Ellen White
Deus não depende do homem para o avanço de Sua causa. Poderia ter feito dos anjos embaixadores de Sua verdade. Poderia ter tornado Sua vontade conhecida, assim como do Sinai proclamou a lei com a Sua própria voz. Porém, para cultivar em nós o espírito de beneficência, escolheu empregar os homens para fazerem esse trabalho.
Cada ato de abnegação para o bem dos outros fortalecerá o espírito de beneficência no coração do doador, levando-o cada vez mais perto do Redentor do mundo, que “sendo rico, por amor de nós Se fez pobre, para que pela Sua pobreza enriquecêssemos”. E é, somente, quando cumprimos o propósito divino em nossa criação que a vida pode ser uma bênção para nós. Todas as boas dádivas divinas ao homem demonstrar-se-ão apenas uma maldição, a menos que as empreguem para abençoar os seus semelhantes, e para o avanço da causa de Deus na Terra. — The Review and Herald, 7 de Dezembro de 1886.
O fruto de buscar o ganho — É esse crescente devotamento a ganhar dinheiro, o egoísmo que o desejo de ganhar produz, que mata a espiritualidade da igreja e dela remove o favor de Deus. Sempre que a cabeça e as mãos estão constantemente ocupadas em planejar e trabalhar arduamente para o acúmulo de riquezas, os reclamos de Deus e da humanidade são esquecidos.
Se Deus nos tem abençoado com prosperidade, não é para que nosso tempo e atenção sejam desviados dEle e dedicados àquilo que Ele nos emprestou. O doador é maior do que a dádiva. Fomos comprados por preço, não somos de nós mesmos. Temo-nos esquecido desse infinito preço pago pela nossa redenção? Morreu a gratidão em nosso coração? Não faz a cruz de Cristo com que se envergonhe uma vida de comodidade e condescendência egoístas? […] Estamos colhendo os frutos dessa infinita abnegação, e ainda, quando há trabalho a fazer, quando há necessidade de nosso dinheiro para ajudar a obra do Redentor na salvação de pessoas, eximimo-nos ao dever 12 Razões para dar 13 e rogamos para ser escusados. Ignóbil indolência, descuidada indiferença e ímpio egoísmo fecham os nossos sentidos aos reclamos divinos.
Oh, deve Cristo, a Majestade do Céu, o Rei da Glória, levar a pesada cruz, e usar a coroa de espinhos e beber o amargo copo enquanto nós nos reclinamos ociosamente, glorificando-nos a nós mesmos, e nos esquecemos das pessoas por quem Cristo morreu, [13] para remir pelo Seu precioso sangue? Não; demos enquanto podemos. Demos enquanto temos força. Trabalhemos enquanto é dia. Dediquemos nosso tempo e nossos meios ao serviço de Deus, para que possamos ter a Sua aprovação e receber Sua recompensa. — The Review and Herald, 17 de Outubro de 1882.
Nosso maior conflito com o eu — Nossas posses, nesta vida, são limitadas, mas o grande tesouro que Deus oferece em Sua dádiva ao mundo é ilimitado. Compreende cada desejo humano e vai muito além de nossos cálculos humanos. No grande dia da decisão final, em que todo homem será julgado segundo o que tiver feito, toda voz de justificação própria será silenciada, pois se verá que em Seu legado à raça humana deu o Pai tudo quanto tinha para dar, e que os que recusaram aceitar a graciosa oferta estão sem escusas.
Não temos exteriormente inimigos que precisemos temer. Nosso grande conflito é contra o eu não consagrado. Quando vencemos o eu, somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou. Meus irmãos, há para nós uma vida eterna a ganhar. Combatamos o grande combate da fé. Nossa prova não está no futuro, mas é agora. Enquanto ela se prolonga, “buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas” — as coisas que agora servem ao propósito de Satanás como ciladas, para enganar e destruir — “vos serão acrescentadas”. — The Review and Herald, 5 de Março de 1908.
Uma mancha imunda — Jamais nos devemos esquecer de que somos colocados sob prova, no mundo, a fim de determinar nossa habilitação para a vida futura. Nenhum daqueles cujo caráter estiver maculado com a nódoa imunda do egoísmo, poderá entrar no Céu. Portanto, Deus nos prova aqui, concedendo-nos posses temporais, para que o uso que disso fizermos possa revelar se nos poderão ser confiadas as riquezas eternas. — The Review and Herald, 16 de Maio de 1893.
Nossas posses dadas apenas em confiança — Grandes ou pequenas que sejam as posses de qualquer indivíduo, lembre-se ele de que isto é seu apenas em confiança. Por sua força, habilidade, tempo, talentos, oportunidades e recursos, tem que prestar contas a Deus. É esse um trabalho individual; Deus nos dá, para que nos possamos tornar como Ele: generosos, nobres, caridosos, ao dar uns aos outros. Aqueles que, esquecidos, de sua missão divina, só procuram economizar ou gastar na condescendência do orgulho ou do egoísmo, poderão alcançar os ganhos e prazeres do mundo; mas, à vista de Deus, avaliados pelas suas realizações espirituais, são desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nus.
Sempre que seja devidamente empregada, torna-se a riqueza um vínculo áureo de gratidão e afeto entre o homem e os seus [14] semelhantes, e um forte laço a ligar suas afeições ao seu Redentor. O dom infinito do dileto Filho de Deus exige dos recebedores de Sua graça tangíveis expressões de gratidão. O que recebe a luz do amor de Cristo, está, portanto, sob a mais imperiosa obrigação de difundir a bendita luz sobre outras pessoas que estejam em trevas. — The Review and Herald, 16 de Maio de 1882.
Para despertar os atributos do caráter de Cristo — O Senhor permite que a homens e mulheres sobrevenham o sofrimento, a calamidade, para nos tirar do nosso egoísmo, para em nós despertar os atributos de Seu caráter: compaixão, ternura e amor.
Faz o amor divino os seus mais tocantes apelos quando nos roga que manifestemos a mesma terna compaixão que Cristo manifestou. Era Ele um homem de dores e experimentado nos trabalhos. Em todas as nossas aflições é Ele afligido. Ama os homens e mulheres como sendo comprados pelo Seu próprio sangue, e nos diz: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis”. — The Review and Herald, 13 de Setembro de 1906.
A mais elevada honra, a maior alegria — Deus é a fonte da vida, luz e alegria do Universo. Como raios de luz do Sol, dEle fluem bênçãos a todas as criaturas que Ele criou. Em Seu infinito amor, tem concedido aos homens o privilégio de se tornarem participantes da natureza divina, e, por seu turno, difundirem bênçãos aos seus semelhantes. É essa a mais elevada honra, a maior alegria que Deus pode conceder ao homem. Os que assim se tornam participantes de Razões para dar trabalhos de amor, são levados para mais perto do Criador. Os que recusam tornar-se “cooperadores de Deus” — o homem que por causa da condescendência egoísta ignora as necessidades de seus semelhantes, o avarento que aqui amontoa os seus tesouros — estão afastando de si mesmos as mais ricas bênçãos que Deus lhes pode dar. — The Review and Herald, 6 de Dezembro de 1887.