Por Gerhard F. Hasel
Artigo publicado na
I. Introdução
Nas últimas décadas o destaque crescente que tem sido dado ao criacionismo, à “ciência criacionista” (1), à “ciência das origens” (2), e à “ciência teísta” (3), tem criado um clima em que perguntas antigas têm surgido com enfoques específicos e nova sofisticação. Uma delas refere-se ao significado que se dá ao termo “dia” nos primeiros capítulos de Gênesis.
A natureza do relato da criação com os seus seis “dias” (Gênesis 1:5-31) seguidos do “sétimo dia” (Gênesis 2:2-3) é de interesse especial, porque costumeiramente esse período é entendido como significando o curto lapso de uma semana literal. Com base na moderna teoria da evolução natural, tem sido questionado esse curto intervalo de tempo apresentado no relato bíblico da criação. Há um contraste entre o curto período de tempo do relato da criação e as longas eras exigidas pela evolução natural.
Este artigo tentará desincumbir-se de várias tarefas interrelacionadas:
1. Prover algumas observações metodológicas, com um breve histórico da interpretação bíblica pertinente;
2. Citar opiniões representativas recentemente publicadas sugerindo que os “dias” da criação constituem longos períodos de tempo, ou épocas, e não dias literais de vinte e quatro horas;
3. Apresentar os dados encontrados em Gênesis 1 no seu relacionamento com outros dados do Velho Testamento; e
4. Aplicar na análise dos dados de Gênesis 1 a metodologia usual das pesquisas lingüísticas e semânticas, levando em conta o mais apurado conhecimento atual.
II. Observações Metodológicas e a História da Interpretação
O conhecimento de certos aspectos da história da interpretação dos “dias” da criação de Gênesis 1 pode ser de utilidade dentro da perspectiva da metodologia usada para a interpretação. A informação histórica ajuda o intérprete moderno a reconhecer que não é correto sugerir que somente após a publicação de “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, em 1859, é que os “dias” da criação tivessem passado a ser considerados como períodos de tempo não literais. Houve razões extra-bíblicas anteriores que levaram alguns intérpretes a se afastar do significado literal dos “dias” da criação.
1. Algumas interpretações medievais dos “dias” da criação
Orígenes de Alexandria, um dos Pais da Igreja (* c. 185 A.D., + c. 254 A.D.), defensor e praticante do método alegórico de interpretação (4), é considerado como o primeiro a entender os “dias” da criação no sentido alegórico, e não literal (5).
Agostinho (* 354 A.D., + 430 A.D.), o mais famoso dos Pais da Igreja latinos, acompanhou a Orígenes na argumentação de que os “dias” devem ser entendidos como alegóricos, e não literais (6). Entende-se que Agostinho ensinava que Deus criou o mundo num só instante imediato.
Convêm aqui algumas considerações metodológicas. Nem Agostinho nem Orígenes tinham em mente qualquer conceito evolucionista. Eles consideravam os “dias” da criação como não literais com base em algo distinto – era obrigação filosófica atribuir a Deus atividade criadora sem qualquer relação com o tempo humano. Como os “dias” da criação se relacionam com Deus, argumentava-se que esses “dias” tinham de ser representativos de noções filosóficas associadas a Deus, tomadas nas suas respectivas perspectivas.
Na filosofia grega Deus é intemporal. Como os “dias” da criação incorporam-se à atividade divina, supunha-se que eles também deviam ser entendidos num sentido não temporal. O pensamento de Orígenes e de Agostinho havia sido influenciado pela filosofia grega, e não por especulações científicas que pudessem levar a uma reinterpretação dos “dias” da criação.
Esta abordagem tem em comum com as tentativas modernas que também tomam os “dias” da criação como significando algo distinto do que a sua acepção literal indica, o fato de que ambas baseiam-se em influências externas ao próprio texto bíblico. Os teólogos medievais que tomaram os “dias” da criação como não literais basearam-se em modos de pensar da filosofia pagã, extra-bíblicos.
Existe hoje também outra influência extra-bíblica que induz os intérpretes a alterar o que parece ser o claro significado dos “dias” da criação. É uma hipótese científica baseada num ponto de vista naturalístico, a moderna teoria da evolução, que tem impulsionado essa alteração.
O pensamento dos teólogos católicos medievais foi influenciado pelo método alegórico alexandrino de interpretação. Nos tempos medievais (7) foi adotado, e ainda encontra apoio no catolicismo romano atual, o sentido quádruplo das Escrituras (8). Os três sentidos não literais dessa interpretação quádrupla das Escrituras (a saber, alegoria, anagogia, tropologia) destacaram-se e mantiveram importância fundamental por mais de um milênio na Cristandade, provendo a base hermenêutica para a reinterpretação do sentido literal dos “dias” da criação.
2. O entendimento dos “dias” da criação pela Reforma
Os Reformadores do décimo-sexto século concordaram em que o sentido quádruplo da interpretação das Escrituras comprometia o significado literal da Bíblia, tornando nula e vazia a sua autoridade quanto à fé e à vida. Insistiram os Reformadores que o único e verdadeiro sentido das Escrituras é o literal, o significado claro e direto do texto.
Uma das principais conquistas da Reforma Protestante foi o retorno às Escrituras. Isto significou que as Escrituras não necessitam de uma chave externa para a sua interpretação – seja ela o Papa, os concílios da igreja, a filosofia, ou qualquer outra autoridade humana. A clareza e a lucidez tornaram-se norma; a leitura a partir do seu próprio contexto tornou-se fundamental. Conceitos externos não lhe deviam ser sobrepostos, como se tornara prática no catolicismo medieval. A Bíblia tinha de ser lida no seu sentido literal e gramatical (9).
Martinho Lutero, consistentemente, defendeu a interpretação literal do relato da criação: “Afirmamos que Moisés falou no sentido literal, e não alegórica ou figurativamente, isto é, que o mundo, com todas as suas criaturas, foi criado em seis dias, como se lê no texto” (10). Também os outros Reformadores entendiam os “dias” da criação da mesma forma.
A interpretação literal e gramatical, conhecida na história da Hermenêutica como o método histórico-gramatical, foi a norma da interpretação bíblica mais ou menos até o século dezenove (11).
3. Mudanças sob a influência do Modernismo
À medida em que o conceito de longos períodos de tempo se infiltrava na explicação das origens da Terra, a partir das publicações de James Hutton (* 1726, + 1797) e Charles Lyell (* 1797, + 1875), alguns intérpretes cristãos, seguindo uma linha de conciliação, começaram a reinterpretar os “dias” da criação de forma não literal. O impulso nessa direção não se encontrava na própria Bíblia, mas numa nova visão de mundo que estava a desenvolver-se com base no conceito uniformista, e na resultante concepção das origens demandando longos intervalos de tempo.
O entendimento dos “dias” da criação como sendo “dias de restauração” (12), “dias de revelação” (13), além de considerar um “dia” como uma “época” (teoria do “dia-época”) ou como uma “época/era” (14) remonta a esse tempo, da mesma forma que as mudanças de cronologia exigidas pela nova Geologia. A abordagem de uma reinterpretação não literal dos “dias” foi típica dos que seguiam uma linha de conciliação, chamados de “concordistas”, que passaram a aceitar longos intervalos de tempo para a origem da Terra (15). Tendo em vista essas alterações, é inevitável concluir que as influências externas exercidas por uma nova compreensão das idades geológicas tornaram-se o catalisador para a reinterpretação dos “dias” da criação.
4. Alterações recentes na interpretação dos “Concordistas”
Na última década os “concordistas”, ou conciliadores liberais, têm tentado interpretar cada vez mais os “dias” da criação relatada em Gênesis de maneiras não literais, para fazer concordar as longas eras explicitadas pela teoria evolucionista com as implicações cronológicas do relato bíblico da criação.
É um fato reconhecido que a longa e controvertida história da relação entre ciência e religião ocasionou seu impacto no atual entendimento da Bíblia (16). Provavelmente o exemplo mais célebre disso tenha sido a mudança do ponto de vista geocêntrico para o heliocêntrico (17).
O sistema ptolomaico, não cristão, havia sido adotado pelos teólogos medievais tanto como sendo o ponto de vista cristão correto, quanto sendo bíblico, para a compreensão de nosso planeta. A Terra era concebida como o centro do sistema solar, e freqüentemente também do universo. Estabeleceu-se um enorme dilema quando o sistema heliocêntrico de Copérnico tornou-se proeminente e aparentemente irrefutável.
De um ponto de vista metodológico, o modelo interpretativo que os cientistas operam para a interpretação dos dados observados na natureza predeterminará em grande grau os resultados a serem obtidos, o mesmo acontecendo com o significado dos dados provenientes de fontes não naturais, dentre as quais se insere a Bíblia. É reconhecido, de maneira geral que as “teorias científicas afetam, sem dúvida, a interpretação bíblica pelo menos à medida em que elas abrem a oportunidade para a reavaliação da interpretação de algumas passagens (Gênesis 1-2; 6-8)” (18). A questão decisiva que surge então é se essa reavaliação vai configurar ou não uma imposição ao texto bíblico a ser feita pelos “concordistas” ou outros – imposição de um significado alheio ao que se encontra nas Escrituras dentro de seu próprio contexto.
Pelo menos duas principais opções parecem apresentar-se então:
1. A reavaliação com base nas conclusões “científicas” poderia levar a uma interpretação dos textos bíblicos que seja permissível dentro da estrutura conceitual do contexto e da intenção da totalidade das Escrituras. Nesse caso a reavaliação não colide com as normas internas de coesão e unidade das Escrituras.
2. A reavaliação de um texto bíblico poderia também levar a uma conclusão referente ao significado específico desse texto em discordância com aquilo que certa hipótese científica aceita atualmente. Para aqueles que aceitam a autoridade bíblica plena isso deveria levar ao reexame da conclusão resultante da interpretação dos dados provenientes da natureza obtidos pelos cientistas. Neste caso, isso por sua vez poderá atingir a própria teoria científica, ou até mesmo a ciência em seu todo, “pelo menos levando-nos a reavaliar se todas as conclusões tiradas de uma teoria científica são fidedignas, ou em alguns casos indagar se toda a teoria está sob suspeição” (19).
5. A autoridade inerente das Escrituras
Alguns têm aceito a ideia de que uma teoria científica, pela sua própria natureza, e pela abrangência de sua aceitação, tem prioridade com relação às Escrituras (20). Está muito além dos limites deste artigo desvendar a complexidade dessa questão. Bastará dizer que, se as Escrituras são entendidas como resultado da revelação divina, e escritas de maneira inspirada, elas deveriam ter uma dimensão de autoridade não encontrada no livro da natureza. Com base nessa dimensão de autoridade superior, as Escrituras podem auxiliar na interpretação do livro da natureza, provendo um modelo de interpretação mais abrangente do que poderia ser esperado de um modelo puramente naturalístico.
Se as Escrituras devem manter sua integridade própria, dificilmente poderão ser interpretadas de forma a se acomodarem, a todo o momento, a alterações que derivem da ciência, da sociologia, da história, etc. As Escrituras, baseadas em sua própria natureza e autoridade, incorporam sua própria integridade quanto ao seu sentido e seus reclamos de verdade inerente. Isto se torna cada vez mais claro a partir de um estudo cuidadoso da Bíblia com sólidos métodos de interpretação que se harmonizam e se fundamentam no testemunho das próprias Escrituras. Isto implica que a autoridade das Escrituras reside nelas mesmas, e baseia-se na revelação e na inspiração.
A auto-suficiência das Escrituras, de que falamos, não significa que qualquer questão levantada a partir de outras áreas de investigação, tais como a ciência, a história, a sociologia, etc. não possa ser discutida com referência às Escrituras. Existe, entretanto, uma enorme diferença entre perscrutar novas questões referentes às Escrituras e impor novos significados ao texto bíblico.
III. INTERPRETAÇÕES FIGURATIVAS DOS “DIAS” DA CRIAÇÃO
1. Argumentos representativos a favor de longas épocas
O propósito claramente expresso das tentativas atuais de interpretar os “dias” de Gênesis 1 em termos outros que não literais freqüentemente é exposto também de forma bastante clara. Algumas citações de respeitados estudiosos falarão por si mesmas.
O erudito britânico John C. L. Gibson argumenta que Gênesis 1 deve ser tomado como uma “metáfora” (21), “história”, ou “parábola” (22), e não como um registro direto dos acontecimentos da criação. Escreveu ele em seu comentário sobre Gênesis, de 1981:
“… Se entendermos “dia” como equivalente a “época” ou “era”, poderemos pôr a seqüência da criação, apresentada no capítulo 1, em conexão com os relatos da moderna teoria da evolução, e assim caminhar um pouco no sentido da recuperação da reputação da Bíblia em nossa era científica … Tanto quanto este argumento inicie uma tentativa de ultrapassar o sentido literal, atribuindo à semana da criação o sentido de uma parábola, com uma duração muito mais extensa, isso será digno de elogios.” (23)
Em 1983 o comentarista alemão Hansjörg Bräumer afirmou:
“O “dia” da criação que é descrito como contendo “manhã e tarde” (sic) não é uma unidade de tempo que possa ser determinada com um relógio. É um dia divino no qual mil anos são como o dia de ontem (Salmo 90:4, margem). O dia primeiro da criação é um dia divino. Não pode ser um dia terrestre, pois ainda está faltando a medida do tempo, o Sol. Não ocasionará nenhum dano ao relato da criação, portanto, entendê-la dentro do ritmo de milhões de anos” (24).
D. Stuart Briscoe, criacionista “progressista” americano, aborda o assunto em seu comentário sobre Gênesis, da mesma forma:
“O naturalista fala convincentemente em termos de milhões de anos e eras evolutivas, enquanto o crente na Bíblia olha para os seis dias e fica perplexo, sem saber o que fazer … Não é absolutamente irrazoável crer que “dia” (em Hebraico yôm), que pode ser traduzido literalmente como “período”, refira-se não a dias literais, mas a eras e épocas em que a obra criadora de Deus estava sendo realizada.” (25)
Explicações desse tipo podem ser multiplicadas e provêem de estudiosos que militam no campo dos “concordistas”. Mais precisamente, pertencem eles ao ramo dos “concordistas abrangentes”, que em tempos recentes associaram-se ao criacionismo “progressista” (26).
2. Análise e avaliação de Salmo 90:4 e de II Pedro 3:8
Comecemos considerando Salmo 90:4. Esta passagem tem sido invocada com freqüência para indicar que os “dias” da criação não são literais, mas representam períodos, épocas, ou idades na cronologia.
Reza o texto: “Pois mil anos, aos Teus olhos, são como o dia de ontem que se foi, e como a vigília da noite” (27). De interesse imediato é a comparação do longo período de tempo de mil anos com tão somente o dia de ontem e a vigília da noite. Esta passagem das Escrituras contém uma partícula comparativa no original hebraico, para fazer a comparação entre os mil anos e “ontem”, e a “vigília”. A partícula comparativa, em Português, foi traduzida por “como”.
Do ponto de vista da sintaxe hebraica essa partícula comparativa refere-se não somente à expressão “dia de ontem”, mas também à expressão “vigília da noite”. Ela aplica-se a ambas as frases. Isto demonstra que a comparação não é entre um “dia” ser igual a mil anos. Mil anos com Deus são como ontem, isto é, o dia que passou, ou como a “vigília da noite”, que é um período de tempo menor mesmo do que “ontem”. O ponto fundamental é que Deus computa o tempo de maneira distinta dos seres humanos.
Gênesis 1 não está interessado em mostrar como Deus calcula o tempo. O contexto da criação em Gênesis fala de “dias” no sentido do tempo da criação durante o qual Deus criou este mundo, e pelo qual estabeleceu Ele o ritmo do ciclo semanal de contagem do tempo.
Além do mais, em Gênesis 1 falta qualquer partícula comparativa semelhante a “como”, em conexão com o uso do termo “dia”. A falta de uma expressão hebraica comparativa, em Gênesis 1, seja relativa ao termo “dia”, seja relativa à expressão “tarde e manhã”, indica que não se pretende comparação alguma. Comparação não é o problema de Gênesis 1. O problema é a extensão de tempo que Deus usa para criar o mundo, e se esse período de tempo é ou não idêntico à semana de sete dias que estabeleceu o ritmo para o tempo histórico.
A partir de pontos de vista contextuais, bem como de semântica e de sintaxe gramatical, a aplicação de Salmo 90:4 a Gênesis 1 não tem cabimento. Critérios adequados de comparação, tanto linguísticos como fraseológicos, inexistem no caso. As pessoas que ligam entre si os dois textos não apresentam sensibilidade a quaisquer critérios contextuais linguísticos e fraseológicos. Fica a impressão de que as pessoas que comparam os “dias” de Gênesis 1 com o “ontem” e a “vigília”, ou os mil anos da escala de tempo divina, estão “comparando laranjas com bananas”.
Outro tipo de objeção tem sido levantado ao se considerarem os “dias” da criação como longos períodos de tempo: se tivéssemos de entender “o sexto dia como a sexta época da criação, isso abriria a porta à existência de algum tipo pre-adâmico de homo (sic) sapiens” (28). Em outras palavras, a substituição de “dia” literal por longas eras colide com a visão de Adão e Eva como os primeiros seres humanos que Deus criou sobre a Terra.
Uma terceira dificuldade relaciona-se com o fato de que o Salmo 90 não é um Salmo que versa sobre a criação. Contextualmente, o Salmo 90 não aborda o tópico referente a como Deus encara os “dias” da criação, mas sim como os seres humanos devem encarar o tempo quando posto em comparação com a eternidade de Deus. Em Português há uma palavra para essa comparação, “ontem”. E “ontem” no Salmo 90:4 está em paralelismo com a expressão “vigília da noite”, isto é, um intervalo de tempo bastante mais curto. Isso significa que os mil anos não estão sendo comparados simplesmente com um dia, mas com um intervalo de tempo mais curto.
Em resumo, Salmo 90:4 não define o significado do que é designado como “dia” em Gênesis 1. Em face dos problemas citados, e de outras dificuldades existentes (29), não se deve surpreender com o fato de que muitos que normalmente aceitam a “teoria do dia/época” como solução para a contraposição entre ciência e religião, evitam de fazer referência a Salmo 90:4. Esse texto, quando lido em seus devidos termos, nada tem a ver com a extensão dos “dias” da criação.
Segunda Epístola de S. Pedro 3:8
Os “concordistas abrangentes” também têm usado a segunda epístola de S. Pedro, capítulo 3, versículo 8 (“para com o Senhor, um dia é como mil anos …”) para apoiar a teoria do dia/época. Isso tem sido considerado por alguns como uma espécie de equivalência matemática “bíblica”, igualando literalmente um dia a mil anos. Outros têm considerado os mil anos como significando um longo período, uma época, ou algo semelhante. Neste caso, argumenta-se que “um dia é igual a um longo período de tempo”, ou “um dia é igual a uma época”.
Convém assinalar que os que invocam este texto desta forma deparam-se com vários problemas importantes:
1) II S. Pedro 3:8 não apresenta nenhum contexto criacionista;
2) II S. Pedro 3:8 incorpora uma partícula comparativa que não consta no texto de Gênesis 1;
3) II S. Pedro 3:8 passa a ser interpretado não literalmente quando os mil anos são supostos como significando uma “época” ou algo semelhante;
4) II S. Pedro 3:8 revela que Deus não está limitado ao fator tempo, nem sujeito a ele no cumprimento de suas promessas.
A intenção dessa passagem é bem posta por Lloyd R. Bailey, ele mesmo um “concordista abrangente”:
“O texto de II S. Pedro 3:8 tem sido mal interpretado por aqueles que querem utilizá-lo para amparar o sentido da palavra “dia” em Gênesis 1. … Entretanto, o propósito daquele texto é destacar que “O Senhor não retarda a sua promessa … mas é longânimo … não querendo que ninguém pereça …” (versículo 9; cf. versículo 4). Isto é, Deus não está sujeito ao tempo no sentido em que os seres humanos estão (“… como alguns a julgam demorada”, versículo 9). A intenção, portanto, é de asseverar a fidelidade de Deus a suas promessas, e não de definir o significado da palavra “dia” como ela é usada em Gênesis 1.” (30)
Melhor seria deixarmos que II S. Pedro 3:8 cumpra o seu propósito original, e não dar-lhe uma interpretação sem qualquer conotação tópica, contextual e linguística.
3. “Dias de Revelação”?
A teoria de que os “dias” da criação são de fato “dias de revelação” é hoje defendida somente por alguns poucos estudiosos do assunto.
Essa teoria foi proposta no décimo-nono século pelo geólogo escocês Hugh Miller (31). Hoje em dia foi ela reavivada por P. J. Wiseman, em sua publicação “Creation Revealed in Six Days”, reeditada em 1977 (32).
De acordo com essa interpretação, Deus não criou o mundo em seis dias, mas sim “revelou” e explicou ao homem em seis dias literais aquilo que Ele já teria feito no decorrer de numerosos intervalos de tempo. A frase recorrente “e disse Deus” é considerada como apoiando a teoria de que os “dias” da criação constituem realmente “dias de revelação”. Esta teoria não exige uma idade recente para a origem do mundo, nem a criação em seis dias literais de 24 horas.
Tem sido observado de maneira incisiva que a concepção dos “dias da teoria da revelação” resulta em grande parte de uma “compreensão errada da palavra fez em Êxodo 20:11” (33), para a qual Wiseman defende o significado de “mostrou” (34).
“Mostrou” não é um significado válido para o termo hebraico ‘asah. Nenhum dicionário da língua hebraica apoia esse significado para esta palavra. O termo hebraico ‘asah, usado mais de 2.600 vezes no Velho Testamento, significa “fazer, manufaturar, produzir”, etc., (35) e em nem uma só vez seu significado pode ser associado a “mostrar”, tanto no Velho Testamento quanto no Hebraico extra-bíblico (36). Este significado, “mostrar”, foi inventado exclusivamente em função da teoria em questão. Em vista desse fato, não é surpresa que os “dias da teoria da revelação” não tenham tido maior repercussão (37).
Em resumo, os “concordistas abrangentes” atuais parecem interpretar Gênesis 1 de alguma forma “figurativa, simbólica, ou em senso lato, como por exemplo com a ideia de que os “dias” de Gênesis 1 podem ser interpretados como longos períodos de tempo” (38). Seu propósito é tentar uma acomodação com as alegações da teoria da evolução quanto aos longos períodos de tempo. Com base nessa hipótese para a cronologia, as Escrituras são reinterpretadas na busca de uma harmonização entre o seu relato da criação e o quadro evolutivo naturalista. Os que procuram ajustar as Escrituras, nessa linha, são conhecidos como “concordistas abrangentes”.
Contrastando com essa posição estão os “concordistas estritos”, estudiosos de igual erudição e capacidade, que também procuram harmonizar a ciência com a religião, mas sem pretender atribuir ao texto bíblico uma “leitura vaga”. Concordam eles que o significado de um texto deva basear-se em critérios de linguagem internos, bem como no emprego de padrões linguísticos comumente aceitos. Concordam também que o contexto das Escrituras é primordial e que as normas linguísticas precisam seguir sólidas convenções sintático-gramaticais. Assim, os “concordistas estritos” estão perfeitamente cônscios das tensões existentes, mas resistem contra forçar um significado para o texto bíblico sem o apoio de sólida análise linguística.
Continuaremos
Notas
1. A designação “ciência criacionista” foi definida por lei no Estado de Louisiana (Lei do Senado nº 86, 1981) da seguinte maneira: ““Ciência criacionista” significa o conjunto de evidências a favor da criação, e as inferências delas resultantes”. Um palavreado semelhante havia sido usado pouco antes no Estado de Arkansas (Lei 590 de 19 de março de 1981). Para detalhes, ver Norman L. Geisler, The Creator in the Courtroom (Milford, MI: Mott Media, 1982), 5, 224. Phillip E. Johnson [Darwin on Trial, 2ª edição (Doeners Grove, IL: Inter Varsity Press, 1993), 4 nº 1] afirma que “ciência criacionista” refere-se à criação especial de uma terra recente, em seis dias”.
2. Esta designação é preferível, e defendida por Norman L. Geisler e J. Kerby Anderson, Origin Science: A Proposal for the Creation-Evolution Controversy (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1987).
3. O significativo volume de ensaios editados por J. P. Moreland [The Creation Hypothesis: Scientific Evidence for an Intelligent Designer (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1994)] utiliza a designação “ciência teísta” em oposição a “ciência naturalista”, a acepção comum da ciência que exclui a hipótese da existência de Deus desde o início. A “ciência teísta” constitui um “programa de pesquisa … que, entre outras coisas, baseia-se em duas proposições:
a. Deus, concebido como um agente pessoal transcendente, de grande poder e inteligência, criou e projetou o mundo, através de causação primária, direta, e causação indireta, secundária, tendo um propósito, e interveio no curso de seu desenvolvimento em várias ocasiões…
b. O compromisso expresso na proposição anterior pode ser introduzido de maneira adequada na própria tessitura da prática científica, e na utilização da metodologia científica” (pp.41-42). Esta definição foi elaborada no restante do ensaio inicial de J. P. Moreland no volume citado (“Theistic Science and Metodological Naturalism”, 41-66).
4. Frederic W. Farrar, History of Interpretation (1866; reedição, Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1961), 187-203.
5. A secção final da obra de Orígenes “Sobre os Primeiros Princípios”, Livro Quarto [excerto citado in Karlfried Froehlich, trad./ed., Biblical Interpretation in the Early Church (Philadelphia: Fortress Press, 1984), 63] observou que os dias da criação não podem ser compreendidos como literais, pois é “muita tolice crer que, como um agricultor humano, Deus plantou um jardim ao ocidente do Éden, e nele criou uma árvore da vida, real e visível…” Ver também Terence E. Fretheim, “Were the Days of Creation Twenty-Four Hours Long?” in The Genesis Debate: Persistent Questions About Creation and the Flood, ed. Ronald R. Youngblood (Nashville, TN: Thomas Nelson, 1986), 12-35.
6. Agostinho, A Cidade de Deus, XI, iv, vi-vii.
7. O sentido quádruplo das Escrituras consiste do seguinte: 1) sentido literal; 2) sentido alegórico (espiritual-místico); 3) sentido anagógico (futuro), e 4) sentido tropológico (moral). Ver Farrar, 205.
8. O New Catechism of the Catholic Church, publicado em Inglês em 1994, afirma: “De acordo com uma tradição antiga, pode-se distinguir entre dois sentidos das Escrituras: o literal e o espiritual, o último sendo subdividido nos sentidos alegórico, moral (tropológico), e anagógico. A concordância profunda dos quatro sentidos garante toda a sua riqueza para a leitura viva das Escrituras na Igreja”. Em seguida, na mesma página, é afirmado que: “É tarefa dos exegetas operar, de acordo com estas regras, melhor entendimento e explicação do significado das Escrituras Sagradas…” [Catechism of the Catholic Church (Cidade do Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1994), 33].
9. Ver: a) Robert M. Grant, A Short History of the Interpretation of the Bible (New York: Macmillan, 1963), 128-129; b) Emil G. Kraeling, The Old Testament since the Reformation (New York: Schocken Books, 1969), 9-32; c) John Rogerson, Christopher Rowland, e Barnabas Lindars, The Study and Use of the Bible, vol. 2 de The History of Christian Theology (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1988), 77-95.
10. Martinho Lutero (em Inglês), Lectures on Genesis: Chapters 1-5, Luther’s Works (St. Louis, MO: Concordia Publishing House, 1958), 1:5.
Lutero, ao comentar a frase “tarde e manhã” afirma que o dia da criação “consiste de 24 horas” (1:42).
11. O desenvolvimento do método histórico-crítico a partir do século dezessete até atingir a sua plena maturidade no fim do século dezenove, não alterou de forma decisiva a interpretação dos “dias” da criação. A razão para isso foi que o texto bíblico passou a ser visto como um artefato do passado sem qualquer relação direta com o sistema de crenças do presente.
12. O teólogo escocês Thomas Chalmers (1780-1847) é tido como o primeiro proponente do ponto de vista de que os seis “dias” da criação são na realidade “dias de reconstrução”, dando origem à “hipótese da ruína-reconstrução” [ver W. Hanna, ed., Select Works of Thomas Chalmers (Edinburgh: T. Constable and Co., 1855), 5:146-150]. Esta hipótese encontrou fortes defensores tais como George H. Pember [Earth’s Earliest Ages, 2ª ed. (Londres: Hodder and Stoughton, 1907)] e mais recentemente A. C. Custance, Without Form and Void (Brookville, Ont: Pelo Autor, 1970). A crítica mais detalhada e erudita da “hipótese da ruína-reconstrução” foi produzida por Weston W. Fields, Unformed and Unfilled: The Gap Theory (Phillipsburg, NJ: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1978). Ver também Henri Blocher, In the Beginning: The Opening Chapters of Genesis (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1984), 41-43.
13. Embora não tenha sido o primeiro a alegar que os dias da criação são realmente seis dias de revelação, o geólogo escocês Hugh Miller (1802-1856) foi o mais proeminente autor do século dezenove a proclamar essa idéia [Francis Haber, The Age of the World: Moses to Darwin (Baltimore, MD: The Johns Hopkins University Press, 1959), 236-237]. No século vinte esse ponto de vista foi proposto por P. J. Wiseman, pai do famoso assiriologista Donald Wiseman. Mais além será apresentado mais a esse respeito.
14. A teoria do “dia-época” originou-se no século dezoito e atingiu preeminência no século dezenove com os escritos dos geólogos James D. Dana e J. W. Dawson.
Ver Bernard Ramm, The Christian View of Science and Scripture, 2ª ed. (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1971), 211; e Haber, 122-123, 199-200, 255.
15. Para uma revisão crítica dessas idéias, ver Thomas A. McIver, “Creationism: Intellectual Origins, Cultural Context and Theoretical Diversity” (dissertaçao de doutorado, Universidade da Califórnia, Los Angeles, 1989), 450-495.
16. Dentre os muitos estudos que se dedicaram a esse assunto, ver Charles Coulston Gillispie, Genesis and Geology: A Study in the Relations of Scientific Thought, Natural Theology and Social Opinion in Great Britain, 1790-1850 (New York: Harper Torchbooks, 1959); R. Hooykaas, Religion and the Rise of Modern Science (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1972).
17. Algumas publicações recentes ilustrativas desta mudança incluem Richard J. Blackwell, Galileo, Bellarmine, and the Bible (Notre Dame, IN: University of Notre Dame Press, 1991); Charles E. Hummel, The Galileo Connection: Resolving Conflicts between Science and the Bible (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1986); William John Hausmann, Science and the Bible in Lutheran Theology (Washington, DC: University Press of America, 1978).
18. Vern S. Poythress, Science and Hermeneutics: Implications of Scientific Method for Biblical Interpretation (Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House, 1988), 24.
19. Ibidem.
20. Na análise final, a conclusão última a respeito da norma final quanto aos pontos de vista científicos e a fé religiosa provavelmente é tirada com base na convicção, ou pressuposição, da postura do intérprete com relação aos níveis de autoridade da ciência e da fé. Devemos também argumentar que a ciência está constantemente em transformação, e que ela não faz nenhuma alegação absoluta.
21. John C. L. Gibson, Genesis, The Daily Study Bible, vol. 1 (Edinburgh: The Saint Andrews Press, 1981), 56.
22. Ibidem, 55.
23. Ibidem.
24. Hansjörg Bräumer, Das erst Buch Mose. Wuppertaler Studienbibel, Kapitel 1-11 (Wuppertal: R. Brockhaus Verlag, 1983), 44.
25. D. Stuart Briscoe, Genesis, The Communicator’s Commentary (Waco, TX: Word Books, 1987), 37.
26. Observe a discussão bastante útil a respeito dos vários grupos e definições de concordismo feita por John T. Baldwin, em “Inspiration, the Natural Sciences, and a Window of Opportunity”, Journal of the Adventist Theological Society 5/1 (1994), 131-154, esp. 139-43; por Davis A. Young, em “The Discovery of Terrestrial History”, Portraits of Creation: Biblical and Scientific Perspectives on the World’s Formation, eds. Howard J. Van Till, Robert E. Snow, John H. Stek, e Davis A. Young (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1990), 27 nº 2; por Clark Pinnock, em “Climbing out of a Swamp: The Evangelical Struggle to Understand the Creation Texts”, Interpretation 43/2 (1989): 143-155.
27. Por exemplo, Derek Kidner, Genesis: An Introduction and a Commentary, Tyndale Old Testament Commentaries (Chicago: InterVarsity Press, 1967), 56.
28. Victor P. Hamilton, The Book of Genesis: Chapters 1-17, The New International Commmentary of the Old Testament (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1990), 54.
29. Para a crítica de outros aspectos da “teoria do dia/época”, ver Lloyd R. Bayley, Genesis, Creation, and Creationism (New York/Malwah, NJ: Paulist Press, 1993), 125-128.
30. Ibidem, 126.
31. Ver referência nº 13 acima; cf. Carl F. H. Henry, God Who Stands and Stays, vol. 6 of God, Revelation and Authority (Waco, TX: Word Books, 1983), 2:112.
32. Reimpresso em P. J. Wiseman, Clues to Creation in Genesis, ed. DOnald J. Wiseman (London: Marshall, Morgan & Scott, 1977), 109-207.
33. Kidner, 54.
34. Wiseman, 132-133.
35. William L. Holladay, Jr., A Concise Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1971), 284-285; Francis Brown, S. R. Driver, and Charles A. Briggs, A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament (Oxford: Clarendon Press, 1974), 793-795; etc. Ver também Helmer Ringgren, “‘asah,” in Theologisches Wörterbuch des alten Testaments, eds. G. Johannes Botterweck and Helmer Ringgren (Stuttgart: W. Kohlhammer, 1987), 6:413-432.
36. Marcus Jastrow, Dictionary of the Targumim, the Talmud Babli and Yerushalmi, and the Midrashic Literature (New York: Pardes Publishing House, 1943), 2:1124-1125).
37. Uma exceção recente é Duane Garrett, Rethinking Genesis: the Sources and Authorship of the First Book of the Pentateuch (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1991), 192-194, que reconhece que a apresentação de Wiseman “foi, entretanto, algo confusa, e não convenceu a muitos” (193 nº 12).
Garrett parece apoiar a idéia de “dias” como “sete dias de revelação divina a Moisés”, com argumentos da crítica formal, tentativa bastante problemática em si mesma.
38. Davis, 27 nº2
Gostei muito deste texto e achei oportuno compartilhar com vocês.
Eu sou adepto da teoria da lacuca,creio que ouve uma terra original e perfeita em todos os aspectos, mas por causa da queda de satanás{Ez28}ela se tornou sem forma e vazia{Gn1:2}sendo depois reconstruída num período de sete dias que podem ter durado milhões de anos e essa verdade não choca com a ciência autêntica!!!Ficam na paz!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Olá Anônimo, paz.
“E.F.KEVAN (M.Th., Reitor do London Bible College) faz um comentário interessante. Ele diz: “A narração do Gênesis não foi, portanto, redigida em moldes científicos, talvez para melhor mostrar a sua inspiração divina. […] Trata-se, sim, duma narração dos acontecimentos que não seriam compreendidos, se fossem descritos com a precisão formal da ciência.[…] É espiritual e religioso o objetivo as narração do cap. 1 do Gênesis.”
Vc disse: “Eu sou adepto da teoria da lacuna,creio que ouve uma terra original e perfeita em todos os aspectos, mas por causa da queda de satanás{Ez28}ela se tornou sem forma e vazia{Gn1:2}sendo depois reconstruída num período de sete dias que podem ter durado milhões de anos e essa verdade não choca com a ciência autêntica!!”
O que seria essa “ciência autêntica”? Pelo que compreendo a chamada “teoria da lacuna” não assenta em bases firmes e é desmentida pela própria Geologia. Como ciência onde ficaria situada a Geologia?
Os capítulos 1 e 2 de Gênesis não se referem a atos distintos da criação. Não são dois momentos na medida do tempo. Chega a ser contraditória essa teoria uma vez que põe o amor de Deus na condicionalidade. Se não, por que Ele amaria mais a segunda criação do que a primeira? Como fica o amor salvifico e intercessório de Cristo diante desta teoria? Cristo teria que morrer tantas vezes fosse recriada a terra?
Harold Coffin, diz: “Qualquer ponto de vista que aceite centenas de milhares ou milhões de anos para a existência da vida sobre a Terra levaria com toda a probabilidade, finalmente, ao conceito de que um dia significa uma era, ou seja, um longo período de tempo. Não deixa de ser simples conjectura defender a integridade da semana da criação em face dos eons de tempo, mediante a afirmação de que a semana da criação teve a ver somente com o jardim do Éden, ou que a vida existia antes da semana da criação, mas que foi destruída antes desse evento. É perigoso construir teorias sobre o que pensamos ler nas entrelinhas dos versículos bíblicos. Os que defendem longas eras para a vida sobre a Terra devem explicar a seqüência dos fósseis na crosta terrestre – animais marinhos nos níveis mais baixos, plantas de terras baixas e répteis em seguida, e mamíferos, aves, e o ser humano em último lugar – ou como uma sucessão evolutiva, ou como uma série de atos criativos sucessivos de Deus, separados entre si por muito tempo. Os que aceitam a última possibilidade freqüentemente a equacionam logicamente com a seqüência da criação relatada no primeiro capítulo de Gênesis. Mas isso os traz de volta à idéia de que a narração bíblica refere-se aos dias da criação como prolongados períodos de tempo indefinidos. Parece ser praticamente impossível crer simultaneamente em grandes eras desde o início da semana da criação e nos dias literais da criação.”
Respeito demais seu ponto de vista, mas não encontro uma coerência lógica entre a “Teoria da Lacuna” e o princípio que encerra a mensagem do sábado como memorial da criação tendo como base uma semana literal. Gênesis apresenta duas declarações: (1) "No princípio criou Deus os céus e a terra" e (2) "Acabou Deus em nos sétimo dia a obra que fez". Isto é largamente anunciado pela Bíblia. Isto é harmonia da mensagem anunciada.
Outro ponto a destacar: Deus não está preso à linha do tempo. Ele mesmo definiu de Si mesmo que Ele é o princípio e o fim. Não devemos esquecer a essência do que está implícito nessas palavras da Bíblia: "No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Este versículo é o fundamento de todo pensar correto quanto ao mundo material. Aqui ressalta a impressionante verdade de que, "ao formar o mundo, Deus não se valeu de uma matéria que Lhe preexistam"
abraço
A criação pré-adamica era de anjos,e anjos quando pecam para eles não a remissão,pois pecaram em glória,Hb 2:16!Alguém pode até não aceitar a teoria da lacuna,mas sem ela como explicar Ezequiel 28:11-15?e Isaias 45:18?Se analizarmos os chamados"dias da criação",vamos perceber que ouve na verdade momentos de recontruçao de uma terra que se tornou um caos[Gn1:2}depois da expulsão de lucifer do Mesmo Édem{Ez 28:13}que posteriormente Adão habitou,e satanás com ciúmes de sua antiga morada, acabou fazendo o casal também ser expulsos como ele fora outrora.Obs:o hebraico nos permite traduzir o vs 2 assim:A terra, porém, se "tornou" sem forma e vazia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
concordo com essa teoria ela é muito interessante e bíblica!
sem a lacuna não tem como explicar os dinossauros!!
Olá, Pastor, é sempre um prazer vê-lo por aqui.
Vamos conversar sobre cada parte do que vc falou. Vc disse:
1- “A criação pré-adamica era de anjos, e anjos quando pecam para eles não a remissão, pois pecaram em glória, Hb 2:16!”
Certo, a criação de Adão e Eva foi precedida pela dos anjos e provavelmente até mesmo de outros planetas. Mas, isto não significa dizer que a Terra (o planeta) fora criada antes dos anjos. Os anjos são seres espirituais, não são seres terrestres, mas celestiais. Eles são moradores do reino de Deus e assistem a Deus em Seu trono. Não foram criados para morarem na Terra. Sua criação antecedeu e muito à criação da Terra. A criação de nossa terra, a localização de nossos primeiros pais no Éden ocorreram depois de sua queda A Terra fora criada, num tempo por nós desconhecido, após a rebelião de Lúcifer e seus anjos. Então, não posso aceitar o argumento da lacuna baseado nos anjos. Não há uma ligação.
Verdade que o pecado tem sua origem em Lúcifer, mas a sua introdução na Terra só se efetivou por causa do homem que lhe deu ouvido. Lúcifer foi o mentor, mas foi Adão e Eva quem possibilitaram a sua introdução. Então, a obra redentora e de remissão está direcionada para o homem, para a Terra e seus moradores. Lúcifer e seus anjos já foram julgados e condenados.
2- “Se analizarmos os chamados"dias da criação",vamos perceber que ouve na verdade momentos de recontruçao de uma terra que se tornou um caos[Gn1:2}… “
A Bíblia não apóia o argumento da “reconstrução”, pois o que está escrito é que “a terra era sem forma e vazia;” Isto não significa que ela estava um caos. Apenas que “era sem forma e vazia”.
Observe que para cada ato criativo de Deus é dito: “Haja”. Isto é, passe a existir. Isto é muito diferente de “reconstrua-se”, por exemplo. Muitos interpretam Genesis 1 2 como sendo movimentos diferentes da criação. Na verdade os dois capítulos se referem à mesma criação.
Concordo com o pensamento de William H. Shea quando diz:
“Gênesis 1:1 começa com uma locução adverbial de tempo, “no princípio”. […] O propósito da locução era simplesmente fornecer uma breve descrição de como era o mundo quando Deus começou a operar de forma especial. […] no texto original em hebraico, a linguagem transmite realmente a idéia de que o interesse aqui é com a criação a partir do estado preexistente. O texto reconhece o fato de que a terra inerte se achava em estado aquoso antes dos acontecimentos da semana da criação, mas não se preocupa em especificar quanto tempo permaneceu ela nesse estado.
O verbo usado nessa frase de abertura é “bara” , apropriadamente traduzido como “criou”. A Bíblia só emprega este verbo para designar uma atividade divina. Seres humanos e Deus podem fazer coisas (‘asah). Deus pode fazer, usando o mesmo verbo, mas somente Deus pode criar da maneira indicada por “bara”. Portanto, somente Deus é capaz de criar a matéria que foi modelada na criação, embora tanto Deus como os seres humanos possam remodelar essa matéria de diversas maneiras. […]
Os primeiros objetos dessa atividade criativa identificados no texto são os céus e a Terra. Alguns têm entendido que os “céus” sejam uma referência ao Universo. […] Um exame das ocorrências mostra que a palavra “céus” não aponta para o Universo, mas para o céu atmosférico que rodeia a Terra . Esses foram os “céus” a que Deus Se referiu quando dividiu o firmamento no segundo dia da semana da criação. (Gênesis 1:20). […]
Os atos da criação foram revelados e registrados como se tivessem passado diante de um observador posicionado na Terra e não fora de seus sistemas. Esse ponto de vista torna alguns elementos da narrativa mais compreensíveis.”
3- “… momentos de recontruçao de uma terra que se tornou um caos[Gn1:2}depois da expulsão de lucifer do Mesmo Éden{Ez 28:13}que posteriormente Adão habitou,e satanás com ciúmes de sua antiga morada, acabou fazendo o casal também ser expulsos como ele fora outrora.”
Sabemos que o Diabo antes chamava-se Lúcifer (anjo de luz) e foi com ele que começou a história do pecado no Céu. Sabemos que ele envolveu 1/3 dos anjos em sua mentira. Sabemos que Jesus comandou o exército de Deus e os expulsou de lá.
Mas de onde, do ponto de vista bíblico, vc retirou isto?
“ e satanás com ciúmes de sua antiga morada, acabou fazendo o casal também ser expulsos como ele fora outrora.”
A Bíblia diz que ele foi expulso do Céu, não que ele teve “ciúmes de sua antiga morada”. Se houve batalha é pq ele queria ficar lá.
“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;” Apocalipse 12:7
Mas, o que diz mesmo Hebreus 2:16?
“Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão.”
Contextualizando:
. Este capítulo fala da Encarnação, Sofrimento e Morte de Jesus. E tb fala do perigo da negligência para com a salvação. Daí pq Paulo fala em Hebreus 2:1-3 :
“Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;”
“E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;” Judas 1:6
Compreendo que os anjos rebeldes não têm perdão por seus pecados pq não se arrependeram, não pq pecaram em glória. O perdão que Deus deu ao ser humano foi oferecido aos anjos. Quem optou por Deus permanece ainda hoje sob Seu comando. Os anjos que não quiseram submeter-se é que foram precipitados do Céu (Apocalipse 12:9).
O mesmo princípio é observado para com os homens. Quando Paulo diz em Hebreus 2:16 que Deus “não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão” é porque a morte de Jesus foi uma providência divina para com o homem e não para com os anjos.
Veja o que diz o Salmo 8, que é um salmo messiânico:
“Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: Todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares.”
Embora Deus tenha feito o homem abaixo dos anjos é Seu propósito final conceder-lhe honra e domínio até mesmo sobre os anjos. Com o Salmo 8 vemos um exemplo como a Escritura fala disto profeticamente. Foi anunciado no VT e confirmado por Paulo no NT. Confira Hebreus 2: 4-8:
“Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos. Mas em certo lugar testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites? Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, De glória e de honra o coroaste, E o constituíste sobre as obras de tuas mãos;Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés.”
Claro que isto não foi realizado ainda em toda a sua plenitude, pois como é dito no v.5 será para o “o mundo futuro“.
Em Jesus este ministério está sendo efetuado. Na Pessoa de Jesus uma presente realização desse destino do homem está sendo realizado.
Jesus sendo verdadeiramente homem, começou sendo um pouco menor do que os anjos. Mas, como diz o v. 9-10: “Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles.”
No Salmo 8 vemos que o propósito de Deus relativo ao homem só é cumprido por intermédio daquele Homem, que é Cristo.
Por maravilhosa manifestação da graça de Deus, Jesus tornou-Se homem a fim de, em benefício de todos os homens, conduzir esses homens pecamionosos à verdadeira glória da humanidade, que haviam perdido irremediavelmente. Isto é, Jesus Cristo tendo sido feito homem, tornou-se menor do que os anjos, mas por Seu ato como Deus subjulgou os anjos a Seus pés. Em Cristo seremos co-herdeiros de Sua glória.
Veja agora os v.14-16:
“E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.”
Livrar da escravidão da morte foi uma ação divina em favor do homem e não dos anjos. Anjos aqui são os anjos rebeldes expulsos e que já estão julgados e destinados à destruição final.
A descendência de Abraão são os homens de fé. (Gálatas 3: 7-9, 29).
Jesus veio corrigir as relações entre os homens e Deus e ajudá-los a vencer as continuas tentações da vida.
Os judeus, pastor, davam grande importância aos anjos. Isto é, para eles era claro que, na ordem presente, os anjos eram superiores aos homens. Eles viam Jesus como homem somente e se Jesus sofreu e morreu, como dizer que Ele tinha superioridade aos anjos na qualidade de mediador?
A curta visão deles com relação a quem seria Jesus, os fazia negligenciar a maravilhosa salvação que Jesus lhes oferecia. Para mim, este é o contexto de Hebreus 2, não vejo onde isto possa referendar o argumento da “lacuna”.
Além do mais o argumento da "lacuna" abre um vácuo na justiça de Deus contra o mal.
Em que sentido a segunda criação, se é que existiram duas criações, foi menos amada por Deus? Por que Jesus viria apenas para a segunda, então, se a Sua intervenção era a resposta definitiva contra o Mal (Satanás)?
4- “Alguém pode até não aceitar a teoria da lacuna,mas sem ela como explicar Ezequiel 28:11-15?e Isaias 45:18?
Com relação a Isaias 45:18:
“Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR e não há outro.”
Compreendo aqui que o ato criativo de Deus é resultante de um projeto anteriormente elaborado. Criou a terra com o objetivo de fazê-la habitada. Isto é, a terra não foi criada "em vão" (do Hebraico “tóhu”;
Gênesis 1: 2 diz que ela foi concebida como morada do homem. Por isso, não importa qual seja o propósito do inimigo e que ruína possa obter mediante o pecado. Deus não teria feito a tTerra para vê-la destruída por Lúcifer. É Deus quem está no controle não Satanás.
A criação tinha um propósito, que não era um fim em si mesmo. O pecado adiou o cumprimento do objetivo divino, mas embora essa prosternação seja larga, o propósito finalmente se cumprirá. Os infinitos intuitos de Deus não conhecem "pausa nem pressa".
O contexto de Isaías 18 é, portanto, afirmar que a eleição de Israel foi um ato deliberado assim como a criação da Terra.
O verso 19 nos ajuda nesta conclusão. Afinal, o mal não dará jamais a última palavra. É Deus quem está no controle da história da Terra desde o início de sua fundação. Lúcifer não manda em nada aqui.
Historicamente, Deus suscitou Ciro, para que fosse um grande governante, mas também para que desempenhasse um papel no plano divino. Da mesma forma Deus tinha levantado Israel e o estava liberando do cativeiro a fim de que por meio dele se realizasse o propósito eterno de Deus que foi o nascimento do nosso Salvador Jesus Cristo. Este é o contexto de Isaías 45:18.
Com relação a Ezequiel 28:11-15:
Os versículos 11-19, embora sejam um lamento pelo rei de Tiro, sem dúvida têm uma aplicação mais ampla que a que se faz diretamente ao príncipe de Tiro. Afinal, traz declarações extremamente difíceis de serem aplicadas literalmente ao rei.
Parece que enquanto Ezequiel contemplava em visão o caráter e as atividades do rei de Tiro, a Inspiração levantou o véu entre o visível e o invisível para permitir que o profeta visse o ser invisível, mas poderoso, a quem servia o rei de Tiro.
Visão similar teve Isaias com relação ao rei literal da Babilônia. Sendo Isaías levado a contemplar Satanás, cujo caráter e política praticava o rei de Babilônia. Veja Isaias 14: 12-14.
O príncipe de Tiro tinha imitado em forma notável o seu verdadeiro líder, o diabo. Lúcifer era dotado de sabedoria, glória e formosura mais que todos os outros anjos.
Veja que as pedras que se nomeiam aqui aparecem também na lista das que se encontravam no peitoral do sumo sacerdote (Exodo. 28: 17-20; 39: 8-14).
A contagem destas jóias destaca a excelsa posição de quem, depois de Cristo, era o personagem mais digno de honra no céu, mas enquanto ser criado, Lúcifer era definidamente inferior ao Pai e ao Filho, em quem está a vida original, intrínseca, própria. Apesar disto, Lúcifer pretendeu ser igual ao Filho.
Quando aspirou a ter o poder que só lhe correspondia exercer a Cristo, caiu de sua excels posição e se converteu no diabo. É incorreto dizer que Deus criou ao diabo ou Satanás. O Senhor criou a um formoso anjo, santo e sem mancha, mas este anjo se converteu-se a si mesmo no demônio.
Lúcifer, o querubim cobridor ou protetor, estava na luz da presença de Deus. Era o mais excelso de todos os seres criados, e o mais elevado em revelar os propósitos de Deus para o universo.
"A amplitude de seu comércio". Esta figura está tirada do enorme comércio de Tiro. Não desaparece a figura do rei Atiro. A nefasta obra de Lúcifer, quem disseminou a rebelião no céu, é comparada com o comércio de Tiro, movido pela avareza e muitas vezes fraudulento.
Na expressão “profanou seu santuário” a palavra santuário aparece em singular no texto masorético, está porém no plural em muitos manuscritos, nos tárgumes e nas versões siríacas.
Não há dúvida de que a referência aqui é o o santuário celestial que foi profanado pela entrada do pecado. Não foi, portanto, a Terra que ele contminou originalmente, mas o Céu,. Daí pq foi expulso.
O livro de Apocalipse nos apresenta a solução final que Deus dará à questão do pecado.
Ao permitir que maturasse plenamente a rebelião, Deus assegurou o futuro. Os habitantes do vasto universo de Deus desenvolveram uma imunidade espiritual contra o mal que os assegura contra qualquer futura transgressão. Os resultados de afastar-se dos princípios do governo de Deus são plenamente conhecidos. Todos estamos convencidos da justiça, a bondade e a sabedoria do caráter de Deus. O pecado nunca alterará a perfeita harmonia que existirá no novo mundo que Deus fará de novo.
É por conhecer tal verdade que não posso compreender uma reconstrução sem ter trazido a solução definitiva contra o mal. Desculpe, mas seu argumento de duas criações é antibíblico e fere profundamente o caráter de justiça plena de Deus.
Espero ter ajudado. Que Deus nos dê discernimento a todos.