II – Dias Literais ou Períodos de Tempo Figurados? (parte 2)

Por Gerhard F. Hasel
Artigo publicado na
IV. O Gênero Literário de Gênesis 1 
1. Gênero literário / Argumento formal
O recente comentário sobre o livro de Gênesis, de autoria do erudito evangélico Victor P. Hamilton, assume a posição de que os “dias” de Gênesis 1 devem ser considerados como não figurativos e não metafóricos, isto é, devem ser dias solares de 24 horas (39). Entretanto, como “concordista abrangente” que é, comprometido com longos períodos de tempo, continua ele interessado na busca da harmonia com a moderna ciência naturalista. Para conseguir esse objetivo, apela ele para uma “leitura literária de Gênesis 1 que ainda permita a permanência de dia como um dia solar de 24  horas” (40). Como pode isso acontecer?
Hamilton fala de uma “leitura literária” do relato da criação em Gênesis. Essa “leitura literária” permite-lhe entender os “dias” da criação literalmente, mas não “como um relato cronológico a respeito de quantas horas Deus despendeu em Seu projeto criativo, mas como uma analogia referente à atividade criadora de Deus” (41). Sob este ponto de vista, os “dias” de 24 horas em Gênesis 1 nada mais são do que uma “analogia” baseada em uma “leitura literária (não histórica)” do relato da criação apresentado em Gênesis.
Este ponto de vista sobre a “leitura literária” baseia-se em Charles E. Hummel (42). Hummel argumenta que mesmo que os “dias” em Gênesis 1 tivessem de ser considerados como dias solares de 24 horas, como ele acredita que sejam, “permanece ainda a questão sobre se a forma (literária) é figurativa ou literal, isto é, uma analogia da atividade criadora de Deus, ou um relato cronológico a respeito de quantas horas Ele trabalhou” (43). Hummel acredita que são importantes o “quem” e o “porquê” da criação, mas não o “como” (acompanhando Bernard Ramm), e que, portanto, a “analogia … provê um modelo para o trabalho humano” (44).
A teoria da “analogia” consiste em entender o “dia” literal no contexto de “uma metáfora” que “utiliza o significado usual de uma palavra” (no caso a palavra “dia”) “de uma maneira figurativa” (45). A transferência analógica sugerida pela teoria da “analogia” suprime de um documento cronológico o esquema de seis dias de trabalho e um de repouso, passando a caracterizá-lo tão somente como uma ampla configuração relacionada com o trabalho e o repouso aplicável à humanidade (46).
Por mais atraente que essa teoria da “analogia” possa parecer, permanecerá sempre o problema da fidedignidade contextual e literária dentro do capítulo 1 de Gênesis e da Bíblia como um todo, para aceitar a designação do tempo expressa na palavra “dia” simplesmente como uma analogia para o conceito de trabalho/repouso. Hummel (acompanhado por Hamilton) foi forçado a redefinir o gênero literário de Gênesis 1, deixando de lado o relato direto da criação, e aceitando um gênero designado como “narrativa semi-poética” (47). Isso enquadra-se na abordagem histórico-cultural da criação.
Torna-se evidente que estes eruditos “concordistas” em parte são influenciados pela crítica formal e seu estilo metodológico de interpretação. A crítica formal, um sub-método do método histórico-crítico, iniciou-se com Hermann Gunkel, conhecido como o pai da crítica formal, na virada do século (49). Gunkel levantou a questão sobre se “as narrativas de Gênesis são história ou lenda” (50). Sua premissa era que “muitas coisas relatadas em Gênesis. vão diretamente de encontro ao que temos de melhor em nosso conhecimento” (51). A ideia contida no “melhor em nosso conhecimento” constitui uma admissão tácita da parte de Gunkel de que a concepção do mundo evolucionista naturalística constitui a norma autorizada para julgar o que é história ou o que é lenda. Desta forma, sugeriu ele que o gênero literário de Gênesis não é história, e sim “lenda”. Gunkel foi o primeiro erudito liberal a atribuir ao relato da criação, constante de Gênesis, outro gênero literário que não história no sentido de um relato factual. Posteriormente acompanharam-no outros eruditos liberais e teólogos neo-ortodoxos, e também hoje, em parte, eruditos neo-evangélicos que são “concordistas abrangentes”.
Embora não precisemos tentar ser exaustivos na citação de categorias de estilos literários que têm sido propostos para classificar Gênesis, poderão ser citados alguns dos principais exemplos representativos. Karl Barth, o pai da teologia neo-ortodoxa, considera Gênesis 1 e 2 como “saga” (52), e conseqüentemente não histórico. S. M. Hooke, líder da escola do mito-e-ritual, afirma que o relato da criação de Gênesis é uma “liturgia cultual” (53). Gordon Wenham, erudito não-evangélico, acredita ser ele um “hino” (54). Walter Brueggemann, não-concordista liberal, sugere que é um “poema” (55). Claus Westermann, crítico formal, chama-o de “narrativa” (56). John H. Steck, “concordista abrangente”, chama-o de “narração metafórica” (57). Gerhard von Rad, crítico da tradição, designa-o como “doutrina” (58). Outros sustentam ser um “mito” (59), uma “parábola” (60), “história”, “teologia” (61), “alegoria”, etc.
Diversas observações essenciais devem ser feitas em vista dessa pletora de opiniões correntes sobre a natureza do gênero literário do relato da criação de Gênesis.
1) O consenso óbvio é que não há consenso sobre o gênero literário de Gênesis 1. Isso faz com que a abordagem do estilo literário para uma leitura não literária de Gênesis 1 seja considerada suspeita em suas alegações.
Como não há consenso, o intérprete cuidadoso deveria ser mais cauteloso, evitando engrossar o cortejo triunfal da identificação do gênero literário com o propósito de redefinir a intenção de Gênesis 1. A intenção da descrição do estilo pela crítica formal, desde o início, dos tempos de Gunkel até hoje, tem sido fazer com que o texto de Gênesis 1 não seja considerado como histórico e factual em sua natureza (62).
2) A abordagem do “gênero literário” revela ser este outro caminho, inicialmente usado pelos não-concordistas, para evitar que o relato da criação em Gênesis seja compreendido como um texto literal, com autoridade, com implicações quanto ao relacionamento entre a ciência e a Bíblia. É sugerido corretamente que “a maneira pela qual Deus revelou a história da criação deve ser ela mesma justificada pelas Escrituras” (63), e não apelando-se à descrição do gênero literário pela crítica formal, da qual tenha sido removida a historicidade.
3) Intérpretes que adotam a abordagem do “estilo literário” com o objetivo de retirar o relato da criação do âmbito de sua intenção literal sentem-se livres, não obstante, para interpretar os “dias” da criação de uma maneira literal e gramatical.
Usar a abordagem do “estilo literário” significa restringir o significado de Gênesis 1 a uma forma de pensamento que não exige uma leitura histórica, factual, daquilo que aconteceu. A redefinição do relato da criação realizada nessa abordagem pretende suprimir para o leitor moderno a informação sobre “como” e “de que maneira” e “quando” Deus criou o mundo. Ela simplesmente deseja afirmar de maneira minimalística que Deus é Criador. E esta afirmação é feita com significado teológico, e não científico, sem qualquer relação com a maneira pela qual a Terra e o Universo tenham vindo à existência e se desenvolvido subsequentemente.
A abordagem do “estilo literário” baseia-se em uma metodologia da crítica literária (64) que pretende atribuir ao relato da criação, como um todo, uma função distinta daquela da historicidade ou da factualidade. Nesse caso, não importa se os “dias” da criação são considerados como dias literais de 24 horas, pois esses dias, bem como o relato em seu todo, teriam outro sentido que não o histórico ou factual.

2. Gênesis 1 : literal ou figurativo?
Permanece a questão sobre se o relato da criação em Gênesis 1 é literal ou figurativo em seu todo (65). Freqüentemente Gênesis 1 é considerado como parte de uma unidade maior, que abrange os capítulos de 1 a 11, para dar resposta às questões ligadas à sua natureza, propósito e função.
É um fato reconhecido que estes capítulos iniciais do livro de Gênesis apresentam singularidades, isto é, eventos acontecidos uma só vez, não mais repetidos, e que não encontram nada análogo na nossa experiência atual.
Como o historiador moderno encara tais singularidades? A posição padrão da historiografia moderna baseia-se no princípio da analogia (cf. Ernst Troeltsch), isto é, o princípio de que nada na experiência do passado pode ser reconhecido como histórico a não ser quando corresponda à experiência atual (66). Este princípio baseia-se, por sua vez, na noção da uniformidade básica da experiência humana e dos acontecimentos históricos (67). O princípio da analogia sustenta que o passado somente é compreendido através da contribuição do presente, com sua aplicação ao passado.
A aplicação consistente deste fundamento uniformista que se manifesta no princípio da analogia leva à negação da historicidade e da factualidade da maior parte dos capítulos 1 a 11 de Gênesis, aí incluído o relato da criação de Gênesis 1.
Poderia e deveria o princípio uniformista da analogia reinar como a suprema norma para a compreensão do passado? (68) “Surge um problema quando o uniformismo é alçado à posição de um princípio universal que torna inadmissíveis certas evidências”, declara um forte adepto do princípio da analogia e da historiografia modernista (69). Esta admissão da existência do problema exige grande cautela na aplicação do princípio uniformista da analogia.
A humanidade conhece experiências da realidade atual que são singulares e não encontram paralelo no passado. Por exemplo, há vinte e cinco anos os primeiros seres humanos caminharam sobre a superfície da Lua. Isto nunca havia acontecido antes. Outro exemplo foi o uso de bombas atômicas para a destruição de duas cidades japonesas em 1945. Este tipo de destruição jamais havia acontecido anteriormente, e permanece até hoje como singular. Muitas outras singularidades poderiam ser mencionadas.
Da mesma forma que existem singularidades hoje, que são resultado da atuação humana ou de outra causa qualquer, e que constituem eventos e situações reais que não encontram analogia no passado, podem ser citadas também singularidades verificadas no passado que não encontram analogia no presente. Por exemplo, o famoso filósofo da história britânico R. G. Collingwood observou que os antigos Romanos envolveram-se num processo de controle de população mediante o infanticídio de recém-nascidos. Foi esta uma singularidade que não encontra analogia no presente, nas tentativas de controle de população (70).
Com estas limitações do princípio da analogia em mente (71), não é sensato rejeitar o relato da criação supondo-o como não histórico e não factual, simplesmente por não conhecermos qualquer analogia sua nos dias de hoje. Gênesis 1 contém singularidades que podem ser aceitas como tão reais, históricas e factuais como as singularidades de qualquer outra espécie no presente ou no passado.
Existem boas razões para sustentar que Gênesis 1 é um relato factual da origem do mundo habitável. Este registro bíblico é preciso, autêntico e histórico.

3. Gênesis 1 e a literatura antiga congênere
A partir da abordagem puramente comparativa das estruturas literárias, Gênesis 1 não difere do resto do livro de Gênesis (72) ou do Pentateuco, quanto à configuração linguística  à sintaxe, aos fenômenos linguísticos  à terminologia, à apresentação sequencial dos eventos no relato da criação.
Comparado com os hinos da Bíblia, o relato da criação não é um hino; comparado com as parábolas da Bíblia, o relato da criação não é uma parábola; comparado com a poesia bíblica, o relato da criação não é um poema; comparado com a liturgia do culto, o relato da criação não é uma liturgia. Comparado com várias espécies de formas literárias, o relato da criação não é nem metáfora, nem história, nem parábola, nem poesia, nem coisa semelhante.
Um estudo recente da forma literária dos capítulos 1 a 11 de Gênesis, feito com base na literatura contemporânea do Oriente Próximo, concluiu que “estamos lidando com gêneros de narrativa em prosa, entremeados com algumas listagens, referências, provérbios e linhas poéticas” (73). Sem dúvida é esta uma descrição bastante boa do conteúdo de Gênesis 1.
Um estudo detalhado da forma literária de Gênesis 1 concluiu que estamos em face de um gênero de “genealogia em prosa” (74). O próprio Gunkel observou, há muito tempo, que Gênesis é “prosa”. Observou, também, que Gênesis é “mais artístico em sua composição, e tem algo de construção rítmica” (75). A natureza não poética de Gênesis 1 indica que a sua intenção é exprimir o seu sentido de maneira clara e simples, como um registro acurado e direto de eventos criativos.
Olhando-se para a informação transmitida pelo primeiro capítulo de Gênesis de forma comparativa com outras literaturas antigas do Oriente Próximo, deve-se concluir que “Gênesis 1 não encontra paralelo em coisa alguma do mundo antigo externa à Bíblia” (76). Gênesis 1 constitui o registro mais coerente e profundo produzido no mundo antigo sobre “como”, “quando”, “por quem”, e “de que modo” veio o mundo à existência. Em nenhum tipo de literatura do mundo antigo encontra ele qualquer paralelo. Existem fragmentos e pedaços de textos de vários mitos cosmogônicos e especulações com os quais o relato bíblico da criação tem sido comparado, resultando sempre sua singularidade, no mundo antigo, em termos de sua abrangência e consistência (77).

4. A forma literária de Gênesis 1 no seu contexto bíblico
Seria útil analisar a forma literária como algo distinto do “estilo literário” da crítica formal que já foi discutido anteriormente.
John H. Stek sugere que o “tipo literário (de Gênesis 1), tanto quanto se saiba hoje, não encontra paralelo estrito; ele é sui generis” (78). Já foi observado que a apresentação e o conteúdo de Gênesis 1 como um todo não tem paralelo no mundo antigo (79). Significa isso, portanto, que ele é sui generis no sentido de que ele não deveria ser compreendido como literal em sua intenção? Como a própria criação certamente é singular, da mesma forma o relato da criação é necessariamente singular. Entretanto, dificilmente poderia ele ser considerado sui generis no sentido exclusivamente literário, que retiraria dele a comunicação no nível factual, histórico e preciso.
Com base no relacionamento com o restante de Gênesis (e com a Bíblia em seu todo), o relato da criação (Gênesis 1:1 a 2:3) pode ser adequadamente designado quanto à sua forma literária. O relato é um registro histórico em prosa, escrito em estilo rítmico, registrando factualmente e acuradamente “o que” aconteceu na criação “dos céus e da terra”, retratando o tempo “em que” ela ocorreu, descrevendo os processos do “como” ela foi feita, e identificando o Ser divino que (“quem”) a executou. O resultado da semana da criação foi um mundo “muito bom”, com o mais adequado ambiente para viverem os seres humanos então criados. Este registro histórico em prosa da criação relata corretamente os eventos criativos em sequencias específicas, dentro de “dias” literais cronológicos sequenciais  Esses “dias” instauram o processo histórico subseqüente, da ordenação do tempo em ciclos semanais nos quais se inserem os seres humanos e a natureza sob o controle último de Deus. Nesse sentido, Gênesis 1 é a história inaugural (80) das origens, que modela o fluxo da história da humanidade e do mundo a partir da semana da criação.


Continuaremos
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NOTAS
21. John C. L. Gibson, Genesis, The Daily Study Bible, vol. 1 (Edinburgh: The Saint Andrews Press, 1981), 56.
22. Ibidem, 55.
23. Ibidem.
24. Hansjörg Bräumer, Das erst Buch Mose. Wuppertaler Studienbibel, Kapitel 1-11 (Wuppertal: R. Brockhaus Verlag, 1983), 44.
25. D. Stuart Briscoe, Genesis, The Communicator’s Commentary (Waco, TX: Word Books, 1987), 37.
26. Observe a discussão bastante útil a respeito dos vários grupos e definições de concordismo feita por John T. Baldwin, em “Inspiration, the Natural Sciences, and a Window of Opportunity”, Journal of the Adventist Theological Society 5/1 (1994), 131-154, esp. 139-43; por Davis A. Young, em “The Discovery of Terrestrial History”, Portraits of Creation: Biblical and Scientific Perspectives on the World’s Formation, eds. Howard J. Van Till, Robert E. Snow, John H. Stek, e Davis A. Young (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1990), 27 nº 2; por Clark Pinnock, em “Climbing out of a Swamp: The Evangelical Struggle to Understand the Creation Texts”, Interpretation 43/2 (1989): 143-155.
27. Por exemplo, Derek Kidner, Genesis: An Introduction and a Commentary, Tyndale Old Testament Commentaries (Chicago: InterVarsity Press, 1967), 56.
28. Victor P. Hamilton, The Book of Genesis: Chapters 1-17, The New International Commmentary of the Old Testament (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1990), 54.
29. Para a crítica de outros aspectos da “teoria do dia/época”, ver Lloyd R. Bayley, Genesis, Creation, and Creationism (New York/Malwah, NJ: Paulist Press, 1993), 125-128.

30. Ibidem, 126.

31. Ver referência nº 13 acima; cf. Carl F. H. Henry, God Who Stands and Stays, vol. 6 of God, Revelation and Authority (Waco, TX: Word Books, 1983), 2:112.
32. Reimpresso em P. J. Wiseman, Clues to Creation in Genesis, ed. DOnald J. Wiseman (London: Marshall, Morgan & Scott, 1977), 109-207.
33. Kidner, 54.
34. Wiseman, 132-133.
35. William L. Holladay, Jr., A Concise Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1971), 284-285; Francis Brown, S. R. Driver, and Charles A. Briggs, A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament (Oxford: Clarendon Press, 1974), 793-795; etc. Ver também Helmer Ringgren, “‘asah,” in Theologisches Wörterbuch des alten Testaments, eds. G. Johannes Botterweck and Helmer Ringgren (Stuttgart: W. Kohlhammer, 1987), 6:413-432.

36. Marcus Jastrow, Dictionary of the Targumim, the Talmud Babli and Yerushalmi, and the Midrashic Literature (New York: Pardes Publishing House, 1943), 2:1124-1125).

37. Uma exceção recente é Duane Garrett, Rethinking Genesis: the Sources and Authorship of the First Book of the Pentateuch (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1991), 192-194, que reconhece que a apresentação de Wiseman “foi, entretanto, algo confusa, e não convenceu a muitos” (193 nº 12). Garrett parece apoiar a idéia de “dias” como “sete dias de revelação divina a Moisés”, com argumentos da crítica formal, tentativa bastante problemática em si mesma.

38. Davis, 27 nº 2.
39. Hamilton, 54-55.
40. Ibidem, 55.
41. Ibidem, 55-56.
42. Hamilton, 56 nº 1, refers to C. E. Hummel, “Interpreting Genesis 1”, “Journal of the American Scientific Affiliation 38, (1986): 175-186.
43. Hummel, The Galileo Connection, 214 (itálicos inseridos)
44. Ibidem, 215.
45. Ibidem.
46. Ibidem, 213-216.
47. Ibidem, 214.
48. Ibidem, 213.
49. Ver as traduções recentes do principal estudo de Gunkel: Hermann Gunkel, The Folktale in the Old Testament, trad. Michael D. Rutter (Sheffield: Almond Press, 1987). Excelentes análises e críticas sobre a crítica formal são fornecidas por Patricia G. Kirkpatrick, The Old Testament and Folklore Study (Sheffield: JSOT Press, 1987) e especialmente por Garrett, 35-50.
50. Hermann Gunkel, The Legends of Genesis: The Biblical Saga and History (New York: Schocken Books, 1964), 1.
51. Ibidem, 7.
52. Ver a penetrante discussão de Jerome Hamer, Karl Barth (Westminster, MD: Newman Press, 1962), 119-122.
53. S. H. Hooke, Middle Eastern Mythology (Baltimore, MD: Penguin Books, 1963), 119-121.

54. Gordon J. Wenham, Genesis 1-15, Word Biblical Commentary, vol. 1: Genesis (Waco, TX: Word Books, 1987), 10.

55. Walter Brueggemann, Genesis: A Bible Commentary for Teaching and Preaching (Atlanta, GA: John Knox Press, 1982), 26.
56. Claus Westermann, Genesis 1-11: A Commentary (London: SPCK Press, 1984), 80.
57. John H. Stek, “What Says Scripture?” Portraits of Creation, 236.
58. Gerhard von Rad, Genesis: A Commentary (Philadelphia: Westminster Press, 1972), 65.
59. Atualmente Conrad Hyers, The Meaning of Creation: Genesis and Modern Science (Atlanta: John Knox Press, 1984), 93-114; Susan Niditch, Chaos to Cosmos: Studies in Biblical Patterns of Creation (Chico, CA: Scholars Press, 1985); e muitos outros. Os eruditos encontram uma dificuldade muito maior para definir o que se entende por “mito”. G. B. Caird [The Language and Imagery of the Bible (Philadelphia: Westminster Press, 1980), 219-224] identificou nove diferentes definições de “mito”, e John W. Rogerson [Myth in Old Testament Interpretation (Berlin: W. de Gruyter, 1974), 274-278] destacou doze aspectos do mito. Os capítulos 1 a 11 de Gênesis não são enquadrados no conceito de mito [ver Benedikt Otzen, Hans Gottlieb, e Knud Jeppesen, Myths in the Old Testament (Londres: SCM Press, 1980)].
60. Gibson, 55; Donald D. Evans, The Logic of Self-Involvement (London: SCM Press, 1963), 242-252.
 61. J. A. Thompson, “Genesis 1-3. Science? History? Theology”. Theological Review 3(1966): 25.
62. A abordagem estilo/forma tão amplamente utilizada hoje, especialmente por eruditos da crítica, mas também aplicada por outras razões por alguns evangélicos ao capítulo 1 de Gênesis, formalmente é idêntica ou intimamente associada ao programa de desmitologização de Rudolph Bultmann. Em seu programa, ele desmitologiza o Novo Testamento onde quer que ele se afaste do ponto de vista do homem moderno. Assim, a narrativa da ressurreição é desmitologizada de forma a que a ressurreição jamais tivesse ocorrido no sentido literal. Os evangélicos devem estar alertados para o fato de que não podem desmitologizar Gênesis 1 sem fazer o mesmo, de forma extensiva, com o Novo Testamento.
63. Noel Weeks, “The Hermeneutical Problem of Genesis 1-11”, Themelios 4/1 (1978):14.
64. Ver Norman C. Habel, Literary Criticism of the Old Testament (Philadelphia: Fortress Press, 1971), 69-70.
65. Não vamos tratar da questão da interpretação estrutural de Gênesis 1 pelo método do estruturalismo que procura expor as supostas estruturas profundas do texto. O método subseqüente do desconstrutivismo na lingüística “é uma tentativa de abalar as expectativas do leitor de que um texto comunicará alguma verdade existente independentemente, mostrando que tanto o autor como o leitor são envolvidos pelo sistema de restrições imposto pelo sistema lingüístico e literário ao qual pertencem, e são capazes de comunicar ou receber somente os significados que o sistema torna possíveis”. [John Barton, “Structuralism”, Anchor Bible Dictionary, ed. David N. Freedman NY: Doubleday, 1992), 6:216; cf. Jonathan D. Culler, The Pursuit of Signs: Semiotics, Literature, Deconstruction (Ithaca: Cornell University Press, 1981)]. Da mesma forma que o desconstrucionismo nega a qualquer texto um significado fixo e estável, também na “crítica da resposta-leitor” a idéia do significado fixo de um texto é deixada de lado [Ver J. Severino Croatto, Biblical Hermeneutics: Towards a Theory of Reading as the Production of Meaning (Maryknoll, NY: Orbis Books, 1987); Edgar V. McNight, The Postmodern Use of the Bible: The Emergence of Reader-Oriented Criticism (Nashville, TN: Abingdon Press, 1988)].
66. Um acontecimento registrado em uma fonte histórica deve ter paralelos na experiência moderna) rejeitará todas as reconstruções do êxodo do Egito, ou da ressurreição de Jesus, que careçam de explicação dentro da relação de causa e efeito compreendida pela ciência moderna”.
67. Van A. Harvey, The Historian and the Beliver (New York: Macmillan, 1966), 43-64.

68. Edward H. Carr, What Is History? (Harmondsworth: Penguin Books, 1964), 87-108.

69. Edward Krentz, The Historical-Critical Method (Philadelphia Fortress Press, 1975), 57.

70. R. G. Collingwood, The Idea of History (London: Oxford University Press, 1956), 240.

71. Para uma crítica do princípio da analogia, ver T. Peters, “The Use of Analogy in Historical Method”, Catholic Biblical Quarterly, 35 (1973): 473-482; Wolfhart Pannenberg, Questions in Theology (Philadelp0hia: Westminster Press, 1970), 1:39-53.

72. Ver o estudo clássico de William Henry Green, The Unit of the Book Of Genesis (1895; reprint, Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1979).
73. Walter C. Kaiser, “The Literary Form of Genesis 1-11”, New Perspectives on the Old Testament, ed. J. Barton Payne (Waco, TX: Word Books, 1970), 61.
74. Jacques B. Douklan, The Genesis Creation Story: Its Literary Structure, Andrews University Seminary Doctoral Dissertation Series (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1978), 5:182.
75. Gunkel, Legends, 38.
76. Garrett, 192.
77. Gerhard F. Hasel, “The Polemical Nature of the Genesis Cosmology”, Evangelical Quarterly, 46(1974), 81-102, destacou a existência de numerosas ênfases polêmicas, explícitas e implícitas, em Gênesis 1. Este fato não diminui em nada o propósito do autor bíblico em escrever um relato que tenha intento literário para prover informação factual e histórica.
78. Stek, 241.
79. Hummel, The Galileo Connection, 216: “Gênesis 1 está em franco contraste com as descrições da criação feitas pelos vizinhos pagãos de Israel, cíclicas e recorrentes.
80. Ela não é nem “meta-história”, removida da história real, nem “história-salvação” que nunca ocorreu da forma em que se encontra escrita no Velho Testamento. Cf. Robert Gnuse, Heilsgeschichte as a Model for Biblical Theology (Lanham, MD: University Press of America, 1989).
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