Os capítulos 1 ao 11 de Apocalipse tratam do que aconteceu entre a primeira vinda de Cristo e a volta de Jesus. Ou seja, na Era Cristã.
Igreja Primitiva: Apostólica – 31 a 100dC
“Um dos valores fundamentais da história da Igreja está na correlação que ela faz entre os dados fatuais do passado do Evangelho, e a proclamação e aplicação. A história da Igreja mostra o Espírito de Deus em ação através da igreja durante os séculos de sua existência. A teologia exegética está intimamente ligada à teologia prática na medida em que o estudante percebe o impacto da teologia sistemática sobre o pensamento e a ação humana no passado.
A História da Igreja é também valiosa como explicação do presente. Podemos compreender melhor o presente se conhecemos as suas raízes no passado. […]
Os problemas contemporâneos da Igreja são geralmente iluminados pelo estudo do passado, pois existem padrões e paralelos na história. […]
A relação entre Igreja e o Estado permanece problemática na Rússia, na China e nos estados satélites russos, de modo a não surpreender que estes estados persigam o cristianismo, a exemplo de Décio e Diocleciano. O perigo óbvio da união da Igreja com o Estado, seja através do apoio estatal a escolas paroquiais, seja através do envio de embaixadores ao Vaticano, é iluminado pelo declínio da espiritualidade na Igreja e pela interferência do poder temporal na Igreja a partir do controle do concílio de Nicéia por Constantino em 325. […]
A reparação dos males existentes na Igreja ou o evitar dos erros e dos costumes equívocos é outro valor do estudo o passado da Igreja. O presente é certamente o produto do passado e a semente do futuro. […] A ignorância da Bíblia e da história da Igreja é a razão principal porque muitos se enveredam por falsas teologias e por práticas erradas.
[…] O primeiro período da História da Igreja, revela a evolução da Igreja Apostólica para a Antiga Igreja Católica imperial, e o início do sistema Católico Romano. […] O crescimento gradual do cristianismo dentro dos quadros do judaísmo e a ruptura desses quadros no Concílio de Jerusalém antecedem a pregação do Evangelho aos gentios por Paulo e os outros, […].” (O Valor da História da Igreja – Earle E. Cairns – O Cristianismo Através dos Séculos Uma História da Igreja Cristã, Editora Vida Nova)
“Éfeso ( 2: 1-7): Esta igreja é ameaçada por falsos mestres e perdeu o seu primeiro amor. Jesus vem a esta igreja como aquele que “segura as sete estrelas na sua mão direita, que anda no meio dos sete candelabros de ouro” (2: 1). Ele tem controle total sobre a igreja que está em perigo de perder o seu lugar como escora (2: 5).” Ranko Stefanovic
Parte 1 – Cartas às sete Igrejas da Ásia – Um Aprendizado por Imagens
A Igreja Primitiva: Apostólica 31- 100dC
• A igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do universo, segundo podemos ver através dos seguintes textos bíblicos:
a) “Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Efésios 1.4).
b) “Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês.” (1 Pedro 1.20).
• O plano de Salvação estava traçado no coração de Deus desde o eterno passado. O sacrifício, nos planos de Deus, fora feito antes da fundação do universo, isto é, antes mesmo de ser efetuado na cruz do Calvário, o Cordeiro de Deus já era conhecido do Pai (Apocalipse 13.8b).
• Assim sendo, tanto o projeto da Igreja no coração de Deus, como a sua formação pelo Ministério de Cristo, quanto a sua confirmação, no dia de Pentecostes, consolidou-se pelo poderoso derramamento do Espírito Santo (Atos 2).
. A história do cristianismo, tem início no período descrito no livro de Atos, quando, através do testemunho apostólico, a igreja emergiu e foi se fundamentando.
. Deve-se considerar que, ainda hoje, alguns acontecimentos históricos do cristianismo são debatidos quanto à precisão de suas datas, ou seja, os subsídios cronológicos aqui expostos estão amparados por uma tolerância relevante para obtenção de dados fidedignos:
4.a.C. Nascimento do Messias em Belém.
27.04.0031 d.C. Crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo em Jerusalém.
70 d.C. Jerusalém é devastada pelo Império Romano. Os cristãos de Jerusalém são dispersos pelo mundo.
• A Palestina, onde o cristianismo deu seus primeiros passos, ocupava uma posição geográfica privilegiada, pois abrangia uma área que era cortada pelas grandes rotas comerciais que uniam o Egito à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor.
• Esse foi um dos principais motivos descritos na história do Antigo Testamento, pelo qual esta área era tão cobiçada, e por várias vezes, invadida por vários impérios na antiguidade.
• A língua predominante na época era o grego (koiné); uma língua quase que universal, apesar do império dominante ser o império romano, que unia em um só governo boa parte do mundo conhecido.
• A difusão da língua grega (koiné) também foi um fator determinante na pregação e divulgação do Evangelho, favorecendo, sobretudo, a comunicação entre os povos.
• Apesar de haver muitas religiões e filosofias – a política dos romanos era, em geral, tolerante em relação à religião e aos costumes dos povos conquistados – o “mundo romano” estava vazio espiritualmente. Tudo estava pronto para a recepção do Cristianismo.
• Através dele vemos que a Igreja, que antes era um mistério “oculta em Deus”, fora revelada em Cristo, tornando-se o “segredo de Deus”, conhecido aos homens.
• A expressão “oculto em Deus” indica que a Igreja esteve sempre na mente de Deus, vindo a ser conhecida somente através do ministério terreno de Jesus Cristo e do Espírito Santo.
• A Igreja de Deus começou a se revelar e a se formar quando João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus” (João 1.36).
• A Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial, no dia de Pentecostes, cinquenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo.
• Na manhã do dia de Pentecostes:
a) Os 120 discípulos de Jesus permaneciam reunidos em oração, no Cenáculo (Atos 1.12-14 e 2.1).
b) “Línguas repartidas como que de fogo” foram vistas descerem sobre eles (Atos 2.3).
c) Falaram em outras línguas, “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (Atos 2.4).
• O evento do Pentecostes causou um efeito tríplice nos discípulos de Cristo:
a) Iluminou a mente dos discípulos quanto ao objetivo e sentido da Igreja (Efésios 1.18).
b) Compreenderam que o Reino de Deus não era no sentido político (João 18.36).
c) Que eles deveriam ficar totalmente na plenitude e na dependência do Espírito Santo (Lucas 24.49).
. O Crescimento da Igreja
• Observe os seguintes textos bíblicos: “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (Atos 5.14); e “A palavra de Deus crescia e, em Jerusalém, o número dos discípulos aumentava. Também um grande grupo de sacerdotes obedecia à fé.” (Atos 6.7).
• Esse crescimento tinha uma razão de ser, e era a arma usada pela Igreja para crescer de forma abundante: o testemunho de seus membros (1 Timóteo 4.12).
• Enquanto aumentava o número de membros, aumenta na mesma proporção o número de testemunhas, pois cada membro da Igreja se constituía numa testemunha de Cristo onde quer que estivesse (Atos 1.8). Os motivos desse crescimento foram:
a) Perseveravam na doutrina dos apóstolos (Atos 2.42).
b) Perseveravam na comunhão e no partir do pão (Atos 2.42).
c) Perseveravam na oração (Ato 2.42).
d) Possuíam temor (Ato 2.43).
e) Muitos sinais e maravilhas se faziam (Ato 2.43).
f) Muita alegria e sinceridade (Ato 2.46).
g) Pregavam com toda a ousadia a Palavra de Deus enquanto o Senhor Jesus operava sinais e maravilhas entre eles (Marcos 16.20 e Atos 4.29b).
h) Primavam pela plenitude do Espírito Santo em suas vidas (Atos 4.31 e Eclesiastes 9.8).
• Os cristãos eram, inicialmente, firmes na fé e no testemunho cristão, puros em seu caráter cristão, e abundantes no amor. Faltava-lhes, entretanto, a visão e o zelo missionário. Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que eles decidissem a ir a outras regiões, como missionários itinerantes (Atos 8.4).
• Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a Igreja dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até Antioquia e dali para todas as partes do Império, dando início ao cumprimento da Grande Comissão que Cristo havia dado aos seus discípulos (Marcos 16.15).
• Foi a partir dessas perseguições que os cristãos, fugindo de seus perseguidores, passaram a pregar o Evangelho fora de Jerusalém e testemunhando das maravilhas que Jesus operava (Atos 8.5-8).
• Essas perseguições se intensificaram sobre a Igreja, principalmente no último período do século I (60-100), conhecido como “Era Sombria”; além das heresias gnósticas que estavam sendo, astutamente, infiltradas na Igreja para combater a sã doutrina dos apóstolos (2 Timóteo 4.3; Tito 1.9 e 2.1).
• As perseguições a Igreja são reveladas na Bíblia em diversas passagens: Os apóstolos foram presos várias vezes (Atos 4 e 5.17-42); Estevão, torna-se o primeiro mártir (Atos 7); Os cristãos fogem de Jerusalém (Atos 8.1-8); além da morte de Tiago e a da prisão de Pedro (Atos 12. 1-17).
O Contexto Histórico
• Essa época foi bastante agitada na Palestina, onde ocorreram muitas revoltas dos judeus nacionalistas (zelotes e sicários) contra Roma, principalmente a partir do ano 52.
• Nesse contexto histórico surge a figura de Flavio Josefo, sacerdote levita que, ao abandonar a causa judaica e passar para o lado dos romanos, veio a se tornar um dos maiores historiadores judaicos.
• Para tentar conter a revolta dos judeus, Roma contra-ataca enviando tropas sob o comando de Vespasiano que cercam Jerusalém. Após isso, Vespasiano passa o comando para seu filho Tito, e vai para Roma onde assume o posto de imperador, passando a comandar todo o império romano.
• Já como imperador, Vespasiano dá ordem a Tito para destruir Jerusalém no ano 70; e, posteriormente, Massada, último foco de resistência judaica, no ano 73, dando início a Diáspora (dispersão) dos judeus.
Perseguições Romanas:
. A primeira grande perseguição ocorreu durante o reinado de Nero (54-68), principalmente pela recusa dos cristãos em promoverem culto em honra ao imperador romano, que se autoproclamava um “deus humano”.
• Os cristãos eram perseguidos também por divulgarem a existência e por prestarem culto a um outro Rei: o Senhor Jesus, visto com desconfiança por Roma como um concorrente divino (anunciando o Reino de Deus entre os homens) e como possíveis conspiradores para derrubar César e estabelecerem um reino cristão ao invés do império romano (João 18.33-38 e 19.13-22).
• O rei Herodes também, pelo mesmo motivo (o medo da concorrência de um outro rei), já havia anteriormente procurado matar Jesus, após receber a visita dos magos em Jerusalém (Mateus 2.1-3, 7-8, 13-18).
• Assim sendo, as perseguições que inicialmente surgiram por motivos religiosos, tornaram-se com o passar do tempo e do crescimento do cristianismo, a terem conotação política, por medo de Roma de que os cristãos viessem a depor o imperador e a instaurar um novo reinado, pois os cristãos diziam que o seu Rei estava vivo e que o seu Reino seria implantado nesse mundo, pelos seus seguidores (a Igreja).
• Outra grande perseguição contra os cristãos ocorreu sob o governo de Domiciano (81-96). Neste período o apóstolo João é preso em Patmos, recebe do Senhor Jesus, e escreve o livro do Apocalipse. Após a morte de Domiciano, João é solto, volta para Éfeso e escreve o Evangelho e as três Epístolas.
Parte 2: Aprendizado por Comentários
Comentário Vídeo 1: Dr Ranko Stefanovic – Parte 1 – Assista esse vídeo até o tempo 36:18
Comentário Vídeo 2: Dr. Rodrigo Silva
Comentário Vídeo 3: Pastor Mark Finley – Está escrito
Reflexão: Dr. George Knight
. A Comissão Missionária – Mateus 28: 19 – 20
. O Novo Israel de Deus – Gálatas 3:29
. Castiçais Removidos – Apocalipse 2:5
Livro: Entenda as Grandes Profecias de Daniel e Apocalipse
Estudar Capítulo 15, páginas 93-94
História da igreja de Jesus: EFESO