A visão de João em Apocalipse 18 amplia adicionalmente o juízo de Babilônia ao deter-se sobre seu significado para a igreja do tempo do fim. Contém uma mensagem especial do céu para o povo de Deus. Esta visão é notável por sua estrutura concêntrica que se enfoca na mensagem central: a execução do juízo de Deus. As seções do começo e do final se enfocam, primeiro, sobre as acusações e o veredicto do céu sobre Babilônia (vs. 1-3), e depois sobre o futuro desaparecimento de Babilônia (vs. 21-24).
Dentro deste círculo exterior, duas vozes do céu proclamam mensagens de suprema importância para os santos e os estimulam à ação. A primeira mensagem tem uma relevância imediata: insiste com o povo de Deus a fugir de Babilônia (vs. 4-8); a segunda voz chama os santos no céu e na terra a regozijar-se por causa do veredicto do céu sobre Babilônia (v. 20). A parte central (vs. 9-19) descreve o momento da execução do juízo, “em uma hora” (vs. 10, 17, 19). Kenneth Strand observou uma estrutura quiástica “bem equilibrada” em Apocalipse 18:
A. Introdução (Pronuncia-se a condenação de Babilônia; descreve-se sua condição interna; resumem-se suas atividades e relações pecaminosas), vs. 1-3.
B. Parêntese (Chamada a “sair de Babilônia”; declaração do juízo sobre Babilônia), vs. 4-8.
C. A litania propriamente dita (O lamento dos reis, os mercados, os marinhos, ao ver babilônia em chamas), vs. 9-19.
B1. Parêntese (Chamado a regozijar-se; declaração de juízo sobre Babilônia), V. 20.
A1. Conclusão (Expressa-se graficamente a condenação de Babilônia; descreve-se sua condição interna; resumem-se suas atividades e relações pecaminosas), vs. 21-24.1
Strand apresenta um quiasmo mais detalhado de Apocalipse 18 em um diagrama útil na página 46 do mesmo artigo. Além disso, observa o seguinte: “Todo o capítulo 18 do Apocalipse representa um mescla ampla e uma fusão do antecedente do Antigo Testamento”.2 As fontes de Apocalipse 18 são os oráculos de condenação contra Babilônia (Isaías 47; Jeremias 50, 51) e contra Tiro (Ezequiel 26-28), e inclusive contra Jerusalém (Jeremias 25:10). Nestes empréstimos do Antigo Testamento podemos ver mais que a adoção de linguagem antiga. Em Apocalipse 18 fazemos frente ao antítipo dos velhos inimigos do Israel: o colapso no tempo do fim do império do anticristo.
O Mensageiro Celestial e Sua Mensagem
“E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória” (Apocalipse 18:1).
A descida deste anjo do céu à terra tem um efeito visível e imediato: “A terra foi iluminada com a sua glória (em gr., doxa: ‘glória’]”. O antecedente desta manifestação da glória divina é a promessa de Ezequiel 43:2 feita a Israel no cativeiro de que Deus voltaria para seu novo templo do oriente. Em Apocalipse 18 a “glória” se refere à
qualidade da presença de Deus por meio dos enviados de Cristo; uma qualidade que corresponde ao anjo que vem do oriente com o selo do Deus vivo durante o sexto selo em Apocalipse 7:2 e ao anjo do capítulo 10. Esta manifestação de esplendor do céu está conectado com a mensagem do tempo do fim que demanda fidelidade à Palavra de Deus e ao testemunho de Jesus, e sobre essa base a chamada para separar-se de Babilônia.
O anjo de Apocalipse 18:1 está comissionado com “grande poder” e é particularmente importante para o mundo cristão. Sua “voz potente” deve alcançar a toda o povo sobre a terra. A essência de sua mensagem é mais que a condenação iminente de Babilônia que está expresso pelo anúncio “caiu, caiu a grande Babilônia” (v. 2). Esta mensagem repete a mensagem do segundo anjo de Apocalipse 14:8. Por isso Apocalipse 14 e 18 estão intimamente ligados, o que indica a identificação da “voz potente” de Apocalipse 18:1 e 2 com o povo que guarda os mandamentos de Deus e a fé de Jesus em Apocalipse 14:12.
O veredicto judicial do tribunal celestial dá urgência à mensagem. Conecta a declaração da queda de Babilônia com a sessão do tribunal de Daniel 7:9 e 10, onde se declara em termos positivos o propósito do juízo celestial: “Até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino” (Daniel 7:22). Já a expressão “a grande Babilônia” está adotada de Daniel 4:30.
Este pano de fundo daniélico esclarece o marco do pacto da condenação de Babilônia em Apocalipse 18. Referindo-se a isto, disse George Caird:
“Apesar do assombro de sua proclamação, este anjo é um anjo do evangelho. Vem não para regozijar-se triunfalmente sobre os caídos, e sim para anunciar o triunfo dos propósitos de Deus e a libertação final do povo de Deus de toda opressão”.3
Quanto a isto, é instrutivo perceber como Apocalipse 18 complementa o capítulo 17. As visões são duas caras da mesma moeda. Enquanto o capítulo 17 mostra o controle final de Satanás pelo domínio mundial por meio da besta que “está para subir do abismo” (17:8), no capítulo 18 Deus atua por meio do anjo que desce do céu com grande poder (18:1). Só ao unir Apocalipse 17 e 18 chegamos a nos dar conta da urgência e a oportunidade da mensagem final de admoestação. O comentário do Louis F. Were assinala às ações combinadas em ambas as visões:
“Representa-se o poder do mal, particularmente o poder da perseguição religiosa, que aumenta em intensidade até que todo mundo cai na armadilha; o outro representa o poder especial que o céu derramará sobre a igreja remanescente para fazer frente ao crescente poder do mal”.4
Este argumento do tempo do fim nos recorda do começo da igreja em Pentecostes, quando recebeu poder para fazer frente à primeira onda de perseguição.
Podemos ver uma situação paralela no tempo do fim, tal como esclareceu Ellen White:
“A grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que a que assinalou o seu início. As profecias que se cumpriram no derramamento da chuva temporã no início do evangelho, devem novamente cumprir-se na chuva serôdia”.5
É significativo recordar que as palavras do anjo, “caiu, caiu a grande Babilônia”, foi primeiro pronunciada por Isaías quando anunciou a Jerusalém que Babilônia tinha caído nas mãos de Ciro, o rei do oriente (Isaías 21:9). Essa foi uma boa nova para o povo de Deus daquele tempo; é a mesma boa nova para a igreja de Deus agora. Aqui está a conexão tipológica de Apocalipse 18 com Israel. A situação antiga em uma escala nacional é o tipo profético da situação mundial com respeito à igreja de Cristo.
Agora o anjo se detém sobre a desolação da Babilônia do tempo do fim: “e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável” (Apocalipse 18:2). Esta linguagem profética está tomada das predições de Isaías a respeito da sorte de dois arquiinimigos de Israel: Babilônia e Edom (ver Isaías 13:21, 22 e 34:11-14). Ao que parece, João percebeu uma unidade básica entre oráculos proféticos de condenação contra Israel e seus inimigos.
João estende todas as antigas maldições de Deus ao poder do tempo do fim que é inimigo de Deus e de seu povo. Entretanto, o conceito “imundo” que se reitera João o acrescenta para ressaltar seu contraste com a futura cidade nova de Jerusalém, a cidade santa na qual não entrará “nada imundo” (ver Apocalipse 21:27). O anjo continua detalhando a razão para a condenação de Babilônia: “Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria” (Apocalipse 18:3).
Podemos distinguir três grupos como os sócios de Babilônia: as nações, os reis da terra e os mercadores da terra. As acusações contra eles são fundamentalmente as seguintes: o ter bebido do vinho do furor da fornicação de Babilônia e o enriquecimento econômico excessivo, a “adoração idolátrica de Mamom”.6 Estas acusações dão a entender que a Babilônia eclesiástica é tido como responsável não só por seus próprios pecados mas também pelo crime de corromper a outros no mundo civil.
A Chamada Final do Êxodo ao Povo de Deus
“E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela, povo meu…” (Apocalipse18:4). Alguns comentadores atribuem a Cristo esta voz celestial, porque se dirige aos santos como “povo meu”. Seja como for, esta voz repete a antiga chamada para sair que fez a Israel, aos seguidores de Cristo do tempo do fim, como o explica a comparação seguinte:
Esta correspondência entre a antiga chamada de Deus para sair e da chamada final de Deus para fugir de Babilônia mostra a forma como Deus dirige a seu povo rebelde para sair de uma sociedade corrupta, amadurecida para o juízo, e o convida a avançar para a terra prometida. Esta chamada a despertar tem o propósito de estimular os filhos de Deus à urgência da situação e a separá-los da adoração falsificada. Alguns eruditos se dão conta da seriedade da chamada de Apocalipse 18. Leão Morris declara que “em um sentido, esta chamada é a chave para todo o capítulo. João não se está recreando pela queda da cidade. Apela aos cristãos para que vejam a realidade da situação e para que atuem de acordo com isso”.7 E J-P. Ruiz comenta o seguinte:
“Insta-se aos crentes a que se distanciem de ‘Babilônia’ para que não se associem com os pecados pelos quais vai ser castigada”.8
Os “pecados” da Babilônia do tempo do fim estão enumerados em Apocalipse 18:3, 23, 24 e 17:2-6. Consistem nas relações adúlteras com os reis da terra; de embriagar os habitantes da terra com o vinho de sua fornicação; de enganar as nações por seu “encantamento mágico” ou feitiçarias; da perseguição dos profetas e dos santos “que têm o testemunho do Jesus”; e de glorificar-se com arrogância em sua riqueza, fausto e autossuficiência. Juntos, todos estes pecados se acumularam até que chegaram “ao céu”, dando a entender o limite da graça e a paciência divinas, o qual entranha a noção bíblica de que o céu guarda um registro dos crimes de Babilônia (ver Apocalipse 20:12). Depois chega o momento quando Deus “lembra-se” de seu pacto e toma medidas! Este “recordar” divino tem lugar durante a sétima praga: “Deus se lembrou então de Babilônia, a Grande, para lhe dar a taça do vinho do furor da sua ira” (16:19, BJ). O ato de recordar-se expressa-se em termos de um veredicto judicial no céu e da iniciação da mensagem final de admoestação na terra.
Há uma correspondência temática entre o estado final de Babilônia e Jerusalém da antiguidade. Em seu último discurso aos rabinos e aos fariseus, Jesus mostrou que Jerusalém tinha passado por cima da linha da paciência divina quando rechaçou seu messianismo:
“Enchei vós, pois, a medida de vossos pais… Eis que a vossa casa vos ficará deserta” (Mateus 23:32, 38; ver também o V. 35).
Entretanto, a sentença de Jesus sobre Jerusalém foi executada só depois que a cidade rechaçou as chamadas pentecostais de Cristo, dados por meio de seus mensageiros apostólicos cheios do Espírito Santo. Da mesma maneira, a Babilônia do tempo do fim receberá seu juízo depois da última chamada de Cristo por meio de seus mensageiros (Apocalipse 14:6-12; 18:1-4).
O assunto final não será um mandamento divino ou uma adoração no culto independente de Jesus e de seu testemunho canônico. A verdade que prova, sempre é “a verdade que está em Jesus” (Efésios 4:21, NVI). No conflito final entre os seguidores do Cordeiro e os seguidores da besta, Cristo voltará a ser exaltado com poder pentecostal (Apocalipse 18:1). Então todos os povos e as tribos ouvirão a verdade como está em Jesus.
Então ninguém poderá permanecer neutro por mais tempo aos rogos de Cristo, assim como aconteceu em Jerusalém da antiguidade. Por conseguinte, aceitamos a declaração do Stephen M. Travis, quando declara: “Em realidade, cada pessoa enfrentada por Cristo tem feito uma escolha fundamental. Cada uma entrou em uma relação com ele ou a rechaçou. A direção de sua vida, e por conseguinte de seu destino, está selada. E em definitiva só há duas direções possíveis, e dois destinos possíveis, e cada um deles se escolhe em relação com a revelação que Cristo traz. Mas é obvio, também deve enfatizar-se que o propósito das admoestações a respeito da condenação sempre é para causar o arrependimento. Não é senão até o juízo final quando a condenação de cada um é definitiva”.9
A Teologia do Juízo em Apocalipse 18
Ambos os intervalos em Apocalipse 18 transmitem uma teologia de juízo para Babilônia que merece atenção:
“Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela.” (Apocalipse 18:6).
“Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa” (Apocalipse 18:20).
Muitos comentadores sustentam que Apocalipse 18 não expressa espírito de vingança ou uma ética subcristã, mas sim gozo no triunfo da causa de Deus e do reino de Cristo. A nota tônica do coro celestial em Apocalipse 19:1-8 é a justiça, a glória e o reino de Deus. As orações dos mártires pela justiça divina durante o quinto selo (6:9-11) serão finalmente respondidas. A resposta dos santos no céu e na terra é uma doxologia profética:
“Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos” (Apocalipse 19:1, 2).
Jacques Ellul o resume bem: “Não é vingança contra outros homens, mas sim a destruição dos poderes que alienam a todos os homens, cujo caráter maligno se revela no massacre dos santos!”10 Kenneth Strand nota que o juízo de Deus sobre a antiga Judá equivaleu a um castigo duplicado: “Que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados” (Isaías 40:2; ver também Jeremias 16:18; 17:18). Este castigo dobrado se destina agora a Babilônia: “Pagai-lhe em dobro do que merecem suas obras” (Apocalipse 18:6, CI). Strand tira esta conclusão:
“Então, o que parece que temos em Apocalipse 18:6b-c é uma alusão a um tipo de inversão de papéis onde agora é Babilônia, não Judá, a que recebe uma duplicada medida de castigo”.11
O significado teológico desta “inversão de papéis” em Apocalipse 18 pode explicar-se ao considerar que a Babilônia apocalíptica é duplamente culpada porque atua como a companheira rebelde do pacto de Deus. A meretriz Babilônia corresponde essencialmente à antiga Jerusalém que merecia um castigo dobrado. A meretriz foi chamada originalmente a ser a luz das pessoas por meio do conhecimento salvífico do pacto de Deus (Isaías 42:6; 49:6; Mateus 5:14). O hino de gozo de Apocalipse 18:20 desempenha o papel de ser o equivalente da sentença judicial pronunciada nos versículos 6 e 7: “Deus julgou seu juízo [gr., kríma] por ela [ex autés])”
Que ato judicial divino [kríma] está visível aqui? O verbo krínein (julgar) refere-se à justiça celestial, não à vingança humana, o que por conseguinte prevê um tribunal celestial ou um marco forense. Morris o explica desta maneira: “Foram feitas injustiças aos santos que agora são postas em ordem”.12 O aspecto mais significativo é que Deus em seu tribunal de justiça (Daniel 7:9, 10) revogará as sentenças de Babilônia contra os santos. Caird faz o seguinte comentário: ” ‘Seu juízo’ deve ser a sentença ditada contra os mártires nos tribunais romanos”.13 Entretanto, o divino Juiz sentenciará que a perseguição dos santos por parte de Babilônia estava apoiada sobre acusações falsas. Por conseguinte, o Juiz celestial pode aplicar as leis do pacto no que respeita ao assassinato (Gên. 9:5, 6) e às testemunhas falsas (Deuteronômio 19:16-19).
A Nova Bíblia espanhola (NEB) captou o significado essencial: “Porque, condenando-a, Deus reivindicou sua causa” (Apocalipse 18:20). Caird o traduz assim:
“Porque Deus impôs sobre ela a sentença que ditou sobre vós!” Explica-o melhor quando declara:
“Babilônia apresentou uma acusação malévola contra os mártires, o que deu como resultado sua execução. Mas o caso foi levado ‘ante o Senhor’, ao tribunal de apelação final, onde os juízos são verdadeiros e justos. Nesse tribunal encontrou-a culpada de perjúrio e, por conseguinte, Deus requereu dela a vida de suas vítimas, exigindo dela o castigo que Babilônia exigiu deles”.14
Talvez isto seja o estímulo mais poderoso para que os santos permaneçam firmes até o fim. Assim como Jó, podem estar seguros desta magnífica verdade: “Eu sei que meu Redentor [Reivindicador, CI; Defensor, BJ; Vingador, NBE] vive, e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25). A New English Bible [Nova Bíblia Inglesa] traduz este testemunho de Jó assim: “Mas em meu coração sei que meu Reivindicador vive e por fim se levantará para falar no tribunal; e eu…verei meu conselho defensor, sim, a Deus mesmo, a quem verei com meus próprios olhos” (Jó. 19:2527; ver NBE). Esta segurança sustentará a cada fiel seguidor de Cristo ao passar pela aflição do tempo do fim.
Strand assinalou que a frase fora do comum de que Deus infligirá seu juízo “de em meio dela”, é uma alusão ao oráculo de Ezequiel contra Tiro, o colaborador comercial de Israel: “Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu” (Ezequiel 28:18).15 A conexão da condenação de Tiro e da Babilônia do tempo do fim se fortalece pelo fato de que Apocalipse 18 alude treze vezes a Ezequiel 26 a 28.
Protótipos do Antigo Testamento do Juízo de Babilônia em Apocalipse 18. O propósito do elo literário com Ezequiel 28 chega a ser evidente se lermos toda a profecia contra Tiro e seu rei. A razão para esta profecia foi vanglória própria e a autodivinização do príncipe de Tiro, que disse em seu coração: “Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no coração dos mares” (Ezeq. 28:2). “Assim como Israel, a menina abandonada em Ezequiel 16, Babilônia se afunda em sua beleza da qual esteve orgulhosa”.16
Mas a injustiça da atividade comercial de Tiro em relação com seu santuário se apresenta como uma acusação legal (Ezequiel 28:18). A execução real do juízo contra Tiro ocorre como “espetáculo para os reis” (v. 17, NBE). Será um fogo que “estala do mesmo lugar do pecado e o destrói”.17 Tudo isto revela uma correspondência essencial entre Tiro e a Babilônia do tempo do fim (no Apocalipse 17 e 18). Também contém lições que são válidas para cada indivíduo. O espírito de Babilônia ou de Tiro é exatamente oposto ao que Cristo revelou em seu renunciamento em favor de outros, como Filipenses 2:5-11 o apresenta.
Zimmerli também chamou a atenção ao mesmo motivo da vanglória própria e da conseguinte queda no abismo com referência ao rei de Babilônia como se expõe em Isaías 14:4-21. A queda de Babilônia se expõe com grande detalhe em Isaías 47. O paralelo entre Apocalipse 18 e Isaías 47 chega a ser evidente nas atitudes correspondentes da vanglória, arrogância e jactância das duas Babilônias:
ISAÍAS 47 | APOCALIPSE 18 |
“E disseste: Eu serei senhora para sempre!” (v. 7) “… Eu só, e além de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos” (v. 8). | “Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!” (v. 7). |
Ao que parece, a história tem uma tendência a repetir-se. Durante a história da salvação, o coração humano rebelde sucumbe às mesmas tentações de vanglória própria. Jesus desmascarou toda justiça própria quando disse aos fariseus:
“Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação (em gr., bdélugma] diante de Deus” (Lucas 16:15).
O Apocalipse chama babilônia a “mãe das abominações [bdelugmáton] da terra” (Apocalipse 17:5). Quando todo mundo “valorizar grandemente” as declarações jactanciosas de Babilônia e suas enganosas “feitiçarias” e “fortes encantamentos”, chegará repentinamente seu fim por decreto divino:
ISAÍAS 47:9 | APOCALIPSE 18:8 |
“Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; virão em cheio sobre ti, apesar da multidão das tuas feitiçarias e da abundância dos teus muitos encantamentos”. | “Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou”. |
No fim, Deus demonstra ser “forte” [isjurós], mais forte que Babilônia, “a cidade forte” [isjurá] (Apocalipse 18:9, 10). “Deus é forte”, declara A. Pohl, “por meio de seus argumentos potentes na luta pela justiça; e porque ele é reto, também estabelece justiça de modo irresistível (ver Apocalipse 12:8)”.18
O Cumprimento Real do Juízo contra Babilônia
Podemos observar nas três mensagens dos anjos de Apocalipse 18:1, 4 e 21 um desenvolvimento ulterior mais amplo da mensagem dos três anjos de Apocalipse 14:6-11. O anjo de Apocalipse 18:1 ilumina finalmente todo mundo com seu esplendor; a voz do céu em Apocalipse 18:4-8 proclama o convite final para sair de Babilônia; o anjo poderoso de Apocalipse 18:21-24 destrói realmente Babilônia para sempre. O que a tríplice mensagem de Apocalipse 14 anuncia como acontecendo logo, Apocalipse 18 o apresenta como uma realidade atual!
Quando a “meretriz” for julgada, os consortes da prostituta ainda estão vivos e expõem seus lamentos (Apocalipse 18:9). Aqui se cumprirão as palavras de Jesus: “Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis!” (Lucas 6:25). Os lamentos funerais de Apocalipse 18:9-19 indicam que os três grupos: reis, mercadores e marinheiros da terra estão comovidos profundamente pela condenação de Babilônia. O Comentário bíblico adventista sugere que este “lamento” pode indicar que “eles logo terão que compartilhar a sorte de Babilônia (cf. Isaías 47:13-15)”.19
Cada um dos três grupos recita seu próprio lamento. No verso 20 se convoca a outros três grupos – “santos, apóstolos e profetas” – para que se regozijem pela queda de Babilônia; é como o complemento dos três cantos lúgubres. O que constitui uma causa de lamentação para os primeiros três grupos é uma causa para regozijar-se para os três últimos. O primeiro grupo se lamenta por interesse próprio (Apocalipse 18:11), porque “enriqueceram-se à custa dela” (vs. 15, 19). Este grupo compreende toda a extensão da influência da prostituta. É descrita como morando “sobre muitas águas”, o que se interpreta como “povos, multidões, nações e línguas” (17:1, 15).
Os três cantos lúgubres cumprem a função de anúncios do juízo que chegou inesperadamente. Cada lamento intensifica o momento da devastação de Babilônia em uma hora (Apocalipse 18:10, 17, 19), em vez de “um dia” que foi o que se predisse (Apocalipse 18:8; Isaías 47:9). Os três lamentos terminam com o clamor “Ai, ai!” (Apocalipse 18:10, 16,19). Josephine M. Ford sugeriu que a lista das importações de Babilônia em Apocalipse 18:12 e 13, que descrevem sua imensa pompa (v. 17), representam os artigos que se usavam na adoração no templo de Jerusalém.20 Diz ela: “Dessa maneira, os mercados em Apocalipse 18:11-17 podem muito bem ter sido os que estavam em associação com Jerusalém, e o luxo que se descreve pode ter sido o luxo de que gozava a cidade santa”.21
Devemos reconhecer que a lista dos materiais aparecem em Apocalipse 18:12 e 13 está desenhada segundo o modelo das riquezas de Tiro em Ezequiel 27:12-25. O artigo mais surpreendente é o que se refere às “almas humanas” (Apocalipse 18:13), que se menciona na lista de Ezequiel 27:13 (LXX) como que “comercializavam… com homens”.
Em Apocalipse 18:6 João aplicou cinco artigos diferentes à prostituta Babilônia que aparece em Apocalipse 17:4. J-P. Ruiz faz o seguinte comentário: “Entre os artigos que formam as joias de Babilônia, as pedras preciosas e as pérolas aparecem na visão da Nova Jerusalém (Apocalipse 21:11, 19, 21). Isto intensifica o paralelismo contrastante entre as duas cidades: Babilônia, a Grande e a Nova Jerusalém”. 22
Roy Naden faz esta aplicação, para refletir, do catálogo de materiais requeridos para edificar um templo em Apocalipse 18:9-19:
“O símbolo mostra que enquanto os que estão em Cristo estão olhando ao templo celestial, onde ele se senta em seu trono, Babilônia está empenhada em edificar e manter sua oposição ao templo, onde os homens e as mulheres virão para adorar ao dragão que deseja ser Deus”.23
É notável que o Comentário bíblico adventista favorece uma interpretação figurada dos mercadores e da mercadoria de Babilônia, em Apocalipse 18, como sendo descritiva de “os que venderam suas doutrinas e mandamentos aos reis e moradores da terra”.24 Os 28 artigos de comércio em Apocalipse 18:12 e 13 se usam “para destacar o abrangente de suas doutrinas e mandamentos corruptos”.25 Esta aplicação faz que os artigos de comércio sejam um sinônimo do “vinho” de Babilônia com que se embriagaram “os habitantes da terra” (Apocalipse 17:2). A devastação de Babilônia se descreve finalmente com um ato simbólico de consequências eternas:
“Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada” (Apocalipse 18:21).
Não há dúvida de que este ato espetacular do anjo poderoso está modelado sobre o pedido de Jeremias a Seraías, oficial do Estado Maior do rei Zedequias, para arrojar o rolo escrito com os oráculos de condenação contra Babilônia, pacote com uma pedra, no rio Eufrates (ver Jer. 51:61-64). Em ambas as situações o arrojar uma pedra à água simboliza a devastação eterna de Babilônia. Mas contudo, a diferença entre os dois atos também é significativa. Que se mencione duas vezes uma “pedra de moinho” em Apocalipse 18:21 e 22 é significativo. A última frase ressona várias vezes mais nos versículos 22 e 23. Ruiz assinalou que a relocação do ato simbólico de Jeremias 51:63 e 64 reflete a influência contínua de Ezequiel 26.26 A seguinte tabela comparativa esclarece isto:
EZEQUIEL 26:12-13 | APOCALIPSE 18:22 |
“As tuas pedras, as tuas madeiras e o teu pó lançarão no meio das águas. Farei cessar o arruído das tuas cantigas, e já não se ouvirá o som das tuas harpas”. | “E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho”. |
Ruiz declara acertadamente que “o mar que era a fonte da prosperidade de Tiro também é o caos aquoso no que fica arruinada (Ezequiel 26:12; 27:3, 4, 26, 27)”.27
Ezequiel 26 conclui desta maneira: “Farei de ti um grande espanto, e já não serás; quando te buscarem, jamais serás achada, diz o Senhor Deus” (v. 21), o que apresenta uma correspondência clara com Apocalipse 18:21, onde o anjo declara que Babilônia, a grande cidade “nunca mais será achada”.
É evidente que João uniu o modelo de Jeremias com Ezequiel 26 a 28. Mas também se alude a outros oráculos proféticos de condenação em Apocalipse 18:22 e 23, como o mostra a seguinte comparação:
JEREMIAS 25:10 | APOCALIPSE 18:23 |
“Farei cessar entre eles a voz de folguedo e a de alegria, e a voz do noivo, e a da noiva, e o som das mós, e a luz do candeeiro”. | “Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria”. |
Surpreendentemente, esta maldição de Deus em Jeremias 25:10 foi dirigida contra Judá e Jerusalém por meio da mão do rei de Babilônia. A justiça de Deus é imparcial. Apocalipse 18 conclui com a própria explicação do anjo de seu ato simbólico no versículo 21. Menciona as acusações de que Babilônia foi encontrada culpada:
“Teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria. E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra” (Apocalipse 18:23b, 24).
Esta terminologia mostra uma alusão à profecia de Isaías a respeito de Tiro em Isaías 23:8 e 9, e dá a conhecer a resposta à pergunta: Quem foi o responsável pela ruína de Tiro?
“O Senhor dos Exércitos formou este desígnio para denegrir a soberba de toda beleza e envilecer os mais nobres da terra” (Isaías 23:9).
Assim Deus é responsável pela queda de Babilônia (ver Apoc. 16:19; 18:6-8). A referência aos enganos de Babilônia por meio de suas “feitiçarias” (Apocalipse 18:23) é um eco da acusação que Naum fez de Nínive (ver Naum 3:4). A mensagem de Jonas ainda implicava que haveria misericórdia divina depois do arrependimento. Mas o anúncio do juízo de Naum indica que a cidade tinha cruzado a soleira da paciência divina. Esta será a situação da Babilônia do tempo do fim em Apocalipse 17 e 18.
A referência ao “sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra” (Apocalipse 18:24) é uma alusão à profecia de condenação de Babilônia que Jeremias pronunciou:
“Como Babilônia fez cair traspassados os de Israel, assim, em Babilônia, cairão traspassados os de toda a terra” (Jeremias 51:49).
Jesus fez uma acusação similar contra Jerusalém quando disse:
“Para que desta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo” (Lucas 11:50; cf. Mateus 23:35).
Louis A. Vos fez este comentário: “O que profetizou Jesus com respeito a Jerusalém e seus habitantes (Mateus 23:35; Lucas 11:50), João o aplica à desolação simbólica da grande cidade de seus dias”.28 Enquanto que Vos encontra “difícil determinar” por que João alude ao dito de Jesus antes citado, sugerimos que o Apocalipse distingue uma correspondência essencial entre a antiga Jerusalém que rechaçou a Cristo e seu testemunho, e a igreja apóstata que é infiel a Cristo e a seu testemunho (ver Apocalipse 17:6; 18:24). Devemos recordar que Apocalipse 18 conclui suas canções de condenação com um grito de triunfo:
“Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa” (Apocalipse 18:20).
Esta chamada a regozijar-se encontra uma resposta entusiasta nos hinos de Apocalipse 19:1-8. Estes hinos celebram o juízo de Deus sobre Babilônia, o que prepara o caminho para a ceia das bodas do Cordeiro e de sua noiva:
“Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Apocalipse 19:9).
As quatro “aleluias” [literalmente, “louvam a Jeová!”] e o “amém” dos coros antifonais no céu (Apocalipse 19:1-4) e na terra (Apocalipse 19:6-8) celebram o cumprimento progressivo do plano de salvação de Deus e da justiça da sentença de Deus sobre os perseguidores de seu povo.
As orações dos mártires (Apocalipse 6:10) são finalmente respondidas (19:2). Por conseguinte, Deus é louvado com regozijo por todos os santos (ver 18:20). Toda a visão de Apocalipse 17 e 18 deve entender-se à luz das “bodas do Cordeiro” (19:7) vindouras. Esta certeza é tão absoluta que o céu celebra já a realidade futura do reino de Deus sobre o mal. Ouvimos depois no céu algo que recordava o vozerio de uma grande multidão; cantavam:
“Aleluia. A vitória, a glória e o poder pertencem a nosso Deus, porque suas sentenças são legítimas e justas! Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com sua fornicação e lhe pediu conta do sangue de seus servos”.
E repetiram: “Aleluia. A fumaça de seu incêndio sobe pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 19:1-3, NBE).
Estes “Aleluias!” projetam-se para trás, a Apocalipse 17 e 18, para preparar o caminho para uma nova Mulher e uma nova Cidade: a Esposa e a Nova Jerusalém (19:7; 21:2, 10). Ruiz o resumiu bem: “Desta maneira, a doxologia de Apocalipse 19:1-8 faz possível ler a terminologia profética de Apocalipse 17 e 18 como uma reafirmação do propósito de Deus e uma segurança da vitória de Deus”.29
O ponto mais elevado da doxologia vem com o quarto “Aleluia!”, quando o coro celestial anuncia as bodas do Cordeiro como a evidência do triunfo do reino de Deus:
“Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou” (Apocalipse 19:6, 7).
A liturgia celestial começa com o recordativo do castigo da “grande prostituta” (Apocalipse 19:2), mas termina com a recompensa da “esposa”: “Pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos” (Apocalipse 19:8).
O vestido nupcial está em agudo contraste com o da prostituta (Apocalipse 17:4; 18:16). É um dom do Cordeiro, porque “concederam-lhe vestir-se” (19:8, BJ).
Lembramo-nos da parábola do Jesus do “banquete de bodas” em Mateus 22, no qual oferece a cada convidado um vestido de bodas especial (V. 11). Cristo oferece especialmente à igreja do Laodicéia “vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez” (Apocalipse 3:18). Em Apocalipse 6:11 se afirma de novo o dom do caráter das vestimentas brancas para os mártires. João vê os santos vitoriosos em Apocalipse 7 e todos “vestidos de vestiduras brancas” (v. 9) com esta explicação adicional: “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (V. 14). Aqui estamos frente ao privilégio e dever de cada pessoa de ir diariamente ao Senhor ressuscitado para procurar a purificação do coração (ver 1 João 1:7). Na verdade, A. Pohl comentou a respeito: “Sua graça hoje consiste não só em boas obras, mas também no poder para fazer boas obras”.30
Também deste ponto de vista podemos entender a frase, “o linho fino são as ações justas dos santos” (Apocalipse 19:8). Refere-se ao caráter mudado dos seguidores de Cristo que foram transformados de um modo de pensar egocêntrico a uma mente centralizada em Cristo por meio de sua união de coração e alma com Cristo.
As “ações justas [dikaiómata] dos santos” mencionam-se como a contraparte das “ações injustas [adikémata]” da prostituta (ver Apocalipse 18:5). A esposa “preparou-se” (Apocalipse 19:7; ver também 14:13). Tanto a esposa como a prostituta estão vestidas com suas obras e caráter. Dessa maneira se apresentam em um paralelo contrastante. O anúncio das bodas do Cordeiro em Apocalipse 19:7 antecipa o desenvolvimento dos temas da Esposa-Cordeiro-Nova Jerusalém em Apocalipse 21 e 22. O reino de Deus está centralizado para sempre em Cristo.
Referências
1 Strand, “The Two Witnesses of Rev. 11:3-12”, AUSS 19:2 (1981), p. 38.
2 Ibid., p. 44.
3 Caird, The Revelation of St. John the Divine, p. 222.
4 Were, The Woman and the Beast in the Book of Revelation, p. 151.
5 Ellen White, CS 611, 612.
6 Caird, The Revelation of St. John the Divine, p. 223.
7 Morris, The Revelation of St. John, p. 216.
8 Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 399.
9 Travis, Christ and the Judgment of God. Divine Retribution in the NT, p. 171.
10 Ellul, Apocalypse, The Book of Revelation, p. 199.
11 Strand, “The Two Witnesses of Rev. 11:3-12”, AUSS 19:2 (1981), p. 41.
12 Morris, The Revelation of St. John, p. 222.
13 Caird, The Revelation of St. John the Divine, p. 229.
14 Ibid., p. 230.
15 Strand, “The Two Witnesses of Rev. 11:3-12”, AUSS 19:2 (1981), pp. 43-45.
16 Zimmerli, Ezekiel, t. 2, p. 94.
17 Ibid.
18 Pohl, Die Offenbarung des Johannes [O Apocalipse de João], p. 197.
19 7 CBA 876
20 J. M. Ford, Revelation, p. 304.
21 Ibid., p. 305.
22 Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 435.
23 Naden, The Lamb Among the Beasts. Finding Jesus in the Book of Revelation, p. 254.
24 7 CBA 877.
25 Ibid.
26 Ver Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 469.
27 Ibid.
28 Vos, The Synoptic Traditions in the Apocalypse, p. 163.
29 Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 493.
30 Pohl, Die Offenbarung des Johannes [O Apocalipse de João], p. 216.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS PARA APOCALIPSE 17 E 18
Livros Andrews, John N. Three Messages of Revelation 14 [As Três Mensagens de Apocalipse 14]. Heritage Library. Nashville, TN: Southern Publ. Assn., 1970 (reimpressão de 1892).
Aune, David E. Prophecy in Early Christianity [A Profecia no Cristianismo Primitivo]. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1983.
Bauckham, R. J. The Climax of Prophecy. Studies on the Book of Revelation [O Clímax da Profecia. Estudos no Livro do Apocalipse]. Edimburgo: T&T Clark 1993.
Beale, G. K. The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St. John [O Uso de Daniel na Literatura Apocalíptica Judaica e no Apocalipse de S. Juan]. Lanham, MD: University Press of America, 1984.
Böcher, O. Die Johannes-Apokalypse [O Apocalipse de João]. Erträge der Forschung, Bd. 41. Darmstag: Wisschenschaftl. Buchges., 1988.
Caird, George B. The Revelation of St. John the Divine [O Apocalipse de São João
o Teólogo]. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1977.
Charles, R. H. The Revelation of St. John [O Apocalipse de São João], 2 ts. ICC.
Edimburgo: T & T Clark.
Collins, Adela Y. The Apocalypse. New Testament Message [O Apocalipse. Mensagem do Novo Testamento]. Wilmington, Michael Glazier, 1979.
Danby, H. The Mishnah [A Mishná]. Londres: Oxford University Press, 1967.
Ellul, Jacques. Apocalypse, The Book of Revelation. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1986.
Ford, Josephine Massyngberde. Revelation [O Apocalipse]. Anchor Bible, T. 38.
Garden City, Nova York: Doubleday, 1978.
Giblin, Charles H. The Book of Revelation. The Oven Book of Prophecy [O Livro do Apocalipse. O Livro Aberto da Profecia]. Good News Studies 34. Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1991.
Johnson, Alan F. Expositor’s Bible Commentary, t. 12, Revelation [O Apocalipse]. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1983.
LaRondelle, Hans K. The Israel of God in Prophecy. Principles of Prophetic Interpretation [O Israel de Deus na Profecia. Princípios de Interpretação Profética]. Estudos monográficos em religião da Universidade Andrews, T. XIII. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1993, 8.a edição.
Maxwell, Mervyn. Apocalipsis: sus revelaciones (Florida, Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 1991).
McCready Price, George. El tiempo del fin. Villa Libertador San Martín, Entre Ríos: Editorial CAP 1975 (trad. de G. B. de Biaggi).
Morris, Leão. The Revelation of St. John [O Apocalipse de S. Juan]. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1973.
Naden, R. C. The Lamb Among the Beasts. Finding Jesus in the Book of Revelation [O Cordeiro Entre as Bestas. Encontrando a Jesus no Livro do Apocalipse] (Hagerstown, Maryland: Review and Herald, 1996).
Nichol, Francis D., ed., Comentario bíblico adventista del séptimo día. Vol. 7.
Pohl, A. Die Offenbarung des Johannes [O Apocalipse de João]. 2 Teil.
Wuppertaler Studienbibel von F. Rienecker y W. de Boor. Berlin: Evang. Haupt-Bibelgesellschaft, 1974.
Ruiz, Jean-Pierre. Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic Language in Apocalypsis 16, 17-19:10 [Ezequiel no Apocalipse: A Transformação da Linguagem Profética em Apocalipse 16, 17-19:10].
European Universitary Studies XXIII. Nova York: P. Lang, T. 376, 1989 Smith, Uriah. Las profecías de Daniel y el Apocalipsis. T. 2: El Apocalipsis.
Strand, Kenneth A. Interpreting the Book of Revelation [Interpretando o Livro do Apocalipse]. Ann Arbor: Ann Arbor Publishers, 1976.
Travis, Stephen H. Christ and the Judgment of God. Divine Retribution in the NT [Cristo e o Juízo de Deus. A Retribuição Divina no Novo Testamento]. Grand Rapids, MEU: Zondervan, 1986; Basingstoke, United Kingdom: Hans, Morgan and Scott, 1986.
Vanhoye, Albert. “L’Utilisation du livre d’Ézéquiel dans l’Apocalypse” [A Utilização do Livro de Ezequiel no Apocalipse], Biblica 43 (1962), pp. 436-476.
Vogelgesang, Jeffrey M. The Interpretation of Ezekiel in the Book of Revelation [A Interpretação de Ezequiel no Livro do Apocalipse]. Tese doutoral inédita. Cambridge, MA: Universidade de Harvard, 1985.
Vos, Louis A. The Synoptic Traditions in the Apocalypse [As Tradições Sinóticas no Apocalipse]. Kampen: J. H. Kok, 1965. Pp. 196-209: “The Word of God and the Testimony of Jesus” [A Palavra de Deus e o Testemunho de Jesus].
Were, Louis F. The Woman and the Beast in the Book of Revelation [A Mulher e a Besta no Livro do Apocalipse]. Melbourne, Vitória, Austrália, 1952. Reimpresso em 1993 por First Impressions, Sarasota, Florida.
Zimmerli, Walter. Ezekiel [Ezequiel]. 2 ts. Série “Hermeneia”. Filadélfia: Fortress Press, ET 1979, 1983.
Artigos
Collins, Adela Y. “Revelation 18, Taunt Song or Dirge” [Apocalipse 18. Canto de Brincadeira ou Lamento lúgubre], L’Apocalypse Johanniqae et l’Apocalypse dans le NT [O Apocalipse de João e o Apocalipse no Novo Testamento]. J. Lambrecht, ed. Gembloux: J. Duculot, 1980. Pp. 185-204.
Giblin, Charles H. “Structural and Thematic Correlations in the Theology of Revelation 16-22” [Correlações Estruturais e Temáticas na Teologia de Apocalipse 16-22], Biblica [Revista Bíblica] 55 (1974), pp. 487-504.
Strand, Kenneth A. “The Seven Heads: Dou They Represent Roman Emperors?” [As Sete Cabeças: Simbolizam Imperadores Romanos?], Simpósio sobre o Apocalipse. t. 2, cap. 5.
_________. “Two Aspects of Babylon’s Judgment Portrayal in Revelation 18” [Dois
Aspectos da Descrição do Juízo de Babilônia em Apocalipse 18], AUSS 20:1 (1982), pp. 53- 60.
_________. “Some Modalities of Symbolic Usage in Revelation 18” [Algumas Modalidades do Uso Simbólico em Apocalipse 18], AUSS 24:1 (1986) pp. 37- 46.
______________. “The Two Witnesses of Rev. 11:3-12” [As Duas Testemunhas de Apocalipse 11:2-12], AUSS 19:2 (1981).
Vanhoye, Albert. “L’Utilisation du livre d’Ézéquiel dans l’Apocalypse” [A Utilização do Livro de Ezequiel no Apocalipse], Biblica 43 (1962), pp. 436-476.