Por Pr. Oliveiros Ferreira Jr.
Fonte: Facebook
Eu gosto de textos inteligentes com mensagens profundas e não poderia deixar de incluir esta mensagem entre as que considero imperdíveis. Arquivando aqui na minha biblioteca virtual.
“Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe eles: Também nós vamos contigo”, João 21:3.
Os discípulos não foram ao mar naquele dia para descansar ou “esfriar a cabeça”. Aquela era uma pesca profissional. Com a morte de Cristo e fim das atividades missionárias, a admiração, popularidade, holofotes e assédio público também desapareceram. O fim do patrocínio foi apenas uma questão de horas e conforme as contas começaram a surgir estes apóstolos concluíram que tudo não passara de uma ingênua miragem espiritual. Os evangelhos começam sua narrativa com o tremendo relato dos discípulos abandonando suas redes para abraçar a missão, mas terminam com a trágica notícia dos mesmos discípulos abandonando a missão para abraçar suas redes. A ironia da missão é que ela pode ser mal interpretada se nosso foco estiver no lugar errado. Durante três anos e meio os discípulos alimentaram uma expectativa irreal do Messias. Olhavam para Jesus da sua própria perspectiva e interesses pessoais, ignorando a farta e clara revelação que Ele dava acerca de si mesmo. Nenhum deus que inventamos consegue passar pela prova do tempo. Mais cedo ou mais tarde a ilusão da religião falaciosa se tornará em decepção concreta e você será tentado voltar às suas redes. É aí que Cristo entra em cena resgatando do porão das memórias daqueles homens uma imagem já vivida. A segunda pesca milagrosa, uma espécie de “déjà vu”, é contata não apenas como demonstração do poder de Cristo, mas principalmente como didática de reintegração e confirmação do chamado daqueles hesitantes servos. Além do chamado, um apelo claro para que sua compreensão da missão estivesse em sintonia com aquilo que Deus esperava deles. No fim desta aula, eles deveriam entender que nada era mais importante do que aquilo que haviam acabado de desprezar. Esta retomada é registrada em pelo menos 4 estágios:
Não menospreze seu chamado – os discípulos se esqueceram de que um dia haviam atendido uma convocação do Mestre. Quando nos esquecemos das coisas que Deus fez no passado temos dificuldades de diagnosticar nosso presente e projetar um futuro consistente. Não seja escravo das suas concepções acerca do mundo espiritual. Elas apagarão das suas afeições o momento que Deus te achou, te resgatou, te encaminhou e te deu significado. Também não tente negar o legado que um dia você recebeu. Você pode até fugir da missão, mas ela nunca fugirá de você;
Não menospreze a revelação de Deus – “E ele lhes disse: lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis”, João 21:6. Depois de uma noite toda aplicando inutilmente os conceitos da sabedoria humana, o sol (do dia e da Justiça) os encontrou exaustos, famintos e desesperançosos. A revelação de Cristo, no entanto, trouxe resposta para aquilo que buscavam. A Bíblia não anula os esforços humanos nem promove um espirito ocioso. Ela apenas hierarquiza as sabedorias do universo. Muitos hoje fazem missão unicamente da perspectiva humana e temporal. Gastam uma infinidade de recursos e esgotam todas as energias lançando redes nos lugares mais curiosos e infecundos. O texto ensina que primeiro vem a revelação Divina, depois o entendimento humano. Fora desta ordem, o Sol sempre encontrará nossos esforços entregues à devaneios;
Não menospreze a igreja – “Não obstante serem tantos peixes, não se rompeu a rede”, João 21:11. Diferentemente do relato da primeira pesca milagrosa onde as redes se romperam (Lucas 5:6), aqui elas permanecem intactas apesar da enorme quantidade de peixes. A menção destas 2 redes não pode ser ignorada. Aquela manuseada somente pelos homens não é capaz de conter e manter o avanço da Causa. Aquela, porém, que tem Cristo como cabeça cumpre o desígnio Divino e nunca se rompe (apesar de isto nem sempre ser muito óbvio). Uma vez que Cristo nos chama para sermos pescadores de homens, a rede representa a igreja que Ele instituiu. Esta estranha estrutura pode ser criticada por uma porção de atributos de risco, mas ainda é inegavelmente o instrumento mais eficaz de resgate de pessoas neste século. Não se engane, destruir esta estrutura somente prolongará seu sofrimento. Ao invés de criticar a rede, concentre-se em arrastar pessoas até a beira da praia para o encontro com o Salvador. É lá que queremos chegar.
Não menospreze um relacionamento íntimo com o Mestre – “Disse-lhes Jesus: Vinde, comei”, João 21:12. A missão só faz sentido quando convivemos aos pés daquele que é capaz de manter o sistema do mar em equilíbrio. O mesmo que nos envia também nos recebe para sermos lembrados constantemente do nosso chamado, da revelação e das ferramentas que estão à disposição. Vale lembrar que o “comer” bíblico implica em longo e franco relacionamento. O mesmo João escreve mais pra frente que “se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e comerei com ele, e ele comigo”, Apocalipse 3:20. A missão demanda intimidade.
A graça de Cristo recebeu novamente aqueles bravos homens, que à partir deste momento foram vistos mudando a história da sua geração. Gostaria você também de mudar a história da sua geração? Aliste-se na missão de Deus e você será um pescador de homens aos moldes de Cristo.
Pr. Oliveiros Ferreira Jr.