CPB – Aqui você encontra mais livros sobre a história do Adventismo
“E o Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele se levantou, foi até Eli e disse:
— Eis-me aqui, pois você me chamou. Então Eli entendeu que era o Senhor quem chamava o menino. Por isso, Eli disse a Samuel:
— Vá deitar. Se alguém chamar, diga: “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve.” E Samuel foi para o seu lugar e se deitou.” 1 Samuel 3 8 – 9
Às vezes, nós não queremos ouvir. Esse foi o caso de Guilherme Miller. Embora escutasse com distinção a ordem de advertir o mundo, ele não desejava fazê-lo.
“Fiz tudo a meu alcance para evitar a convicção de que algo me era exigido; eu achava que, ao falar abertamente sobre o assunto, estaria cumprindo meu dever, e Deus levantaria os meios necessários para a realização da obra. Orava pedindo que algum ministro percebesse a verdade e se dedicasse a divulgá-la.”
Ah, essa é uma solução ótima! Encontrar um pastor para fazer nosso trabalho. Cheguei à conclusão de que se a igreja depender só dos pastores para “terminar a obra”, demorará um pouco mais do que a eternidade. A verdade sobre as boas-novas é que Deus chama cada um de nós a desempenhar nossa parte.
No entanto, era justamente isso que o homem Guilherme Miller não queria fazer. Em sua tentativa de testemunhar por procuração, ele acabou chegando à desculpa de Moisés: “Eu disse ao Senhor que não estava acostumado a falar em público, que não reunia as qualidades necessárias para conquistar a atenção das pessoas” e assim por diante. Contudo, não conseguia ter alívio. Por mais nove anos, Miller lutou contra a convicção de que tinha uma tarefa a cumprir para Deus. Até que, em certo sábado de 1832, ele se assentou em sua escrivaninha para examinar os detalhes de um ensino bíblico. De repente, sentiu-se tomado pela crença de que precisava fazer algo pelo Senhor.
Em agonia, exclamou que não era capaz de ir. “Por que não?”, foi a resposta. Então ele repetiu para si mesmo todas as desculpas esfarrapadas.
Por fim, sua aflição ficou tão grande que ele prometeu a Deus que cumpriria seu dever caso recebesse o convite para falar em público sobre o tema da volta de Jesus. Com isso, suspirou aliviado. Afinal, ele tinha 50 anos de idade, e ninguém nunca o pedira para pregar sobre o assunto até então. Enfim, sentiu-se livre. Dentro de meia hora, porém, ele recebeu justamente esse convite. Miller teve, então, um ímpeto de raiva por ter prometido algo ao Senhor. Sem responder, saiu de casa furioso. Depois de lutar com Deus e consigo mesmo por cerca de uma hora, finalmente concordou em pregar no dia seguinte. Aquele sermão foi o início de um dos ministérios mais bem-sucedidos do século 19.
Moral da história: Tome cuidado com o que promete a Deus. Ele pode ter muito mais planos para sua vida do que você ousa sonhar.