Leitura Bíblica
Apocalipse 7
https://www.bible.com/pt/bible/1840/REV.7.NAA
Apocalipse 8
Apocalipse 8
https://www.bible.com/pt/bible/1840/REV.8.NAA
Apocalipse 9
Apocalipse 9
Os capítulos 1 ao 11 de Apocalipse tratam do que acontece entre a primeira vinda de Cristo e a volta de Jesus. Ou seja, na Era Cristã.
O Livro de Apocalipse 1 – 11
Leitura Complementar:
O protesto dos príncipes, Capítulo 11, O Grande Conflito ou Os Resgatados
Por Ellen White
O Grande Conflito ou Os Resgatados
CPB
Um dos mais nobres testemunhos já proferidos pela Reforma foi o protesto apresentado pelos príncipes cristãos da Alemanha, na Dieta de Espira, em 1529. A coragem e firmeza daqueles homens de Deus obtiveram, para os séculos que se seguiram, a liberdade de consciência, dando à igreja reformada o nome de Protestante.
A providência divina repelira as forças que se opunham à verdade. Carlos V estava inclinado a aniquilar a Reforma, mas sempre que levantou a mão para dar o golpe foi obrigado a desviá-lo. Repetidas vezes, no momento crítico, os exércitos dos turcos apareceram na fronteira, ou o rei da França, ou mesmo o próprio papa, faziam guerra contra ele. Assim, entre a contenda e o tumulto das nações, a Reforma foi deixada a fortalecer-se e expandir-se.
Finalmente, contudo, os soberanos católicos estabeleceram causa comum contra os reformadores. O imperador convocou uma Dieta a reunir-se em Espira, em 1529, com o propósito de destruir a heresia. Se os meios pacíficos falhassem, Carlos estaria disposto a recorrer à espada.
Os romanistas reunidos em Espira manifestaram sua hostilidade para com os reformadores. Disse Melâncton: “Somos a execração e a escória do mundo; mas Cristo olhará para o Seu pobre povo e o preservará.”1. H. Merle D’Aubigné, History of the Reformation of the Sixteenth Century, livro 13, cap. 5. O povo de Espira tinha sede da Palavra de Deus e, a despeito da proibição, milhares se congregavam para os serviços realizados na capela do eleitor da Saxônia. Isto apressou a crise. A tolerância religiosa havia sido estabelecida legalmente, e os estados evangélicos estavam resolvidos a opor-se à violação de seus direitos. O lugar de Lutero foi preenchido por seus cooperadores e pelos príncipes que Deus suscitara para defender Sua causa. Frederico da Saxônia fora arrebatado pela morte, mas o duque João, seu sucessor, aceitou alegremente a Reforma e manifestava grande coragem.
Os padres demandavam que os Estados que haviam aceito a Reforma se submetessem à jurisdição romana. Os reformadores, por outro lado, não poderiam consentir que Roma pusesse de novo sob seu domínio Estados que haviam recebido a Palavra de Deus.
Foi finalmente proposto que onde a Reforma não se houvesse estabelecido, o edito de Worms deveria ser rigorosamente posto em execução; e que “onde o povo não pudesse conformar-se com ele sem perigo de revolta, não se deveria ao menos efetuar qualquer nova Reforma, […] não deveria haver oposição à celebração da missa, e nem se permitir que qualquer católico romano abraçasse o luteranismo”. Essa medida foi aprovada pela Dieta, para grande satisfação dos sacerdotes e prelados.
Questões fundamentais em jogo — Se esse edito fosse executado, “a Reforma não poderia nem estender-se […] nem estabelecer-se sobre sólidos fundamentos […] onde já existia”.2. A liberdade seria proibida. Não se permitiriam conversões. As esperanças do mundo pareciam a ponto de se extinguir.
Os do partido evangélico se entreolharam, pálidos de terror: “Que se poderá fazer?” “Os chefes da Reforma se submeterão e aceitarão o edito? […] Aos príncipes luteranos era garantido o livre exercício de sua religião. O mesmo favor era estendido a todos os seus súditos que, antes da aprovação daquela medida, haviam abraçado as ideias reformadas. Não deveria isto contentá-los? […]
“Felizmente consideraram o princípio sobre o qual aquele acordo se baseava, e agiram com fé. Qual era o princípio? Era o direito de Roma em coagir a consciência e proibir a livre pesquisa. Mas não deveriam eles próprios e seus súditos protestantes gozar de liberdade religiosa? Sim, como um favor especialmente estipulado naquele acordo, mas não como um direito. […] A aceitação do acordo proposto teria sido admissão virtual de que a liberdade religiosa se devesse limitar à Saxônia reformada; quanto ao resto de toda a cristandade, a livre investigação e a profissão da fé reformada seriam crimes, e deveriam ser castigados com a masmorra e a fogueira. Poderiam eles consentir em localizar a liberdade religiosa? […] Poderiam os reformadores alegar que eram inocentes do sangue daquelas centenas e milhares que, em consequência desse acordo, teriam de perder a vida nas terras papais?”3. 15.
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e este é o limite de sua autoridade em matéria de religião.
Os romanistas decidiram-se a derrubar o que denominaram “ousada obstinação”. Dos representantes das cidades livres foi exigido que declarassem se acederiam ou não aos termos da proposta. Estes pediram prazo, mas em vão. Quase a metade se declarou pela Reforma, e estes bem sabiam que sua posição os assinalava para a futura condenação e perseguição. Disse um deles: “Devemos ou negar a Palavra de Deus, ou ser queimados.”4. 15.
Posição nobre dos príncipes — O rei Fernando, representante do imperador, experimentou a arte da persuasão. “Pediu aos príncipes que aceitassem o decreto, assegurando-lhes que o imperador grandemente se agradaria deles.” Mas aqueles homens leais responderam calmamente: “Obedeceremos ao imperador em tudo que possa contribuir para manter a paz e a honra de Deus.”
O rei finalmente anunciou que “a única maneira de agir que lhes restava, seria submeter-se à maioria”. Tendo assim falado, retirou-se, não dando aos reformadores oportunidade para replicar. “Sem nenhum resultado, enviaram uma delegação pedindo ao rei que voltasse.” Ele respondeu somente: “É questão decidida; a submissão é tudo o que resta.”5. O partido imperial estava convicto de que a causa do imperador e do papa era forte, e a dos reformadores, fraca. Se os reformadores tivessem confiado unicamente no auxílio humano teriam sido tão impotentes como o supunham os adeptos do papa. Mas eles apelaram “do relatório da Dieta para a Palavra de Deus, e do imperador Carlos para Jesus Cristo, Rei dos reis e Senhor dos senhores”.
Como Fernando se recusasse a tomar em consideração suas convicções de consciência, os príncipes se decidiram a não tomar em conta a sua ausência, mas levar sem demora seu protesto perante o concílio nacional. Foi redigida e apresentada à Dieta esta solene declaração:
“Protestamos pelos que se acham presentes […] que nós, por nós e pelo nosso povo, não concordamos de maneira alguma com o decreto proposto, nem aderimos ao mesmo em tudo que seja contrário a Deus, à Sua santa Palavra, ao nosso direito de consciência, à nossa salvação. […] Por essa razão rejeitamos o jugo que nos é imposto. […] Ao mesmo tempo estamos na expectativa de que Sua Majestade imperial procederá em relação a nós como príncipe cristão que ama a Deus acima de todas as coisas; e declaramo-nos prontos a tributar-lhe, bem como a vós, graciosos fidalgos, toda a afeição e obediência que sejam nosso dever justo e legítimo.”6. 6.
A maioria foi tomada de espanto e alarma ante a ousadia dos que protestavam. Dissensão, contenda e derramamento de sangue pareciam inevitáveis. Os reformadores, porém, confiando no braço da Onipotência, estavam “cheios de coragem e firmeza”.
“Os princípios contidos nesse célebre protesto […] constituem a própria essência do protestantismo. […] O protestantismo coloca o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus acima da igreja visível. […] Ele diz com os profetas e apóstolos: ‘Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.’ Na presença da coroa de Carlos V, ele ergue a coroa de Jesus Cristo.”7. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens adorarem a Deus de acordo com sua própria consciência.
A experiência desses nobres reformadores contém uma lição para todas as eras subsequentes. Satanás ainda se opõe a que sejam as Escrituras adotadas como guia da vida. Em nosso tempo se observa a necessidade de uma volta ao grande princípio protestante — a Bíblia, e a Bíblia somente, como regra de fé e prática. Satanás ainda está trabalhando a fim de destruir a liberdade religiosa. O poder anticristão que os protestantes de Espira rejeitaram está hoje com renovado vigor procurando restabelecer sua supremacia perdida.
A Dieta de Augsburgo — O rei Fernando havia se negado a ouvir os príncipes evangélicos, mas, a fim de acalmar as dissensões que perturbavam o império, Carlos V, no ano que se seguiu ao protesto de Espira, convocou uma Dieta em Augsburgo. Anunciou sua intenção de presidi-la pessoalmente. Os líderes protestantes foram convocados.
Os conselheiros do eleitor da Saxônia instaram com ele para que não comparecesse à Dieta: “Não é arriscar tudo, ir e encerrar-se alguém dentro dos muros de uma cidade, com um poderoso inimigo?” Outros, porém, nobremente declaravam: “Portem-se tão-somente os príncipes com coragem, e a causa de Deus está salva.” “Deus é fiel; Ele não nos abandonará”, disse Lutero.8. 2.
O eleitor partiu para Augsburgo. Muitos o seguiram com semblante triste e coração perturbado. Mas Lutero, que os acompanhou até Coburgo, reviveu-lhes a fé cantando o hino escrito para aquela viagem: “Castelo Forte.” Muitos corações sobrecarregados aliviaram-se ao som dos acordes inspirados.
Os príncipes reformados resolveram redigir uma declaração de suas opiniões, com as provas das Escrituras, a fim de apresentá-la à Dieta. A tarefa de sua preparação foi confiada a Lutero, Melâncton e seus companheiros. Esta Confissão foi aceita pelos protestantes, reunindo-se os mesmos para assinar o documento.
Os reformadores insistiam em que sua causa não fosse confundida com questões políticas. Ao virem para a frente os príncipes cristãos a fim de assinar a Confissão, Melâncton se interpôs, dizendo: “Compete aos teólogos e ministros propor estas coisas; reservemos para outros assuntos a autoridade dos poderosos da Terra.” “Deus não permita”, replicou João da Saxônia, “que me excluais. Estou resolvido a fazer o que é reto sem me perturbar acerca de minha coroa. Desejo confessar o Senhor. Meu chapéu de eleitor e meus arminhos não são para mim tão preciosos como a cruz de Jesus Cristo.” Disse outro dos príncipes ao tomar a pena: “Se a honra de meu Senhor Jesus Cristo o exige, estou pronto […] para deixar meus bens e a vida.” “Renunciaria de preferência a meus súditos e a meus domínios, deixaria de preferência o país de meus pais com o bordão na mão”, prosseguiu ele, “a receber qualquer outra doutrina que não a que se contém nesta Confissão.”9. 6.
Chegou o tempo designado. Carlos V, rodeado de seus eleitores e príncipes, deu audiência aos reformadores protestantes. Naquela augusta assembleia as verdades do evangelho foram claramente apresentadas, e indicados os erros da igreja papal. Aquele dia foi declarado “o maior dia da Reforma, e um dos mais gloriosos na história do cristianismo e da humanidade”.10. 7.
O monge de Wittenberg estivera sozinho em Worms. Agora, em seu lugar estavam os mais nobres e poderosos príncipes do império. “Estou jubilosíssimo”, escreveu Lutero, “de que eu tenha vivido até esta hora, na qual Cristo é publicamente exaltado por tão ilustres pessoas que O confessam, e numa assembleia tão gloriosa.”
Aquilo que o imperador proibiu que fosse pregado do púlpito, era proclamado em palácio; aquilo que muitos tinham considerado inconveniente que os próprios servos ouvissem, era com admiração ouvido pelos senhores e fidalgos do império. […] Príncipes coroados eram os pregadores, e o sermão era a régia verdade de Deus. “Desde a era apostólica nunca houve obra maior nem mais magnificente Confissão.”11.
Um dos princípios mais firmemente mantidos por Lutero era que não deveria haver recurso ao poder secular em apoio à Reforma. Regozijava-se de que o evangelho fosse confessado pelos príncipes do império; mas quando eles se propuseram unir-se numa liga defensiva, o reformador declarou que “a doutrina do evangelho seria defendida por Deus somente. […] Todas as precauções políticas sugeridas eram, em sua opinião, atribuíveis ao temor indigno e à pecaminosa desconfiança”.12. 14.
Em data posterior, referindo-se à aliança sugerida pelos príncipes reformados, Lutero declarou que a única arma empregada nesta luta deveria ser a “espada do Espírito”. Escreveu ele ao eleitor da Saxônia: “Não podemos perante nossa consciência aprovar a aliança proposta. […] Temos de tomar a cruz de Cristo. Seja Vossa Alteza sem temor. Faremos mais com nossas orações do que todos os nossos inimigos com sua jactância.”13. 1.
Do local secreto da oração proveio o poder que abalou o mundo na grande Reforma. Em Augsburgo, Lutero “não passou um só dia sem dedicar pelo menos três horas à oração”. Na intimidade de sua recâmara era ele ouvido a lutar com Deus em palavras “cheias de adoração, temor e esperança”. Escreveu ele a Melâncton: “Se a causa é injusta, abandonai-a; se a causa é justa, por que desmentiríamos as promessas dAquele que nos manda dormir sem temor?”14. 6. Os reformadores protestantes haviam edificado sobre Cristo. As portas do inferno não prevaleceriam contra eles!
Se você quiser se aprofundar mais em seu estudo dos capítulos 7 – 9 de Apocalipse, estude através deste link. Estaremos sempre atualizando no Blog Nossas Letras e Algo Mais .