Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Pois ele [o governante] é o servo de Deus para lhe fazer o bem. Mas se você errar, tenha medo, pois ele não empunha a espada à toa. Ele é o servo de Deus, um agente da ira para punir o malfeitor.” Romanos 13:4, NIV.
Existem duas passagens bíblicas das quais Adolf Hitler gostou especialmente. O primeiro foi Romanos 13:1-7 e o segundo, 1 Pedro 2:13, 14. “Por amor do Senhor, seja submisso a toda autoridade humana. Para o rei como para o soberano; e governantes enviados por ele para punir os malfeitores e elogiar os que fazem o bem.”
Todos os anos, e em todas as igrejas do Terceiro Reich, um sermão tinha que ser pregado sobre um desses dois textos. Na ocasião, havia “observadores” para garantir que os textos fossem “corretamente interpretados”.
O conceito de Hitler como um “ministro” ou “servo” de Deus é interessante. Ele queria que todos soubessem que ele tinha autoridade direta de Deus para empunhar a espada e que Deus o havia designado como seu agente. Portanto, de acordo com a teoria, o que quer que eu fizesse, estaria tudo bem.
Essa forma de pensar pode parecer convincente, mas não é o que o texto ensina. Paulo diz que Deus designou autoridades civis (13:1) para serem seus servos. Portanto, os governantes terrenos não são supremos, mas operam com autoridade delegada. Eles devem agir apenas como servos de Deus, e nada mais, não importa quão elevada seja sua opinião sobre si mesmos. Do ponto de vista paulino, os chefes de estado não são agentes livres. E sua função é fazer o bem. Claro, esse “bem” deve estar de acordo com a perspectiva de Deus, e não a de Nabucodonosor, César, Napoleão, Hitler ou mesmo o presidente ou primeiro-ministro do momento.
O governante é um servo de Deus [literalmente, “diácono”], sugere Leon Morris, e seu papel é “permitir que os outros servos de Deus se dediquem a cumprir sua tarefa de fazer a vontade de Deus”. Portanto, é responsabilidade desses líderes exibir uma conduta responsável. É com esse espírito que Paulo escreve a Timóteo: “Em primeiro lugar, insisto em que súplicas, orações, petições e ações de graças sejam feitas por todos os homens; pelos reis e por todos aqueles que estão em eminência, para que possamos viver na quietude e na paz, com toda misericórdia e dignidade. Isso é bom e agradável a Deus nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e conheçam a verdade” (1 Timóteo 2:1-4).
Uma das funções que os governos, como servos de Deus, devem desempenhar é estabelecer e manter a lei e a ordem, para que o evangelho possa ser pregado. Como cristãos, precisamos orar todos os dias por nossos governantes. Fazer isso é parte de nossa responsabilidade cristã.