O Anticristo e seus braços de Atuação – parte 1

Continuando a reflexão sobre a história do Cristianismo   (parte 2)


Dentro do Cristianismo existem mais de 3.000 subdivisões, todas com a Bíblia aberta, mas em sua maioria fazendo o que querem e não o que Deus diz em Sua Palavra que devemos fazer.
Tive o prazer de conhecer algumas cidades francesas, entre elas Nantes, La Rochelle, Amboise, Paris, Orléans, etc. Conheci também Les Cevennes e o Museu do Deserto. Em cada uma dessas visitas pude ver a terrível tragédia que foi a luta política entre católicos (religião oficial da monarquia) e huguenotes (partido político dos protestantes) no que ficou conhecido na História como a guerra das religiões. E vou dizer para vocês o que pude compreender é que infelizmente quando o Estado se une à igreja, ou a Igreja se une ao Estado, boa coisa não resulta. Havia uma natureza religiosa nestes conflitos históricos, isso é inegável, porém, o verdadeiro povo de Deus não a conduziu na esfera política.
Na verdade, qualquer radicalismo, ideológico ou religioso, conduz à intolerância e esta às barbaridades. Os expurgos políticos e as inquisições religiosas não são mais que o resultado de uma verdade não assimilada e uma grande mentira abraçada.

Em todas as épocas homens, revestidos de poder, secular ou religioso, agiram no intuito de manter a humanidade ignorante quanto à vontade de Deus. Lembrei-me agora do episódio envolvendo o profeta Jeremias e alguns de seus escritos. Você pode ler sobre isto no livro de Jeremias nos capítulos 36 a 38. A ideia de não querer ouvir a verdade, perseguir, ser intolerante, queimar a Bíblia, aprisionar, torturar e matar suas testemunhas não é nova.

“A Inquisição não foi o único caso de intolerância movida em nome de Deus na Época Moderna. Embora não houvesse a institucionalização de tribunais similares aos do Santo Ofício, também foram usadas estratégias de controle da fé nos locais em que o protestantismo era dominante, levando à perseguição por crimes como adultério, discordância dos dogmas protestantes e bruxaria.”1

“Os anabatistas foram considerados a “ala radical” da Reforma Protestante. Eles fundaram sua primeira igreja no ano de 1525, próximo a Zurique, na Suíça.  É difícil sistematizar as crenças anabatistas daquela época, porque qualquer grupo que não era católico ou protestante e que batizava adultos, como os unitários socinianos ou semi-gnósticos como Thomas Muentzer eram rotulados como anabatistas. Esses grupos, junto com os Anabatistas constituem a Reforma Radical.”2

“Na Alemanha, o líder protestante Martinho Lutero (1483-1546) exigiu perseguições aos anabatistas, […] porque, entre outras questões, eles não aceitavam as regras da Igreja Evangélica e divergiam sobre o batismo. A decisão causou a expulsão, o encarceramento, a tortura e a execução de milhares de pessoas. Lutero também divulgou textos com críticas aos judeus – embora sem maiores repercussões na época, estes escritos acabariam utilizados pela Alemanha nazista, em pleno século XX.

Em Genebra, um dos berços da Reforma Protestante e onde ela se mostrou bastante radical, funcionou uma verdadeira “polícia da fé”. João Calvino (1509-1564), devido à sua autoridade sobre os protestantes suíços, era conhecido como o “papa de Genebra”. Ao organizar a Igreja Presbiteriana, instaurou comissões compostas de religiosos e leigos: a Venerável Companhia, responsável pelo magistério, e o Consistério, que zelava pela disciplina religiosa. Para isso, promovia confissões, denúncias, espionagens e visitas às residências, levando muitos à prisão, à tortura, ao julgamento e, em alguns casos, à morte.

A população era proibida de cultivar certos hábitos, como jogar, dançar e representar. Alguns pensadores foram perseguidos, como o médico e humanista espanhol Miguel Servet Griza. Ele foi preso, condenado e queimado em efígie – representado por um boneco. Fugiu em direção à Itália, mas acabou preso em Genebra, onde foi processado pelo Conselho presidido por Calvino e queimado por causa de proposições vistas como antibíblicas e heréticas, entre outras culpas. […] Sem dúvida, não são poucos os exemplos de intolerância religiosa nos variados espaços que vivenciaram a Reforma Protestante, mas nada que representasse o equivalente dos estruturados tribunais inquisitoriais católicos.”1.

Visitando essas páginas da história religiosa da humanidade pergunto-me: Por que os homens insistem em apresentar a verdade mesclando-a com a inverdade? A única resposta que encontro e que responde à nossa pergunta sobre a grande diversidade dentro do cristianismo é que o inimigo de Deus não quer cristãos equilibrados. Ou nos leva ao radicalismo ou ao liberalismo.

Você quer conhecer a vontade de Deus? Esqueça os homens e sua religiosidade. Reflita em Jesus Cristo e em Sua obediência ativa e passiva diante da vontade divina.

Como agiu Jesus ante aos Seus algozes? Pediu que o Pai lhes perdoasse. Católicos ou Protestantes que agiram e agirem diferentes de Jesus terão contas a acertar com Deus, pois afirmaram em suas vidas, seguir como cristãos, a Cristo. Pessoas que se apresentam como procuradores de um deus vingativo e repressor fazem coisas que parecem mais adequadas para representantes do próprio diabo!

Porém, com todos os seus erros os reformadores protestantes cumpriram o inevitável: A Palavra de Deus não podia mais permanecer enclausurada. Se não fosse o Movimento da Reforma Protestante a Bíblia não seria acessível como é hoje. Isto não interessava aos líderes do catolicismo da época. O bom é que os cristãos católicos e protestantes foram beneficiados com as traduções e publicações das Sagradas Escrituras e ninguém precisa mais estar na ignorância quanto à verdadeira vontade de Deus. Pelo menos essa não poderá mais ser a desculpa!

O fato é que ninguém vai ganhar a eternidade com Deus porque é católico ou protestante. Ninguém perderá essa mesma eternidade porque é católico ou protestante. A razão será outra e é sobre isto que gostaríamos de conversar.

Perguntou o profeta Isaías: “Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte? Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade; que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta; aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda; que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o inocente.”

No processo da busca pela verdade tem que haver sinceridade e humildade. É preciso nudez…  Devemos nos despir de nossas tradições. Afinal, quem quer conhecer a verdade não pode se furtar de buscá-la, ainda que lhe pareça fatigante e doloroso.

Diz a Bíblia “Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:3-4) Ela não afirma que Deus escolhe a quem quer salvar, nem predestina uns para a perdição e outros para a salvação. Afinal, Deus nos criou moralmente livres: Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. […] O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência […]” (Deuteronômio 30:15-19)

Qual tem sido a escolha dos homens, inclusive os religiosos?  Em todos os tempos, somente uma minoria dos homens e das mulheres responderam positivamente em relação à vida. E este sem dúvida é o povo de Deus.

Nestes dois vídeos a seguir podemos ter um resumo do comovente testemunho de fé e coragem desses filhos de Deus que em detrimento da própria morte, escolheram pela vida. Esses entenderam a amplitude e essência das palavras do apóstolo Paulo: Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima.” (1 Coríntios 15:19)

Os homens continuam ouvindo e entendendo. Alguns respondem positivamente, outros não: “Vivo cercado de padres e sacerdotes que dizem que seu reino não é deste mundo, no entanto agarram tudo que podem.” (Napoleão Bonaparte). Se Napoleão vivo fosse, em nossos dias, teria acrescentado em sua frase: ‘pastores e crentes’.

Os que quiserem aprofundar um pouco mais indicamos esses vídeos:

                                              No tempo da Inquisição – Parte 1   

                                         Perseguição nos Dias Atuais – Parte 2 

Há um terceiro vídeo nesta série que também foi elaborado pelo ministério Portas Abertas, mas como não compartilhamos com a abordagem nele apresentada com relação “A Grande Tribulação”, respeitamos, porém optamos por não incluí-lo.
Entre nossas contestações está o significado do selo de Deus e o da besta, pois segundo nosso entendimento bíblico não se trata de um chip. O segundo ponto de contestação são os sinais do cumprimento das palavras proféticas de Jesus com relação à grande tribulação.
“Muitas teorias especulativas têm sido propostas na tentativa de interpretar o Armagedom mencionado em Apocalipse 16:12-16. Hoje, uma das mais populares é a de que ele será uma guerra nuclear de grandes proporções. Como já ocorreram duas guerras mundiais, e o texto bíblico fala que nesse confronto estarão envolvidos os “reis do mundo inteiro” (verso 14), muitos imaginam que o Armagedom só poderá ser uma terceira guerra mundial. Por mais fascinante e lógica que essa ideia possa parecer, ela não passa de uma teoria especulativa, sem base bíblica.
Conflitos bélicos certamente continuarão existindo, e mesmo se intensificando, até o fim dos tempos (ver Mateus 24:6-8). Mas o Armagedom é descrito no livro do Apocalipse como “a peleja do grande Dia do Deus todo-poderoso” (16:14), travada entre os poderes demoníacos da “besta” e dos “reis da terra, com os seus exércitos”, de um lado, e o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” e “o seu exército”, do outro (19:16 e 19).
A natureza essencialmente espiritual desse conflito é confirmada pela participação nele tanto de Cristo, o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” que monta o “cavalo branco” (Apocalipse 19: 11, 16, 20), quanto do “dragão”, que é Satanás, e de outros “espíritos de demônios” (Apocalipse 16:13 e 14 e 12:9). Os dois grupos conflitantes serão definidos pelo seu relacionamento com os “mandamentos de Deus” e o “testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17). De um lado, estarão “os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”, e que, consequentemente, não adoram “a besta e a sua imagem”; e, do outro, estarão os que adoram “a besta e a sua imagem”, e que, por conseguinte, não “guardam os mandamentos de Deus” e que não “têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17, 14:912).
Longe de ser um mero conflito bélico-nuclear, o Armagedom será o confronto cósmico final entre as forças do bem e os poderes do mal, no qual será decidido, para sempre, quem é digno de adoração (comparar com 1Rs 18).
Embora os ímpios se prepararão belicamente para a batalha (Apocalipse 16:14; ver também 20:7-9), cremos que os justos jamais assumirão uma postura de combatência militar (ver Mateus 5:38-48Romanos12:17-21). Nesse conflito espiritual (ver Efésios 6:10-18), Cristo e os Seus anjos pelejarão em favor dos justos, triunfando definitivamente sobre Satanás e suas hostes (Apocalipse 20:1-21:8).3
Uma resposta de amor honesta ao amor de Deus é uma resposta que se expressa através da obediência. Uma resposta que faça justiça a esse amor incondicional, como cristãos, é aquela que se manifesta em consequência da vontade de obedecer a Deus. A obediência aos mandamentos do Senhor é a síntese honesta de uma resposta de fé sem os equívocos que a vontade humana processa. Se Deus é meu Salvador estou salvo pela fé, mas é quando Ele é o meu Senhor que eu vivo de forma honesta a minha adoração.
Aos nossos irmãos em Cristo, nas mais diversas denominações religiosas, digo que não há em mim, como adventista, o pensamento exclusivista da salvação. A igreja crê fortemente que o Senhor tem ovelhinhas em vários rebanhos. Cremos que a igreja de Cristo não tem nome a não ser o DEle mesmo. A igreja de Cristo ultrapassa as denominações criadas por homens.
Sendo certo que seremos todos sujeitos ao julgamento de nossos atos individuais, não coletivo, pois a salvação é individual,  não aderimos aos que julgam e condenam quaisquer que seja a denominação religiosa, inversamente a isso propomos este estudo da Palavra de Deus para todos aqueles que desejam compartilhar conosco da verdade imutável do nosso Senhor. Pois, compreendemos  que não nos compete, em nome da amizade, nos furtarmos ou nos omitirmos quanto a verdade ensinada nas Sagradas Escrituras.

Cremos que há (e/ou haverá) um povo santo, espiritualmente incorruptível, ainda que pecador, mas que por sua comunhão com Cristo o pecado não reina mais em sua vida, e este será o povo que forma a igreja que agrada a Deus sem doutrinas humanas, mas somente pelos ensinamentos de Jesus.
Diz a Bíblia: “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. […] Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Apocalipse 12: 7-12)
Há um inimigo entre nós e ele não dormita. Sua missão é confundir-nos quanto à vontade de Deus. Infelizmente muitos, mesmo sendo sinceros, estão presos em suas armadilhas. Vivemos num tempo especial. Um período de graça e de espera divina está nos sendo dado. Cremos que somente a expiação de Cristo pode nos reconduzir a uma posição onde nossos esforços são aceitos. Somos conscientes de que nossas obras não produzem salvação, mas cremos fortemente que o nosso agir em obediência à vontade de Deus, dia após dia, revelará o Deus a Quem servimos. Afinal, Jesus não é apenas o Salvador, é também o Senhor. Ele disse que voltará e transformará esse mundo para que ele seja reconduzido à perfeição com que foi criado e o ser humano gozará também desta restauração.
Talvez tenhamos que reformular a linha de raciocínio. Há diversidade no Cristianismo ou diversidades de interesses e estes se processam entre as mais variadas formas de crenças no Cristianismo? Há uma diferença significativa entre esses dois conceitos.

“As tradições dos homens, como germes que pairam no ar, agarram-se à verdade de Deus, e os homens as consideram como parte da verdade. […] Eles ensinam ousadamente como doutrinas mandamentos de homens; e à medida que a tradição caminha de século para século, vai adquirindo poder sobre a mente humana. O tempo, todavia, não torna o erro verdade, tampouco seu peso opressivo faz com que a planta da verdade se mude em parasita” (Ellen White, Evangelismo, p. 589) 

Que Deus nos dê sabedoria para discernirmos a Sua Palavra.
Continuaremos…
Referências:
1- Ângelo Adriano Fariade Assis, professor da Universidade Federal de Viçosa e co-organizador de Religiões e religiosidades: entre a tradição e a modernidade. (Edições Paulinas, 2010).
3- Alberto R. Timm, “O Armagedom. Podemos considerar o Armagedom como a terceira guerra mundial?” Sinais dos Tempos, março/abril de 2001. p. 20)

Ruth Alencar

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7 respostas para O Anticristo e seus braços de Atuação – parte 1

  1. Ótimo Texto, parabens, que Deus abençoe sempre!!!

  2. Amém irmão, que Deus seja louvado por Seu imenso amor por cada um de nós e porque temos a Sua Palavra para nos dar esperança e paz.

  3. Anônimo diz:

    Ruth, achei sensacional esse texto. Ele sintetiza tudo aquilo que cremos. Confirma a nossa fé apenas em Jesus Cristo nosso Salvador e em Sua Palavra. Nos alerta quanto à intolerância em relação aos nossos irmãos. Parabéns, vou compartilhar com outras pessoas!

  4. Anônimo diz:

    É por isso que não me ligarei mais a nenhuma igreja constituída. Prefiro continuar apenas Cristã. Vi erros serem repetidos em diversas denominações. Todos em nome da "Igreja de Deus na Terra".

  5. Persevere na fé irmã. Seja um árdua estudante das Escrituras. Ame a Jesus com o melhor dos seus sentimentos. Tenha uma fé que testifique que Jesus é tanto Salvador como Senhor em sua vida. E viva na paz da promessa maravilhosa de Sua vinda.

    É preciso que compreendamos que o melhor que há em nós como cristãs é obra do Senhor, do Espírito Santo em nossa vida. Precisamos compreender que a salvação não nos é garantida através de paredes e muros, mas por Jesus e em Jesus.

    Mas, sabe fico pensando… Por que haverá a sacudidura? A sacudidura dar-se-á em paralelo com a apostasia. Joio e trigo lembra?

    Gosto muito também desta verdade:

    “Cristo mesmo decidirá quem é digno de ser membro da família celestial. Julgará todo homem segundo suas palavras e obras. A religião nada pesa na balança. O caráter é que decide o destino”. […]

    Nem Deus nem os anjos jamais semearam semente que produzisse joio. O joio é sempre lançado por Satanás, o inimigo de Deus e do homem. […] Introduzindo na igreja aqueles que levam o nome de Deus, conquanto Lhe neguem o caráter, faz o maligno que Deus seja desonrado, a obra da salvação mal representada e almas postas em perigo.

    Dói aos servos de Cristo ver misturados na congregação crentes falsos e verdadeiros. Anseiam fazer alguma coisa para purificar a igreja. Como os servos do pai de família, estão dispostos a arrancar o joio. Mas Cristo lhes diz: "Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa".

    Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja; mas não nos confiou a tarefa de ajuizar sobre caracteres e motivos. Conhece demasiado bem nossa natureza para que nos delegasse esta obra. Se tentássemos desarraigar da igreja os que supomos serem falsos cristãos, certamente cometeríamos erro. Muitas vezes consideramos casos perdidos justamente aqueles que Cristo está atraindo a Si. Se devêssemos proceder com essas pessoas segundo nosso parecer imperfeito, extinguir-se-ia talvez sua última esperança. Muitos que se julgam cristãos serão finalmente achados em falta. Haverá muitos no Céu, os quais seus vizinhos supunham que lá não entrariam. O homem julga segundo a aparência; mas Deus vê o coração. O joio e o trigo devem crescer juntos até a ceifa; e a colheita é o fim do tempo da graça.[…]

    Por haver na igreja membros indignos, não tem o mundo o direito de duvidar da verdade do cristianismo, nem devem os cristãos desanimar por causa destes falsos irmãos. […]

    Apesar da advertência de Cristo, têm os homens procurado arrancar o joio. Para punir os que foram considerados malfeitores, tem a igreja recorrido ao poder civil. Os que divergiram das doutrinas dominantes foram encarcerados, martirizados e mortos por instigação de homens que pretendiam agir sob a sanção de Cristo. Mas atos tais são inspirados pelo espírito de Satanás, não pelo Espírito de Cristo. Esse é o método peculiar de Satanás de submeter o mundo a seu domínio. Por esta maneira de proceder com os supostos hereges, Deus tem sido mal representado pela igreja.

    […] O Salvador não aponta a um tempo em que todo o joio se tornará trigo. O trigo e o joio crescem juntos até a ceifa, o fim do mundo. Então o joio será atado em molhos para ser queimado, e o trigo será recolhido no celeiro de Deus”."(Ellen White, Parábolas de Jesus, Porque Existe o Mal?)

    Leia este nosso texto: Sejamos Trigos
    http://nossasletrasealgomais.blogspot.com.br/2011/12/sejamos-trigos.html

  6. Anônimo diz:

    Estou relendo meus livros de História da Igreja e afirmo, que a Igreja Cristã como um todo deve reler certas teologias, e principalmente o tipo de arrazoado: "nós temos/somos o povo da verdade".

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