Lendo Ellen White: Questão de Fidelidade – Capítulo 21

Este artigo foi traduzido para o português, a partir do francês Lire Ellen White, por Ruth Mª C. Alencar. Título do original em inglês, Reading Ellen White: How to Understand and Apply Her Writings (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1997, escrito pelo pastor George Knight.

Ellen White escreveu em 1907: “Seja ou não poupada a minha vida, meus escritos falarão sem cessar, e sua obra irá avante enquanto o tempo durar.” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 55) E eles continuam a fazê-lo. Sua principal função, no entanto, não é de falar em termos gerais, mas de chamar a atenção de minha vida, minha situação, meu coração.

Minha primeira responsabilidade não é de procurar aplicar os conselhos de Ellen White à vida dos outros, mas de examinar minha vida para ver como seus escritos podem enriquecê-la.

“Fui conduzida a apresentar princípios gerais em meus discursos e em meus escritos e, ao mesmo tempo, a anunciar os perigos, os erros e os pecados de certos indivíduos afim de que todos sejam advertidos, chamados de volta e aconselhados. Vi que todos deveriam sondar seu coração e sua vida para ver se não cometeram erros pelos quais outros foram chamados de volta e se as advertências que lhes foram dadas não se aplicam ao seu próprio caso. Se for o caso, deverão dizer a si mesmo que os conselhos e reprovações lhes foram endereçadas e fazer disto uma aplicação prática, como se eles tivessem sido endereçados pessoalmente.” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, pág. 687)

“Como as advertências e as instruções dadas nos testemunhos a casos particulares se aplicam com força igual a outros que não foram afirmados desta maneira, parece ser meu dever publicar os testemunhos pessoais para o benefício da Igreja.” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 658- 659)

“Se alguém for chamado à atenção por um erro particular, os irmãos e irmãs deveriam examinar-se atentamente para ver em que eles têm se enganado e em que medida eles são culpados do mesmo pecado. […] Tomando os erros de um só, Ele (Deus) procura corrigir um grande número.” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, pág. 112)

O que Ellen White disse a propósito das reprovações e das advertências nas citações precedentes é verdade também para as promessas e bênçãos. Deus dirige uma mensagem a Seu povo, tanto na Bíblia como nos escritos de Ellen White. Esta mensagem tem como alvo nos ajudar, afim de que tenhamos não somente uma vida mais feliz e mais consagrada estando em melhor saúde nesta terra, mas também para que sejamos conduzidos rumo ao mundo restaurado. É preciso então lembrar-se, o que as mensagens de Deus são para mim. Minha primeira obrigação é aplicá-los à minha vida pessoal.

Mas devo admitir que às vezes, não gosto do que Deus tem a dizer. Ou acontece de que eu aprecie uma parte somente da mensagem e não goste de outra. Se for assim, é porque faço parte de um certo tipo de adventistas bem conhecido. Ellen White falou dessa situação em sua época. Ela escreveu a alguém em particular em 1891: “Quando serve ao vosso desígnio, tratais os Testemunhos como se neles crêsseis, citando trechos deles para reforçar qualquer declaração em que desejais prevalecer. Como é, porém, quando o esclarecimento é dado para corrigir-vos os erros? Aceitais a luz? Quando os Testemunhos falam contrariamente às vossas idéias, então os tratais com desprezo.” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 43)

Em outra ocasião, ela fez referência aos “que ousarem traçar uma linha divisória nesta questão e dizer: Esta parte que me apraz é de Deus, mas aquela parte que indica e condena meu procedimento é exclusivamente da irmã White, e não traz o cunho sagrado. Desse modo rejeitastes virtualmente a totalidade das mensagens, que Deus, em Seu terno e compassivo amor, vos enviou para livrar-vos da ruína moral.” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 69)

Precisamos ser honestos. Ou Deus falou por intermédio de Ellen White ou não. Se Ele o fez, então precisamos ser coerentes conosco mesmo na aplicação dos conselhos contidos em seus escritos. Não deveríamos ser como estes aos quais ela escreveu em 1863, que eles “professam crer nos testemunhos’” e que eles “agem mal colocando uma regra de ferro” para os outros, mas “não os aplicam a eles mesmos”. (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 369)

“Não continuem a criticar os defeitos, disse Ellen White a um grupo de dirigentes adventistas em 1901. Oh! Vejo muitos bicos e abutres que se apressam sobre cadáveres, mas nós […] não queremos nada disso. Não queremos agitar o vaso apontando os erros de uns e de outros. Ocupem-se deste que é o Primeiro e vocês terão feito tudo o que vocês têm a fazer. Se vocês se ocuparem Dele e se purificarem vossa alma obedecendo à verdade, vocês terão algo a compartilhar, uma força a comunicar aos outros. Que Deus vos ajude, cada um de vocês, e que Ele me ajude também.” (Manuscrits, 1901)

Este é um excelente conselho. Durante muito tempo, certos leitores de Ellen White têm preenchido o papel de bicos, de águias e de abutres alimentando-se de faltas e erros dos outros e da Igreja. Nossa primeira obra não é examinar os outros, mas examinar a nós mesmos.

Com este ponto de vista, devo me perguntar por que leio os escritos de Ellen White. Eles me fazem considerar francamente meus objetivos e minhas motivações. Muitas vezes, surpreendo-me dizendo: “Está aqui um bom conselho para minha esposa, meu pastor ou meu vizinho”, quando o que Deus espera é que diga a mim mesmo “é exatamente o conselho que eu estava precisando, é um terreno em que tenho me debatido”.

Em resumo, preciso ler de tal maneira que Deus possa falar ao meu coração. Devo me esforçar para afastar quem quer que se coloque em meu campo de visão e deixar que Deus agir em minha vida. Preciso orar para ter uma clara compreensão, de sorte que me sinta capaz não só de ler honestamente, mas ainda de aplicar o conselho em minha vida cotidiana de maneira útil e significativa. Para isto é preciso não somente de integridade e de consagração, mas ainda do poder do Espírito Santo.

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