Jesus e os Cambistas do Templo

   

por Pastor Morris Venden
Fomos criados para sermos felizes, mas nossas escolhas às vezes nos levam para caminhos de tristeza e frustração. Bem-aventurado o homem que não erra o alvo. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores;” (Salmo 1: 1)

O que faz um homem não errar o alvo? Qual é o alvo? O salmista diz que o homem bem-aventurado “antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite.” Ele não adota os princípios dos ímpios, isto é não imita as suas práticas, nem os escolhe como seus associados. Seu prazer, sua paixão, sua alegria de viver é meditar na vontade revelada do Senhor. A qualidade de sua vida é como a de uma árvore crescendo junto a um curso perene de água que produz abundante fruto.

O homem bem-aventurado produz abundantes frutos porque é alimentado por Aquele que é a fonte da água da vida. Suas raízes se nutrem dessa água.

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida.”
 (Apocalipse 21:6)

O homem bem aventurado é o vencedor. É vencedor porque está conectado com o Eterno a partir de suas raízes 
A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome.” (Apocalipse 3:12)

De quem são essas tão maravilhosas palavras? De Jesus. Então, quem serão esses vencedores segundo os olhos de Deus? Por favor, não me diga que são aqueles que venceram suas próprias imperfeições… 

O livro de Macabeus não está inserido entre os livros bíblicos, mas há algo registrado em 1 Macabeus 19:26-48 que me atrai a fazer uma analogia a Apocalipse 3:12. Está relatado no livro de Macabeus que os feitos de Simão Macabeus foram inscritos sobre tábuas de bronze e estas foram “fixadas sobre colunas no monte de Sião”. Assim é o homem e a glória que dá a si mesmo.

O vencedor, segundo o livro de Apocalipse, é aquele que vence não por causa de seus feitos, mas porque ele pertence a Deus e a Cristo. É o que está livre da presença do único pecado que o condenaria: o pecado de estar separado de Deus. Deus tem a soberania em sua vida. É vencedor porque vive uma vida já na Terra totalmente conectada com Deus. Ele leva o nome do seu Deus, e da cidade de Deus, e o novo nome de Cristo.

“O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.” 
(Apocalipse 3:5)

Todos os que um dia entregaram suas vidas a Deus e professaram Lhe pertencer têm os seus nomes inscritos nos registros celestes. Todos! Somente os que se mantiverem no pecado do rompimento com Deus terão seus nomes riscados.

Em pecado! Perceba que o pecado aqui é aquele pecado que impede que ele seja um vencedor: a rebelião e rejeição divina. Por isso, Jesus incansavelmente durante Seu ministério, passou mais tempo curando os enfermos que pregando. Os enfermos espirituais também faziam parte do Seu amor incondicional. Ele não somente nos cura, mas nos religa a Si. Ele, o Grande Deus Eu Sou não somente atrai, Ele nos liberta ao trazer Consigo a paz verdadeira. 
Você já refletiu sobre as contradições da vida de Jesus? 
por Morris Venden
“Ele é ao mesmo tempo Cordeiro de Deus e o Leão da tribo de Judá. Tanto Advogado quanto Juiz. Tanto Homem como Deus. Seus ensinos são mais simples e ainda assim os mais profundos de todos os tempos. 

Crianças pequenas O tocavam, sem medo. Entretanto, quando Ele veio à Terra, os impérios do mundo e do reino das trevas estremeceram e foram derrotados. O pecador culpado encontra aceitação e paz em Sua presença enquanto os pretensos justos estão estranhamente sem conforto. Ele veio à Terra, a primeira vez, na pobreza e desprezo, porém, Ele virá outra vez em poder e glória indescritíveis, para reinar como Rei dos reis para sempre e eternamente.

Nenhum livro é capaz de pintar um quadro completo dEle. Todos os livros já escritos não podem descrevê-Lo plenamente, pois a possibilidade de novas ideias e visões em Sua vida e Seu caráter são tão ilimitadas quanto a própria eternidade. […] As pessoas comuns O ouviam alegremente, mas os sacerdotes e governantes – embora cressem e tremessem – no fim O rejeitaram. Ele saudou os pecadores, os ladrões, e as prostitutas. Ele tratava os grupos minoritários de Seus dias com dignidade. Ele tinha compaixão dos temerosos, angustiados e tristes e, no entanto, condenava o orgulho e a autossuficiência.

O resultado de Sua missão de salvação foi que ninguém cuja vida Ele tocasse permanecia o mesmo. Ou eles O aceitavam ou O rejeitavam, quando descobriram quem Ele era.

[…] Jesus ama pessoas – todo tipo de pessoas e tem um lugar no coração para você. Que você possa conhecê-Lo melhor e confiar mais ainda nEle ao considerar como Jesus tratava as pessoas.

Após ter sido ungido como o Messias no rio Jordão, Jesus assistiu ao casamento em Caná, com Seus primeiros discípulos. […] Ali Jesus realizou Seu primeiro milagre transformando a água em vinho, em resposta à fé de Sua mãe, que havia Lhe apresentado a necessidade da ocasião.

Imediatamente após, Ele viajou a Jerusalém para o Seu primeiro ato público – a purificação do templo – o que chamou tremenda atenção para Sua missão. […] note que o capítulo começa com o casamento em Caná, seguido pela purificação do templo, e então a entrevista com Nicodemos em S. João 3.  A sequencia é muito interessante. “Depois disto [isto é, após o casamento em Caná] desceu Ele para Cafarnaum, com Sua mãe, Seus irmãos e Seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias. Estando próxima a páscoa dos Judeus, subiu para Jerusalém.” (João 2:12 e 13). […] “E [Jesus] encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou a todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas, e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de Meu Pai casa de negócio. Lembraram-se os Seus discípulos de que está escrito: O zelo da Tua casa Me consumirá.” (João 2:14-17).

O que é uma casa de negócio? Uma casa de negócio é onde você compra e vende. Uma casa de negócio é onde você obtém aquilo pelo qual você trabalhou. Uma casa de negócio é onde você obtém o que você merece, e você merece o que você obteve! Uma casa de negócios é um lugar impróprio para uma igreja, pois uma igreja deve ser uma loja de dádivas – não o tipo de lugar onde você compra dádivas, mas onde você recebe dádivas. Ele não quer que Sua igreja seja uma casa de negócios.

É por isso que Jesus, exatamente no primeiro dia de Seu ministério público, fez algo tão chocante que – antes que o dia terminasse – algumas pessoas já queriam matá-Lo. […] Havia mercadores que vendiam carneiros, bois, pombas. Havia cambistas que ajudavam as pessoas a comprar e vender, trocando o dinheiro. E havia líderes religiosos que serviam a Deus em benefício pessoal.

Nos dias de Jesus, o cargo de sumo sacerdote era vendido por um milhão de dólares. Isto certamente não era o que Deus queria. Com o cargo conseguido por um milhão de dólares, frequentemente a pessoa que o comprava ficava tão endividada que precisava recuperar de algum modo seus recursos. Assim, fazia um acordo com os cambistas e com os compradores e vendedores. Ela recebia uma certa porcentagem nos negócios deles e pagava parte do empréstimo que tomara para tornar-se sumo sacerdote. Estas coisas continuavam acontecendo nos dias de Jesus. Assim, a religião havia se tornado muito corrupta. 

[…] Não me diga que Jesus era pálido e macilento como os artistas frequentemente O pintam. Qualquer pessoa que tenha trabalhado em carpintaria sem ferramentas elétricas, cortando e esquadrejando madeira e fazendo tudo o mais a mão, nunca se parece com a frágil pessoa pela qual Ele é retratado em muitos desenhos. Como Ele levantou o chicote, as mangas devem ter permitido ver os braços musculosos.

Isto, porém, não é o que mais impressionou as pessoas. Alguma coisa mais estava operando naquele dia. A divindade estava transparecendo através dEle. Quando o barulho e a confusão deram lugar a um silêncio total e à medida que os olhos de um Homem se moveram sobre a multidão, obviamente forças maiores estavam operando. Os discípulos ficaram surpresos quando viram isso acontecer. Entretanto, precisamos relembrar que Jesus não estava numa atitude de gritos irados. Havia lágrimas em Sua voz quando Ele expressou sua pesada repreensão.

Um outro grupo no templo aquele dia era uma grande multidão – as vítimas dos sacerdotes e daqueles que serviam a Deus em benefício próprio. À primeira vista, isto poderia parecer que Jesus limpou o templo basicamente para expulsar os ladrões. Mas a verdade é que Ele limpou o templo para acomodar os pobres, os doentes, os temerosos, os cegos e desencorajados. A purificação do templo foi para benefício da multidão.

Para eles tinha sido vendida uma enorme quantidade de objetos. Eles eram pessoas que haviam desenvolvido a ideia de que você trabalha para fazer o seu caminho para o Céu – a ideia que você compra cordeiro e compra pombos, quando o Cordeiro está livre e o Pombo também.

Na multidão havia pessoas pobres que não podiam comprar um cordeiro e acabariam passando a noite acordadas olhando para o teto, questionando se elas jamais conseguiriam entrar no reino eterno. Se a religião fosse uma coisa que o dinheiro pudesse comprar, o rico viveria e o pobre morreria.

Então havia as pessoas capazes que tinham os recursos – o rico que podia produzir o necessário para conseguir bom conceito no templo. Eles dormiam bem à noite porque tinham segurança. Porém, era uma segurança falsa, baseada naquilo que eles faziam para ganhar o favor de Deus. De algum modo, mais cedo ou mais tarde, Deus teria que acordá-los para essa grande decepção.

Jesus queria reeducar as pessoas que vinham a Jerusalém apenas para a festa e então voltavam. Ele queria alcançar aqueles que não tinham qualquer segurança e aqueles que tinham uma falsa segurança. Assim, Ele expulsou os ladrões.

Conforme S. Mateus, Ele disse: “… Fazeis dela [a casa de Meu Pai] um covil de ladrões!” (Veja Mateus 2:13) As pessoas não estavam apenas roubando dinheiro, elas estavam roubando a glória de Deus, a paz das pessoas e a segurança dos incapacitados. Jesus as expulsou.

Note, porém, que a multidão entrou, em vez de fugir com os cambistas, os sacerdotes e rabinos. E a confusão de casa de negócio foi substituída pelos sons de louvor e adoração do doente que havia sido curado. […]

Mesmo hoje as pessoas podem gritar e se portar como tolas e loucas em um jogo de futebol ou num estádio, e todos consideram isto normal. Porém, se alguém gritar “Amém” na igreja, é considerado anormal. Assim, quando os administradores e os cambistas que haviam saído do templo finalmente se acamaram, recuperaram a coragem e voltaram para o templo. Eles ouviram o som de louvor, em vez do som de uma casa de negócio. E ficaram perturbados. Eles se sentiam muito mais confortáveis com o som de uma casa de negócios, do que com o som de louvor a Deus.

A boa-nova, porém, é que Jesus não odiou os ladrões. Jesus não foi lá fora para pegá-los. Ele amava os mercadores e amava os cambistas. Ele amava os líderes religiosos. Mais tarde, Ele iria às festas com eles. Ele assistiria à reunião de coletores de impostos. Ele ficaria lado a lado com sacerdotes e administradores (escribas). Jesus apiedou-Se de todos eles por terem tanto temor e tanta ignorância. Ele desejava alcançá-los com Seu amor, bem como ministrar à multidão. 

Uma coisa aconteceu naquele dia, que geralmente não é incluída nessa história. Na multidão talvez atrás de um dos pilares, permanecendo ali na sombra – estava um homem. Um homem solitário. Ele era um dos lideres religiosos – um membro do sinédrio. Ele permaneceu ali observando e ficou impressionado. Nicodemos viu os mercadores saírem; viu os cambistas saírem. Viu as mesas tombarem. Ele sentiu o inexplicável poder emanando da pessoa de Jesus. Ele viu as lágrimas; ele ouviu a voz que soou e chocou. Ele ouviu os gritos de Hosana. Ele viu a cura do doente. Ele observou tudo isso, das sombras. Aparentemente, ele não correu com os outros. Apenas observou.

E ele disse a si mesmo: Eu preciso ter uma entrevista com esse Homem. Aqui tem alguma coisa que não tem explicação pelo raciocínio humano. Assim, em S. João 3, você vê Nicodemos vindo a Jesus, diretamente como resultado de Sua purificação do templo. Nicodemos veio por si mesmo, para ouvir sobre o dom da salvação.

Mas agora chegamos a um enigma – um problema. Jesus queria que o templo fosse uma loja de dádivas. Ele não queria que fosse uma casa de negócios. Porém, o último livro da Bíblia fala de comprar ouro provado no fogo, vestes brancas e colírio. O próprio Jesus, em outras parábolas, diz que deveríamos comprar, porque vendemos tudo para conseguir a pérola; deveríamos vender tudo para obtermos o tesouro escondido no campo. Sobre o que está Ele falando? […]

Quando Jesus nos disse para vendermos tudo e comprar o campo, o que Ele estava realmente dizendo era: desfaça-se de si mesmo – desfaça-se da ideia de que você pode conseguir isso. Se você é um homem poderoso, diz Ele, livre-se de confiar nisso. Se você é rico, não confie em suas riquezas. Se você é inteligente ou talentoso ou de boa aparência, não confie nessas vantagens. Por admitirmos nossa incapacidade em produzir justiça e por nos submetermos completamente a Seu controle, agimos no comércio do Céu.

Confiar em Deus é provavelmente uma das melhores definições que nós podemos encontrar para a tão frequentemente usada palavra cristã, entrega. Confiar envolve depender de outro, em vez de depender te si mesmo. Porém, entrega, não é sempre fácil. Às vezes, tentamos tanto desistir de nós mesmos que nos tornamos mais semelhantes a nós mesmos. Esquecemo-nos de que somente Jesus pode realizar essa obra. Isso é uma dádiva.

A fé é uma dádiva. O amor, uma dádiva. As vestes brancas são uma dádiva. O arrependimento é uma dádiva. A obediência é uma dádiva. A vitória é uma dádiva. A Pomba, ou o Espírito Santo, é uma dádiva – que traz todas as outras bênçãos na Sua bagagem. O Cordeiro é uma dádiva – o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E a entrega é uma dádiva.

Há alguma coisa a mais que deveríamos notar nesta história. Quando falamos do Espírito Santo, quando falamos da obra que Deus está fazendo em nosso coração, estamos relembrando uma grande verdade ensinada pela purificação do templo. Jesus estava anunciando ali Sua missão como o Messias e introduzindo Sua obra, não apenas para salvar as pessoas para sempre, mas para cumprir o propósito de que cada ser criado deveria ser um templo para a habitação do Criador.

Por causa do pecado, a humanidade tem deixado de ser um templo para Deus. Escurecido e deformado pelo mal, o coração do homem não mais revelou a glória do Divino. O pátio do templo em Jerusalém, lotado com o tráfico profano, representava verdadeiramente o templo do coração, lesado pela presença da paixão sensual e ideias e pensamentos não santificados. Limpando o templo dos compradores e vendedores do mundo, Jesus anunciou Sua missão de limpar o coração das lesões do pecado, dos desejos terrenos, da cobiça egoísta, dos hábitos maus que corrompem a alma.

Você já descobriu que ninguém pode por si mesmo lançar fora o mal que tem tomado posse do coração? Você já descobriu que somente Cristo pode limpar o templo da alma? Porém, Ele não forçará a entrada. Ele não entra no coração como Ele entrou no templo no passado. Em vez disso Ele diz: “Eis que estou à porta e bato.” 
(Apocalipse 3:20).

Ele convida você a aceitá-Lo, não somente como o Cordeiro de Deus, mas como o Sumo Sacerdote no Céu, que pode ser tocado com o sentimento das nossas fraquezas e foi em todos os pontos tentado como nós somos. Ele o convida a vir corajosamente diante do trono de graça, para que você possa obter misericórdia e encontrar graça para ajudar nos tempos de necessidade. (Ver Hebreus 4:15 e 16). Todo o poder no Céu e na Terra reside na pessoa de Jesus Cristo. Sem Ele, ninguém pode esperar ter sucesso, porém com Ele o fracasso é impossível.” 
(Morris Venden)

Você pode ler os outros capítulos aqui.
Ruth Alencar

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2 respostas para Jesus e os Cambistas do Templo

  1. Marta Gomes diz:

    "Ele não somente nos cura, mas nos religa a Si."
    Obrigada, Jesus!
    Se Davi foi um homem segundo o coração de Deus e sobre Daniel foi dito pelo anjo do Senhor "Não tenha medo,pois você é muito amado… seja forte!",
    Vejo que é possível a cura na nossa vida e sermos religados ao Pai para sermos segundo o coração de Deus.
    Contemplando a Jesus ,seremos semelhantes a Ele.

  2. Amém Marta… amém.

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