Leitura bíblica: Mateus 5: 41
“Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.”
O Livro de Mateus
Por George Knight – Caminhando com Jesus no Monte das Bem Aventuranças
A figura de linguagem em nosso verso de hoje é estranha para nós, mas bem conhecida entre os ouvintes de Jesus. A lei romana dava a um soldado o direito de recrutar um civil para andar uma milha romana carregando a mochila dele. A Palestina era um território ocupado; a qualquer momento um judeu podia sentir no ombro o toque de uma lança romana e saber que estava sendo coagido a servir os romanos. Isso foi o que aconteceu com Simão Cireneu, quando foi coagido a carregar a cruz de Jesus.
A lei se destinava a aliviar o soldado, mas era considerada vil porque fazia com que os oprimidos carregassem o equipamento de seus opressores. Essa tarefa incitava o temperamento de muitos judeus.
Aqui reaparece o radicalismo de Jesus. Não só deviam Seus seguidores carregar as cargas pela distância exigida, como também deviam se oferecer para andar uma segunda milha, sem ressentimento. Jesus está dizendo aos Seus seguidores que eles nunca devem resmungar por causa de coisas pequenas. Devem cumprir seu dever com um sorriso, mesmo que não estejam sendo tratados com a dignidade da qual se consideram merecedores. Os cristãos não devem jamais ser trabalhadores ineficientes, servos ressentidos, ou ajudantes descorteses. Pelo contrário, os cristãos devem desempenhar toda tarefa com alegria, fazendo o melhor. Eles não defraudam nos impostos quando sentem o toque da espada de lâmina larga do governo.
Todas as três ilustrações que temos estudado em Mateus 5:39 a 41 salientam o mesmo ponto. As ilustrações de oferecer o outro lado do rosto, entregar também a capa e andar uma segunda milha sugerem a crucifixão do eu, o ponto central dos ensinos de Jesus. É a defesa do eu e seus direitos que nos leva a assumir o papel de Deus e desforrar-nos contra erros supostos ou reais. Jesus ilustrou isso em termos de nossa pessoa, nossas propriedades ou nosso trabalho. Como cristãos, devemos renunciar a nossa defesa e sensibilidade próprias. Se realmente assim fizermos, a igreja será um lugar maravilhoso.