Por Ellen White
Atos dos Apóstolos ou Os Embaixadores
Cristo deu, em Sua vida e lições, perfeito exemplo de ministério abnegado, o qual tem sua origem em Deus. Deus não vive para Si. Pela criação do mundo e pela sustentação de todas as coisas, está Ele constantemente ministrando a outros. Ele “faz que o Seu Sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”. Mateus 5:45. Esse ideal de ministério o Pai confiou a Seu Filho. Foi dado a Jesus colocar-Se à frente da humanidade, para por Seu exemplo ensinar o que significa ministrar. Toda a Sua vida esteve sob a lei do serviço. Serviu a todos e a todos ministrou.
Mais de uma vez procurou Jesus estabelecer esse princípio entre Seus discípulos. Quando Tiago e João pediram um lugar de preeminência, Ele disse: “Todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a Sua vida em resgate de muitos”. Mateus 20:26-28.
Desde Sua ascensão, Cristo tem conduzido Sua obra na Terra por meio de escolhidos embaixadores e por cujo intermédio Ele fala aos filhos dos homens e ministra a suas necessidades. A grande Cabeça da igreja dirige Sua obra através da colaboração de homens ordenados por Deus para agir como Seus representantes.
A posição dos que foram chamados por Deus para trabalhar por palavra e doutrina para o reerguimento de Sua igreja é de grande responsabilidade. Estão no lugar de Cristo rogando a homens e mulheres que se reconciliem com Deus; e eles só podem cumprir sua missão se receberem sabedoria e poder do alto.
Os ministros de Cristo são guardadores espirituais do povo confiado a seu cuidado. Sua obra tem sido comparada à do vigia. Nos tempos antigos, as sentinelas eram muitas vezes colocadas sobre os muros da cidade, onde, de posição vantajosa, pudessem dominar importantes postos a ser guardados, e dar advertência da aproximação do inimigo. De sua fidelidade dependia a segurança de todos os que estavam dentro da cidade. A determinados intervalos, exigia-se-lhes que chamassem uns aos outros a fim de estarem seguros de que todos estavam despertos e que nenhum dano sobreviera a alguém. O brado de animação ou de advertência era repetido de um ao outro até que ecoasse ao redor de toda a cidade.
O Senhor declara a cada ministro: “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por vigia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio de seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniquidade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres falado para desviar o ímpio de seu caminho, […] livraste a tua alma”. Ezequiel 33:7-9.
As palavras do profeta declaram a solene responsabilidade dos que são designados como guardas da igreja de Deus, despenseiros dos mistérios de Deus. Devem ser vigias sobre os muros de Sião, para fazer soar o toque de alarme à aproximação do inimigo. Pessoas estão em perigo de cair sob a tentação, e perecerão, a menos que os ministros de Deus sejam fiéis ao seu encargo. Se por qualquer razão seu senso espiritual se torna tão embotado que são incapazes de discernir o perigo, e por deixarem de dar advertência o povo perecer, Deus requererá de sua mão o sangue dos que se perderem.
É privilégio dos vigias sobre os muros de Sião viver tão perto de Deus e ser de tal modo suscetíveis às impressões de Seu Espírito que Ele possa operar por meio deles, a fim de advertir do perigo a homens e mulheres, e apontar-lhes o lugar de segurança. Fielmente devem adverti-los do inevitável resultado da transgressão, e devem fielmente salvaguardar os interesses da igreja. Em tempo algum devem eles relaxar sua vigilância. Sua obra requer o exercício de cada habilidade. Como sons de trombeta sua voz deve fazer-se ouvir, e nunca deixar soar uma nota confusa ou hesitante. Não devem trabalhar pelo salário, mas porque não podem agir de outra maneira, pois sentem que há uma condenação sobre eles se deixarem de pregar o evangelho. Escolhidos por Deus, selados com o sangue da consagração, devem libertar homens e mulheres da destruição impendente.
O pastor que é coobreiro de Cristo tem um profundo senso da santidade de sua obra, e das labutas e sacrifícios requeridos para executá-la com êxito. Ele não planeja seu próprio bem-estar ou conveniência. Esquece-se de si mesmo. Na busca da ovelha perdida não percebe que está cansado, com frio ou com fome. Tem apenas um objetivo em vista — a salvação do perdido.
Aquele que serve sob a bandeira sangrenta de Emanuel terá a fazer o que requererá heroico esforço e paciente perseverança. Mas o soldado da cruz permanecerá inabalável na frente de batalha. Ao arremessar o inimigo o ataque contra ele, procurará a fortaleza para auxílio, e ao apresentar ao Senhor as promessas da Palavra, será ele fortalecido para os deveres do momento. Ele sente sua necessidade de forças do alto. As vitórias que alcança não o levam à exaltação própria, mas sim a apegar-se mais e mais firmemente ao Poderoso. Apoiando-se nesse Poder, está ele capacitado a apresentar a mensagem de salvação de forma tão impressiva que ela vibrará em outras mentes.
O que ensina a Palavra precisa, ele próprio, viver em consciente e contínua comunhão com Deus pela oração e estudo de Sua Palavra; pois nela está a fonte da força. A comunhão com Deus comunica aos esforços do pastor um poder maior que a influência de sua pregação. Não se deve ele permitir privar-se desse poder. Com um fervor que não pode ser negado, deve pleitear com Deus para que o fortaleça e prepare para o dever e as provações, e lhe toque os lábios com a brasa viva. É demasiado fraco o apego que os embaixadores de Cristo muitas vezes têm às realidades eternas. Se os homens andarem com Deus, Ele os esconderá no abrigo da Rocha. Assim abrigados, podem ver a Deus tal como Moisés. Pelo poder e luz que Ele comunica podem compreender e realizar mais do que seu finito julgamento havia considerado possível.
O engano de Satanás é usado com mais êxito contra os que se sentem deprimidos. Quando o desencorajamento procura derrotar o pastor, exponha ele perante Deus suas necessidades. Foi quando os céus estavam como bronze sobre Paulo que ele confiou mais amplamente em Deus. Mais que a maioria dos homens, ele conhecia o significado da aflição; mas note seu grito de triunfo quando, sitiado pelas tentações e conflitos, seus pés se apressavam rumo ao Céu: “A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem”. 2 Coríntios 4:17, 18. Os olhos de Paulo estavam sempre voltados para o invisível e eterno. Reconhecendo que estava lutando contra poderes sobrenaturais, pôs sua confiança em Deus, e nisso repousava sua força. É pelo contemplar Aquele que é invisível que se obtém a força e o vigor do espírito, e é quebrado o poder das coisas terrenas sobre a mente e o caráter.
Deve o pastor misturar-se livremente com aqueles por quem trabalha a fim de familiarizar-se com eles e saber como adaptar seus ensinos às necessidades deles. Havendo pregado um sermão, a obra do pastor apenas começou. Há um trabalho pessoal para ele fazer. Deverá visitar o povo em seus lares, falando e orando com eles com fervor e humildade. Há famílias que jamais serão alcançadas pelas verdades da Palavra de Deus a menos que os mordomos de Sua graça entrem em seus lares e lhes indiquem o mais alto caminho. Mas o coração dos que fazem essa obra devem pulsar em uníssono com o coração de Cristo.
Muito está compreendido na ordem: “Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a Minha casa se encha”. Lucas 14:23. Ensinem os pastores as verdades nos lares, aproximando-se daqueles por quem trabalham; ao assim cooperarem com Deus, Ele os revestirá de poder espiritual. Cristo os guiará em sua obra, dando-lhes palavras que penetrarão profundamente no coração dos ouvintes. É privilégio de cada pastor poder dizer com Paulo: “Nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” “Nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, […] testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”. Atos 20:27, 20, 21.
O Salvador ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os que choravam, consolando os aflitos, inspirando paz aos desconsolados. Tomava as criancinhas nos braços e as abençoava, e dizia palavras de esperança e conforto às mães cansadas. Com infalível gentileza e ternura, Ele Se aproximava de cada forma de miséria e aflição humanas. Trabalhava não para Si mesmo, mas para os outros. Era o servo de todos. Sua comida e bebida era levar esperança e ânimo a todos aqueles com quem entravam em contato. E ao atentarem homens e mulheres para as verdades que caíam de Seus lábios, tão diferentes das tradições e dogmas ensinados pelos rabinos; brotava-lhes a esperança no coração. Havia em Seus ensinos um fervor que enviava Suas palavras ao íntimo com poder convincente.
Os ministros de Deus devem aprender o método de trabalho de Cristo, para que possam tirar dos celeiros de Sua Palavra o que irá suprir as necessidades espirituais daqueles por quem trabalham. Somente assim poderão desempenhar a tarefa que lhes foi confiada. O mesmo Espírito que habitou em Cristo ao repartir Ele a instrução que estava constantemente recebendo, deve ser-lhes a fonte de conhecimento e segredo de seu poder para realizar a obra do Salvador no mundo.
Alguns que trabalharam no ministério deixaram de alcançar sucesso porque não dedicaram interesse total à obra do Senhor. Não devem os pastores abrigar outros interesses além da grande obra de conduzir pessoas ao Salvador. Os pescadores a quem Cristo chamou, imediatamente deixaram suas redes e O seguiram. Não podem os pastores fazer um trabalho aceitável para Deus, e ao mesmo tempo levar o fardo de grandes empreendimentos de negócios pessoais. Tal divisão de interesse diminui-lhes a percepção espiritual. A mente e o coração ficam ocupados com coisas terrenas, e o serviço de Cristo toma o segundo lugar. Procuram ajustar sua obra para Deus de acordo com as circunstâncias, em vez de ajustar as circunstâncias aos reclamos de Deus.
As energias do pastor são todas necessárias para o seu alto chamado. Suas melhores faculdades pertencem a Deus. Não deve ele envolver-se em especulações, ou em qualquer outro negócio que o desvie de sua grande obra. “Ninguém que milita”, escreveu Paulo, “se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerra”. 2 Timóteo 2:4. Assim deu o apóstolo ênfase à necessidade do pastor se consagrar sem reservas ao serviço do Mestre. O pastor que está integralmente consagrado a Deus recusa empenhar-se em negócios que poderiam impedi-lo de se dedicar inteiramente ao sagrado ofício. Não procura riquezas nem honra terrestres; seu único propósito é falar a outros a respeito do Salvador que Se entregou para levar aos seres humanos as riquezas da vida eterna. Seu supremo desejo não é acumular tesouros neste mundo, mas chamar a atenção dos indiferentes e desleais para as realidades eternas. Ele pode ser convidado a empenhar-se em empresas que prometam grandes lucros mundanos, mas a tais tentações ele responde: “Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” Marcos 8:36.
Satanás apresentou esse engano a Cristo, sabendo que se Ele o aceitasse, o mundo jamais seria redimido. E sob diferentes disfarces apresenta a mesma tentação aos ministros de Deus hoje, sabendo que os que forem enganados por ela serão infiéis ao seu legado.
Não é vontade de Deus que Seus ministros procurem enriquecer. Com respeito a isso escreveu Paulo a Timóteo: “O amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão” Pelo exemplo, bem como por preceito, o embaixador de Cristo deve orientar “aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna”. 1 Timóteo 6:10, 11, 17-19.
As experiências do apóstolo Paulo e suas instruções referentes à santidade da obra do pastor, são uma fonte de auxílio e inspiração aos que se empenham no ministério evangélico. O coração de Paulo ardia em amor pelos pecadores, e ele punha todas as suas energias na obra da salvação. Jamais houve obreiro mais perseverante e abnegado. As bênçãos que recebeu, avaliou-as como outros tantos privilégios a serem usados para abençoar a outros. Ele não perdia oportunidade de falar do Salvador ou de ajudar aos que estavam em lutas. Ia de lugar em lugar, pregando o evangelho de Cristo e estabelecendo igrejas. Onde quer que pudesse encontrar audiência, procurava desfazer o mal e dirigir os pés de homens e mulheres para o caminho da justiça.
Paulo não se esquecia das igrejas que havia estabelecido. Depois de fazerem uma viagem missionária, Paulo e Barnabé repassavam seu caminho, visitavam as igrejas que haviam estabelecido, escolhendo delas homens a quem pudessem preparar a fim de se unirem na proclamação do evangelho.
Esse aspecto da obra de Paulo contém uma importante lição para os ministros de hoje. O apóstolo estabeleceu como parte de seu trabalho educar jovens para o encargo do ministério. Levava-os consigo em suas viagens missionárias e assim adquiriam experiência que mais tarde os habilitava a ocupar posições de responsabilidade. Separado deles, conservava-se ainda em contato com o trabalho deles, e suas cartas a Timóteo e a Tito são provas de quão profundo era o seu desejo pelo êxito deles.
Os experimentados obreiros de hoje fazem nobre obra quando, em vez de procurarem levar todos os encargos sozinhos, preparam obreiros mais jovens e colocam responsabilidades sobre seus ombros.
Paulo jamais esqueceu a responsabilidade que repousava sobre ele como ministro de Cristo, nem que, se pessoas se perdessem por infidelidade de sua parte, Deus o consideraria responsável. Do “qual estou feito ministro”, declarou ele a respeito do evangelho, “segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a Palavra de Deus; o mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos Seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória; a quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo; e para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que obra em mim poderosamente”. Colossenses 1:25-29.
Essas palavras apresentam perante o obreiro de Cristo um elevado objetivo, que entretanto, pode ser alcançado por todos os que, colocando-se sob o controle do grande Mestre, aprendem diariamente na escola de Cristo. O poder à disposição de Deus é ilimitado, e o pastor que em sua grande necessidade une-se a Deus pode estar certo de que receberá o que há de ser para seus ouvintes um cheiro de vida para vida.
Os escritos de Paulo mostram que o ministro do evangelho deve ser um exemplo das verdades que ensina, “não dando… escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado” De sua própria obra deixou-nos um quadro em sua carta aos crentes coríntios: “Tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos”. 2 Coríntios 6:3, 4-10.
A Tito ele escreveu: “Exorta semelhantemente os mancebos a que sejam moderados. Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”. Tito 2:6-8.
Nada existe mais precioso à vista de Deus que Seus ministros, os quais vão aos lugares desolados da Terra para semear as sementes da verdade, na esperança da colheita. Ninguém a não ser Cristo pode medir o empenho de Seus servos ao saírem em busca dos perdidos. Ele lhes outorga Seu Espírito, e por seus esforços as pessoas são tiradas do pecado para a justiça.
Deus está chamando homens que estejam dispostos a deixar suas fazendas, negócios, se necessário a família, para se tornarem missionários para Ele. E o chamado será respondido. Tem havido no passado homens que, constrangidos pelo amor de Cristo e pelas necessidades dos perdidos, deixaram os confortos do lar e a sociedade de amigos, inclusive da esposa e filhos, para ir a terras estrangeiras, entre idólatras e selvagens, a fim de proclamar a mensagem de misericórdia. Nessa empreitada muitos perderam a vida, mas outros têm surgido para levar a obra. Assim, passo a passo, a causa de Cristo tem progredido, e a semente semeada em tristeza tem produzido uma abundante colheita. O conhecimento de Deus tem sido estendido amplamente, e a bandeira da cruz plantada em terras pagãs.
Para a conversão de um só pecador, o ministro deve empenhar ao máximo suas energias. A pessoa, criada por Deus e por Cristo redimida, é de grande valor, por causa das possibilidades perante ela, das vantagens espirituais que lhe tem sido concedidas, das habilidades que pode possuir se vitalizada pela Palavra de Deus e da imortalidade que pode obter através da esperança apresentada no evangelho. E se Cristo deixou as noventa e nove ovelhas para que pudesse buscar e salvar a única que se havia extraviado, podemos nós ser justificados fazendo menos? Não constitui o negligenciar trabalhar como Cristo trabalhou, sacrificar como Ele sacrificou, a traição de sagradas verdades, um insulto a Deus?
O coração do verdadeiro ministro está cheio do intenso desejo de salvar. São gastos o tempo e a força, e nenhum penoso esforço é evitado, pois outros precisam ouvir as verdades que trouxeram ao seu próprio coração tamanha alegria, paz e satisfação. O Espírito de Cristo repousa sobre ele. Ele se preocupa com os perdidos como quem deve dar conta deles. Com os olhos fixos na cruz do Calvário, contemplando o Salvador suspenso, confiando em Sua graça, crendo que Ele estará com ele até o fim, como sua proteção, sua fortaleza, sua eficiência, ele trabalha para Deus. Com rogos e convites, misturados com a segurança do amor de Deus, ele busca conquistar almas para Jesus, e no Céu é contado entre os que são “chamados, e eleitos, e fiéis”. Apocalipse 17:14.