo e o catolicismo romano, o qual parecia impedir qualquer cooperação entre ambos. O anticatolicismo campeava entre os protestantes. Ela profetizou que grandes mudanças no seio do protestantismo conduziriam a um afastamento da fé proclamada pela Reforma. Consequentemente, as diferenças entre protestantes e católicos se reduziriam, conduzindo ao estabelecimento de uma ponte para cobrir o abismo que antes separava a ambos.17
Os anos posteriores a sua morte têm testemunhado o surgimento do movimento ecumênico, o estabelecimento do Conselho Mundial de Igrejas, o Concílio Vaticano II, e a ignorância ou mesmo decidida rejeição que o protestantismo faz dos pontos de vista da Reforma no tocante à interpretação profética.18 Essas grandes mudanças têm derribado muitas barreiras até então existentes entre católicos e protestantes, conduzindo a um processo de crescente cooperação.
3. O reconhecimento da encarnação de Cristo.
Ellen White escreveu extensamente sobre a vida de Cristo. Seu papel como Senhor e Salvador, Seu sacrifício expiatório na cruz, e Seu atual ministério intercessório, representam temas dominantes em sua obra literária. O livro O Desejado de Todas as Nações tem sido aclamado como um dos mais espirituais tratados sobre a vida de Cristo, enquanto Caminho a Cristo – sua obra mais amplamente difundida – tem conduzido milhões de pessoas a um relacionamento mais íntimo com Ele. Seus livros retratam claramente a Jesus como plenamente Deus e plenamente homem. Sua exposição equilibrada coincide com os pontos de vista bíblicos, evitando de forma cuidadosa a ênfase exagerada quanto a uma ou outra natureza – um problema que causou tanta controvérsia ao longo da história do cristianismo.
Todo o tratamento que ela dá ao ministério de Cristo é de cunho prático. Não importa quais os aspectos de que ela trate, sua preocupação fundamental é conduzir o leitor a um relacionamento mais profundo com o Salvador.
4. A influência de seu ministério.
Decorrido mais de um século desde que Ellen White recebeu o dom profético, a Igreja e a vida daqueles que atenderam a Seus conselhos, revelam o impacto de sua vida e de suas mensagens.
“Embora ela jamais tenha ocupado uma posição ou cargo oficial, nem recebido uma ordenação ministerial, e tampouco salário da Igreja, a não ser depois da morte do esposo, sua influência moldou a Igreja Adventista do Sétimo Dia mais do que qualquer outro fator, exceto a Santa Bíblia.”19 Ela representou a força motriz por detrás do estabelecimento das atividades da igreja nos setores de publicações, escolas, obra médico missionária e o desenvolvimento missionário de extensão mundial, que tornaram a Igreja Adventista do Sétimo Dia uma das organizações missionárias de maior extensão e mais rápido crescimento.
O material por ela escrito constitui mais de 80 livros, 200 folhetos e panfletos e 4.600 artigos em periódicos. Sermões, diários, testemunhos especiais e cartas compreendem outras 60.000 páginas de material manuscrito. A abrangência desse material é assombrosa. O conhecimento de Ellen White não se limitava a algumas áreas específicas. O Senhor transmitiu-lhe conselho em assuntos como saúde, educação, vida familiar, temperança, evangelismo, ministério de publicações, dieta adequada, obra médica e muitas outras áreas. Talvez os seus escritos no campo da saúde tenham sido os mais extraordinários, uma vez que a iluminação por ela recebida, em parte há mais de um século, tem sido comprovada através da moderna ciência.
Seus escritos focalizam a Cristo Jesus e apresentam os elevados valores morais e éticos da tradição judaico-cristã.
Embora muitos de seus escritos sejam dirigidos à Igreja Adventista do Sétimo Dia, vastas porções dos mesmos têm sido apreciadas pelo público em geral. Seu conhecido livreto, Caminho a Cristo, foi traduzido para mais de cem idiomas e vendeu mais de 15 milhões de exemplares. Sua obra mais conhecida é a série Conflito, em cinco volumes, que apresenta em detalhes o grande conflito entre Cristo e Satanás, desde a origem do pecado até sua erradicação final do Universo.
O impacto de seus escritos sobre os indivíduos é profundo. Recentemente o Instituto de Ministérios da Igreja da Universidade Andrews, Estados Unidos, empreendeu um estudo comparando as atitudes e comportamento de adventistas que leem regularmente os escritos de Ellen White com o daqueles que não o fazem. Essa pesquisa demonstrou o impacto de seus escritos sobre a vida daqueles que os leem. O estudo chegou à seguinte conclusão: “Os leitores possuem um relacionamento mais íntimo com Cristo, mais certeza de sua situação diante de Deus e com maior probabilidade identificam seus dons espirituais. Demonstram-se mais dispostos a gastar em favor do evangelismo público e contribuem de modo mais significativo com os projetos missionários locais. Sentem-se melhor preparados para testemunhar e efetivamente engajam-se mais em pregação e programas comunitários. São mais inclinados a estudar a Bíblia diariamente, a orar em favor das pessoas, a reunir-se em grupos de comunhão e a desenvolver o culto familiar diário. Veem sua igreja com olhos mais positivos. E sentem responsabilidade por obter maior número de conversos.”20
O Espírito de Profecia e a Bíblia.
Os escritos de Ellen White não constituem um substitutivo para a Bíblia. Não podem ser colocados no mesmo nível. As Escrituras Sagradas ocupam posição única, pois são o único padrão pelo qual os seus escritos – ou quaisquer outros – devem ser julgados e ao qual devem estar subordinados.
1. A Bíblia é o padrão supremo.
Os adventistas do sétimo dia apoiam plenamente o princípio da Reforma, sola scriptura, a Bíblia como seu próprio intérprete e a Bíblia, sozinha, como base de todas as doutrinas. Os fundadores da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais através do estudo da Bíblia; não receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu principal papel durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar as conclusões às quais se chegava através do estudo da Bíblia.21
A própria Ellen White cria e ensinava que a Bíblia representa a norma final da Igreja. Em seu primeiro livro, publicado em 1851, ela escreveu: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados.”22 Ela jamais modificou esse ponto de vista. Anos mais tarde, tornou a escrever: “Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa.”23 Em 1909, durante sua última palestra perante uma sessão da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ela abriu sua Bíblia, ergueu-a diante da congregação e disse: “Irmãos e irmãs, recomendo-vos este Livro.”24
Em resposta aos crentes que consideravam seus escritos como uma adição à Bíblia, ela escreveu, dizendo: “Tomei a preciosa Bíblia e circundei-a com os vários Testemunhos Para a Igreja, concedidos ao povo de Deus… Não estais familiarizados com as Escrituras. Se tivésseis feito da Palavra de Deus objeto de estudo regular, com o desejo de alcançar os padrões bíblicos e de atingir a perfeição cristã, não teria havido necessidade dos Testemunhos. É porque negligenciastes familiarizar-vos com o Livro inspirado de Deus, que Ele procurou alcançar-vos através de testemunho simples e direto, chamando a atenção para as palavras da inspiração que negligenciastes obedecer, insistindo em que a vossa vida se paute de acordo com esses puros e elevados ensinos.”25
2. Um guia para a Bíblia.
Ela encarou o seu trabalho como a condução das pessoas de volta à Bíblia. “Pouca importância é dada à Bíblia”, escreveu ela, e assim “o Senhor concedeu uma luz menor para conduzir homens e mulheres à luz maior.”26 “A Palavra de Deus”, prossegue a autora, “é suficiente para iluminar a mente mais obscurecida e pode ser compreendida por todos aqueles que sentirem o desejo de entendê-la. Apesar de tudo isso, alguns que pretendem estar fazendo da Palavra de Deus o seu objeto de estudo, encontram-se vivendo em direta oposição aos seus mais claros ensinos. Consequentemente, para que homens e mulheres fiquem sem escusa, Deus concede testemunhos claros e diretos, fazendo com que essas pessoas retornem à Palavra que haviam negligenciado em seguir.”27
3. Um guia na compreensão da Bíblia.
Ellen White considerava seus escritos como um guia para a compreensão mais clara da Bíblia. “Não são apresentadas verdades novas; através dos Testemunhos, porém, Deus simplificou as grandes verdades já concedidas e segundo a forma por Ele mesmo escolhida, trouxe-as perante o povo, visando despertá-los e impressionar suas mentes, a fim de que todos eles fiquem sem escusa.” “Os testemunhos escritos não são concedidos a fim de prover nova luz, mas para imprimir vividamente sobre o coração as verdades da inspiração já anteriormente reveladas.”28
4. Um guia para aplicar princípios bíblicos.
Muitos de seus escritos aplicam os conselhos bíblicos ao viver diário. Ellen White disse que ela foi “orientada a apresentar princípios gerais, e ao mesmo tempo especificar os perigos, erros e pecados de alguns indivíduos, a fim de que todos pudessem ser advertidos, reprovados e aconselhados”.29 Cristo havia prometido semelhante orientação profética a Sua igreja. A própria Ellen White observou: “O fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos.”30
O Desafio ao Crente.
O livro de Apocalipse profetiza que o “testemunho de Jesus” haveria de manifestar-se através do “espírito de profecia” nos últimos dias da história terrestre. Isso representa um desafio a todos, no sentido de não assumir uma atitude de indiferença ou descrença, mas a “provar todas as coisas” e “reter o que é bom”. Existe muito a ganhar – ou perder – face à atitude com a qual assumirmos essa investigação biblicamente ordenada. Jeosafá exortou no passado: “Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (II Crônicas 20:20). Essas palavras soam como perfeitamente verdadeiras, ainda nos dias de hoje.
Referências
1. Itálicos supridos.
2. No tocante a exemplos bíblicos de profetisas, veja Êxodo 15:20; Juízes 4:4; II Reis 22:14; Lucas 2:36; Atos 21:9.
3. Frank B. Holbrook, “The Biblical Basis for a Modern Prophet”, pág. 1 (Documento não publicado, Ellen G. White Estate, General Conference of Seventh-day Adventists, 6840 Eastern Ave. NW, Washington, D.C. 20012). Cf. Jemison, A Prophet Among You (Mountain View, CA: Pacific Press, 1955), págs. 52-55.
4. Veja Holbrook, “Modern Prophet”, págs. 3-5.
5. Infelizmente não existe registro disponível daquilo que ocorreu ao longo de toda a era cristã.
6. Gerhard Friedrich, “Prophets and Prophecies in the New Testament”, in Theological Dictionary of the New Testament, vol. 6, pág. 859.
7. Cf. Friedrich, págs. 860 e 861.P: 308
8. A expressão “testemunho de Jesus” é melhor compreendida como genitivo subjetivo, não como genitivo objetivo. “Duas traduções são possíveis: a) O testemunho acerca de ou concernente a Jesus (genitivo objetivo) = aquilo que os cristãos testemunham a respeito de Jesus; b) O testemunho de ou dado por Jesus (genitivo subjetivo) = mensagens de Jesus a Sua Igreja. As evidências providas pelo uso desta expressão no livro de Apocalipse, sugerem que ela deva ser entendida como genitivo subjetivo (testemunho dado por Jesus), e que este testemunho é concedido através da revelação profética” (Holbrook, “Modern Prophet”, pág. 7). Como uma das evidências, Holbrook cita Apocalipse 1:1 e 2: “‘Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer, e que Ele, enviando por intermédio do Seu anjo, notificou ao Seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.’ No presente contexto está claro que o ‘testemunho de Jesus’ representa a revelação feita por Jesus a João. João registra esse testemunho dado por Jesus. Ambas as expressões do genitivo encontram melhor sentido quando, no contexto, são consideradas como subjetivas; harmonizam-se, também, com as palavras de encerramento do livro: ‘Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora’ (Apocalipse 22:20)” (Ibidem, págs. 7 e 8).
9. Veja SDA Bible Commentary, edição revista, vol. 7, pág. 812; T. H. Blincoe, “The Prophets Were Until John”, Ministry, Suplemento de julho de 1977, pág. 24L; Holbrook, “Modern Prophet”, pág. 8.
10. Tiago Moffatt, in Expositor’s Greek Testament, edição de W. Robertson Nicoll, vol. 5, pág. 465.
11. “Spirit of Prophecy”, SDA Encyclopedia, edição revista, pág. 1.412. Disse Paulo que aqueles que esperam pelo Segundo Advento têm o testemunho de Cristo confirmado, de modo que não lhes falta nenhum dom (I Cor. 1:6 e 7).
12. Uriah Smith, “Do We Discard the Bible by Endorsing the Visions?”, Review and Herald, 1º de dezembro de 1977, pág. 13.
13. E. G. White, “A Messenger”, Review and Herald, 26 de julho de 1906, pág. 8. O título “mensageira do Senhor” foi dado pela inspiração (Ibidem).
14. E. G. White, Primeiros Escritos, pág. 59.
15. J. M. Peebles, “The Word Spiritualism Misunterstood”, in Centennial Book of Modern Spiritualism in America (Chicago, IL: Associação Nacional Espiritualista dos Estados Unidos, 1948), pág. 34.
16. B. F. Austin, “A Few Helpful Thoughts”, Centennial Book of Modern Spiritualism, pág. 44.
17. E. G. White, O Grande Conflito, págs. 571 e 588 (edição padronizada).
18. No tocante à visão historicista das profecias de Daniel e Apocalipse que dominaram no seio do protestantismo desde a Reforma até o século dezenove, veja Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vols. 2-4. Veja também o capítulo 12.
19. Richard Hammill, “Spiritual Gifts in the Church Today”, Ministry, julho de 1982, pág. 17.
20. Roger L. Dudley e Des Cummings Jr., “A Comparison of the Christian Attitudes and Behaviors Between Those Adventist Church Members Who Regularly Read Ellen White Books and Those Who Do Not”, 1982, págs. 41 e 42. Relatório de pesquisa do Departamento de Ministérios, Universidade Andrews, Berrien Springs, MI. A pesquisa abrangeu mais de 8.200 membros, componentes de 193 igrejas nos Estados Unidos.
21. Jemison, Prophet Among You, págs. 208-210; Froom, Movement of Destiny (Washington, D.C.: Review and Herald, 1971), págs. 91-132; Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message and Mission, págs. 103-293.
22. E. G. White, Primeiros Escritos, pág. 78.
23. E. G. White, O Grande Conflito, pág. 9 (edição padronizada).
24. William A. Spicer, The Spirit of Prophecy in the Advent Movement (Washington, D.C.: Review and Herald, 1937), pág. 30.
25. E. G. White, Testimonies for the Church, vol. 5, págs. 664 e 665.
26. E. G. White, “An Open Letter”, Review and Herald, 20 de janeiro de 1903, pág. 15; citado em E. G. White, O Colportor-Evangelista, pág. 125.
27. E. G. White, Testimonies, vol. 5, pág. 663. 28. Ibidem, pág. 665.
29. Ibidem, pág. 660.
30. E. G. White, O Grande Conflito, pág. 9 (edição padronizada).
67 – Profetismo – Teólogos Novo Tempo https://youtu.be/VkfnzFHFk50