Esta transcrição está adaptada para o formato de texto. Os Prs. Diego Barreto e Junior Flores nos convidam a olhar para o jejum com o olhar de Deus: “… é hora de tentar desmistificarmos um pouco esse momento tão peculiar, quando não raro, na adoração. Nesse episódio você vai descobrir como atrair a atenção do Altíssimo em momentos de desespero e porque temos realmente um motivo para jejuar. Chorai.”
Este texto é uma transcrição do BibleCast 113 Greve de Fome. Temos também na versão vídeo do Hiperlinkados:
Abaixo você verá os links dos outros vídeos citados
“Este BibleCast acontece num momento em que algo de especial ocorre na Igreja Adventista: 10 dias de oração e 10 horas de jejum.
Dieta, desintoxicação é o que muitos pensam quando leem a palavra jejum. O que é o jejum?
Isto acontece porque às vezes bate uma solidão. Tem se a impressão de que se está falando sozinho. Acontece que Deus não necessita desse tipo de aviso. Ele sabe o quanto você precisa e quer o que você está pedindo. O que não deixa de ser uma oração baseada em mérito: ‘eu precisei, fiz inclusive com jejum, e Deus me deu’. Algumas vezes dá certo e ai se define isto como método para obter o que se quer através da oração. O jejum vira método. Foi transformado em liturgia, ritual! E isto está errado!
Para que se acredite no alcance do que se pede, decide-se orar e jejuar. É algo feito para que se acredite no resultado. Afinal, não é assim que diz o texto?
“Mas esta casta só sai pela oração e pelo jejum” (Mateus 7:21)
O jejum funciona como um poder a mais que se quer dar a oração pessoal. Como se isto pudesse provocar um vento que alcançaria Deus: ‘eu queeeerooo!’
E então se pensa que Deus assim reage: ‘Essa vou ter que atender porque veio com jejum’!
E ai a gente vai fazendo, por isso, o jejum: para dar poder para a oração. Você quer demonstrar para Deus que você quer muito aquela coisa e ai você fica sem comer. Essa é uma das interpretações do que é o jejum: obra de mérito.
O jeito primário de ver o que é o jejum é quando você quer dar poder para a oração. É quando você está fazendo alguma coisa em prol do que você está pedindo. Existe nesta postura o pensamento de que o jejum é uma obra meritória. ‘Estou fazendo jejum, então mereço! É, eu mereço ser ouvido, afinal de contas estou fazendo greve de fome!’
O que é greve de fome? Quem faz greve de fome? Quem está protestando por alguma coisa. Quem quer ser ouvido. Neste sentido, se o jejum for uma obra de mérito é como se a pessoa estivesse fazendo greve de fome para ser ouvido.
Outra interpretação do jejum é ser uma dedicação do tempo de exclusividade espiritual e não material. Olhamos para o jejum como o momento em que vamos nos abster de toda comida e de todas as coisas materiais. É como se estivéssemos apelando para nós mesmos nos desprendermos das coisas materiais e nos ligarmos nos assuntos espirituais.
Não queremos fazer juízo de valor, mas podemos fazer alguns questionamentos aqui. Dizemos sempre que o nosso mérito não vale nada! Certo, mas não vale nada apenas para a salvação. Deus não joga fora nosso mérito! Davi sempre recorria a apresentar suas ações quando orava: ‘Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor; atende aos meus gemidos. Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois é a ti que oro. Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a minha oração, e vigio. […] Mas eu, pela grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo. […] Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu favor como de um escudo.’ (Salmo 5)
Davi sempre pediu a Deus em seus salmos para que Ele Se lembrasse das coisas que ele fazia. Resta saber se Davi o fazia como testemunho próprio para testemunhar seu amor a Deus, ou se ele estava reivindicando com referência em suas próprias obras. Paulo também fazia isso. A questão é saber quais são nossas motivações para apresentar a Deus nossas obras.
Há uma grande diferença nestas atitudes e essas diferenças resultam da motivação:
‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ (Mateus 7:22) Aqui se está jogando na cara, exigindo uma reação de Deus. Aqui o motivo envenenou a ação.
‘Ora, no dia vinte e quatro desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de sacos e com terra sobre as cabeças. E os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as iniquidades de seus pais. E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus, uma quarta parte do dia; e outra quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus. Então Jesuá, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenâni se puseram em pé sobre os degraus dos levitas, e clamaram em alta voz ao Senhor seu Deus.’ (Neemias 9:1-4). A motivação aqui foi diferente.
O jejum como tempo de dedicação para as coisas espirituais é uma das espécies de treinamento para desligar-se das coisas. Aqui faz sentido o desintoxicar o corpo. Afinal, muitas coisas do mundo material afetam nossa vida espiritual. É possível que a comida que como esteja atrapalhando. Então, por um momento se torna válido abster-se de alimentos. Você treina resistir a tentação de algo que lhe atrai.
Nosso mundo prega o hedonismo que anuncia que nossa vontade tem que ser satisfeita e pronto! E se a gente não vigia vicia nisto e passa a viver dessa maneira: ‘Posso fazer porque Deus não quer a minha tristeza. Ele quer minha felicidade!’
É verdade que Ele quer a minha felicidade, e como Ele é Deus sabe o que é melhor para minha felicidade. E esta não é exatamente o que quero para mim em muitos casos … Na verdade, na maioria das vezes!
O jejum quebra um pouco tudo isso porque você se vê diante de um desejo e você se exercita não atender a sua própria vontade. Mas, há também a terceira forma de ver o jejum. Assim você determina a forma de viver seu jejum: só frutas com água, só frutas sem água, só água, só frutas … Não desejamos normatizar, eu particularmente bebo água. Acho que beber água faz parte. Penso que o bom senso deve prevalecer. Se alguém deseja fazer um jejum mais radical tem que ir ao médico antes. Afinal, há a tendência de se crer que como é uma prática espiritual não se passará mal. Está sendo feita para Deus, não haverá desmaios.
Não! Desmaia também! Se você não está em boa condição de saúde não faça jejum! Só porque a igreja toda está fazendo você vai fazer? Não é assim! Lógico que não, porque senão vira uma penitência. Virá sacrifício, causar sofrimento ao próprio corpo!
Essa é a terceira maneira de se olhar o jejum: como penitencia! Ela se parece muito com a obra de mérito, mas é mais profunda que isso! Porque penitência é mais do que acreditar numa obra. É fazer dela um sacramento. Um modo de salvação. Deus vai me atender porque eu estou me massacrando, me mortificando. Autoflagelamento!
Há pessoas que fazem jejum por um dia, não porque querem privilegiar momentos espirituais, mas porque querem se penitenciar.
Esta é a maneira mais drástica, pois o jejum é feito para tornar o sofrimento meritório. É feito para se maltratar. É a mesma situação, mas outro espirito. Há também os que personalizam o jejum: só frutas, só suco, por exemplo.
Quando a gente vê essas formas diferentes de jejuar compreende como é difícil analisar esse ato em nossos dias. É complicado porque as pessoas não olham para a Bíblia e veem claramente a função do jejum, em que ele era utilizado. Não estamos falando que é errado personalizar o jejum, afinal na Bíblia não é claro mesmo!
A Igreja Adventista, por exemplo, está sempre propondo um jejum de 10 horas. E você não vê isto na Bíblia. Por que, então, a Igreja o propõe? Porque a igreja entende que isto não é sacrifício para ninguém.
A igreja compreende que sua voz é muito forte e pesada. A igreja sabe que se colocar um jejum de 24 horas pessoas impossibilitadas, porque a igreja pediu, irão se sacrificar e fazer o jejum de 24 horas. Para evitar distúrbios e desequilíbrios a igreja definiu como tempo ideal 10 horas.
Essas múltiplas interpretações do jejum demonstram nossa dificuldade em compreender qual é o verdadeiro papel do jejum. Este é o nosso desafio neste instante através desse diálogo.
“Mas agora voltem para mim com todo coração, jejuando, chorando e se lamentando. Em sinal de arrependimento, não rasguem as roupas, mas sim o coração.” (Joel 2:12-13)
Isto me faz lembrar sobre a institucionalização da cara feia … Na verdade a institucionalização do jejum acontece na Bíblia também quando os fariseus começam a tratar o jejum como se o mesmo fosse uma institucionalização da fé. Tem que fazer. Tem que ter, pois faz parte do culto.
Por isso, Jesus em Mateus 6:16 dá um conselho para os fariseus: ‘Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.’
Que recompensa? Ao demonstrar publicamente seu jejum a recompensa seria a dos homens: ‘olha ele está jejuando, é muito consagrado …’
O que Jesus diz é que não é para mostrar para os outros, é para mostrar para Deus. Não é para se exibir! Por outro lado, nas palavras de Jesus vemos que há uma função em demonstrar para Deus.
É importante lembrar o contexto. Na história de Davi contada em 2 Samuel 11 e 12 encontramos um exemplo disso. Davi estava em pecado de adultério e foi alertado pelo profeta Natã. Davi arrependeu-se.
‘Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, o filho que te nasceu certamente morrerá. Então Natã foi para sua casa. Depois o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, de sorte que adoeceu gravemente. Davi, pois, buscou a Deus pela criança, e observou rigoroso jejum e, recolhendo-se, passava a noite toda prostrado sobre a terra.’ (2 Samuel 12:14-16)
O jejum tem que ser natural. Não pode ser tratado com formalidade. Nasce pela dor profunda. Perde-se a fome, tamanha é a tristeza! Davi perdeu a fome porque estava com muita tristeza por seu pecado e pela dor que estava provocando em seu filho. Davi pensou: ‘vou comer para que?’
Ele estava profundamente triste e em sua mente só havia o desejo de orar em intercessão por seu filho. Davi passou a noite toda prostrado em terra em desespero.
Em Daniel 10: 2-3 lemos: ‘Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras. Nenhuma coisa desejável comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas completas.’
Sua tristeza lhe levou a outra prioridade, perdera a fome. A mesma coisa aconteceu com Cristo. Ele não passou 40 dias no deserto porque foi buscar o poder do Espírito Santo. Ele simplesmente não desejava comer tamanha era o sentimento de dor por suportar sobre Si os pecados da humanidade.
Cristo estava tão consciente da Sua missão que não ligou para comer. Jesus Cristo não participou de nenhum método ritualístico através do Seu jejum no deserto. A abstenção de comida foi um ato circunstancial à Sua tristeza pelos pecados da humanidade que estavam sobre Ele em Sua missão de redenção.
Primeiramente, antes de ser inserido num culto, o jejum deve ser a manifestação de dor e sofrimento do ser. Quando Jesus advertiu o fariseu ao manda-lo limpar o rosto é porque Ele sabia que o fariseu não estava triste de verdade. Além de que Ele o Redentor estava entre eles e isto era motivo de alegria. Jesus o repreende a atitude opressora deles sobre os Seus discípulos. Ele, o Salvador estava entre eles, uma destruição se aproximava, eles seriam destruídos, Jesus veio com Sua salvação, não tinha razão para Seus discípulos serem tristes. O jejum não teria sentido, pois não havia tristeza na alma.
O conselho bíblico é jejuar porque há um sentimento de dor e isto está matando a minha vontade de comer. Davi quis ficar a noite inteira em oração, nada mais lhe atraia. Sua dor e sofrimento se tornaram instrumentos de aproximação de Deus. Não foi o jejum, mas seu sincero arrependimento.
Ao invés de deprimir-se e alimentar sua ansiedade, ele escolheu buscar a deus e Lhe abrir o coração. Davi compreendendo a soberania na vontade de Deus aceita a resposta divina e ao seu filho morrer, aceita a decisão de Deus.
‘Então os anciãos da sua casa se puseram ao lado dele para o fazerem levantar-se da terra; porém ele não quis, nem comeu com eles. Ao sétimo dia a criança morreu; e temiam os servos de Davi dizer-lhe que a criança tinha morrido; pois diziam: Eis que, sendo a criança ainda viva, lhe falávamos, porém ele não dava ouvidos à nossa voz; como, pois, lhe diremos que a criança morreu? Poderá cometer um desatino.
Davi, porém, percebeu que seus servos cochichavam entre si, e entendeu que a criança havia morrido; pelo que perguntou a seus servos: Morreu a criança? E eles responderam: Morreu.
Então Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, e mudou de vestes; e, entrando na casa do Senhor, adorou. Depois veio a sua casa, e pediu o que comer; e lho deram, e ele comeu.’ (2 Samuel 12:17-20)
Davi, com seu ato natural de jejum, tenta um envolvimento com Deus, assumindo chamar-Lhe a atenção para sua tristeza. Mas, Davi sabe que a vontade de Deus é soberana e decide aceitar Sua resposta. Por isso, sua atitude de levantar-se após a morte da criança. Davi revela sua submissão a decisão divina. E adora o Senhor. Com humildade manifesta aceitação. Lava o rosto, muda a roupa, alimenta-se. Reage!
Seu jejum era natural. A sua tristeza era a verdadeira atração em sua oração. Ele não estava sem comer para que Deus lhe atendesse o pedido. Ele estava sem comer porque estava triste. Seu jejum não foi para dar mais poder á sua oração. Davi estava sofrendo e escolheu ficar com Deus. Isto era o mais importante para ele.
Por isso, ao terminar o período de 7 dias de relacionamento intenso com Deus, não se revoltou com a resposta negativa de Deus. Ao contrário, tomou banho, trocou de roupa, alimentou-se e foi adorá-LO.
Jesus falava disso quando repreendeu o rito semanal de jejum dos fariseus. Eram jejuns sem valor.
No Antigo Testamento encontramos uma ressignificação sobre o jejum, no famoso texto de Isaias 58. Aqui é adicionada uma outra dimensão ao jejum.
‘Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso?’ (v. 3)
Para tudo! Se pararmos para observar no período em que os profetas estavam anunciando o cativeiro era sempre apregoado o jejum. Isto dá mais margem ainda para virar ritual. Como era o profeta que estava apregoando a coisa tem aparência de institucional.
Nossa! O profeta apregoando… quando a igreja diz vamos fazer um jejum, ela não está dizendo vamos parar de comer. Vamos fazer uma obrinha! A igreja está dizendo assim: vamos nos entristecer por nossas tristezas. Há um momento em que temos que olhar para nós, no contrito do nosso ser e ver os nossos pecados, o quanto eles são terríveis!
Realizamos agora 10 dias de oração e agora a igreja convida a gente a se entristecer por nossos pecados. Era exatamente este o clamor dos profetas, pois eles estavam em pecado! Estavam comemorando e portanto estavam vivendo uma miséria. Era o tempo de jejuar, tempo de ir para o pó da terra… tempo de sofrer pelo que se era.
Então quando a igreja fala ela está nos convidando a refletir. Não está todo mundo reclamando da situação espiritual da humanidade e da igreja em si? A gente tem que compreender que tudo o que a igreja é hoje é culpa nossa. Precisamos buscar o Senhor de maneira espiritual e isto tem que trazer para nós uma vontade de jejuar. De manifestar a dor pelo fato de ainda não termos sido santificados como deveríamos.
Isaias 58: “Grite! Grite a plenos pulmões! Não se contenha: que seja um grito como de trombeta! Diga ao meu povo o que está errado com a vida deles, […] Eles estão sempre muito ocupados com a adoração, e têm prazer em estudar tudo sobre mim. Na aparência, são uma nação de pessoas de vida reta: obedecem à lei, honram Deus. Eles me perguntam: ‘Qual a coisa certa a fazer?’ e gostam de me ter a seu lado. Mas eles também se queixam: ‘Por que jejuamos e não nos favoreces? Por que nos humilhamos e nem percebes?’.
Bem, aqui está a razão: “A razão principal dos seus dias de jejum é o lucro. Vocês oprimem seus empregados. Vocês jejuam, mas ao mesmo tempo discutem e brigam. Vocês jejuam, mas acabam se enfrentando a socos. O tipo de jejum que fazem não fará que suas orações passem do teto. Acham que este é o tipo de dia de jejum que eu espero: um dia especial para demonstração de humildade? Um dia para pôr a máscara da piedade e desfilar solenemente em roupa preta por aí? Vocês chamam isto de jejum: separar um dia para que eu, o Eterno, tenha prazer?
Este é o tipo de jejum que eu quero ver: quebrem as correntes da injustiça, acabem com a exploração no trabalho, libertem os presos, cancelem as dívidas. O que espero que façam é: repartam a comida com os famintos, convidem os desabrigados para casa, coloquem roupa nos maltrapilhos que tremem de frio, estejam disponíveis para sua família. Façam isso, e as luzes se acenderão, e sua vida será mudada na hora. Sua justiça irá pavimentar seu caminho. O Eterno de glória vai garantir sua passagem. Então, quando vocês orarem, o Eterno responderá. Vocês clamarão por ajuda, e eu direi: Aqui estou.
Se vocês eliminarem as injustiças, pararem de culpar as vítimas, cessarem de fazer fofocas sobre os pecados dos outros, Forem generosos com os famintos e começarem a se dedicar aos oprimidos e marginalizados, Sua vida começará a brilhar na escuridão, sua vida sombria será banhada na luz do Sol, E sempre mostrarei a vocês o melhor caminho. Darei a vocês vida plena até num lugar vazio — músculos firmes, ossos fortes. Vocês serão como um jardim bem regado, uma fonte viva que nunca seca. Vocês usarão o entulho do passado para construir de novo, reconstruirão sobre os antigos alicerces da sua vida. Vocês serão conhecidos como aqueles que reparam qualquer coisa, restauram ruínas antigas, reconstroem e renovam, tornam a comunidade habitável outra vez.
Se vocês tomarem cuidado com o que fazem no sábado e não usarem meu dia sagrado para cuidar de interesses pessoais, Se tratarem o sábado como um dia de alegria, o dia santo do Eterno como uma celebração; Se o honrarem, recusando-se a fazer os negócios de sempre, a ganhar dinheiro, a correr aqui e ali, Então, estarão livres para ter prazer no Eterno! Oh, eu os farei levantar voo e voar alto acima de tudo. […] é o Eterno quem diz.” (parafraseando Isaias 58 com a Bíblia Mensagem)
Será que o jejum é isto mesmo, um rito? Onde o homem se sacrifica? Maltratando-se? Você acha que como Deus Ele vai olhar para você só porque está vendo você se machucar? Você acha que Ele fica feliz com isso?
Se você quer chamar a atenção de Deus, faça o que Ele lhe pediu. Ame! Divida seu pão com o faminto. Vista quem está nu! Não esconda o rosto do seu semelhante! Se você não está triste, não faça greve de fome! Não transforme num ritual algo tão verdadeiro como a tristeza da alma!
Se você quiser, então, chamar a atenção de Deus, ajude os outros!
Nos versos 8-10 encontramos: ‘Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia.’
Por que Ele fala de romper luz? Porque você está nas trevas do sofrimento. Ele vai fazer o teu momento de sofrimento virar momento de luz.
Compreendemos que o jejum é uma reação natural em relação a algo que está nos entristecendo. Deus promete coisas maravilhosas para aquele que anda em sinceridade diante dEle.
Estamos nestes 10 dias de oração, iremos jejuar, mas devemos fazê-lo porque Jesus não voltou ainda. Porque o Espirito Santo ainda não foi derramado sobre nós. Porque a igreja ainda não está preparada para receber Jesus. O que está errado é que o pentecoste ainda não aconteceu!
Ao conclamar a igreja para participar desses 10 dias de oração e para o jejum, a igreja está lhe convidando como igreja a pensar em tudo isto. Entristecer-se de verdade porque falta ainda muita coisa para nós como igreja, como individuo, como cristão.
É por isso, que vamos jejuar amanhã. Temos que jejuar porque estamos buscando essas transformações a partir de nós mesmos. A igreja somos nós! Não temos motivos para estarmos alegres, Jesus ainda não voltou! Já passou do tempo do Espírito santo descer sobre nós e isto ainda não aconteceu.
Então vamos manifestar nossa dor, nosso sofrimento em oração, buscando aquilo que é espiritual para que o que é espiritual aconteça. Orando e jejuando para que Deus nos ouça e nos transforme.
Nosso desafio é não só apenas ficar sem comer nestas 10 horas de jejum, mas buscar fazer a vontade de Deus que está aqui claramente expressa em Isaias 58. Porque tudo isto é muito mais do que fazer greve de fome!
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