Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Pois a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me libertou da lei do pecado e da morte.” Romanos 8:2, RSV.
A palavra “pois” é importante no texto de hoje porque conecta Romanos 8: 1 ao versículo 2 e assim nos ajuda a começar a entender por que não há “condenação para os que estão em Cristo Jesus” (versículo 1, NVI). Por quê? “Pois” ou “porque” (NVI) “a lei do Espírito da vida em Cristo me libertou da lei do pecado e da morte”.
O versículo 3 aborda a base dessa liberdade. Mas antes de prosseguirmos para esse versículo, devemos notar que o Espírito Santo (aqui mencionado em conexão com “a lei do Espírito da vida”) é central em Romanos 8. O foco no Espírito sinaliza uma grande mudança na epístola. Essa transição é especialmente forte quando comparamos os capítulos 7 e 8. Romanos 7 menciona a lei e seus sinônimos 31 vezes, mas o Espírito Santo apenas uma vez. O capítulo 8, em contraste, fala do Espírito Santo pelo menos 20 vezes. “O contraste essencial” entre Romanos 7 e 8, observa John Stott, “é entre a fraqueza da lei e o poder do Espírito. Pois contra o pecado interior, que é a razão pela qual a lei é incapaz de nos ajudar em nossa luta moral (7:17, 20), Paulo agora estabelece o Espírito que habita em nós, que é tanto nosso libertador agora da ‘lei do pecado e da morte’ (8: 2) e a garantia da ressurreição e glória eterna no final (8: 11, 17, 23).”
Romanos 8 descreve a vida cristã como uma vida no Espírito Santo. É uma vida produzida, sustentada, dirigida e enriquecida pelo Espírito. Sem o Espírito Santo, a vida cristã seria impossível. Não é de se admirar que Ellen White sugira que o dom do Espírito Santo traz “todas as outras bênçãos em sua sequência” (The Desire of Ages, p. 672).
Romanos 8: 2 afirma que o Espírito por meio da “lei do Espírito da vida em Cristo Jesus” (isto é, o evangelho) nos liberta “da lei do pecado e da morte” (isto é, a condenação da lei). Assim, encontramos aqui um segundo privilégio. No versículo primeiro aprendemos que não estamos mais sob a condenação da lei, enquanto no segundo versículo descobrimos uma certa libertação que os cristãos têm no evangelho. Essa libertação não é, entretanto, da própria lei (que é boa, santa, justa e espiritual), mas tanto da escravidão ao pecado quanto da condenação da lei.
Assim, Paulo proclama a liberdade cristã que liberta os cristãos do negativo e os abre para o positivo por meio da orientação e do poder do Espírito.