“O livro de Gálatas aborda temas fundamentais de uma forma diferente de todos os outros livros da Bíblia. Nessa igueret (carta), Paulo falou sobre liberdade, a função da Torá na salvação, nossa condição no Mashiach, a natureza daquele que é guiado pelo Espírito (Ruach Hakodesh), e a velha questão: Como homens pecadores podem se tornar justos diante de um Deus Santo (Kadosh) e justo? A abordagem desta carta é mais sucinta que a carta aos Romanos, mas seus ricos temas foram escritos em tom rabínico, poderosamente apaixonado e pessoal, que toca os corações abertos ao Espírito de Deus. Gálatas pode ser a carta mais antiga de Paulo, talvez escrita em 49 E.C., após o famoso concílio de Jerusalém (Atos 15).” Carl Cosaert
Autoria:
“A opinião de que Paulo escreveu a Epístola aos Gálatas é quase unânime. É bem provável que ele a tenha escrito com a ajuda de um assistente ou secretário. No exemplar original da Epístola, o texto a partir de 6:11 teria sido escrito pelo apóstolo de próprio punho com uma letra diferente da usada no restante da carta.” Bíblia de Estudo Andrews, CPB
“Com a primeira palavra de sua carta ele se denomina de ―Paulo e repete em Gl 5.2: ―Eu, Paulo, vos digo. Em todas as suas cartas ele faz uso desse cognome romano, que ele certamente possuía desde a infância. É somente em Atos que somos informados de seu nome hebraico ―Saul. No nosso século praticamente silenciaram as dúvidas contra essa indicação de autoria. Gálatas é ―o mais genuíno do genuíno que temos de Paulo. No entanto, a autoria de Paulo não significa que ele tenha escrito a carta de próprio punho. O encerramento da carta, escrito expressamente pelo próprio autor, em Gl 6.11-18, pressupõe, para a maior parte, a colaboração de um secretário, como era usual da Antiguidade. Esse poderia ter sido um dos Co remetentes mencionados em Gl 1.2. Não é possível esclarecer em que medida essas pessoas eram corresponsáveis pelo formato final do escrito. A questão poderia ser mais complicada que nós atualmente presumimos. Contudo, pelo fato de sempre de novo lermos: ―Faço-vos; ―Irmãos, falo como homem; ―Digo; ―Sede qual eu sou; ―dou testemunho; ―Dizei-me; ―escrevi de meu próprio punho (Gl 1.11; 3.15; 4.1,12,15,21; 5.16; 6.11), não se pode pôr em dúvida o papel decisivo do apóstolo.” Comentário Bíblico Esperança, Adolf Pohl – Editora Evangélica Esperança
“A autoria paulina desta epístola não tem sido seriamente questionada. A evidência interna da própria epístola é convincente. Em sua totalidade, a epístola é coerente com o caráter de Paulo, como é retratado em Atos, por Lucas, e em outras cartas atribuídas a Paulo. Os escritores cristãos posteriores aos apóstolos conheciam a epístola e consideravam que havia sido escrita por Paulo. A epístola aparece nas listas mais antigas de livros do Novo Testamento.” Comentário Bíblico Adventista, CPB, Vol 6.
“A carta aos Gálatas, felizmente, está isenta de problemas de crítica concernentes à autoria; os estudiosos têm sido praticamente unânimes em endossá-la com a obra genuína do apóstolo Paulo. Os problemas que existem estão relacionados à data de com posição da carta e à localização das igrejas às quais foi endereçada.” Roy Coad, Comentário Bíblico NVI – Org, F. F. Bruce.
“Não é tão difícil entender Saulo de Tarso (também conhecido como apóstolo Paulo, após a conversão), e por que ele fez o que fez. Sendo judeu devoto, ensinado durante toda a vida sobre a importância da lei e sobre a futura redenção política de Israel, a ideia do Messias esperado por tanto tempo sendo vergonhosamente executado, como o pior dos criminosos, era demais para ele tolerar.
Não é de admirar, então, que ele estivesse convencido de que os seguidores de Jesus estavam sendo desleais para com a Torá e, assim, prejudicando o plano de Deus para Israel. Suas alegações de que o Jesus crucificado era o Messias e de que Ele tinha ressuscitado, acreditava ele, eram terrível apostasia. Não poderia haver tolerância para com esse absurdo nem para quem se recusasse a desistir dessas ideias. Saulo estava determinado a ser o agente de Deus para livrar Israel dessas crenças. Assim, ele aparece pela primeira vez nas páginas das Escrituras como perseguidor violento dos seus concidadãos judeus que acreditavam que Jesus era o Messias.
O zelo de Saulo contra os cristãos primitivos indica que ele provavelmente pertencesse a uma ala rigorosa, intensamente revolucionária e militante dos fariseus. Saulo entendia que as grandes promessas proféticas do reino de Deus ainda não tinham sido cumpridas (Dn 2; Zc 8:23; Is 40-55), e ele provavelmente acreditasse que era sua tarefa ajudar Deus a tornar aquele dia uma realidade, o que se poderia fazer purificando Israel da corrupção religiosa, incluindo a ideia de que esse Jesus era o Messias.
Convencido de que estava certo, Saulo estava disposto a matar aqueles que ele pensava que estavam errados. Embora necessitemos de zelo e fervor por aquilo que cremos, como podemos aprender a temperar nosso zelo com a compreensão de que, às vezes, podemos estar equivocados?
Deus, porém, tinha planos bem diferentes para Saulo, planos que ele nunca poderia ter esperado: esse judeu não apenas pregaria Jesus como o Messias; ele faria isso entre os gentios!” Carl Cosaert
“Várias das palavras usadas por Lucas para descrever Saulo revelam a figura de uma criatura selvagem, feroz, ou de um soldado saqueador, determinado a destruir seu oponente. A palavra traduzida por “devastava” em Atos 8:3 (NVI), por exemplo, é usada na tradução grega do Antigo Testamento (Sl 80:13) para descrever o comportamento descontrolado e destrutivo de um javali selvagem. A cruzada de Saulo contra os cristãos evidentemente não era um assunto de conveniência tratado com indiferença, mas um plano determinado e sustentado para exterminar a fé cristã.” Carl Cosaert
“Durante o encontro com Jesus, Saulo ficou cego, foi instruído a ir à casa de um homem chamado Judas e aguardar ali a visita de outro homem, Ananias. Sem dúvida, a cegueira física de Saulo foi um poderoso lembrete da cegueira espiritual, mais ampla, que o havia levado a perseguir os seguidores de Jesus.
A manifestação de Jesus a ele na estrada de Damasco mudou tudo. Nas questões sobre as quais Saulo pensava que tinha toda a razão, ele estava completamente errado. Em vez de trabalhar para Deus, havia trabalhado contra Ele. Quando entrou em Damasco, Saulo era um homem diferente do orgulhoso e zeloso fariseu que havia saído de Jerusalém. Em vez de comer e beber, Saulo passou seus primeiros três dias em Damasco jejuando, orando e refletindo sobre tudo o que tinha acontecido.
Leia Atos 9:10-14. Imagine o que deve ter passado na mente de Ananias: Saulo, o perseguidor, não era, então, apenas um seguidor de Jesus; ele também se tornou Paulo, o apóstolo escolhido por Deus para levar o evangelho aos gentios (At 26:16-18).
Não é de admirar que Ananias estivesse um tanto confuso. Se a igreja em Jerusalém estava hesitante em aceitar Paulo, cerca de três anos após sua conversão (At 9:26-30), podemos imaginar as dúvidas e preocupações que enchiam o coração dos fiéis em Damasco, apenas alguns dias depois do evento!
Observe também que Ananias recebeu uma visão do Senhor, mostrando para ele a notícia surpreendente e inesperada sobre Saulo de Tarso. Possivelmente, qualquer outra coisa menos do que uma visão não o teria convencido de que aquelas informações acerca de Saulo eram verdadeiras, e de que o inimigo do cristãos judeus havia se tornado um deles.
Saulo tinha saído de Jerusalém com poder e autorização dos principais sacerdotes para acabar com a fé cristã (At 26:12). Deus tinha, no entanto, uma missão bastante diferente para Saulo, apoiada numa autoridade muito maior. Saulo devia levar o evangelho ao mundo gentílico, uma ideia que, para Ananias e os outros fiéis judeus, deve ter sido ainda mais chocante do que a própria conversão de Saulo.
Onde Saulo havia procurado impedir a propagação da fé cristã, agora Deus iria usá-lo para disseminá-la muito além do que os cristãos judeus poderiam imaginar. Leia 1 Samuel 16:7, Mateus 7:1 e 1 Coríntios 4:5. Por que devemos ter cuidado na nossa avaliação da experiência espiritual de outras pessoas?“
“Da perspectiva humana, a conversão de Saulo deve ter parecido impossível (essa foi a razão do ceticismo que muitos manifestaram quando ouviram falar dela pela primeira vez).
A única coisa que Saulo merecia era punição, mas, em lugar disso, Deus concedeu graça a esse judeu fervoroso. Contudo, é importante notar que a conversão de Saulo não aconteceu num vácuo, nem foi forçada.
Saulo não era ateu. Ele era um homem religioso, embora seriamente equivocado em sua compreensão de Deus. As palavras de Jesus a Paulo, “Resistir ao aguilhão só lhe trará dor!” (At 26:14, NVI), indicam que o Espírito estivera convencendo Saulo. No mundo antigo, o “aguilhão” era uma vara com uma ponta afiada utilizada para cutucar bois, sempre que se recusavam a puxar o arado. Saulo havia resistido ao aguilhão de Deus durante algum tempo, mas finalmente, em sua viagem para Damasco, através de um encontro miraculoso com o Jesus ressuscitado, ele decidiu parar de lutar.
Reflita em sua experiência de conversão. Talvez ela não tenha sido tão dramática quanto a de Paulo (na maior parte dos casos não é), mas de que maneira você também recebeu a graça de Deus? “ Carl Cosaert
Comentário Dr. Wilson Paroschi
Comentário Dr. Rodrigo Silva
Quanto aprendizado teremos em mais essa viagem literária, que sejamos mais concentrados,em enriquecermos -nos com essas verdades que nos capacitará a continuarmos a dizer ao mundo do grande amor de Jesus.
Amém, Gorete Costa