Este capítulo é baseado em 1 Samuel 3-6; 2 Samuel 6; 1 Reis 8.
A arca de Deus era um cofre sagrado, feito para ser o repositório dos Dez Mandamentos — lei que era a representação do próprio Deus. Esta arca era considerada a glória e força de Israel. O sinal da Presença Divina estava sobre ela dia e noite. Os sacerdotes que ministravam diante dela eram sagradamente ordenados para o santo ofício. Usavam um peitoral guarnecido de pedras preciosas de diferentes materiais, os mesmos que compõem os doze fundamentos da cidade de Deus. Dentro das bordas estavam os nomes das doze tribos de Israel, gravados em pedras preciosas engastadas em ouro. Este era um riquíssimo e belo trabalho, suspenso dos ombros dos sacerdotes, cobrindo o peito.
À direita e à esquerda do peitoral havia duas grandes pedras, que resplandeciam com grande brilho. Quando eram trazidos aos juízes assuntos difíceis, que não podiam decidir, eles os encaminhavam aos sacerdotes, e estes inquiriam a Deus, que lhes respondia. Se Ele aprovava e desejava garantir seu êxito, uma auréola de luz e glória repousava especialmente sobre a pedra preciosa à direita. Se desaprovava, um vapor ou nuvem parecia cobrir a pedra preciosa à esquerda. Quando inquiriam a Deus quanto a irem à batalha, a pedra à direita, quando circulada de luz, significava: Ide e prosperai. A pedra à esquerda, quando sombreada pela nuvem, dizia: Não ireis, porque não haveis de prosperar.
Quando o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo, uma vez por ano, e ministrava diante da arca na solene presença de Deus, ele perguntava, e Deus frequentemente lhe respondia com voz audível. Quando o Senhor não respondia por voz, deixava que sagrados raios de luz e glória repousassem sobre o querubim que estava à direita da arca, em aprovação ou favor. Se seus pedidos eram recusados, uma nuvem repousava sobre o querubim à esquerda.
Quatro anjos celestiais sempre acompanhavam a arca de Deus em todas as suas jornadas, para guardá-la de todo o perigo e para executar qualquer missão requerida deles em conexão com a arca. Jesus, o Filho de Deus, seguido por anjos celestiais, ia adiante da arca quando esta veio ao Jordão; e as águas se abriram diante de Sua presença. Cristo e os anjos estiveram junto à arca e aos sacerdotes no leito do rio até que todo o Israel tivesse atravessado o Jordão. Cristo e os anjos estavam presentes no circuito da arca ao redor de Jericó e finalmente derribaram os maciços muros da cidade e entregaram Jericó nas mãos de Israel.
Resultado da negligência de Eli
Quando Eli era sumo sacerdote, elevou seus filhos ao sacerdócio. Apenas a Eli era permitido entrar uma vez por ano no lugar santíssimo. Seus filhos ministravam à porta do tabernáculo e oficiavam na matança dos animais e junto ao altar de sacrifícios. Continuamente abusavam deste ofício sagrado. Eram egoístas, ambiciosos, glutões e depravados. Deus reprovou a Eli por sua criminosa negligência na disciplina familiar. Eli reprovou seus filhos mas não os conteve.
Depois que foram colocados no sagrado ofício do sacerdócio, Eli ouviu de sua conduta em defraudar os filhos de Israel de suas ofertas, e soube de suas insolentes transgressões da lei de Deus e de sua conduta violenta, que levava Israel ao pecado.
O Senhor fez saber ao menino Samuel os juízos que traria sobre a casa de Eli por causa de sua negligência. “Disse o Senhor a Samuel: Eis que vou fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambos os ouvidos. Naquele dia suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa: começarei, e o cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais lhes será expiada a iniquidade nem com sacrifício nem com oferta de manjares.”
As transgressões dos filhos de Eli eram tão ousadas, tão insultantes a um Deus santo, que nenhum sacrifício podia expiar tão obstinada transgressão. Esses sacerdotes pecadores profanaram o sacrifício que tipificava o Filho de Deus. E por sua conduta blasfema pisavam sobre o sangue da expiação, do qual derivava a virtude de todos os sacrifícios.
Samuel relatou a Eli as palavras do Senhor; “e disse Eli: É o Senhor; faça o que bem Lhe aprouver”. Eli sabia que Deus havia sido desonrado e compreendeu que havia pecado. Aceitou que Deus assim punisse a sua pecaminosa negligência. A palavra do Senhor a Samuel, Eli a fez saber a todo o Israel. Fazendo isso, pensava corrigi em parte sua passada negligência pecaminosa. O mal pronunciado sobre Eli não devia demorar.
Os israelitas fizeram guerra com os filisteus e foram vencidos, e quatro mil deles foram mortos. Os hebreus ficaram temerosos. Sabiam que se outras nações ouvissem de sua derrota, seriam encorajadas a também fazerem guerra com eles. Os anciãos de Israel concluíram que este fracasso era porque a arca de Deus não estava com eles. Mandaram buscar em Silo a arca do concerto. Pensaram na sua passagem pelo Jordão e na fácil conquista de Jericó quando conduziam a arca, e assim decidiram que tudo o que era necessário era buscar a arca e triunfariam sobre seus inimigos. Não compreenderam que sua fortaleza estava em sua obediência à lei contida na arca, que era uma representação do próprio Deus. Os corrompidos sacerdotes, Hofni e Finéias, iam com a arca sagrada, transgredindo a lei de Deus. Estes pecadores conduziram a arca para o arraial de Israel. A confiança dos homens de guerra fora restaurada, e estavam seguros da vitória.
A arca é tomada
“Sucedeu que, vindo a arca da aliança do Senhor ao arraial, rompeu todo o Israel em grandes brados e ressoou a terra. Ouvindo os filisteus a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a arca do Senhor era vinda ao arraial. E se atemorizaram os filisteus e disseram: Os deuses vieram ao arraial. E diziam mais: Ai de nós! que tal jamais sucedeu antes. Ai de nós! quem nos livrará da mão destes grandiosos deuses? São os deuses que feriram aos egípcios com toda sorte de pragas no deserto. Sede fortes, ó filisteus, portai-vos varonilmente, para que não venhais a ser escravos dos hebreus, como eles serviram a vós outros; portai-vos varonilmente e pelejai. Então pelejaram os filisteus; Israel foi derrotado, e cada um fugiu para a sua tenda; foi grande a derrota, pois caíram de Israel trinta mil homens de pé. Foi tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias.”
Os filisteus pensavam que esta arca era o deus dos israelitas. Não sabiam que o Deus vivo, que criou os céus e a Terra, e deu Sua lei, sobre o Sinai, mandava prosperidade e adversidade de acordo com a obediência ou transgressão de Sua lei, contida na arca sagrada.
Houve uma grande matança em Israel. Eli estava assentado ao pé do caminho, vigilante, com o coração ansioso de receber notícias do exército. Estava temeroso de que a arca de Deus fosse tomada e poluída pela hoste de filisteus. Um mensageiro do exército correu a Silo e informou a Eli que seus dois filhos tinham sido mortos. Suportou isso com certo grau de calma, pois tinha razões para o esperar. Quando, porém, o mensageiro acrescentou: “A arca de Deus foi tomada”, Eli cambaleou de angústia sobre sua cadeira, caiu para trás e morreu. Ele partilhou da ira de Deus que viera sobre seus filhos. Era culpado em grande medida de suas transgressões, porque criminosamente negligenciara reprimi-los. A captura da arca de Deus pelos filisteus foi considerada a maior calamidade que podia acontecer a Israel. A esposa de Finéias, prestes a morrer, chamou a seu filho Icabode, dizendo: “Foi-se a glória de Israel, pois foi tomada a arca de Deus.”
Na terra dos filisteus
Deus permitiu que Sua arca fosse tomada pelos inimigos, para mostrar a Israel quão vão era confiar na arca, o símbolo de Sua presença, enquanto estavam profanando os mandamentos contidos na arca. Deus queria humilhá-los removendo deles essa sagrada arca, sua jactanciosa força e confiança.
Os filisteus ficaram triunfantes, porque tinham, como pensavam, o famoso deus dos israelitas, que havia realizado tantas maravilhas por eles e feito deles um terror para os seus inimigos. Levaram a arca de Deus a Asdode e a colocaram num esplêndido templo, feito em honra ao seu muito popular deus Dagom, depositando-a ao lado do seu deus. De madrugada, os sacerdotes desses deuses entraram no templo, e ficaram aterrorizados ao encontrar Dagom caído no chão sobre o seu rosto, diante da arca do Senhor. Levantaram Dagom e o colocaram em sua posição costumeira. Pensaram que ele podia ter caído acidentalmente. Mas na madrugada seguinte o acharam caído como antes, com o rosto em terra, e a cabeça e ambas as mãos cortadas.
Os anjos de Deus, que sempre acompanhavam a arca, prostraram este ídolo insensível e depois o mutilaram, para mostrar que Deus, o Deus vivo, está acima de todos os deuses, e que diante dEle todos os deuses pagãos são como nada. Os pagãos possuíam grande reverência por seu deus Dagom; e quando o acharam ruinosamente mutilado e prostrado sobre seu rosto diante da arca de Deus, ficaram tristes e consideraram isso de muito mau agouro aos filisteus. Isso foi interpretado por eles como que os filisteus e todos os seus deuses deviam ser subjugados e destruídos pelos hebreus, e que o Deus dos hebreus seria maior e mais poderoso do que todos os deuses. Removeram a arca de Deus de seu templo idólatra e a colocaram num lugar à parte.
A arca de Deus foi conservada sete meses pelos filisteus. Tinham derrotado os israelitas e apreendido a arca de Deus, no que supunham consistir o poder deles, e imaginaram que estariam sempre em segurança e não mais teriam temor do exército de Israel. Mas em meio a alegria pelo seu êxito, um clamor foi ouvido por toda a terra, e a causa foi afinal atribuída à arca de Deus. Ela era transportada de lugar para lugar em terror, e a destruição da parte de Deus seguia seu curso, até que os filisteus ficaram grandemente perplexos, sem saber o que fazer com ela. Os anjos, que a acompanhavam, guardaram-na de qualquer dano. E os filisteus não se atreviam a abrir a arca; pois seu deus Dagom tinha encontrado tal sorte que eles temiam tocá-la, ou tê-la próximo deles. Chamaram os sacerdotes e adivinhos, e perguntaram-lhes o que deviam fazer com a arca de Deus. Advertiram-nos de que a deviam mandar de volta ao povo a quem pertencia, e mandar com ela uma custosa oferta pela transgressão, e que se Deus houvesse por bem aceitá-la, eles seriam curados. Deviam também compreender que a mão de Deus estava contra eles porque haviam tomado Sua arca, que pertencia apenas aos israelitas.
Retorno a Israel
Alguns não estavam a favor disto. Seria demasiada humilhação carregar a arca de volta, e argumentaram que nenhum filisteu ousaria arriscar a vida em levar a Israel a arca de Deus, que havia trazido tanta morte sobre eles. Seus conselheiros aconselharam o povo a não endurecer o coração, como os egípcios e Faraó fizeram, e provocarem ainda maiores aflições e pragas sobre si. E como estivessem todos temerosos de tomar a arca de Deus, eles os aconselharam dizendo: “Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas com crias, sobre as quais não se pôs ainda jugo, e atai-as ao carro; seus bezerros, levá-los-eis para casa. Então tomai a arca do Senhor, e ponde-a sobre o carro, e metei num cofre ao seu lado, as figuras de ouro que lhe haveis de entregar como oferta pela culpa; e deixai-a ir. Reparai, se subir pelo caminho rumo do seu território a Bete-Semes, foi Ele que nos fez este grande mal; e, se não, saberemos que não foi a Sua mão que nos feriu; foi casual o que nos sucedeu. Assim fizeram aqueles homens, e tomaram duas vacas com crias e as ataram ao carro, e os seus bezerros encerraram em casa. … As vacas se encaminharam diretamente para Bete-Semes e, andando e berrando, seguiam sempre por esse mesmo caminho, sem se desviarem nem para a direita e nem para a esquerda.”
Os filisteus sabiam que as vacas não seriam induzidas a abandonar suas crias, a menos que fossem impelidas por algum poder invisível. As vacas foram diretamente a Bete-Semes, mugindo por suas crias e contudo afastando-se delas. Os príncipes dos filisteus seguiram após a arca até o termo de Bete-Semes. Não ousaram confiar a sagrada arca inteiramente às vacas. Temiam que se algum mal acontecesse a ela, maiores calamidades viriam sobre eles. Não sabiam que anjos de Deus acompanhavam a arca e guiavam as vacas em seu caminho para o lugar ao qual pertencia.
A presunção punida
O povo de Bete-Semes estava segando no campo, e quando viram a arca de Deus sobre um carro, puxado por vacas, grandemente se alegraram. Sabiam que isto era obra de Deus. As vacas puxaram o carro que continha a arca para uma grande pedra, e pararam. Os levitas desceram a arca do Senhor e a oferta dos filisteus, e ofereceram o carro e as vacas que tinham trazido a sagrada arca e a oferta dos filisteus, como um holocausto ao Senhor. Os príncipes dos filisteus voltaram a Ecrom, e a praga cessou.
Os homens de Bete-Semes estavam curiosos por saber que grande poder havia na arca, que a levou a operar coisas tão maravilhosas. Olhavam para a arca apenas como sendo poderosa, e não acreditavam no poder de Deus. Ninguém, exceto homens sagradamente designados para este propósito, podia olhar para a arca, descoberta, sem serem mortos, pois era como se olhassem para o próprio Deus. Como as pessoas satisfizessem sua curiosidade e abrissem a arca para contemplar seu sagrado recesso, coisa que os pagãos idólatras não ousaram fazer, os anjos que atendiam à arca mataram cerca de cinquenta mil pessoas.
O povo de Bete-Semes ficou com temor da arca, e disse: “Quem poderia estar perante o Senhor, este Deus santo? e para quem subirá desde nós? Enviaram, pois, mensageiros aos habitantes de Quiriate-Jearim, dizendo: Os filisteus devolveram a arca do Senhor; descei, pois, e fazei-a subir para vós outros.” O povo de Quiriate-Jearim trouxe a arca do Senhor para a casa de Abinadabe, e consagraram seu filho para que a guardasse. Por vinte anos os hebreus estiveram em poder dos filisteus, e estavam grandemente humilhados e arrependidos de seus pecados, e Samuel intercedeu por eles, e Deus foi outra vez misericordioso com eles. Os filisteus fizeram guerra com eles, e o Senhor tornou a operar de maneira milagrosa por Israel, e venceram seus inimigos.
A arca permaneceu na casa de Abinadabe até que Davi foi feito rei. Ele convocou todos os homens escolhidos de Israel, trinta mil, e foi buscar a arca de Deus. Colocaram-na sobre um carro novo e a levaram da casa de Abinadabe. Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro. Davi e toda a casa de Israel se alegravam diante do Senhor com toda sorte de instrumentos musicais. “Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus.” Uzá ficou irado com os bois, porque tropeçaram. Demonstrou uma manifesta desconfiança de Deus, como se Aquele que tinha trazido a arca da terra dos filisteus não pudesse tomar conta dela. Os anjos que atendiam à arca feriram Uzá por sua impaciente presunção de colocar a mão sobre a arca de Deus.
“Temeu Davi ao Senhor naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do Senhor? Não quis Davi retirar para junto de si a arca do Senhor, para a cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu.” Davi sabia que era um homem pecador, e temia que, à semelhança de Uzá, pudesse ser da mesma maneira presunçoso e atrair a ira de Deus sobre si. “Ficou a arca do Senhor em casa de Obede-Edom, o geteu, três meses; e o Senhor o abençoou e a toda a sua casa.”
Deus queria ensinar a Seu povo que, ao passo que Sua arca era terror e morte para os que transgredissem Seus mandamentos, nela contidos, era também uma bênção e fortalecimento para os que fossem obedientes aos Seus mandamentos. Quando Davi ouviu que a casa de Obede-Edom era grandemente abençoada, e tudo que ele tinha prosperava, por causa da arca de Deus, ficou ansioso por trazê-la para sua própria cidade. Contudo, antes de Davi aventurar-se a mudar a sagrada arca, santificou-se a Deus e também ordenou que todos os homens principais de autoridade no reino deviam guardar- se de todo negócio secular e de todas as coisas que desviassem sua mente da devoção sagrada. Assim deviam eles santificar-se para o propósito de conduzir a sagrada arca para a cidade de Davi. “Foi, pois, Davi, e, com alegria, fez subir a arca de Deus da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi. …
“Introduziram a arca do Senhor, e puseram-na no seu lugar, na tenda que lhe armara Davi; e este trouxe holocaustos e ofertas pacíficas perante o Senhor.”
No templo de Salomão
Depois de Salomão ter terminado a construção do templo, convocou os anciãos de Israel e os mais influentes dentre o povo, para fazer subir a arca do concerto do Senhor da cidade de Davi. Estes homens consagraram-se a Deus, e com grande solenidade e reverência, acompanharam os sacerdotes que conduziam a arca. “Vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes tomaram a arca do Senhor, e a levaram para cima, com a tenda da congregação, e também os utensílios sagrados que nela havia; os sacerdotes e levitas é que os fizeram subir. O rei Salomão, e toda a congregação de Israel, que se reunira a ele, estavam todos diante da arca, sacrificando ovelhas e bois, que de tão numerosos não se podiam contar.”
Salomão seguiu o exemplo de seu pai Davi. A cada seis passos ele sacrificava. Com cânticos e música e com grande cerimônia, “puseram os sacerdotes a arca da aliança do Senhor no seu santo lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os varais.”
Um muito esplêndido santuário tinha sido feito, de acordo com o modelo mostrado a Moisés no monte e posteriormente apresentado pelo Senhor a Davi. O santuário terrestre era feito à semelhança do celestial. Em adição aos querubins na cobertura da arca, Salomão fez dois outros anjos de tamanho maior, postados em cada lado da arca, representando os anjos celestiais sempre guardando a lei de Deus. É impossível descrever a beleza e o esplendor deste tabernáculo. Ali, como no tabernáculo [do deserto], a sagrada arca foi conduzida em solene e reverente ordem, e colocada no lugar sob as asas dos dois majestosos querubins em pé sobre o solo.
O sagrado coro uniu suas vozes com toda espécie de instrumentos musicais, em louvor a Deus. Enquanto as vozes, em harmonia com os instrumentos musicais, ressoavam através do templo e eram levadas pelos ares através de Jerusalém, a nuvem da glória de Deus tomava posse da casa, como outrora havia enchido o tabernáculo. “Tendo os sacerdotes saído do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor, de tal sorte que os sacerdotes não puderam permanecer ali, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória de Deus enchera a casa do Senhor.”
O rei Salomão permaneceu sobre uma plataforma de bronze diante do altar e abençoou o povo. Ele então ajoelhou-se, e com as mãos erguidas, pronunciou uma fervorosa e solene oração a Deus enquanto a congregação estava curvada com seus rostos em terra. Depois de Salomão ter terminado sua oração, um fogo miraculoso veio do Céu e consumiu o sacrifício. Por causa dos pecados de Israel a calamidade que Deus disse que deveria vir sobre o templo se Seu povo se separasse dEle, cumprir-se-ia algumas centenas de anos depois de ter sido o templo construído. Deus prometeu a Salomão, que se ele permanecesse fiel e Seu povo fosse obediente a todos os Seus mandamentos, o glorioso templo devia permanecer para sempre em todo o seu esplendor, como uma evidência da prosperidade e das exaltadas bênçãos que repousavam sobre Israel devido a sua obediência.
O cativeiro de Israel
Por causa da transgressão de Israel aos mandamentos de Deus e seus atos ímpios, Deus permitiu que eles fossem levados em cativeiro, para humilhá-los e puni-los. Antes do templo ser destruído, Deus fez saber a alguns de Seus fiéis servos o destino do templo,
que era o orgulho de Israel, e por eles referido com idolatria, ao mesmo tempo em que estavam pecando contra Deus. Também lhes revelou o cativeiro de Israel. Estes homens justos, exatamente antes da destruição do templo, removeram a sagrada arca que continha as tábuas de pedra, e com lamento e tristeza esconderam-na numa caverna, onde devia ficar oculta do povo de Israel por causa de seus pecados, não mais sendo-lhes restituída. Esta sagrada arca ainda está oculta. Jamais foi perturbada desde que foi escondida.