Por George Knight
Fonte: Caminhando com Paulo através de Romanos
“Temos dito: “A fé de Abraão foi contada como justiça. “Em que circunstâncias isso foi contado? Ele foi circuncidado na época ou não? Ele não era ainda circuncidado, mas incircunciso.” Romanos 4:9, 10, REB.
Na passagem de hoje, Paulo nos remete ao seu argumento em Romanos 4:3 de que a fé de Abraão era a base para que Deus o considerasse justo. Em seguida, Paulo faz duas perguntas que parecem não terem sido feitas aos judeus de sua época.
A primeira pergunta: “Em que circunstâncias isso foi contado?” E a segunda: “Foi antes ou depois da circuncisão?”
Ambas as perguntas eram de extrema importância para Paulo e seus detratores judeus. Nesse ponto, eles podem estar prontos para argumentar com Paulo que ele provou seu ponto de vista de que Abraão foi justificado pela fé. Mas, eles podem estar pensando, deve haver mais do que isso. A explicação da fé é muito simples. Deve haver algo que temos que fazer, algo que Abraão fez. Afinal, Abraão foi circuncidado. Isso deve ter valido alguma coisa, já que é o sinal da aliança.
É muito fácil pensar dessa maneira – presumir que deve haver algo que precisamos fazer para sermos justificados. A fé é boa, mas a fé mais as obras seria ainda melhor. Fé + batismo, ou fé + dízimo, ou fé + guarda do sábado. Deve haver mais. Simplesmente não pode ser tão simples.
Essa é a atitude exata que Paulo combate em Romanos 4. Ele argumentou veementemente que a justificação é um dom de Deus “independente das obras” de qualquer tipo (Romanos 4: 6, RSV).
Foi assim no caso de Abraão, afirma Paulo. Ele só teve que voltar a Gênesis para essa conclusão. Gênesis 15:6 declarou que Abraão era justificado, embora a ordem da circuncisão não viesse até Gênesis 17, 14 anos depois.
Portanto, o caso de Paulo está provado. A circuncisão não é a razão pela qual Deus considerou Abraão justo. Ele foi justificado somente pela fé, em vez de fé + circuncisão.
O evangelho de Paulo é radical. Não apenas atravessa a maneira como os judeus pensavam, mas também atravessa a nossa maneira de pensar. Certamente, deve haver algo que precisamos fazer antes de sermos justificados. Mas a resposta de Paulo é clara. Nosso único requisito é ir a Deus com fé, aceitando a purificação que ele tornou possível por meio do sacrifício de Cristo no Calvário.