A pregação milerita de que Cristo voltaria por volta de 1843 contradizia frontalmente o ensino protestante geralmente aceito de que Cristo viria depois do milênio. Embora os púlpitos e os templos da maioria das denominações tivessem sido franqueados aos pregadores adventistas durante o início da década de 1840, a partir de 1843 as coisas começaram a mudar. Os mileritas foram sendo cada vez mais ridicularizados e muitas vezes tiveram que optar entre sua crença no advento e a crença de sua denominação. Os que escolheram conservar a fé no breve retorno de Cristo foram pouco a pouco sendo excluídos das congregações de que faziam parte. Em outras palavras, enquanto se aproximava o “ano do fim”, intensificava-se o conflito teológico entre os que aguardavam o advento.
Foi nesse contexto que Carlos Fitch (ministro milerita popular da denominação congregacionalista) pregou no verão de 1843 um sermão baseado em Apocalipse 18, focalizando a queda de Babilônia. Sua mensagem foi: “Retirai-vos dela, povo meu” (Apoc. 18:2 e 4; ver 14:8) Este sermão, publicado posteriormente sob a forma tanto de artigo como de folheto, assinalou outra mudança na formação milerita até que os crentes do advento chegaram progressivamente a reconhecer-se como uma corporação separada.
Até o verão de 1843, os mileritas, seguindo o exemplo da maioria dos protestantes, identificava de modo geral o papado como a Babilônia de Apocalipse 18:1-5. Mas, argumentava Fitch: Babilônia é o anticristo, e quem quer que se oponha ao reino pessoal de Jesus Cristo neste mundo é anticristo. A definição de Fitch do anticristo incluía todos os católicos e protestantes que rejeitaram o ensino de um Cristo que voltaria em breve.
“Retirar-se de Babilônia” – escreveu Fitch – “é converter-se à verdadeira doutrina escriturística da vinda da pessoa e do reino de Cristo. . . . Se você é cristão, retire-se de Babilônia! Se você pretende ser achado como cristão quando Cristo aparecer, retire-se de Babilônia, e faça isso agora! . . . Retire-se de Babilônia, ou pereça” (Come Out of Her, My People, págs. 18, 19 e 24). Foi assim que Fitch forneceu a muitos adventistas mileritas um fundamento lógico para separarem-se numa organização distinta antes que terminasse o tempo de graça da Terra. O chamado era para abandonar as igrejas que haviam rejeitado a mensagem da hora do juízo.
Embora a maioria dos líderes mileritas tenha a princípio reagido friamente ao chamado de separação feito por Fitch, a reação agressiva no seio das diversas denominações fez com que muitos crentes adventistas que estavam enfrentando crescente oposição e sendo excluídos das igrejas, aceitassem o chamado. Himes não se tornou um defensor da separação até o outono de 1844 e, mesmo assim, depois disso, de maneira relutante. Miller nunca foi favorávelà separação, ainda que a Igreja Batista de Low Hampton, de onde era membro, o tenha finalmente expulsado.
Ao entrar o mundo no predito “ano do fim”, a separação não era mais uma escolha, mas algo imposto pela força das circunstâncias.
Uma Igreja Mundial: Breve História dos Adventistas do Sétimo Dia