Conversando sobre o Evangelho Eterno – parte 1

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)

“E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” (Apocalipse 14:6-7)

O Evangelho é a razão da nossa missão para os últimos dias. Este deve, portanto, ser o tema central da nossa mensagem.

O paralelo dessa nossa reflexão está sendo a epístola de Tiago, a qual estudamos durante 13 semanas e que você pode pesquisar aqui . Ao contrário do que muitos afirmam Tiago não ensinou sobre a salvação pelas obras.

“Que lição aprendemos no livro de Tiago? A verdade crucial, mas muitas vezes mal compreendida, de que, embora sejamos salvos pela fé, não podemos separar fé e obras na vida do cristão.”1

“A fé verdadeira, segundo Tiago, é aquela que implica em obediência. Ele diz: “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acumulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” Tiago 1:21 e 22. Há um eco entre estas palavras e as que Jesus proferiu no final do sermão do monte, que compara o ouvir sem praticar a palavra como uma atitude de construir uma casa sobre a areia. Ver  Mateus 7:24-27. Não praticar a Palavra de Deus é um ato de auto-engano, pois a própria pessoa será a única prejudicada. A fé verdadeira é a que demonstra a Palavra de Deus na prática. E, Tiago mostra exatamente isso. Ele, preocupado com a questão da língua, no sentido de “falar o que não se deve”, antecipa um pouco do que vai dizer adiante: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de ser refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã”. Tiago 1:26. Tiago mostra o que entende ser a verdadeira religião: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é essa: visitar os órfãos e as viúvas nas suas atribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”. Tiago 1:27. Ele explica que a fé verdadeira é essencialmente prática. Não é uma aceitação intelectual, mas algo que precisa vir acompanhado de ação. Tiago também aceita, apoia e ensina a salvação unicamente pela fé e graça.”3

“Infelizmente, talvez por causa da influência de Lutero, muitos cristãos têm sido incapazes de ver a mensagem importante da epístola de Tiago. Sem diminuir a contribuição de Lutero para a igreja de seu tempo, devemos lembrar que “a Reforma não terminou com Lutero. […] Ela haverá de prosseguir até a conclusão da história terrestre”, porque “graves erros” foram perpetuados pelos reformadores e muitas verdades importantes ainda deviam ser reveladas (Ellen G. White, História da Redenção, p. 353).2

1- O que tem a ver o tema ‘Evangelho Eterno’ com os 5 capítulos de Tiago?

Tudo! A Epístola de Tiago é um livro centrado no ‘Evangelho da Salvação’. O Evangelho Eterno. Por que é eterno? Porque sempre existiu.

1.1 – Surgiu antes do pecado: Apocalipse 13:8;

1.2 – Foi pregado desde Adão (Antigo Testamento): Gênesis 3:15; Hebreus    4:2;

1.3 – Porque encarnou-se em Jesus: Lucas 15: 11-32; 18:9-17;

1.4 – Foi anunciado pelos apóstolos: Gálatas 2:20; Romanos 1:16-17;

1.5 – Porque é para nossa existência eterna. O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos.  Sempre existirá.

1.6 – É um evangelho cuja essência é o caráter de Deus. Deus não muda. A Sua salvação é baseada na Sua graça e misericórdia. E não nas obras humanas.

1.7 – Tanto para os povos do Antigo Testamento como para os do Novo Testamento o Evangelho é o mesmo! Jesus é as Boas-Novas da graça de Deus. Não existem 2 alianças. Na verdade desde sempre teve uma só aliança. A diferença que a Bíblia faz está na resposta e reação humana. A diferença está no ponto de vista humano, pois Deus sempre amou e propôs a salvação.


Antiga Aliança

O povo cria e tinha esperança na chegada do Messias, o Redentor. Mas, eles estavam tão fixados na lei e nela tentando encontrar a salvação que não discerniram o Messias entre eles.
             
  Nova Aliança
O povo cria na bendita esperança da vinda do Redentor. Reconheceram o Messias. Aceitaram Sua salvação e confiaram na Sua intercessão.

Foi escrita em tábuas de pedra;


É escrita na mente e no coração do pecador;


Havia um Tabernáculo para a realização dos serviços cerimoniais;


Ele habita em nós;

O povo guardava a referência no amar o próximo como amamos a nós mesmos;


Cristo é a referência no amar. Amo o meu próximo porque eu o enxergo em igualdade comigo

Havia a exigência do sistema de sacrifícios de animais como sombra do verdadeiro sacrifício;

Jesus é o Cordeiro de Deus. Morreu em nosso lugar. Oferece Sua obediência e ao aceitarmos Sua salvação viveremos em obediência à Sua vontade. Somente a oferta do corpo de Cristo poderá cumprir, por toda a eternidade, a salvação do ser humano.

Não existe antagonismo, nem controvérsia. A nova aliança não é mais perfeita do que a aliança anterior. É antiga porque veio primeiro. Os homens da antiga aliança estavam tão atrelados a um sistema de religião formal que se tornaram cegos espiritualmente e não enxergaram em Jesus a esperança da vida eterna. Além do mais, os sacrifícios dos animais nunca poderiam remover os pecados, porque eram apenas sombras do verdadeiro sacrifício. (Hebreus 10:4)

Em Hebreus 9:15-28 lemos que Jesus é o nosso Mediador. Sua morte e o derramamento de Seu sangue garantem que receberemos a herança da vida eterna. Jesus é o Evangelho Eterno. Sua morte substitutiva, porque Ele morreu por nós, tem poder para garantir o perdão eterno aos pecadores, os quais se tornaram herdeiros da promessa mediante Seu sacrifício.

Cristo voltará. É isso que o Evangelho nos diz em Apocalipse 14:7. Virá para fazer justiça e buscará os que aguardam o cumprimento de Sua promessa.

No processo da salvação Deus age e o homem reage.

. Mensagem de Deus       =>  Eu quero salvar você

. Mensagem do homem =>  Eu quero ser salvo.

2. No contexto do Evangelho Eterno, qual a importância da guarda dos mandamentos e da fé em Jesus de Apocalipse?

=> Precisamos entender que Apocalipse 12 até 14 é um bloco só constituído de um contexto revelador da identidade do povo de Deus. (Apocalipse 14:6-7);

=> Precisamos compreender que todo o linguajar de Apocalipse 14 nos remete aos 10 Mandamentos; (Êxodo 20: 8-11);

=> Precisamos aceitar que de Gênesis a Apocalipse a verdadeira religião  exige tanto a fé como a obediência. Lembram de Tiago 2:26?

. Sou de Jesus por isso eu lhe obedeço

. Conheço a Palavra de Deus e a obedeço

3- A questão que fica é:

. Como estou adorando a Deus? A minha adoração envolve fé e obediência?
. Como podemos nos proteger do legalismo e da graça barata?

O que é Legalismo?

O que é Graça Barata?

É a crença absoluta de que a lei salva. Se esta for minha fé, minha espiritualidade se baseará em minhas obras. Vou crer que em mim está a salvação. Não tenho o discernimento da necessidade da intercessão de Cristo. Não serei salvo, ainda que viva moralmente correto.

É a crença de que Jesus é meu Redentor. Porém, penso que posso crer na Sua Redenção ainda que permaneça sem abandonar meus pecados. Minha fé é sem obras e em desobediência ao querer de Cristo.
A verdade é que não há nada que possamos fazer em relação à nossa salvação, pois ela é um dom 100% de Deus. Nossas realizações não têm a capacidade de nos libertar de nossa culpa espiritual. Precisamos experimentar o perdão de Deus e através da nossa entrega, em submissão à Sua vontade e autoridade em nossa vida, viveremos na prática, no testemunho de nossa fé. Somente assim seremos nova criatura em Cristo. Somente assim, no poder do Espirito Santo, agindo em nossa mente e coração, andaremos em obediência. (Jeremias 31:33)
Tanto a antiga como a nova aliança refletem a eterna aliança da graça oferecida a todos os que suplicam, pela fé, os méritos de Jesus. A antiga foi o símbolo da nova e superior.


Antiga Aliança


Nova Aliança

Sob a antiga, do Monte Sinai, os israelitas e os que se uniram à comunidade eram obrigados a demonstrar fidelidade à aliança, guardando os 10 mandamentos. Quando violavam um mandamento, deviam oferecer um animal em sacrifício. Após terem confessados os seus pecados tinham o perdão. Porque o sacrifício era símbolo do futuro sacrifício do Cordeiro de Deus.
Genesis 3:15: A amizade com Deus deu origem a uma inimizade com o inimigo de Deus, Satanás.

Êxodo 19:4-6: Israel foi liberto do Egito para obedecer a Deus; Numa sequência de obediência e desobediência a Deus, Israel conheceu a misericórdia, paciência e fidelidade divina.


Sob a nova, no Monte Calvário, o povo de Deus ainda é obrigado a guardar os 10 Mandamentos. No entanto, quando pecam eles não precisam mais oferecer animais em sacrifício contínuo. Porque Jesus é o seu sacrifício pleno e completo.
. Em Jesus não há mais ninguém em desunião com Deus. Isto faz com que a nova seja a mais antiga. Porque ela afirma que Deus é amor. (Genesis 3: 14-15 e Apocalipse 13:8)

. E ao mesmo tempo ela é a mais nova porque em Jesus ela é eterna.
. Tiago 1:22
. Mateus 5:16

continuaremos …

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