Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Tal fé implica a presença do Deus em quem [Abraão] cria, um Deus que faz viver os mortos e que dá vida ao que não existe.” Romanos 4:17, Moffatt.
Duas frases saltam sobre nós nesta passagem. A primeira é que Abraão colocou sua fé em um “Deus que faz viver os mortos”. A segunda é que esse Deus “dá vida ao que não existe”.
O que Paulo quis dizer com essas frases? O primeiro poderia trazer várias alusões à mente. Um é Ezequiel 37, no qual o profeta se encontra em um vale de ossos secos, e Deus lhe pergunta se aqueles ossos poderiam viver. O capítulo segue para uma visão da ressurreição. Uma segunda alusão pode ser à ressurreição de Jesus. O Novo Testamento fala repetidamente em dar vida aos mortos no contexto da ressurreição de Jesus.
Então, novamente, Paulo pode ter aludido à estimativa judaica típica dos gentios, e ao fato de que Deus poderia dar vida até mesmo a eles.
Mais direto ao ponto seria o fato de que toda pessoa (tanto judeu quanto gentio) fora de Cristo está “morta” em “ofensas e pecados”, mas é “vivificada” em Jesus (Efésios 2: 1). Nesse caso, Paulo estaria se referindo à justificação como uma espécie de ressurreição da morte espiritual.
Todos esses conceitos poderiam estar na mente de Paulo. Mas há ainda outro que está ainda mais próximo do contexto do versículo de hoje. Vemos essa interpretação refletida em Romanos 4:19, em que lemos que o corpo de Abraão e o ventre de Sara estavam “quase mortos” (NVI).
Deus tomou seus órgãos “mortos” e tirou vida deles e os fez pais de muitas nações.
Essa última interpretação também se ajusta ao fato de que Deus “chama à existência o que não existe”. A referência mais uma vez no contexto da passagem é que Deus tirou muitas nações da união aparentemente estéril de Abraão e Sara. Essa chamada à existência, é claro, também nos lembra do poder geral de Deus para criar.
Nós, como Abraão, servimos a um Deus maravilhoso. Em nossas vidas, Ele pode trazer vida da morte espiritual e algum dia trará vida eterna da morte física. Cada conversão a Jesus é um milagre tanto quanto a ressurreição ou a criação. Abraão tinha fé em um ser que tinha o poder de moldar sua vida. Somos convidados a compartilhar a mesma fé que molda a vida.