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Os Sábios Resplandecerão Como Estrelas
Uma belíssima promessa. Desde a infância tenho apreciado a sua musicalidade. Eles “resplandecerão”. “Como as estrelas.”
“Sempre e eternamente.” Esta é uma descrição poética da felicidade que aguarda os santos de Deus, e que subsistirá para sempre.
‘Os que forem sábios, pois, resplandecerão, como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça como as estrelas sempre e eternamente.’ Daniel 12:3.
O regozijo eterno que Deus tem armazenado para o Seu povo, é um dos temas mais destacados do livro de Daniel. ‘O reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o Céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno.’ Daniel 7:27
Quem são os sábios? Quem são, entretanto, estas pessoas sábias que deverão brilhar para sempre? Nossa esperança é que não sejam pessoas sábias na prática do mal! Passar toda a eternidade com experimentados assassinos e calejados caloteiros, certamente não parece uma ideia muito atrativa! Almejamos ter durante a eternidade vizinhos honestos, uma vez que nós mesmos desejamos sê-los.
O texto de Daniel 12:3 constitui poesia hebraica. Portanto, os sábios da primeira linha são os mesmos que conduzem ‘à justiça’ na terceira linha. Daniel 12: 10 também fala dos sábios. O texto define-os como aqueles que ‘entenderão’, ou seja, as pessoas que compreenderão o sentido prático das profecias do livro de Daniel. Através de um paralelismo inverso conhecido como “quiasma”, o mesmo verso identifica os “sábios” como aqueles que são “purificados, embranquecidos e provados”.
Portanto, os sábios de Daniel 12 -os que brilharão como as estrelas para sempre e eternamente – são pessoas que estudaram as profecias de Daniel até que as compreenderam, compartilharam esse estudo com outros e se tornaram puras.
O que significa compreender e compartilhar? O que existe, pois, em Daniel, para ser compreendido e compartilhado? Bestas e chifres; semanas e dias; Selêucidas e Ptolomeus; anjos – por vezes um anjo isolado, outras vezes multidões de anjos – e muito mais!
Agora você está em condições de explicar a imagem e seus metais, a sequência das quatro bestas, o surgimento e progresso do chifre pequeno, os eventos das setenta semanas, o começo e o encerramento dos 2.300 dias-anos. É de grande valor que você saiba explicá-los. Todos estes símbolos são importantes, do contrário Deus não os teria colocado em Sua Palavra.
Mas símbolos são símbolos. Eles dizem algo a respeito de objetos ou coisas ou pessoas reais. Os símbolos de Daniel falam mensagens a respeito de Deus. E, conforme constatamos repetidas vezes, as mensagens são muito boas. Por exemplo:
1- É muito bom que Deus conheça todas as pessoas e todas as coisas: do passado, do presente e do futuro. Ele conhece “o que há de suceder nos últimos dias”. Ele jamais é apanhado de surpresa. Ele sempre tem uma solução preparada para cada problema.
2- É muito bom que Deus Se encontra constantemente monitorando Impérios e Indivíduos. – e nações e empresas e famílias – e que todos eles serão juntamente trazidos a julgamento. Nenhum ato de injustiça será jamais olvidado.
3- É muito bom que a primeira fase do juízo já se encontre em andamento efetivo. Jesus, o Filho do homem, nosso Sumo Sacerdote, está desvendando diante do Universo expectante a identidade de Seus seguidores arrependidos e fiéis, ao mesmo tempo em que mantém os seus nomes no livro da vida.
4- É muito bom que Deus possa livrar-nos dos leões, das fornalhas ardentes e dos monarcas irascíveis – sempre que isto lhe parecer o melhor a ser feito. Muito bom é também que um dia – muito em breve – Ele nos livrará de todos os desapontamentos e terrores terrestres. Bem como, da própria morre.
5- É muito bom que Cristo Jesus esteja muito ansioso por fazer ‘prevalecer o concerto’, mesmo a um custo infinito para Si próprio; e que através deste concerto Ele Se disponha a prover perdão, vida renovada e participação no corpo de membros do Seu povo.
6- É muito bom que Deus tenha cuidado de nós – tanto interesse que não lhe seja possível vislumbrar um só momento, mesmo no mais remoto futuro, em que Lhe fosse preferível viver sem a nossa presença. Ele almeja que os Seus santos brilhem como as estrelas, para sempre e eternamente.
De que forma os sábios se tornam puros? Constatamos, assim, que o livro de Daniel se acha repleto de boas novas. Ele nos oferece muito para ser compreendido e compartilhado. Mas. . . de que modo podem os sábios tornar-se puros?
Penso que, em primeiro lugar, a resposta é encontrada em Daniel 12:1. “Nesse tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo”.
Em palavras famosas, certa vez Martinho Lutero expressou o pensamento- chave nos seguintes termos:
‘Se confiássemos em nossas próprias forças
Todos nossos esforços se perderiam.
Não estivesse o Homem certo do nosso lado,
O próprio Homem escolhido por Deus.
Você pergunta quem será Ele?
Cristo Jesus, o nosso Senhor.
Os santos tornam-se puros porque têm a seu lado o Homem adequado. O Sumo Sacerdote do santuário celestial sempre vive para fazer intercessão por eles. Hebreus 7 25. Este é o Seu serviço cotidiano. E durante o Dia da Expiação/Dia de julgamento, em sentido muito especial, Ele evoca a Si uma obra especial de purificação, e tal forma que, encerrando-a, possa dizer: “Sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor”. Levítico 16:30.
Mas Daniel 12: 10 diz, em algumas versões, que os santos purificam a si mesmos e a si mesmos se embranquecem. Seria esta, porventura, uma vaga reminiscência de legalismo ultrapassado, ou uma tardia manifestação do “faça-o você mesmo” pagão?
De forma alguma. O Novo Testamento também diz que os santos “lavaram as suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro”. Apocalipse 7:14
Observe esta última porção do texto, e que destaca a única forma pela qual as providências de purificação se tomam efetivas: “No sangue do Cordeiro.”
Jesus oferece as Suas promessas do novo concerto: (1) perdão, (2) poder para viver uma vida renovada e (3) participação no Seu reino. A oferta é dirigida a todos – até mesmo àqueles que O crucificaram. Mas estas promessas somente se tornarão efetivas para nós se as aceitarmos mediante a fé. João 3:16
E nossa fé deve ser dinâmica, ativa e voluntária.
Jesus ensinou a importância da obediência numa passagem que se encontra próximo ao final do Sermão da Montanha. Esta passagem, à semelhança de Daniel 12, também define uma pessoa “sábia”. Aqui, Jesus vincula a definição da pessoa sábia a “todo aquele … que ouve estas Minhas palavras e as pratica”. Mateus 7:24
Quando garoto, Daniel recebeu orientação no sentido de que Deus deseja que Seu povo utilize apenas alimentos saudáveis. No colégio real de Babilônia, a despeito da grande pressão contrária de colegas e oficiais, ele relembrou as palavras de Deus e as pôs em prática.
Os amigos de Daniel sabiam que, para a própria felicidade deles, Deus lhes pedia que adorassem somente a Ele, e a mais nenhum outro deus. Encurralados entre a adoração idólatra de caráter patriótico e uma fornalha ardente, os amigos de Daniel lembraram-se dos Dez Mandamentos e se mantiveram fiéis a eles.
Daniel também manteve sua obediência quando ameaçado pelos famintos leões.
Mas Daniel e seus companheiros nada poderiam ter feito se Deus não os houvesse auxiliado. Deus “deu” a Daniel o favor diante do oficial que os tinha a seu cargo, na escola real. Deus deu a Daniel a visão acerca do que Nabucodonosor contemplara em visão, bem como a interpretação correta dos símbolos. O Filho de Deus caminhou com os três jovens, entre as chamas ardentes. O anjo d deus protegeu Daniel na cova dos leões.
Para Daniel, deve ter sido uma profunda emoção ver os oficiais do colégio real tornarem-se seus amigos, e ele poder despontar depois como o primeiro aluno da classe. Centenas de vezes, depois de ocorridos os fatos, ele deve ter-se sentido contente porque decidira ao lado do correto.
Você já imaginou alguma vez como Daniel ter-se-ia sentido se não houvesse tomado firme posição ao lado da verdade?
Sabemos que Daniel se sentiu tremendamente feliz ao poder repetir diante de Nabucodonosor o sonho que este recebera. Mediante este ato, foi capaz de salvar sua vida e a de seus companheiros, bem como a de todos os homens sábios, e ainda conseguiu agradar plenamente ao rei. Assim, desde o primeiro instante ele deve ter-se sentido contente porque havia mantido firme a decisão de servir o Deus verdadeiro em Babilônia.
Suponha, entretanto, que não tivesse sido esta a sua decisão!
Certamente Daniel sentiu em seu íntimo um sereno bem-estar e a certeza de haver alcançado algo muito importante, quando – nos últimos anos de vida – o rei Nabucodonosor emitiu um decreto que honrava o Deus dos Céus. Certamente ele agradecia diariamente a Deus pelo privilégio de haver desempenhado papel relevante em todos estes desdobramentos.
Suponha, entretanto, que Daniel houvesse representado incorretamente a Deus através de atos, ou simplesmente “fazendo o que todos os outros faziam”.
Quando Miguel Se “levantar” (Daniel 12:1), e do pó se erguerem todos os santos filhos de Deus, […] erguer-se-ão para brilhar como as estrelas, para sempre e eternamente. Eles compreenderam a profecia de Daniel 7. Eles viram que o chifre pequeno havia tentado mudar a lei de Deus no tocante ao sábado. Eles se determinaram, pela graça de Deus, a conservar a santidade do sábado a qualquer preço. Eles pagaram o mais amplo preço possível. E agora, na ressurreição, e durante toda a eternidade, sentir-se-ão extremamente felizes porque, tendo ouvido a Palavra de Deus, também agiram de acordo com ela.
O Dia da Expiação/Dia de Julgamento acha-se em andamento. Jesus ainda ergue Suas mãos perfuradas pelos cravos em favor de toda e qualquer ser. Achamo-nos agora no tempo oportuno para “afligir nosso ser” – a fim de nos certificarmos de que tudo está em perfeita paz entre nós e Ele e, tanto quanto possível, entre nós e os nossos semelhantes. Este é o dia da expiação. A você foi perdoada uma dívida de 10.000 talentos. Tem você perdoado aos outros, que lhe devem estes insignificantes ‘cem denários’? Foi toda a amargura varrida de sua alma pelo Seu precioso sangue? Certamente você não desejará aninhar sentimentos maus em seu coração durante toda a eternidade! Agora é o tempo de nos tornarmos “um” com Deus, de sermos purificados de todo pecado contra Ele ou contra outras pessoas.
Para nós e nossos filhos. “As coisas … reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos.” Deuteronômio 29:29. Alguns pensam que religião é algo para velhos e doentes, mas Daniel não era frágil e muito menos um fracassado. Ele era brilhante, grandemente coroado de êxito e, no momento em que a história começou, muito jovem.
As histórias do livro de Daniel merecem a atenção dos jovens, e os heróis que desfilam nestas histórias, servem de inspiração para que os nossos jovens da atualidade se mantenham vitoriosos face à tentação. Sempre que você pensar nos sábios que brilharão como estrelas para todo o sempre não excluas crianças! Deus deseja ter idosos e crianças em Seu Reino.
“Deixai vir a Mim as criancinhas”, disse Jesus, “e não as impeçais, porque delas é o reino dos Céus.” Mateus 19:14.
As crianças pequenas que amam seu Salvador, são pequenas joias, verdadeiras joias; Cristo as ama e elas Lhe pertencem.
“Como estrelas da aurora
Brilhando em glória
Na coroa de Cristo
Adorno serão”.2
Você deseja compartilhar? Talvez você não tenha suas próprias crianças. Mas você conhece outras crianças, que fazem parte de sua família mais ampla, a que inclui a vizinhança. É igualmente provável que existam em sua família pessoas de mais idade – pais, sogros, ou o seu cônjuge. E por certo você tem amigos e outras pessoas que são suas conhecidas. Você pode perfeitamente compartilhar com elas aquilo que aprendeu; pela graça de Deus, você poderá “conduzir muitos à justiça”.
Uma das providências mais úteis e eu você poderia tomar, seria a constituição de um grupo de estudo agora mesmo; ele poderá funcionar em sua casa ou na casa de algum amigo. Prepare uma lista de vários nomes – algo como cinco a dez pessoas. Peça a Deus que oriente você e prepare a mente dessas pessoas. Depois, convide-as para uma reunião, num horário que seja conveniente a todos.
Certifique-se de que todos possuem uma Bíblia. Comece e termine cada um destes períodos de estudo com uma oração. Sugiro que o estudo se estenda durante aproximadamente uma hora. […] percorra o livro de Daniel do começo ao fim, em velocidade tal que todos os membros do grupo consigam entender.
Permita que todas as pessoas do grupo descubram por si mesmas quanto – e através de que meios – Deus tem desvelo por nós. Ele irá abençoar você! E que possamos todos nós, muito em breve, ver o nosso “Príncipe” por ocasião de Sua segunda vinda, e “possamos “brilhar” com os santos “como estrelas, sempre e eternamente”.
Referências:
1- McNeill, Rice of The West, pág. 444 -453
2- W.O. Cushing, “Jewel”, in Christ in Song, ed. Ver., comp. F.E. Belden (Whashington, D.C.: F.E. Belden, 1908), n° 852
Você pode ler os estudos dos capítulos do Livro de Daniel aqui