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“Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo:
— Caiu! Caiu a grande Babilônia que fez com que todas as nações bebessem o vinho do furor da sua prostituição.” Apocalipse 14:8
Os mileritas acreditavam estar pregando a primeira mensagem angélica de Apocalipse 14:6, 7: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Para eles, a “hora do Seu juízo” era o segundo advento. Logo, era equivalente à purificação do santuário, em Daniel 8, e à chegada do Noivo, em Mateus 25. Criam que as três passagens apontavam para o retorno de Jesus.
A princípio, a pregação dessa mensagem parecia inofensiva; mas, com a aproximação da data esperada, aumentou a tensão entre os crentes no advento e os outros cristãos. Precisamos nos lembrar de que, antes de 1843, os mileritas não tinham congregações separadas. Eles cultuavam com os membros de suas igrejas locais, que não criam no adventismo. No entanto, eles não conseguiam simplesmente ficar calados à medida que o momento esperado do advento se aproximava. Essa era a esperança mais acalentada no coração de cada um deles.
Isso era bom. Todavia, muitos dos membros das igrejas que eles frequentavam já haviam ouvido demais sobre o tema, criando o clima para o conflito na época em que começava o que os mileritas acreditavam ser seu último ano na Terra. Com o tempo, muitas congregações concluíram que a única solução parecia ser removê-los do rol de membros e tirar os pastores adventistas dos púlpitos.
Os adventistas reagiram quando Charles Fitch pregou a segunda mensagem angélica: “Caiu a grande Babilônia” (Apocalipse 14:8), “sai dela, povo Meu” (Apocalipse 18:4, ARC). Para eles, qualquer membro de igreja que não estivesse aguardando expectante o breve retorno de Jesus se encontrava verdadeiramente confuso (isto é, em Babilônia).
A segunda mensagem angélica proveu uma justificativa teológica para os adventistas se separarem de suas congregações. E o mais importante: deu-lhes a independência necessária para continuar a estudar a Bíblia à medida que Deus os conduzia da mensagem do segundo anjo para a terceira, nos meses seguintes ao desapontamento de outubro de 1844. O caminho progressivo na verdade nem sempre é livre de obstáculos, mas Deus está conduzindo mesmo quando não conseguimos ver além da confusão terrena.
Estou aqui comparando o desapontamento dos discípulos por ocasião da morte de Jesus e o desapontamento dos adventistas mileritas de 1844. Os dois grupos experimentaram o mesmo sentimento de tristeza, decepção e desilusão perante uma expectativa fracassada.
1. No primeiro caso não faltou aviso, não era da vontade de Deus que se desapontassem. Jesus disse no caminho de Emaús: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Lucas 24:25
2. No segundo caso, faltou aviso aos mileritas, foi da vontade de Deus que se desapontassem. Sobre esse segundo grupo está escrito: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis. Apocalipse 10:11
A mim parece que Deus propositalmente não avisou das expectativas erradas, como fizera com o primeiro grupo, porque queria separar dentre aquela mistura expectante de adventistas aqueles que realmente estavam comprometidos em prosseguir como arautos na mensagem final do Evangelho, o que inclui a coragem de pregar um juízo investigativo no Santuário Celestial e a Santidade do Sábado.
Excelente analogia. Obrigada por compartilhar conosco suas reflexões, Ana.