Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Não foi pela lei que Abraão e sua descendência receberam a promessa de que ele seria o herdeiro do mundo, mas pela justiça que vem pela fé.” Romanos 4:13, NIV.
Temos em nossas mãos um apóstolo muito persistente. Paulo simplesmente não desiste. Ele continua insistindo em sua tese de que a justiça na justificação vem somente pela fé. Em Romanos 4:1-8 ele prova que Abraão obteve sua justiça pela fé sem obras. Então, nos versículos 9-12, ele demonstra que a justiça de Abraão resultou pela fé, sem levar em conta a circuncisão. Agora, começando no versículo 13, ele argumenta que a bênção do patriarca veio pela fé e não pela lei. Antes de seu argumento terminar, Paulo terá mostrado que a graça e a lei são incompatíveis em termos de obtenção da promessa de Deus e que a graça é o único método dEle.
À primeira vista, poderíamos esperar que Paulo continuasse a usar o argumento cronológico neste parágrafo. Afinal, se a bênção de Abraão não fosse resultado da circuncisão, visto que ele havia recebido a promessa 14 anos antes de sua circuncisão, não seria igualmente válido que a bênção não pudesse ter vindo de sua relação com a lei, já que Deus deu a lei 430 anos após a promessa? Paulo usa esse argumento em Gálatas 3. Mas em Romanos 4 ele segue uma linha de pensamento que mostra que a promessa de Deus se baseia na graça e não na lei.
A ideia de promessa é fundamental no pensamento de Paulo. A promessa, é claro, foi a que Deus fez a Abraão. Veio em três partes. Primeiro, que Abraão teria um grande número de descendentes abrangendo muitas nações (Gênesis 12:2; 13:16; 15:5; 17:4-6, 16-20). Segundo, que ele possuiria a terra de Canaã (Gênesis 13:15-17; 15:12-21; 17: 8), e terceiro, que Abraão seria o meio por meio do qual Deus abençoaria o mundo (Gên.12: 3; 18:18; 22:18).
Essas promessas caíram direto na igreja cristã. O maior é que o povo de Deus ainda herdará a terra. Jesus nos diz que chegará o dia em que Ele fará “novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5, RSV). Naquele tempo, Deus “enxugará de [nossos] olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem pranto, nem dor, porque as coisas anteriores já passaram” (versículo 4).
A igreja ainda aguarda o cumprimento completo da promessa abraâmica ao orar: “Amém! vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22:20).
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