1 Digo, porém, o seguinte: durante o tempo em que o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, mesmo sendo senhor de tudo.
2 Mas está sob tutores e curadores até o tempo predeterminado pelo pai.
3 Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos rudimentos do mundo.
4 Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.
A plenitude do tempo” é uma clara referência a Daniel 9:24, 25. Essa profecia indicava a vinda do Messias. Isso se cumpriu perfeitamente em Cristo Jesus. “Filho de Deus e nascido de mulher”. Aqui Sua natureza divino/humana. Viveu entre nós “calçando nossos sapatos”. Jesus veio e condenou o pecado na carne (Rom. 8:3), isto é, venceu como homem. Jesus cumpriu o propósito de Sua vinda como o Cordeiro de Deus: Com Sua vida, morte e ressurreição nos resgatou da maldição da Lei. Pagou o preço das nossas culpas e abriu o caminho a todo que quiser voltar ao lar. Resgatados do cativeiro da morte, temos a adoção de filhos espirituais e vida NELE! Nós O aceitamos como Redentor e desfrutamos a adoção de filhos justificados e inseridos no Seu Reino. Pagou o preço dos nossos pecados e nos resgatou da maldição da Lei, sofrendo o nosso castigo! “Adoção de filhos”. Aceitando a Cristo como nosso Salvador desfrutamos a adoção de filhos. Somos filhos espirituais: Justificados e inseridos no Seu Reino. Tudo o mais é sobrevivência nesta vida, enquanto esperamos o reino de glória. O que mais? A gloriosa missão de abreviar o glorioso dia de sua volta.
6 E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: “Aba, Pai!”
Aceitamos ao Senhor Jesus e fomos feitos filhos espirituais. Os gálatas não precisavam de esforço legalista. Tendo a Cristo já eram filhos do Seu reino. Os cristãos não devem duvidar dessa filiação pela Graça. Se o fizerem, viverão uma vida de penitência. Sempre buscando, nunca desfrutando Salvação. A mensagem bíblica para todos que entregamos o coração a Jesus, é: “Vós sois filhos”! Quem nos convence disso? O Espírito Santo!”
A justificação pela fé em Cristo coloca o pecador em íntima relação com o Pai (Aba). O Espírito Santo, que convenceu do pecado, agora convence de que é filho e herdeiro (Rom. 8:16, 17). Eis a inquietação de Paulo: Como podiam os gálatas estar trocando essa segurança pela busca legalista? Como, estando ancorados na Rocha, voltar a nadar contra a correnteza? Por que trocar a paz pelo peso da culpa? Inacreditável: Estando já conquistados pela Graça tentavam conquistar a Deus. Convencidos do Seu perdão, agora buscavam recomendar-se pelo esforço… E o que dizer de crentes, com décadas de cristianismo, sem entrar no descanso? Como admitir, crentes velhos, achando que a obediência contribui para sua salvação? Ela contribui, reflete-a! Por isso, essa mensagem é tão odiada pelo inimigo, pois ela insiste com os justificados: Recebestes a Cristo como Salvador? Sois filhos de Aba! Ponto!
Quando o pecador se entrega ao Senhor Jesus deve reconhecer que agora é filho espiritual; que desfruta da intimidade filial com ABA! Quantos cristãos entregaram a vida ao Senhor Jesus, mas resistem crer que foram aceitos. Então vivem uma dolorida vida de penitência religiosa, buscando assim, completar o que já é completo. Muito triste isso. A mensagem bíblica para todos que deixamos o mundo e seus prazeres e nos redemos a Jesus, é: “Vós sois filhos”!
7 Assim, você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus.
A escravatura aqui é uma direta referência ao legalismo, ao mau uso da Lei. É escravo quem trabalha e não tem nenhuma perspectiva, como é o caso de quem obedece para ser salvo. Nenhum gozo presente ou futuro. Nenhuma emancipação. Apenas a dura vida de escravo, esforço deprimente, cansativo. Assim era o filho mais velho da parábola, não se sentia filho, mas escravo. A justificação pela fé em Cristo, em primeiro lugar assegura o sentimento de pertencimento. E por isso, leva ao envolvimento com Jesus e Seus interesses de forma prazerosa, intensa e plena. Filhos e herdeiros. Todo o Universo nos pertence, mas em especial, estar em paz na Sua presença!
8 Mas, no passado, quando não conheciam a Deus, vocês eram escravos de deuses que, por natureza, não são deuses.
9 Mas agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora que vocês são conhecidos por Deus, como é que estão voltando outra vez aos rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo querem servir como escravos?
Os cristãos gálatas, outrora pagãos, agora conheciam a Deus e Seu divinal plano de salvação pela Graça. Haviam escapado da idolatria politeísta, mas estavam caindo no colo amargo do legalismo judaico. Satanás explorava a fraqueza humana por uma religião meritória. Era o esforço para acalmar a divindade, antes pelo paganismo, desta vez pelo legalismo. Toda religião que se apoia em méritos humanos é abominável ao Senhor. Escraviza e humilha. Quantos cristãos hoje, ainda precisam libertação de alguma prática escravizadora, pela qual esperam obter o favor divino? Desejo que você esteja livre da religião baseada nos méritos humanos. Que esteja descansado em Cristo!
.Queira o Senhor nos manter no trilho da Sua Graça: Livres e comprometidos com a expansão do Seu reino, repetindo sempre: “Eu era cego, agora vejo” (João 9:25
10 Vocês guardam dias, meses, tempos e anos.
11 Receio que o meu trabalho por vocês tenha sido em vão.
Judaizantes eram judeus cristãos. Eles impunham as cerimônias judaicas como condições para a salvação. O deixarem-se seduzir pelos judaizantes, judeus cristãos que impunham as observâncias das cerimônias judaicas como condições para a salvação, levou Paulo a essa dolorida declaração aos gálatas: “Meu trabalho pode ser nulo se continuarem nessa direção”. Conclusão: Muito cuidado com o legalismo! A pergunta é pertinente a cada um de nós: Existe em mim algum legalismo, ou sou totalmente dependente de Cristo? Paulo combateu esse mal com a tenacidade que o caracterizava. E se não for localizado? E se for visto como normal, e até defendido? Toda ênfase religiosa que propõe o esforço humano para ser aceito por Deus é legalista. O Diabo não desiste dessa sua arma que, talvez, seja a mais usada, desde Caim. Firmeza em Cristo!
Cada pastor deveria fazer um levantamento para sentir se há legalismo em seu rebanho, e combate-lo. Cada cristão deve fazer uma autoanalise sincera para estar certo de que este parasita religioso não é o grande gargalo em sua vida cristã. Se o legalismo grassar, todo esforço evangelístico será vão. Paulo localizou sua presença e o combateu com a tenacidade que lhe caracterizava. E se não for localizado? E se for visto como normal, e até defendido? Acham que o Diabo desistiu de usar essa arma tão atraente à nossa natureza caída, que se inclina à religião de méritos humanos? Evidente que ele usa até hoje. Para nós bastam os méritos do Senhor Jesus. A eles que nos agarramos. Amém!
12 Sejam como eu sou, porque também eu sou como vocês. Isto é o que lhes peço, irmãos. Vocês não me ofenderam em nada.
13 E vocês sabem que eu lhes preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física.
14 E, por mais que a minha enfermidade na carne lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo nem desgosto. Pelo contrário, me receberam como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus.
15 O que aconteceu com a felicidade que vocês tinham? Porque posso dar testemunho de que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para me dar!
16 Será que, por dizer a verdade, me tornei inimigo de vocês?
17 Esses que se mostram tão zelosos em relação a vocês não estão sendo sinceros. O que eles querem é afastar vocês de mim, para que vocês se interessem por eles.
Os gálatas estavam se esquivando de Paulo, como se ele quisesse o mal deles. Chamavam o bem de mal, e o mal de bem; coisa do Maligno. O homem natural, que busca o favor divino com suas obras, não se sente à vontade diante da Graça e foge, como Adão, quando escapava com a veste de figueira. O legalismo dá uma falsa base ao pecador; não lhe dá a paz. Pode dar a sensação de pagamento, mas não dá descanso. Ocupa a mente, mas não repousa o coração. Usa regras como forma de atiçar a culpa em si nos outros. O legalismo mantém Deus na curva do horizonte… Jamais produz amor ao próximo, sempre acusação. O legalismo nunca põe Deus como referência, sempre os outros. Deus como referência é santidade. O próximo como referência é acusação certa.
A graça nos harmoniza com Deus e nos faz focar o bem do outro. De Deus vem a santidade, no outro vemos missão.
18 É bom ser sempre zeloso pelo bem e não apenas quando estou com vocês,
19 meus filhos, por quem, de novo, estou sofrendo as dores de parto, até que Cristo seja formado em vocês.
“Não deve ter sido fácil a conversão dos gálatas. Tiveram que abandonar a falsa segurança dos ídolos e confiar na obra da cruz de Cristo por eles. Fazê-los exercer fé em Cristo e ter certeza da Sua aceitação, foi tarefa como dores de parto. Vê-los agora retroagir era sofrer duas vezes.“ Meus filhos”. Paulo se comove e fala como pai. Busca impressioná-los com seu amor pastoral. Eles estavam abortando todo conhecimento da Graça e abraçando a religião sofrida dos méritos carnais. Ter a Cristo formado no coração é ter Sua vida em nós como esteve no ventre de Maria. É Cristo conduzindo a vida: Sendo em nós as Suas exigências espirituais, morais. O justo sabe que Cristo foi formado em seu coração. Sabe que sua vida é vivida por Sua competência. Temos vontade e Ele tem o poder, assim acontece o viver cristão que glorifica o Altíssimo. A glória é toda DELE!
20 Bem que eu gostaria de estar agora aí com vocês e falar em outro tom de voz, porque estou perplexo com vocês.
21 Digam-me vocês, os que querem estar sob a lei: será que vocês não ouvem o que a lei diz?
“Lei aqui é o amplo sistema de sacrifícios que apontava para Jesus. Os gálatas estavam aceitando os rituais judaicos para conseguir o favor divino. Paulo chamou isso de estar “sob a lei”, isto é, praticando como mérito de salvação. A pergunta do apóstolo: “Não ouvis a lei’? Queria dizer: Não percebem que o Messias, para onde tudo apontava, já veio? Não conseguem ouvir os gritos das leis cerimoniais, dizendo que o Cordeiro de Deus já foi sacrificado? Que alívio! O clamor dos sacrifícios, apontando a Jesus, como o sacrifício em nosso lugar. Não precisamos ser convencidos, estamos seguros! A fé no Salvador nos livrou da salvação pelos méritos humanos.”
22 Pois está escrito que Abraão teve dois filhos: um da mulher escrava e outro da mulher livre.
23 O filho da escrava nasceu segundo a carne; o filho da mulher livre nasceu mediante a promessa.
Ismael nasceu segundo a carne: Abraão agiu para que os propósitos de Deus se cumprissem. Abraão foi ação para que Deus fosse a reação. Isso é um despropósito. Isaque nasceu mediante a promessa: Deus agiu no impossível. Deus foi a ação para que Abraão fosse a reação. Esse é Divino! Quando Abraão age é salvação pelas obras. Deus agindo a salvação é pela Graça. Do atrevimento de agir no lugar de Deus veio sinal da circuncisão, para lembrar que a salvação não é pelo esforço humano. Do nascimento de Isaque vem a boa notícia: Deus cumpre Suas promessas, age nas nossas impossibilidades – era um tipo de Cristo. Claro que é apenas uma ilustração, pois Isaque e Ismael foram pecadores comprados pelo sangue de Cristo. Não precisamos fazer nossos Ismaéis (obras legalistas), pois nosso Isaque (Cristo) já veio e nasceu em nosso coração. Hoje temos o coração circuncidado (Rom. 2:29), isto é, olhamos para ele e sempre lembramos que sua redenção veio do alto. Somos Teus, Senhor!
24 Estas coisas são alegóricas, porque essas mulheres são duas alianças. Uma se refere ao monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é Agar.
25 Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com os seus filhos.
26 Mas a Jerusalém lá de cima é livre e ela é a nossa mãe.
27 Porque está escrito: “Alegre-se, ó estéril, você que não dá à luz; exulte e grite, você que não sente dores de parto; porque os filhos da mulher abandonada são mais numerosos do que os filhos da que tem marido.”
28 Mas vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isaque.
29 Como, porém, no passado, aquele que nasceu segundo a carne perseguia o que nasceu segundo o Espírito, assim também acontece agora.
30 Mas o que diz a Escritura? Ela diz: “Mande embora a escrava e seu filho, porque de modo nenhum o filho da escrava será herdeiro com o filho da mulher livre.”
A Graça nunca admitiu união com obras meritórias para a salvação. Lançar fora o legalismo, eis a ordem do senhor. Será que hoje ainda existem muitos que precisam lançar fora a religião legalista? Sem dúvida que sim, infelizmente. Isso é mandamento e deve ser obedecido. O justo sabe que já lançou fora todo esforço carnal. Abraçou a Graça e desfruta da herança do Reino prazerosamente. Amém!
31 Portanto, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre.
Que segurança tinha Paulo e procurava passar a mesma para a Igreja: Somos filhos da livre! Ele mesmo disse que isso é uma alegoria (v.24), uma ilustração extraída da obra humana de Abraão e Agar e da divina Abrão e Sara. Ismael, foi a tentativa humana de fazer que a Palavra de Deus, de lhe dar um filho, se cumprisse. Os legalistas são representados por Agar (Ismael, salvação pelo esforço humana).Os justificados pela fé representados por Sara (Isaque, salvação pela providência divina). Vejam a ênfase de Paulo: Somos filhos da livre! No cristianismo a Justificação pela fé em Cristo não dá espaço para dúvida – somos de fato do Senhor! Aqui fica essa palavra de absoluta verdade, a todos que entregamos a vida ao Senhor Jesus: Não O servimos para atrair o Seu amor, o Seu amor nos atraiu, por isso O servimos! Bom dia!