A Ressurreição e a Erradicação da Morte

Já vimos que a morte não é apenas uma transição natural na existência humana, mas um poder que reina sobre a vida impondo-lhe um término e destruindo-a. A morte também traz o castigo pelo pecado, mesmo pela mão de Deus.

Entretanto, ela continua sendo o inimigo da vida e de Deus. Portanto, a erradicação final da morte é precedida pela ressurreição, pela qual o poder da morte é quebrado. Isto põe um fim ao reino da morte, e a própria morte é por fim erradicada (ver Segunda Vinda I. G. 1-3; Ressurreição I, II; Nova Terra).

1. O Reino da Morte

Ao descrever o reino da morte, a Bíblia personifica a morte como uma existência, um domínio, um poder a ser enfrentado neste mundo. “Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés” (Romanos 5:14), e “pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte” (v.17). Esse reino da morte dá a entender que a morte exerce domínio sobre o mundo presente e seus habitantes. Jeremias fala da morte como um inimigo com poder para exterminar a vida das pessoas em qualquer lugar, a seu bel-prazer e sem qualquer consideração para com suas vítimas. “Porque a morte subiu pelas nossas janelas e entrou em nossos palácios; exterminou das ruas as crianças e jovens, das praças.” (Jeremias 9:21). A morte exerce esse poder por intermédio do pecado (Romanos 5:17) e do diabo Hebreus 2:14) e o impõe sobre todas as pessoas, pois todos pecaram (Romanos 5:12-13). Por outro lado, “não há nenhum homem que tenha […] poder sobre o dia da morte” (Eclesiastes (8:8)

2. A Morte como fim da Vida

Embora o reinado da morte provoque na maioria dos casos a interrupção não natural da vida, como no caso de uma doença mortal, acidentes fatais ou pena de morte, ela também põe fim à vida que segue seu curso natural através do processo de envelhecimento – uma forma suave de morte. Com a idade de 175 anos, “expirou Abraão; morreu em ditosa velhice, avançado em anos; e foi reunido ao seu povo” (Gênesis 25:8). Aconselhando Jó a uma vida justa, Elifaz prometeu: “Em robusta velhice entrarás para a sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo” (Jó 5:26) . Ao reencontrar seu filho favorito, disse Jacó a José: “Já posso morrer, pois já vi o teu rosto, e ainda vives” (Gênesis 46:30). Renovando o compromisso com Cristo, o apóstolo Paulo exclamou: “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21). Estas passagens e outras sugerem que a Bíblia reconhece a morte como uma libertação, um fim natural para a vida, e no caso de uma vida longa e difícil, até mesmo como um alívio bem-vindo. A Bíblia relata com frequência a morte das pessoas de maneira desinteressada, simplesmente como o fim da vida delas. Corresponderia isto à atitude atual de “chegar a um acordo” com a morte uma vez que ela é inevitável e é preciso, portanto, acabar de uma maneira ou de outra? Será que a Bíblia está nos convidando a “fazer um acordo com a morte”? Com a exceção do caso especial de Filipenses 1:21, que expressa o total comprometimento do apóstolo com Cristo na vida e na morte, os exemplos citados de morte pacífica focalizam geralmente as realizações em vida mais do que a morte e, portanto, não devem ser interpretados como uma atitude de aceitação da morte.Uma compreensão mais preciosa do ponto de vista bíblico sobre a morte requer que consideremos os efeitos destrutivos do envelhecimento. Logo fica claro que esperar a morte, mesmo depois de uma vida bem vivida, não é desejável nem satisfatório. Assim “os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Salmo 90:10).Esse texto também adverte contra a natureza muitas vezes problemática do ficar inativo na proximidade do fim da vida. Talvez a passagem mais interessante seja Eclesiastes 12, a triste confissão de um velho: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;” (v.1). Os versos seguintes deploram a experiência da velhice, apesar da sabedoria e da serenidade que se esperam que a acompanhe. Permanece o lastimável fato de que a vida caminha para um rápido e deplorável fim, e que não conhece retrocessos. “O homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça”, (v.5, ARC). Talvez chegue o dia nessa gradual deterioração da vida em que a morte parecerá um escape tolerável e até bem-vindo, mas de acordo com a Bíblia, todo o processo não é nada desejável nem tolerável. Na verdade a própria velhice é uma forma inoportuna de avançar para a morte, que é decorrente da maldição do pecado e nunca desejada (Eclesiastes 12:1-7). A velhice representa um tempo em que a proteção divina é especialmente necessária (Salmo 71: 18). A tristonha cena da morte de Jacó, rodeado por seus filhos e netos no Egito, mostra como a velhice impede o patriarca de voltar para a Terra Prometida. Constitui, na realidade, uma triste e inaceitável conclusão para a vida – alguém de alguma forma deve ser derrotado. “Depois, disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco e vos fará voltar à terra de vossos pais” (Gênesis 48:21). Depois deu a seguinte instrução: “Depois, lhes ordenou, dizendo: Eu me reúno ao meu povo; sepultai-me, com meus pais, na caverna que está no campo de Efrom, o heteu,” (Gênesis 49:29).No apelo de Jacó a seus filhos para que ele não fosse deixado para trás, vemos ilustrada a oposição da Bíblia à morte, que a considera uma resposta inaceitável para a vida, mesmo de uma vida longa e rica, pois constitui uma ameaça mesmo ao propósito de Deus. O pedido do patriarca também oferece esperança para um futuro que nem mesmo a morte pode frustrar – esperança ancorada na promessa de Deus de que Israel herdaria a Terra Prometida.

3. A Morte como Destruição

A morte nem sempre chega ao fim de uma longa vida. Pode atravessar o caminho de uma pessoa antes, gerando medo e terror. A Bíblia apresenta essa possibilidade como uma experiência aterrorizante. Na verdade, algumas das pessoas mais corajosas da Bíblia, como Moisés, Davi e o apóstolo Paulo, nem sempre foram valentes diante da morte. Durante um de seus confrontos com o instável rei Saul, Davi disse a seu amigo Jônatas: “apenas há um passo entre mim e a morte” (1 Samuel 20:3). Muitos anos depois, o próprio Cristo não procuraria a morte, a não ser que isto fosse da vontade do Pai (Lucas 22:42). Esse medo da morte, especialmente de sua intrusão prematura na vida, é pintado na Bíblia toda. Ela enfatiza uma concepção bíblica especial da morte: não implica o fim natural ou inevitável da vida presente seguida de uma existência contínua em nível diferente, para que alguém corajoso possa enfrentá-la com determinação. Ao contrário, a morte sem a esperança da ressurreição representa o fim de toda a vida, a ausência de Deus, a escuridão total. Visto da perspectiva bíblica, o medo da morte sem a esperança de ressurreição continua sendo o medo mais fundamental sentido por seres humanos. É o medo de ficar desamparado, pois morrer significa estar sozinho; é o medo de enfrentar o juízo de Deus sem expiação. Ao morrer dessa forma em favor dos pecadores, Cristo garantiu que nenhum ser humano precisará enfrentar a morte sem esperança.É compreensível, portanto, que a pessoa muitas vezes apele para Deus ao enfrentar a morte, em tempo oportuno ou não, estando rodeada pela família e amigos ou sozinha, sendo crente ou descrente.“Cadeias infernais me cingiram, e tramas de morte me surpreenderam. Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus.” (Salmo 18:5-6). Em sentido oposto, quando Deus está próximo, o temor da morte é vencido, “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Salmo 23:4).As experiências ameaçadoras da vida que levam ao medo de morrer, presentes no ambiente bíblico, são semelhantes às que enfrentamos hoje. Enfermidades, guerras e calamidades naturais são as mais comuns. Uma doença grave, por exemplo, por estar associada com a morte, infundia medo. A comida envenenada preparada por um dos servos de Eliseu a partir de ingredientes colhidos apressadamente provocou o brado: “Morte na panela, ó homem de Deus!” (2 Reis 23:4-40), e todos pararam de comer. A delicada doença de Ezequias, que o ameaçava de morte, o assustou tanto que ele fez a Deus uma oração. “Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR […] e chorou muitíssimo” (2 Reis 20:2-3).A guerra provocava a morte prematura de jovens e incontáveis sofrimentos para as viúvas, órfãos e pais que ficavam. A Escritura é bem ciente de que a guerra fere soldados de ambos os lados nas linhas de combate num estúpido desperdício de vidas (2 Samuel 2:12-17). Mas a dor é igualmente profunda para os que recebem as fatídicas notícias dos campos de batalha. “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Samuel 18:33).Catástrofes naturais, não tão bem compreendidas nos tempos bíblicos como hoje, eram por vezes consideradas “atos de Deus”. Os marinheiros no navio destinado a Társis com Jonas a bordo ficaram cheios de medo da tempestade (Jonas 1:5). Na verdade, o mar tempestuoso é muitas vezes mencionado como causa para o medo da morte (Salmo 107:23-32), assim como o deserto abrasador (Isaías 43:1-2, 16-20).Essas ameaças à vida faziam surgir o espectro da morte prematura e levavam ao medo da morte, até mesmo entre os maiores heróis da Escritura. Por exemplo, ao enfrentar catástrofes inimagináveis, Jó não “atribui a Deus falta alguma” (Jó 1:22), mas nem por isso aceitou a morte de bom grado, embora fosse tentado a agir e estimulado a pensar dessa forma pelos seus amigos (Jó 15: 1-6; 18). Em vez disso, no momento em que seu sofrimento pessoal mais se agravava sobre ele (19:1-22), confirmou o dom divino da vida acima de todas as catástrofes que lhe sobrevinham. Embora tivesse grande medo da morte, maior era a confiança que depositava em Deus (v. 23-27).

4. Morte como Castigo

A Bíblia fala frequentemente da morte como um castigo pelo pecado, “porque o salário do pecado é a morte,” (Romanos 6:23). Essa concepção de morte evoca Gênesis 2:17: “porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Encontramos essa ideia novamente nas leis pactuais que defendem a pena de morte: “Quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto” (Êxodo 21:12). O dilúvio sobre a Terra e a destruição de Sodoma, Gomorra e das outras cidades da planície representaram o castigo divino por meio da morte (Gênesis 6:6-7; 19:15-28; cf. 2 Pedro 3:6-7; Judas 6-7).Na história das guerras de conquista de Israel há o relato da pena de morte sobre o povo culpado. “Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos” (1 Samuel 15:3). Os profetas também pronunciaram castigo semelhante sobre indivíduos que haviam afrontado a Deus de maneira grave e impenitente (Amós 7:16-17). O apóstolo Paulo, sob a ordem de Deus, decretou a morte instantânea para os enganadores Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Pode parecer estranho que a Bíblia pronuncie castigo tão severo a pecadores e utilize como instrumento de punição o que é mais antiético ao caráter de Deus. De fato, a Bíblia apresenta essa ação divina como atípica: “Porque o SENHOR se levantará, como no monte Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para realizar a sua obra, a sua obra estranha, e para executar o seu ato, o seu ato inaudito.” (Isaías 28:21). A morte, aquilo que Deus menos gosta em Seu universo, torna-se assim instrumento Seu para proteger aquilo que Ele mais gosta: a vida.Essa perspectiva governa todas as referências bíblicas à morte como uma punição; ela jamais deve se tornar uma solução agradável. Na melhor das hipóteses, deve ser vista como uma solução necessária instituída para proteger a vida e salvaguardar a segurança da sociedade. Uma restrição como essa à pena de morte não vem facilmente a juízes humanos no calor do momento, conforme foi observado, por exemplo, na história da eleição de Saul: “Então, disse o povo a Samuel: Quem são aqueles que diziam: Reinará Saul sobre nós? Trazei-os para aqui, para que os matemos. Porém Saul disse: Hoje, ninguém será morto, porque, no dia de hoje, o SENHOR salvou a Israel.” (1 Samuel 11:12-13). Infelizmente, o rei Saul não permaneceu tão generoso depois no seu reinado, mas tentou usar a pena de morte a seu próprio favor (1 Samuel 14:36-46). A prática da pena de morte pode facilmente descambar para o abuso, servindo para razões outras que não a proteção da vida, como talvez a vingança (2 Samuel 3:27), a ganância pessoal (1 Reis 21:8-14), ou como resultado da completa falta de compreensão do que é certo e errado, verdadeiro e falso (Atos 8:1).Todas essas experiências de morte representam diferentes aspectos do salário do pecado, que por intermédio de Adão recaíram sobre toda a raça humana. A morte sobrevém a todos – justos e injustos -, com a exceção daqueles que passaram pela trasladação, como Enoque, Elias e os filhos de Deus que estarão vivos no dia do aparecimento de Cristo (Gênesis 5:24; 2 reis 2:11; 1 Tessalonicenses 4:17). Ela é resultado da terrível separação que se instalou entre Deus e a família humana e do reinado do terror que o diabo implantou neste mundo, tudo em decorrência do pecado. Não é pelo menos que, ao enfrentar a infalível perspectiva de morrer, alguns tenham tentado se conformar com ela, dizendo: “Fizemos aliança com a morte e com o além fizemos acordo” (Isaías 28:15), mas essa aliança será anulada (v.18). Para resumir, o poder e o reino da morte são tais que não existe nenhuma possibilidade humana de entrar em acordo ou combinação com ela. Só Deus tem o poder de quebrar o reinado da morte e destruir o domínio que ela tem sobre a vida, mediante um novo ato criativo, a ressurreição.

5. A Segunda Morte

A Bíblia se refere a uma segunda morte (Apocalipse 20:14). Diferentemente da primeira morte, que sobrevém a todos os seres humanos por causa do pecado, a segunda morte é o castigo final sobre os pecadores impenitentes (ver Pecado VI. C. 1,2; Homem II. C. 1-3).O castigo divino sobre os ímpios, no último dia, aparece repetidas vezes na escatologia bíblica (Daniel 7:11; Joel 3:2-3; Mateus 24:37-39; Lucas 17:26-30; 2 Coríntios 5:10; 2 Pedro 3:5-7). Esse castigo não deve ser confundido com a morte que é comum a todos os descendentes de Adão, um destino para o qual o Segundo Adão, Jesus Cristo, trará um escape para os justos (Romanos 5:18). A segunda morte é o castigo de Deus infligido diretamente aos pecadores que não se arrependeram nem buscaram salvação em Jesus Cristo. Enfrentar essa possibilidade é algo que oprime os culpados com tanto desespero que eles procuram o mais depressa possível abandonar essa vida (Apocalipse 6:15-17). Um caso especial de juízo divino sobre pecadores se relaciona com a erradicação definitiva da morte. O livro do Apocalipse equipara esse juízo à segunda morte, para cuja punição não existe recurso, nem confissão de pecado, nem perdão (Apocalipse 20:6-7). Depois dele vem a segunda ressurreição, a “ressurreição da condenação” (ARC) após o milênio (João 5:28-29; Apocalipse 20:5; ver Milênio I. C. 3. E), que leva à última sentença de morte. Nessa ocasião, os pecadores não mais poderão dar testemunho de Deus, expressar arrependimento nem alcançar salvação. Só restam o mal, a guerra, o ódio, o engano e o juízo final. Em seguida, Deus destruirá a própria morte e o inferno (Apocalipse 20:14) e criará um novo céu e uma nova Terra (Apocalipse 21-22).Em Sua justiça e imparcialidade, Deus não limita a ressurreição a Seus santos, aos que forem fiéis até a morte (Apocalipse 2:10), mas a estende a todos, inclusive aos que nunca a buscaram e decidiram viver sob o poder da morte (Apocalipse 20:11-13). A essas pessoas, juntamente com Satanás e seus agentes, está reservada a segunda morte (v. 14-15). Depois da segunda ressurreição, a morte não é mais um poder a ser quebrado, mas uma presença a ser eliminada. Não mais domina os santos de Deus nem reina mais na Terra. Não passa de uma repulsiva lembrança do passado sem nenhuma chance de reassumir seu poder. É por isso que sua eliminação é simples, rápida, definitiva e incontestada (v.14). Depois de ter seu poder destruído pela ressurreição, a morte é afastada e a vida passa a ser imortal. Esse quadro é exposto na Bíblia com a presença constante de Deus ao lado de Seus santos, e a permanente ausência da morte e seus horrendos efeitos (Isaías 25:8; Apocalipse 21:3-4).

6. A Esperança da Ressurreição

A esperança da ressurreição, um novo e criativo ato de Deus, aparece já no AT. Jó 14:7-17 expressa a compreensão de que, sem interferência divina, a morte seria uma coisa irrevogável (v.7-12). Somente quando Deus, saudoso de Suas criaturas perdidas, restaurar-lhes a vida, pode o reino da morte ser destruído (v.14-17). Essa esperança em meio ao sofrimento se intensifica na passagem que fala do Redentor (Jó 19: 23-27). Ela também é expressa claramente nas profecias escatológicas (Isaías 25:8-9; Daniel 12:2). A esperança na ressurreição dos mortos recebeu ênfase crescente nos escritos não canônicos entre os testamentos, tornando-se doutrina cardeal para os fariseus da época de Cristo.Nos tempos do NT, a esperança da ressurreição foi firmemente estabelecida tanto nos evangelhos como nas epístolas (Mateus 22:31-32; Lucas 20: 27-38; João 11:24; 1 Coríntios 15:51-53; 1 Tessalonicenses 4:13-18; Hebreus 11:19). Jesus deu certeza antecipada dessa esperança, ao ressurgir Ele mesmo dos mortos (Mateus 9:23-25; Lucas 7:11-17; João 11:38-44), uma garantia que Deus ratificou ressuscitando Cristo dos mortos, por meio da qual todos os crentes podem desfrutar a vida eterna (João 3:16; 5:25-29; 6:39-40; 1 Coríntios 15:20-23; 1 Pedro 1:3). Essa nova vida, disponível pela fé em Cristo, tornar-se-á vida imortal, não por ocasião da morte, mas depois da ressurreição na segunda vinda de Cristo, quando aqueles que dormem serão despertados para uma nova vida (1 Coríntios 15:51-53; 1 Tessalonicenses 4:13-18; ver Ressurreição I.A.B; segunda vinda 2).

7. A Erradicação da Morte

Depois da ressurreição, o dom divino da vida eterna a todos quantos creram em Cristo significará o fim do poder da morte e a quebra de seu domínio sobre a humanidade (2 Timóteo 1:8-10). Cristo realizou isso através de Sua própria morte e ressurreição: “sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre Ele” (Romanos 6:9 cf. Apocalipse 1:18). A ressurreição, diferente de uma ressuscitação, não frustra o poder da morte no último minuto, mas destrói de vez esse poder. Daí a frase: “a morte já não tem domínio sobre Ele” (Romanos 6:9).A chave para o fim da morte está na ressurreição de Cristo, que destranca a prisão que mantém a todos cativos: “Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da Sua ressurreição,” (v. 5). A ressurreição remove os últimos vestígios do poder da morte. Assim, sendo, “quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1 Coríntios 15:54-55)”

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*Professor de Antigo Testamento e presidente da Andrews University)  

Fonte: Capítulo 9 do Tratado Teológico Adventista   “O Tratado Teológico Adventista é parte da Série Logos, que será completada com a publicação de sete volumes do Comentário Bíblico Adventista, mais o Dicionário Bíblico. Essa coleção trata-se da primeira exposição sistemática de toda a Bíblia produzida pela Igreja Adventista, com base nas línguas originais. Ela também incorpora pesquisas arqueológicas que oferecem o contexto histórico para a interpretação do texto sagrado.”

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