Os Profetas do Deus Vivo e a Razão de ser das Profecias – Parte 2

Guarde isto em sua mente. Este é o alvo supremo para onde convergem todas as profecias bíblicas: “Desta salvação inquiririam e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era destinada, indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.” (1 Pedro 1:10-11) 

O estudo das profecias bíblicas não terá sentido algum se não for focado nesta verdade cantada e também escrita na Palavra do Senhor: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (João 1: 1-5) 
A nossa história, a História que temos escrito a partir de nossas decisões nas sucessivas gerações humanas compõem o exercício do nosso livre arbítrio, mas Deus contempla com Seus olhos essa história e a alinha com a Sua vontade. Ele disse que viria e o Messias tão esperado veio. Ele anunciou que morreria em favor do homem e se cumpriu através da morte de Jesus. Ele disse que vai voltar. Então, creia, pois Ele é fiel a Sua palavra.
Voltemos um pouco mais nossos olhos para o passado com a intenção de nele enxergar nosso futuro. A cena se passa em 605 aC, após a tomada de Jerusalém por Nabucodonosor, rei da babilônia. 
“No quarto ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, avançou com um grande exército até a cidade de Carabesa, junto do Eufrates, para fazer guerra à Síria. O príncipe desse país veio ao combate com grandes forças, e travou-se a batalha junto desse rio. Ele foi vencido e obrigado a se retirar, com muitas perdas. Nabucodonosor passou depois o Eufrates e conquistou toda a Síria até Pelusa. Não entrou dessa vez na Judéia, mas no quarto ano de seu reinado, que era o oitavo de Jeoaquim, avançou com um poderoso exército e ameaçou fortemente os judeus, caso não lhe pagassem tributo. Jeoaquim, atônito, resolveu aceitar a paz e pagou o tributo durante três anos.
No ano seguinte, porém, ante o boato de que o rei do Egito iria fazer ao da Babilônia, recusou-se a continuar pagando. Foi enganado, todavia em suas em suas esperanças. Os egípcios não se atreveram a combater os babilônios, como tantas vezes afirmara o profeta Jeremias — ele havia predito que isso não aconteceria e que Jeoaquim punha em vão a sua confiança no auxílio egípcio. Dissera ainda esse profeta que o rei da Babilônia tomaria Jerusalém e que os judeus seriam feitos escravos.
Por mais verdadeiras que fossem essas profecias, entretanto, ninguém nelas acreditava. Não somente o povo as desprezava como também os grandes zombavam delas. E ficaram de tal modo enraivecidos pelo fato de ele só predizer desgraças que o denunciaram ao rei, pedindo que o mandasse matar. Ele entregou o assunto ao seu conselho, do qual a maior parte foi de opinião que o condenassem. Outros, mais sensatos, aconselharam-no a mandá-lo embora sem lhe fazer mal algum, porque ele não fora o único a profetizar as desgraças que deveriam acontecer a Jerusalém. O profeta Miquéias e outros ainda haviam profetizado a mesma coisa, sem que os reis que então viviam os tivessem maltratado por esse motivo. Ao contrário, haviam-nos honrado como profetas de Deus. 
Assim, embora condenado à morte pela maior parte dos votos, Jeremias teve a sua vida preservada graças a esse conselho tão sensato. Ele escreveu todas essas profecias num livro e leu publicamente tudo o que nele havia escrito. Fez isso diante do povo que estava reunido no Templo depois de um jejum geral, no nono mês do quinto ano do reinado de Jeoaquim,- anunciando o que aconteceria à cidade, ao Templo e ao povo. Os principais da assembléia arrancaram-lhe o livro das mãos, disseram a ele e a Baruque, seu secretário, que se retirassem para um lugar onde eles não os pudessem encontrar e levaram o livro ao rei. Ele mandou que fosse lido e ficou tão irritado que o rasgou e jogou-o no fogo. Ordenou então que fossem buscar Jeremias e Baruque a fim de matá-los. Porém, eles já haviam fugido para evitar o furor do rei.
Pouco tempo depois, o rei Nabucodonosor veio com um grande exército, e o rei Jeoaquim, que não desconfiava dele e estava perturbado pelas predições do profeta, não se havia preparado para a guerra. Assim, ele o recebeu em Jerusalém, confiante na palavra que dera Nabucodonosor de não lhe fazer mal algum. Mas ele faltou à palavra: mandou matá-lo, juntamente com a fina flor da juventude da cidade, e ordenou que lançassem os corpos fora de Jerusalém sem lhes dar sepultura.  Depois de tal perfídia e de tão grande crueldade, ele constituiu como rei em lugar de Jeoaquim o filho deste, Joaquim (antes chamado Jeconias), e levou escravos para a Babilônia três mil dos principais judeus, dentre os quais estava o profeta Ezequiel, ainda muito jovem. Esse foi o fim de Jeoaquim, rei de Judá. Viveu apenas trinta e seis anos e reinou treze. Joaquim, seu filho, que ele tivera de Neústa, a qual era de Jerusalém reinou somente três meses e dez dias. 
Nabucodonosor arrependeu-se bem depressa de ter escolhido Joaquim para rei de Judá. Ele temia que o ressentimento pela maneira como fora tratado o pai levasse o filho a se revoltar, e mandou um grande exército sitiá-lo em Jerusalém. Sendo Joaquim um príncipe muito bom e justo, o seu amor pelos súditos e o desejo de preservá-los daquela tempestade levaram-no a entregar como refém a sua mãe e alguns de seus principais amigos e parentes aos comandantes do exército inimigo, depois de obter desses mesmos comandantes, sob juramento, a promessa de que não lhe fariam mal algum, nem à cidade. 
Não se passou um ano, porém, e Nabucodonosor faltou novamente à palavra. Ordenou aos seus generais que lhe enviassem prisioneiros todos os moços e artífices de Jerusalém. Elevou-se o seu número a dez mil oitocentos e trinta e dois, e entre eles estavam o próprio rei Joaquim, sua mãe e os seus principais servidores. O pérfido príncipe mandou que fossem guardados com o maior cuidado. 
Nabucodonosor, rei da Babilônia, constituiu Zedequias (antes chamava-se Matanias), rei de Judá no lugar de Joaquim, seu tio paterno, depois de fazê-lo prometer com juramento que seria fiel e não faria nenhum entendimento com os egípcios. O soberano tinha então somente vinte e um anos e era irmão de Jeoaquim — ambos eram filhos do rei Josias. Como mantinha junto de si apenas jovens de sua idade, que não eram homens de valor, mas ímpios, ele desprezava também a virtude e a justiça. O povo, à sua imitação, entregava-se a toda sorte de desordens.
O profeta Jeremias ordenou-lhe diversas vezes, da parte de Deus, que se arrependesse, se corrigisse e não acreditasse mais nos homens de mau Espírito que o rodeavam nem nos falsos profetas que o enganavam, afirmando que o rei da Babilônia não sitiaria Jerusalém e que o rei do Egito far-lhe-ia guerra e o venceria. As palavras do profeta fizeram impressão no Espírito do príncipe, e ele queria mesmo seguir aqueles conselhos. Mas os seus favoritos, que o manipulavam como queriam, faziam-no mudar de opinião.
Ezequiel, que estava então na Babilônia, como dissemos, predisse também a destruição do Templo e mandou dar a notícia a Jerusalém. Mas Zedequias não prestou fé às suas profecias porque, embora se assemelhassem em todo o resto com as de Jeremias, e os dois profetas estivessem de acordo no que se referia à ruína e ao cativeiro de Zedequias, parecia que eles não combinavam nisto: Ezequiel afirmava que ele não veria a Babilônia, e Jeremias sustentava que o rei da Babilônia o levaria prisioneiro para lá. Essa discordância fazia com que o rei não prestasse fé às profecias. Mas os fatos lhe mostraram a verdade, como diremos mais detalhadamente a seu tempo. 
Oito anos depois, Zedequias renunciou a aliança com o rei da Babilônia para fazer outra, com o rei do Egito, na esperança de que unindo com este as suas forças aquele não lhes pudesse resistir. Nabucodonosor, logo que soube disso, pôs-se em campo com um poderoso exército. Ele devastou a judéia, apoderou-se das maiores praças-fortes e sitiou Jerusalém. O rei do Egito veio com grandes forças em auxílio de Zedequias, e então o rei da Babilônia levantou o cerco para dar-lhe combate. Venceu-o numa grande batalha e o expulsou da Síria. Os falsos profetas, contudo, depois que Nabudonosor levantou o cerco, continuaram a enganar Zedequias, dizendo-lhe que, em vez de ter motivo para temor de que ele fizesse guerra novamente, veria logo o regresso dos seus súditos que estavam na Babilônia, com todos os vasos sagrados que haviam sido roubados do Templo
Jeremias, ao contrário, afirmou que aqueles homens o enganavam ao dar-lhe tal confiança, pois ele nada deveria esperar do auxílio dos egípcios; que o rei da Babilônia os venceria; que voltaria para continuar o cerco e tomaria Jerusalém pela fome; que levaria escravizado para a Babilônia o que restasse dos habitantes, depois de os despojar de todos os seus bens; que saquearia o Templo e todos os seus tesouros e depois o incendiaria; que destruiria completamente a cidade; e que esse cativeiro duraria setenta anos, mas os persas e os medos destruiriam a Babilônia e seu império, e os hebreus, libertos por eles da escravidão, voltariam a Jerusalém e reconstruiriam o Templo
As palavras de Jeremias persuadiram a muitos, no entanto os príncipes e os que como eles se vangloriavam de serem ímpios zombaram dele, como de um insensato. Algum tempo depois, indo esse profeta a Anatote, que era o lugar de seu nascimento, distante vinte estádios de Jerusalém, encontrou no caminho um dos magistrados, o qual o deteve e o acusou de estar indo procurar o rei da Babilônia. Jeremias respondeu-lhe que não tinha absolutamente aquela intenção, ia somente fazer uma visita à sua terra natal. O magistrado, não acreditando em suas palavras, levou-o perante o tribunal, para instaurar-se o processo. Declararam-no culpado e meteram-no numa prisão, para fazê-lo morrer. 
No nono ano do reinado de Zedequias, no décimo dia do último mês, o rei da Babilônia recomeçou o cerco de Jerusalém e durante dezoito meses empregou todos os esforços para apoderar-se dela. E as armas não eram o único meio de que esse soberano se servia para oprimir os seus habitantes. Eles eram ao mesmo tempo atormentados por dois dos mais temíveis flagelos: a fome e a peste, ambos violentos e graves. No entanto Jeremias continuava a clamar e a exortar o povo a abrir as portas ao rei da Babilônia, pois não lhes restava outro meio de salvação, por maiores que fossem os males vindouros.  
Os príncipes e os principais magistrados, em vez de se convencerem com as palavras do profeta, irritaram-se de tal sorte que o acusaram perante o rei de ser insensato e de procurar fazer com que eles e todo o povo perdessem a coragem, predizendo-lhes tantas desgraças. Quanto a eles, estavam dispostos a morrer pelo serviço do rei e pela sua pátria, ao passo que aquele sonhador, por meio de ameaças, os exortava a fugir, dizendo que a cidade seria tomada e que todos pereceriam
O rei, […] tem endo em tal contingência descontentar os maiorais do país, permitiu-lhes fazer o que quisessem. Foram eles então ao cárcere, tiraram de lá o profeta e o desceram por meio de cordas a um poço cheio de lama, a fim de que morresse afogado. Ele ficou ali, mergulhado até o pescoço. Entretanto um criado do rei, que era etíope e gozava de grande estima perante ele, contou-lhe o que se havia passado, dizendo que aqueles homens agiam errado ao tratar daquele modo o profeta e que seria muito melhor deixá-lo morrer na prisão. O rei, comovido com essas palavras, arrependeu-se de o ter deixado à discrição dos inimigos e ordenou ao etíope que tomasse trinta de seus oficiais fosse imediatamente tirá-lo do poço. Ele executou a ordem no mesmo instante e colocou Jeremias em liberdade.
O rei, em segredo, mandou chamar Jeremias e perguntou se o profeta não conhecia um meio de obter de Deus um livramento do perigo que os ameaçava. Ele respondeu que sabia de um apenas, mas seria inútil dizê-lo, pois estava certo de que aqueles em quem o rei mais confiava, em vez de acreditar se levantariam contra ele, como se estivesse cometendo um grande crime ao declará-lo agora , e procurariam eliminá-lo. Continuou o profeta: “Onde estão aqueles que vos enganavam, dizendo com tanta certeza que o rei da Babilônia não voltaria? E, não deverei eu ter medo de dizer-vos a verdade, sendo que nisso vai a minha vida?” O rei prometeu-lhe com juramento que ele não correria perigo algum, nem de sua parte nem da parte dos nobres.

Jeremias, tranquilizado por essas palavras, disse-lhe que o conselho que dava era por ordem de Deus. Ele deveria entregar a cidade aos babilônios, nas mãos do próprio rei, pois era o único meio de se salvarem e de impedir que a cidade fosse destruída e o Templo incendiado.  Se não o fizesse, seria a causa de todos esses males. O rei respondeu que gostaria de seguir o conselho, mas temia que os seus, os quais se haviam passado para o lado do rei da Babilônia, viessem prejudicá-lo perante ele e até o matassem. Diante disso, o profeta garantiu-lhe que, se seguisse o seu conselho, nenhum mal sucederia a ele nem às suas mulheres e filhos e nem ao Templo.
O rei proibiu-o de contar a quem quer que fosse o que se passara entre ambos, particularmente aos nobres. Se lhe perguntassem o motivo da entrevista ou qualquer outra coisa, dissesse apenas que fora pedir para ser posto em liberdade. Os grandes e os nobres não deixaram de perguntar ao profeta o que se havia passado entre ele e o rei, e ele respondeu conforme o príncipe lhe havia ordenado.
Nabucodonosor apertava cada vez mais o cerco. Mandou construir altas torres, com as quais sobrepassava as muralhas da cidade, e também grande quantidade de plataformas tão altas quanto os muros. Os habitantes, por sua vez, defendiam-se com todo o empenho e com toda a coragem possível, sem que a fome e a peste pudessem esmorecê-los. A coragem dava-lhes ânimo contra todos os males e perigos. E, sem se espantar com as máquinas de que seus inimigos se serviam, opunham-lhes outras. Assim, não era somente à força aberta, mas também com muita arte que a guerra transcorria entre essas duas valentes nações. Era principalmente por esse último meio que alguns esperavam conquistar a praça, e outros, ao invés, conservá-la.
Passaram-se dezoito meses desse modo. Por fim, os sitiados, consumidos pela fome, pela peste e pela quantidade de dardos que os inimigos lhes atiravam do alto das torres, cederam, e a cidade foi tomada pela meia-noite do décimo primeiro ano, no nono dia do quarto mês do reinado de Zedequias, por Nergelear, Aremante, Emegar, Nabazar e Ercarampsar, generais de Nabucodonosor que então estavam em Ribla. Eles marcharam diretamente para o Templo. O rei Zedequias, sua esposa, seus filhos, seus parentes e as pessoas da nobreza que ele mais estimava saíram da cidade para fugir por lugares desconhecidos rumo ao deserto.
Os babilônios, porém, foram avisados por um dos que eles haviam deixado de lado ao fugir, e ao despontar do dia puseram-se a persegui-los. Alcançaram-nos perto de Jerico e quase todos os que acompanhavam Zedequias o abandonaram. Ele foi aprisionado com sua mulher, seus filhos e os poucos que lhe restavam, e todos foram levados ao rei. Nabucodonosor chamou-o de ímpio e pérfido por faltar à promessa de lhe conservar inviolavelmente o reino, pois para isso pusera a coroa na sua cabeça. Reprovou-lhe a ingratidão, por esquecer-se da obrigação que lhe devia por tê-lo preferido a Joaquim, seu sobrinho, ao qual pertencia o reino, e por ter empregado contra o seu benfeitor o poder que este lhe concedera. E terminou com estas palavras: ‘Mas o grande Deus, para castigar-vos, vos entregou em minhas mãos’. Então, na presença dele e diante dos outros escravos, mandou matar os seus filhos e amigos. Vazou-lhe os olhos e ordenou que o acorrentassem para levá-lo escravo à Babilônia. Assim, cumpriram-se ambas as profecias, a de Jeremias e a de Ezequiel, que esse desventurado príncipe tão erradamente desprezara: a de Jeremias, que afirmava que ele seria feito prisioneiro, seria levado a Nabucodonosor, falaria com ele e o veria face a face; a de Ezequiel, que dizia que ele seria levado à Babilônia, mas não a poderia ver
[…] Nabucodonosor, depois da vitória, enviou Nebuzaradã, general de seu exército, a Jerusalém, com ordem de incendiar o Templo após retirar de lá tudo o que encontrasse e de também reduzir a cinzas o palácio real e de destruir a cidade por completo. Deveria trazer depois todos os habitantes como escravos para a Babilônia. Assim, no décimo oitavo ano do reinado desse príncipe, que era o décimo primeiro do reinado de Zedequias, no primeiro dia do quinto mês, esse general, para executar tal ordem, despojou o Templo de tudo o que lá encontrou: levou todos os vasos de ouro e de prata, o grande vaso de cobre chamado mar, que Salomão mandara fazer, as duas colunas de bronze, as mesas e os candelabros de ouro. Em seguida, incendiou o Templo e o palácio real e destruiu completamente a cidade. Isso aconteceu quatrocentos e setenta anos, seis meses e dez dias desde a construção do Templo, mil seiscentos e dois anos, seis meses e dez dias desde a saída do Egito e mil novecentos e cinquenta anos, seis meses e dez dias desde o dilúvio.
Nebuzaradã ordenou então que se levasse o povo como escravo para a Babilônia, até mesmo o rei, que então estava em Ribla, cidade da Síria, e também Seraías, sumo sacerdote, Cefã (ou Sofonias), que era o segundo dos sacerdotes, os três oficiais a quem estava confiada a guarda do Templo, o primeiro dos eunucos, sete dos que desfrutavam maior favor perante Zedequias, o secretário de Estado e sessenta outras pessoas de classe, que ele apresentou ao príncipe com os despojos do Templo. Nabucodonosor, naquele mesmo lugar, mandou cortar a cabeça ao sumo sacerdote e aos mais nobres. Em seguida mandou levar para a Babilônia o rei Zedequias, Jeozadaque, filho de Seraías, e todos os outros escravos. 
[…] O rei Zedequias morreu na prisão, e Nabucodonosor sepultou-o à maneira dos reis. Quanto aos despojos do Templo, ele os consagrou aos seus deuses. Enviou os escravos dentre o povo para certos lugares, nos arredores da Babilônia, a fim de que lá vivessem, e pôs Jeozadaque, sumo sacerdote, em liberdade. 
[…] O mesmo Nebuzaradã tirou Jeremias da prisão e rogou insistentemente ao profeta que o acompanhasse até a Babilônia, pois tinha ordem do rei, seu senhor, de ali fornecer-lhe tudo o que precisasse. E, caso não o quisesse seguir, bastava apenas dizer em que lugar gostaria de morar, a fim de comunicá-lo ao soberano. O profeta disse-lhe que não desejava nem uma coisa nem outra, mas desejava terminar os seus dias no meio das ruínas de sua pátria, para não perder de vista aquelas tristes relíquias de tão deplorável naufrágio. Nabuzaradã ordenou a Gedalias que tivesse dele um cuidado particular e, depois dar ao santo profeta grandes presentes e de conceder liberdade a Baruque, filho de Nerias, que também era de família nobre e muito instruída na língua de seu país, voltou para a Babilônia. Jeremias estabeleceu moradia na cidade de Mispa. 
[…] Dentre todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e  outros de origem mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais perfeitos e competentes e deu-lhes preceptores e mestres para que os educassem e instruíssem com grande cuidado. A alguns fez eunucos, como costumava fazer a todas as nações que derrotava. Ordenou que os alimentassem com as mesmas iguarias de sua mesa e os fez aprender não somente a língua dos caldeus e dos babilônios, mas também todas as ciências em que esses povos eram peritos. Dentre os moços que eram parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente honestos e inteligentes: Daniel, Hananias, Misael e Azarias, porém Nabucodonosor trocou-lhes os nomes. Deu a Daniel o nome de Beltessazar e a Hananias chamou Sadraque, a Misael, Mesaque e a Azarias, Abede-Nego.”  (Flávio Josefo, “A HISTÓRIA dos HEBREUS de Abraão à queda de Jerusalém”. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, pág. 419 – 468)
Assim entra em cena Daniel, o profeta muito amado por Deus.

Continuaremos…
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Ruth Alencar
O rei, […]tem endo em tal contingência descontentar os maiorais do país, permitiu-lhes fazer o que quisessem. Foram eles então ao cárcere, tiraram de lá o profeta e o desceram por meio de cordas a um poço cheio de lama, a fim de que morresse afogado. Ele ficou ali, mergulhado até o pescoço. Entretanto um criado do rei, que era etíope e gozava de grande estima perante ele, contou-lhe o que se havia passado, dizendo que aqueles homens agiam errado ao tratar daquele modo o profeta e que seria muito melhor deixá-lo morrer na prisão. O rei, comovido com essas palavras, arrependeu-se de o ter deixado à discrição dos inimigos e ordenou ao etíope que tomasse trinta de seus oficiais fosse imediatamente tirá-lo do poço. Ele executou a ordem no mesmo instante e colocou Jeremias em liberdade.
O rei, em segredo, mandou chamar Jeremias e perguntou se o profeta não conhecia um meio de obter de Deus um livramento do perigo que os ameaçava. Ele respondeu que sabia de um apenas, mas seria inútil dizê-lo, pois estava certo de que aqueles em quem o rei mais confiava, em vez de acreditar se levantariam contra ele, como se estivesse cometendo um grande crime ao declará-lo agora , e procurariam eliminá-lo. Continuou o profeta: “Onde estão aqueles que vos enganavam, dizendo com tanta certeza que o rei da Babilônia não voltaria? E, não deverei eu ter medo de dizer-vos a verdade, sendo que nisso vai a minha vida?” O rei prometeu-lhe com juramento que ele não correria perigo algum, nem de sua parte nem da parte dos nobres.
Jeremias, tranqüilizado por essas palavras, disse-lhe que o conselho que dava era por ordem de Deus. Ele deveria entregar a cidade aos babilônios, nas mãos do próprio rei, pois era o único meio de se salvarem e de impedir que a cidade fosse destruída e o Templo incendiado.  Se não o fizesse, seria a causa de todos esses males. O rei respondeu que gostaria de seguir o conselho, mas temia que os seus, os quais se haviam passado para o lado do rei da Babilônia, viessem prejudicá-lo perante ele e até o matassem. Diante disso, o profeta garantiu-lhe que, se seguisse o seu conselho, nenhum mal sucederia a ele nem às suas mulheres e filhos e nem ao Templo.
O rei proibiu-o de contar a quem quer que fosse o que se passara entre ambos, particularmente aos nobres. Se lhe perguntassem o motivo da entrevista ou qualquer outra coisa, dissesse apenas que fora pedir para ser posto em liberdade. Os grandes e os nobres não deixaram de perguntar ao profeta o que se havia passado entre ele e o rei, e ele respondeu conforme o príncipe lhe havia ordenado.
Nabucodonosor apertava cada vez mais o cerco. Mandou construir altas torres, com as quais sobrepassava as muralhas da cidade, e também grande quantidade de plataformas tão altas quanto os muros. Os habitantes, por sua vez, defendiam-se com todo o empenho e com toda a coragem possível, sem que a fome e a peste pudessem esmorecê-los. A coragem dava-lhes ânimo contra todos os males e perigos. E, sem se espantar com as máquinas de que seus inimigos se serviam, opunham-lhes outras. Assim, não era somente à força aberta, mas também com muita arte que a guerra transcorria entre essas duas valentes nações. Era principalmente por esse último meio que alguns esperavam conquistar a praça, e outros, ao invés, conservá-la.
Passaram-se dezoito meses desse modo. Por fim, os sitiados, consumidos pela fome, pela peste e pela quantidade de dardos que os inimigos lhes atiravam do alto das torres, cederam, e a cidade foi tomada pela meia-noite do décimo primeiro ano, no nono dia do quarto mês do reinado de Zedequias, por Nergelear, Aremante, Emegar, Nabazar e Ercarampsar, generais de Nabucodonosor que então estavam em Ribla. Eles marcharam diretamente para o Templo. O rei Zedequias, sua esposa, seus filhos, seus parentes e as pessoas da nobreza que ele mais estimava saíram da cidade para fugir por lugares desconhecidos rumo ao deserto.
Os babilônios, porém, foram avisados por um dos que eles haviam deixado de lado ao fugir, e ao despontar do dia puseram-se a persegui-los. Alcançaram-nos perto de Jerico e quase todos os que acompanhavam Zedequias o abandonaram. Ele foi aprisionado com sua mulher, seus filhos e os poucos que lhe restavam, e todos foram levados ao rei. Nabucodonosor chamou-o de ímpio e pérfido por faltar à promessa de lhe conservar inviolavelmente o reino, pois para isso pusera a coroa na sua cabeça. Reprovou-lhe a ingratidão, por esquecer-se da obrigação que lhe devia por tê-lo preferido a Joaquim, seu sobrinho, ao qual pertencia o reino, e por ter empregado contra o seu benfeitor o poder que este lhe concedera. E terminou com estas palavras: “Mas o grande Deus, para castigar-vos, vos entregou em minhas mãos”. Então, na presença dele e diante dos outros escravos, mandou matar os seus filhos e amigos. Vazou-lhe os olhos e ordenou que o acorrentassem para levá-lo escravo à Babilônia. Assim, cumpriram-se ambas as profecias, a de Jeremias e a de Ezequiel, que esse desventurado príncipe tão erradamente desprezara: a de Jeremias, que afirmava que ele seria feito prisioneiro, seria levado a Nabucodonosor, falaria com ele e o veria face a face; a de Ezequiel, que dizia que ele seria levado à Babilônia, mas não a poderia ver.
[…] Nabucodonosor, depois da vitória, enviou Nebuzaradã, general de seu exército, a Jerusalém, com ordem de incendiar o Templo após retirar de lá tudo o que encontrasse e de também reduzir a cinzas o palácio real e de destruir a cidade por completo. Deveria trazer depois todos os habitantes como escravos para a Babilônia. Assim, no décimo oitavo ano do reinado desse príncipe, que era o décimo primeiro do reinado de Zedequias, no primeiro dia do quinto mês, esse general, para executar tal ordem, despojou o Templo de tudo o que lá encontrou: levou todos os vasos de ouro e de prata, o grande vaso de cobre chamado mar, que Salomão mandara fazer, as duas colunas de bronze, as mesas e os candelabros de ouro. Em seguida, incendiou o Templo e o palácio real e destruiu completamente a cidade. Isso aconteceu quatrocentos e setenta anos, seis meses e dez dias desde a construção do Templo, mil seiscentos e dois anos, seis meses e dez dias desde a saída do Egito e mil novecentos e cinqüenta anos, seis meses e dez dias desde o dilúvio.
Nebuzaradã ordenou então que se levasse o povo como escravo para a Babilônia, até mesmo o rei, que então estava em Ribla, cidade da Síria, e também Seraías, sumo sacerdote, Cefã (ou Sofonias), que era o segundo dos sacerdotes, os três oficiais a quem estava confiada a guarda do Templo, o primeiro dos eunucos, sete dos que desfrutavam maior favor perante Zedequias, o secretário de Estado e sessenta outras pessoas de classe, que ele apresentou ao príncipe com os despojos do Templo. Nabucodonosor, naquele mesmo lugar, mandou cortar a cabeça ao sumo sacerdote e aos mais nobres. Em seguida mandou levar para a Babilônia o rei Zedequias, Jeozadaque, filho de Seraías, e todos os outros escravos.
[…] O rei Zedequias morreu na prisão, e Nabucodonosor sepultou-o à maneira dos reis. Quanto aos despojos do Templo, ele os consagrou aos seus deuses. Enviou os escravos dentre o povo para certos lugares, nos arredores da Babilônia, a fim de que lá vivessem, e pôs Jeozadaque, sumo sacerdote, em liberdade.
[…] O mesmo Nebuzaradã tirou Jeremias da prisão e rogou insistentemente ao profeta que o acompanhasse até a Babilônia, pois tinha ordem do rei, seu senhor, de ali fornecer-lhe tudo o que precisasse. E, caso não o quisesse seguir, bastava apenas dizer em que lugar gostaria de morar, a fim de comunicá-lo ao soberano. O profeta disse-lhe que não desejava nem uma coisa nem outra, mas desejava terminar os seus dias no meio das ruínas de sua pátria, para não perder de vista aquelas tristes relíquias de tão deplorável naufrágio. Nabuzaradã ordenou a Gedalias que tivesse dele um cuidado particular e, depois dar ao santo profeta grandes presentes e de conceder liberdade a Baruque, filho de Nerias, que também era de família nobre e muito instruída na língua de seu país, voltou para a Babilônia. Jeremias estabeleceu moradia na cidade de Mispa.
1-      […] Dentre todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e outros de origem mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais perfeitos e competentes e deu-lhes preceptores e mestres para que os educassem e instruíssem com grande cuidado. A alguns fez eunucos, como costumava fazer a todas as nações que derrotava. Ordenou que os alimentassem com as mesmas iguarias de sua mesa e os fez aprender não somente a língua dos caldeus e dos babilônios, mas também todas as ciências em que esses povos eram peritos. Dentre os moços que eram parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente honestos e inteligentes: Daniel, Hananias, Misael e Azarias, porém Nabucodonosor trocou-lhes os nomes. Deu a Daniel o nome de Beltessazar e a Hananias chamou Sadraque, a Misael, Mesaque e a Azarias, Abede-Nego.”  (Flávio Josefo, “A HISTÓRIA dos HEBREUS de Abraão à queda de Jerusalém”. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, pág. 419 – 468)
Assim entra em cena Daniel, o profeta muito amado por Deus.
Continuaremos…
Ruth Alencar

– Conversando sobre o Livro de Daniel
– por Ellen White , Profetas e Reis, Capítulo 35

– por Pr. Isaque Resende

– por pr. Ezequiel Gomes

– por Ruth Alencar com texto base de Luiz Gustavo Assis e vídeos da Tv Novo Tempo

– por Ruth Alencar com comentários de Flávio Josefo e Edward J. Young

 – por Ruth Alencar
– por Ruth Alencar
– por Ruth Alencar com comentário de Siegfried J. Schwantes

Uma Introdução ao Livro de Daniel (parte 1) (com comentário de Siegfried J. Schwantes)


. capítulo 1


. capítulo 2
. Revelação e explicação do sonho de Nabucodonosor (com Comentário de Siegfried J. Schwantes) 

. O Reino da Pedra

– por Ruth Alencar com comentário de Siegfried J. Schwantes

. Um pouco mais sobre a Mensagem de Daniel 3

– comentários de C. Mervyn Maxwell e Ellen White 

. capítulo 4
– comentário de Siegfried J. Schwantes
– por Ruth Alencar com comentários de C. Mervyn Maxwel, Urias Smith e Dr. Cesar Vasconcellos de Souza

. capítulo 5

– por Ruth Alencar com comentários de Siegfried J. Schwantes e C. Mervyn Maxwel

. capítulo 6
– comentários de Siegfried J. Schwantes e C. Mervyn Maxwel

. capítulo 7

– comentários de Siegfried J. Schwantes e C. Mervyn Maxwel.
– por Ruth Alencar 
– por Ruth Alencar com comentários de Siegfried J. Schwantes 
– com comentários de Siegfried J. Schwantes e  José Carlos Ramos 
– por Ruth Alencar
– com comentários de Siegfried J. Schwantes e  José Carlos Ramos 
– por Ruth Alencar
– com comentários de Siegfried J. Schwantes e  José Carlos Ramos 
– por Ruth Alencar
 Continuando nossos estudos sobre Daniel 7  
 – por Ruth Alencar
. capítulo 8
– com comentários de Siegfried J. Schwantes e  C. Mervyn Maxwel
 Continuando nossos estudos sobre Daniel 8  
– por Ruth Alencar 

. capítulo 9
– com comentários de Siegfried J. Schwantes
– por Matheus Cardoso


. capítulo 10
. Daniel 10: O Conflito nos Bastidores

– Comentário de Siegfried J. Schwantes

. capítulo 11
– Comentário de Siegfried J. Schwantes
. capítulo 12
Daniel 12 : O Tempo do Fim – Parte 1– Por Siegfried J. Schwantes

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